Conselho de Segurança da ONU se reúne após novo aumento de vítimas em Gaza

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Segundo o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, pelo menos 316 pessoas foram mortas e 664 ficaram feridas desde sábado (2) em Gaza

Conselho de Segurança da ONU fez a sua primeira reunião após encerramento abrupto do cessar-fogo entre Israel e Hamas. Na foto, reunião ocorrida em outubro logo após o início dos bombardeios de Israel. Foto: UN Photo/Manuel Elías – via Flickr United Nations Photo

O número de vítimas e os danos em Gaza têm aumentado desde o reinício dos confrontos. Líderes internacionais sobem o tom contra Tel Aviv diante da negativa do Estado de Israel de cessar com o massacre impetrado contra o povo palestino na Faixa de Gaza.  

Nesta segunda-feira (4), uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) tratou do assunto com a presença da subsecretária-geral para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo.

A reunião foi convocada a pedido dos Emirados Árabes Unidos que consideraram “profundamente preocupante” a retomada dos confrontos e a contínua situação humanitária na Faixa de Gaza.

Segundo o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha), pelo menos 316 pessoas foram mortas e 664 ficaram feridas em um período de 24 horas a partir de sábado (2).  

Pelos dados do Ministério da Saúde de Gaza, um soldado israelense morreu na região e outro não resistiu aos ferimentos contraídos em dias anteriores.

Ajuda humanitária 

A circulação da ajuda humanitária é limitada e o acesso ao norte da região está totalmente bloqueado. Há relatos de bombardeios aéreos, terrestres e marítimos de forças israelenses e operações terrestres, além de confrontos e disparos de foguetes realizados por grupos armados palestinos contra Israel.

O Ocha confirmou que caminhões de ajuda transportando suprimentos humanitários entraram em Gaza a partir do Egito no domingo (3), mas ainda não há clareza sobre o número e conteúdo. 

Com a abertura da fronteira egípcia foram evacuados 566 estrangeiros e pessoas com dupla cidadania. A passagem também foi usada para transportar 13 feridos e 11 acompanhantes e permitiu a entrada de 10 funcionários de auxílio.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) alertou que as pessoas sobrevivem com uma refeição por dia quando é possível. A agência chama a atenção para o risco de fome e inanição, ao pedir acesso seguro e desimpedido para evitar a situação.

Sediado em Gaza, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder, publicou imagens em rede social pedindo o fim da morte “interminável de crianças” após uma noite de bombardeios que considerou “totalmente implacáveis”.

Área de evacuação

Autoridades militares israelenses designaram uma área para evacuação imediata que cobre cerca de 20% da cidade de Khan Younis. 

“A região marcada, que acolhia quase 117 mil pessoas, está em um mapa online publicado nas redes sociais. Cerca de 50 mil deslocados viviam em 21 abrigos, sendo a grande maioria pessoas que antes tinham sido deslocadas do norte”, explica comunicado da ONU. 

Além das preocupações para evitar que a população seja atingida, o Ocha pede tempo suficiente para sua partida e a definição da rota e de um lugar seguro para onde as pessoas possam seguir. 

O escritório defende que devem ser tomadas todas as medidas possíveis para garantir que os deslocados tenham segurança, abrigo, nutrição e higiene e que membros das famílias em movimento não sejam separados.

Com informações da ONU News

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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