Americanas contratam Cristiano Zanin, advogado de Lula na Lava Jato

Zanin deve atuar na briga entre Americanas e BTG Pactual pelo bloqueio de mais de R$ 1,2 bilhão

As lojas Americanas contrataram o advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula na Lava Jato, para defender a rede varejista no litígio contra o BTG Pactual. O banco briga na Justiça para reter R$ 1,2 bilhão do caixa da Americanas. A informação sobre a contratação de Zanin é do Estadão desta terça (31).

Com dívidas de mais de R$ 40 bilhões e mais de 7 mil credores, a Americanas está em processo de recuperação judicial e obteve autorização da Justiça do Rio de Janeiro para suspender o bloqueio feito por bancos sobre seus bens. A exceção seria o BTG Pactual, porém, a instituição não poderá tocar na fortuna enquanto a recuperação judicial estiver em andamento.

Zanin ganhou projeção nacional ao advogar para Lula na operação Lava Jato, anulando condenações e garantindo que o ex-presidente petista pudesse disputar a eleição de 2022. Setores da grande mídia têm afirmado que Zanin é candidato virtual a uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

Além do escritório de Zanin, as Americanas contrataram o escritório de Ana Tereza Basílio, ex-magistrada que atuou no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro e na recuperação judicial da Oi.

Também atuam na defesa das Americanas a banca de Paulo Cesar Salomão Filho e Luis Felipe Salomão Filho, que são sobrinho e filho, respectivamente, do ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça. Salomão também é cotado ao STF.

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Redação

10 Comentários

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  1. Evidente que ,sem nenhum menosprezo a capacidade técnica dos contratados, trata-se de uma banca eminentemente política.
    Assim,dá para perceber nitidamente que essa gente que está envolvida neste escândalo fraudulento está ciente da derrota e que utilizará todos os meios possíveis e imagináveis para postergar as ações da justiça.

  2. Zanin se destacou como advogado criminal. O brilhantismo e a dedicação dele à defesa de Lula são inquestionáveis. O sucesso que ele obteve mudou o rumo da história do Brasil e interrompeu a barbárie do neoliberalismo jurídico praticado tanto pelo MPF quanto pela Justiça Federal.
    Todavia, ninguém pode menosprezar o contexto que foi criado por professores universitários, juristas e advogados que durante vários anos laboriosamente contestaram em público os métodos da Lava Jato. Foram eles que criaram condições favoráveis à defesa de Lula, restauraram a autoridade do STF (que andava realmente acoelhado, como disse o próprio Lula) e que defenderam as prerrogativas de Zanin quando ele foi cruelmente espionado e atacado por Sérgio Moro. Nunca é demais lembrar que naquele período a grande imprensa era “quinta coluna” do lavajatismo.
    Sem o apoio dos bloqueiros, Zanin ficaria totalmente à mercê dos adversários de seu cliente dentro e fora do Judiciário.
    O contexto em que Zanin defenderá a Lojas Americanas é muito diferente. Ele não receberá nenhum apoio público das pessoas que ajudaram a impulsionar a defesa de Lula. Todavia, todos sabemos que o Judiciário brasileiro tem sido extremamente generoso com bilionários vigaristas que dão golpes financeiros. A imprensa fará o jogo de morder e assoprar, pois não pode crucificar os donos da Lojas Aemricanas em decorrência das verbas de publicidade que receberam e que ainda querem receber daquela empresa.
    Nesse sentido, o desafio de Zanin será duplo. Ele terá que defender seu cliente e inevitavelmente será criticado por algumas das pessoas que o apoiaram no passado. Ao aceitar atuar num caso bilionário controvertido que tem grande visibilidade, ele ganhará um bom dinheiro (o que é justo, pois como qualquer profissional ele deve ser remunerado), mas não deixará de lhe proporcionar desgostos políticos e pessoais.
    Ao ganhar o processo de Lula, Zanin se projetou nacional e internacionalmente. Se perder o caso das Lojas Americanas o brilho da carreira dele irá diminuir bastante.

  3. 1. A ida ao STF é incerta. Zanin, corretamente, optou por continuar como advogado e, além disso, optou por ficar muito rico, seguindo a linha que seu sogro já realizava (Roberto Teixeira). Melhor tê-lo na planície, julgo, que no planalto. Sua competência e dedicação profissional são inquestionáveis no campo criminal; no caso empresarial, está desafiado, no maior caso em curso.
    2. Quanto a sua opção, a maior justificativa e já clássica reside na assertiva “Todos têm direito à defesa”. Todos. Advogado não julga, não condena, mas, sim, defende o seu cliente.
    3. Toda opção tem seus custos. Zanin torna-se milionário definitivamente, para ele, filhos e netos, mas associa seu nome a Jorge Lemann. Certamente, eu julgo esse fato quase tão danoso para a biografia de alguém que associar seu nome a Bolsonaro. os danos provocados por Lemann e associados ao país são tão grandes (ou maiores) que os de Bolsonaro. Sua influência em tantos e tão diversos setores é inequívoca. Na atualidade do governo Lula, por exemplo, Lemann tem o controle completo do MEC, dentre outros tantos setores.
    4. A escolha de Lemann por Zanin, advogado criminal de grande competência, diz mais de Lemann e do que sabe e tem que consciência que fez, que a opção de Zanin de aceitar o desafio de representá-lo.

  4. Cristiano Zanin irá defender os interesses econômicos (e politicos) do trio que mais financiou os ataques da direita ao campo democtático e progressistas…(também financiou um número expressivo de candidaturas de parlamentares pró-mercado) até derrubada da presidente Dilma e instaurar o “clima de ódio” contra a democracia!Também financiou um número expressivo de candidaturas de parlamentares pró-mercado. O trio são as tais “piranhas financeiras”, como bem disse o Luis Nassif. À contratação do advovado, alguns dirão que isso é “normal”, pois todos tem direito à defesa. Se tal argumento tem validade quando a judicialidade, entretanto, de uma perspectiva da ética social, creio ser duvidoso, na medida em que o advogado “criou” a imagem pública de sujeito incansavel na defesa da inocência do Lula e expôs com destemor as mazelas e maracutaias de juizes e procuradores – que fizeram lawfare. Sabendo que a atuação predatória – econômica e política – do trio atenta contra os interesses do Estado e (sociedade civil) ao adquirirem ativos de estatais…, pressume-se que a contratação do Zanin não se dê apenas por sua expertise, e sim por quanto é amigo do rei. No passado esse “tipo de entorno” do Lula/PT deu causa aos dissabores e perda de credibilidade social e política, reconquistadas de maneira precária na última eleição.

  5. Todos têm um preço. Alguns nem todo o dinheiro do mundo consegue comprá-los, outros estão à venda pelo preço da “xepa” de fim de feira de domingo. Lamentável.

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