Considerações sobre o tema impeachment ou não

Comentário em Xadrez da escolha de Sofia, impeachment ou não impeachment, por Luis Nassif

Por André Lameira

Muita gente está confundindo o Bolsonaro, que a esta altura é um elemento descartável, com o governo que se montou no Brasil (pessoal + agenda). Existem mais de 60 militares em cargos estratégicos do governo (que, curiosamente, são “invisíveis”, postos em 2º plano pelos palhaços Ernesto Araújo, Damares, etc.) e Mourão não é vice presidente à toa (!). Mourão foi imposto para controlar Bolsonaro e substitui-lo na eventualidade de um desastre.

O impeachment será uma bandeira da própria direita, com o objetivo de estabilizar o regime golpista para a consecução de sua agenda:
a) Aumento da dependência exterior (acoplamento da economia brasileira à economia estadunidense);
b) Destruição do emprego e barateamento do trabalho.
c) Transferência do tesouro nacional para controle privado via reforma da previdência / cortes
/ privatizações
d) Eliminação da esquerda dos circuitos do poder. No limite, perseguição ditatorial e miliciana aos sindicatos, partidos e movimentos.

A cúpula das forças armadas participa da coalizão golpista e inclusive são, juntamente com o Partido do Judiciário, os principais interessados na prisão de Lula, pois essa agenda ultra-agressiva erodirá qualquer apoio popular ao governo, e Lula é o natural pólo oposto.

A esquerda tem 3 opções:
1) Capitular e apoiar o atual regime, com medo da escalada da disputa política. Seria a via do suicídio político. É a via de quem defende o “projeto 2022”, “quatro anos passam rápido”.
2) Apoiar o impeachment e tentar “PSDB”izar a esquerda, investindo no jogo de cena parlamentar e abandonando o povo. Será a mesma agenda de terra-arrasada mas em um cenário de “cavalheirismo”. É a agenda de quem diz que Mourão é “razoável” e que os militares são os “adultos na sala”.
3) Mobilizar e organizar a população para botar a totalidade do bloco burguês-golpista contra a parede, com a perspectiva de, em médio prazo, derrotar a agenda da burguesia e, em longo prazo, voltar ao poder com uma ampla base social da classe trabalhadora. É a vida mais trabalhosa e desafiadora, mas a única verdadeiramente digna e única que abre caminho para uma saída socialista frente à crise.

Urge mobilizar e organizar o povo para, em um movimento prolongado no tempo, enrentar e derrotar a burguesia, os militares e o imperialismo!

Redação

1 Comentário

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  1. Pena que ainda se pensa em Forças Armadas como sendo um dos Poderes da República, que antigamente dizia-se consistir em Legislativo, Executivo e Judiciário.
    Nalgum momento próximo será preciso reformar as Forças Armadas para atualizá-las aos tempos que correm, enquadrando-a como deveria ser.
    Hoje, Forças Armadas estão similares a jornal impresso, cheque bancário, bonde, coisas assim, já ultrapassadas. Mas insistimos em colocá-la à frente, em situações absurdas como esta consolidada no governo atual.
    Já devem existir países com gente sendo treinada a utilizar drones e diversas novidades do tipo, reduzindo enormemente a quantidade de soldados nos quartéis.
    A propósito, dizem que os USA contratam terceirizados quando se propõe a massacrar populações de países tipo Venezuela e outros, tendo reduzido bastante suas tropas ditas oficiais.

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