Após receber recursos desviados, Petrobras anuncia medidas anticorrupção

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (31), durante ato de devolução de recursos resgatados pelo Ministério Público – órgão que participa da Operação Lava Jato -, medidas que tornam mais rigoroso o processo de gestão de fornecedores. Segundo informações do Valor Econômico, o MPF devolveu à companhia cerca de R$ 69 milhões – boa parte desse valor diz respeito à propina paga entre 1999 e 2012, em função de contratos com a SBM Offshore. 

Segundo a estatal, agora as empresas deverão prestar informações detalhadas sobre estrutura, finanças e mecanismos de compliance (conformidade) e combate à fraude e à corrupção, entre outros itens, sendo avaliadas pelo processo conhecido como Due Diligence de Integridade.

“O objetivo é aumentar a segurança nas contratações de bens e serviços e mitigar riscos em relação às práticas de fraude e corrupção. Estamos implementando ações para que apenas os fornecedores que comprovarem adotar medidas de conformidade e integridade sejam mantidos em nosso cadastro e possam participar de processos licitatórios”, divulgou a assessoria da estatal.

Em nota, a Petrobras lembrou que a revisão do relacionamento com fornecedores teve início a partir dos desdobramentos da Operação Lava Jato. A Petrobras bloqueou cauterlamente algumas empresas. Outras entraram em processo de renovação de parceria ou estão em fase de inclusão no cadastro corporativo. “Os novos contratos serão assinados junto a fornecedores que tenham sido aprovados no novo modelo de análise de integridade”, endossou a companhia.

Além de cumprir com os requisitos solicitados pela Petrobras, as empresas agora precisam permitir a realização de auditorias em seus padrões de integridade e de combate à corrupção.

Internamente, a Petrobras também reforçou os mecanismos para aumentar o controle contra fraudes. Um das mudanças é a limitação de decisões individuais em todos os níveis da companhia, promovendo decisões colegiada. “Outra medida é a criação de dois novos comitês (Estratégico e Financeiro), em adição aos três que já existiam (Auditoria; Segurança, Meio Ambiente e Saúde; e Remuneração e Sucessão), para assessorar o Conselho de Administração na apreciação de pautas, aprofundando a análise de todos os temas que lhe são submetidos.”

Ouvidoria externa

Segundo a estatal, para “estimular denúncias de indícios de irregularidades”, a empresa deu início a um processo de contratação de ouvidoria externa independente especializada neste serviço. A ideia é que haja um canal disponível 24 horas por dia, em diversos idiomas, aberto ao público, recebendo inclusive denúncias anônimas.

Comissões Internas de Apuração

Outra reformulação diz respeito ao funcionamento das Comissões Internas de Apuração, criadas sempre que é necessário averiguar indícios de irregularidades praticados por empregados. Agora, todas que apuram possíveis casos de fraude e corrupção são compostas por representantes das áreas de Segurança Empresarial, Auditoria, Jurídico e Conformidade. Sempre que apontam possíveis crimes, os relatórios das comissões são enviados ao Ministério Público e aos órgãos policiais.

Outra medida é que a Auditoria Interna agora participa de todas as reuniões da nossa Diretoria Executiva, o que contribui na elaboração dos planos de auditoria desde o início da aprovação dos projetos.

Punição a empregados

A Petrobras também criou o Comitê de Correição, vinculado à Diretoria de Governança, Risco e Conformidade. O papel desse colegiado é assegurar que as punições aplicadas contra os empregados dentro da companhia sejam adequadas à gravidade das irregularidades. Além disso, o comitê tem a prerrogativa de punir gestores que deixem de apurar ou punir seus subordinados.

Com informações do Valor e do Blog Fatos e Dados, da Petrobras

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. De boas intenções o inferno tá cheio…

    Se a teoria do Bendine de fato conseguir ser aplicada, estarei vivendo em outro Brasil. 

    E somente teremos certeza que mudou se pequenos empresários, e em volume, conseguirem fornecer honestamente para a Petrobras em todo o Brasil. 

    Senão, a Petrobrás vai continuar sendo aquela de Paulo Francis, que morreu de desgosto por falar a verdade e levar um processo milhonário na lomba. A que sempre existiu possuia pedágio caro em todos os lugares. Vamos ver se muda. 

    Se as ações não se comprovarem, nós pobres mortais defensores do Brasil, estaremos falando ao vento, como falaram Monteiro Lobato, Mauá….. 

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