Dasabafo de Amanda Gurgel mobiliza os movimentos sociais

Historicamente ouvimos diversos discursos que colocam a educação como direito. Discursos que vão além, que frisam que este direito faz parte das condições para a existência digna de uma pessoa, sendo este uma ferramenta chave para o desenvolvimento social.
No último dia 10, uma brasileira, e professora da rede pública, cansada e ciente do seu papel na sociedade, proferiu discurso e silenciou os representantes do governo do estado do Rio Grande do Norte e os deputados que participaram de audiência pública que debatia sobre o cenário atual da Educação naquele estado. 
Amanda Gurgel convidou os presentes a refletir sobre a Educação não só naquele estado, mas também em todo Brasil. Ousou e criticou abertamente os governos. Denunciou o descaso com a principal peça do xadrez da nossa sociedade e lembrou que ele é tão antigo quanto os discursos de defesa das autoridades. Durante pouco mais de oito minutos, esta brasileira proferiu as palavras que milhares de brasileiros gostariam de colocar.
A professora da Rede Pública entrou em rede nacional, ganhou a internet e o apoio dos que acreditam em um Brasil diferente. O Ministério da Educação, bem como suas estaduais, pede calma e paciência. Os professores pedem socorro para sobreviver e para garantir o futuro dos brasileiros que estudam em escolas públicas.
Segundo Amanda Gurgel, é preciso pensar e lutar, pois a precarização deste setor não pode ser aceita. E durante sua fala ela questionou se é possível “salvar o Brasil com apenas um giz e um quadro”.
A aflição desta brasileira é apenas um ponto dentre muitos neste imenso país. O Brasil glorifica-se de viver em sociedade democrática que tem por acepção a pluralidade, o entendimento e a interlocução na diversidade. Aqui esta Blogueira questiona: Como garantir este cenário sem o efetivo direito à Educação?
Ao tomar posse a presidenta Dilma afirmou que o seu maior compromisso seria erradicar a pobreza. Como ela espera fazer isto sem Educação?
Assumo como grande passo para nossa sociedade o alargamento da classe média, a ascensão de milhões da linha da pobreza. Mas volto a questionar: Sem uma educação de qualidade, que empoderamento estes brasileiros terão? Serão números no índice de consumidores e no índice de famílias ajudadas pelos programas sociais? Ou serão brasileiros cientes do seu papel, satisfeitos com suas profissões, empenhados em entender o jogo político e as decisões que os atores em Brasília tomam diariamente?
Estes leitores são apenas alguns nós que a Educação poderia desatar. Nosso grande educador Paulo Freire já havia falado “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.”
É importante lembrar que o direito à Educação não nasce do bel prazer ou do programa político apresentado, cansativamente, a cada quatro anos. Ele é condição sine qua non para nosso desenvolvimento. Com ele percebi minha posição social, com ele resolvi entrar em uma Universidade, por cauda dele questiono por que há tanta desigualdade, e por fim é por ele luto diariamente. Uma luta que objetiva um país desenvolvimento, não só economicamente, mas também socialmente.
O que Amanda e milhões suplicam aos governos estaduais e ao Federal é o efetivo exercício do que está previsto na Lei. A Constituição Federal assegura o acesso a Educação. Então, que democracia é essa que elegemos que nos impõe sucateamento e desvalorização para nossas escolas e professores?
É preciso perceber que se a Educação não for assumida como farol esta Nau não chegará ao seu destino. Ela vagará por mares revoltos e perderá muitos de seus tripulantes. Penso que nenhum capitão (ou capitã) deseja este destino para seu Navio.
Parabéns Amanda Gurgel. Orgulho-me de saber que existem brasileiros como você.

http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA&feature=youtu.be

Redação

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