Hamas confirma que cessar-fogo começa nesta quinta-feira (23), às 10 horas

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Nesta primeira fase do acordo, com duração de quatro dias, é estimada a troca de 50 reféns israelenses por 150 prisioneiros palestinos

Soldados israelenses se reúnem perto da barreira com a Faixa de Gaza em 16 de agosto [Menahem Kahana / AFP]

O movimento palestino Hamas declarou nesta quarta-feira (22), já final de tarde em Tel Aviv e Gaza, que o cessar-fogo de quatro dias, acordado com o governo israelense mais cedo, começa nesta quinta-feira (23) às 10 horas.

A notícia foi publicada inicialmente pelos jornais The Times os Israel e Haaretz, sendo confirmada por agências internacionais, como a Al Jazeera. Uma autoridade israelense também confirmou à CNN o início do cessar-fogo para esta quinta (23), às 10 horas. Até agora, apenas o Hamas confirmou oficialmente o horário de início da pausa. Israel ainda não fez uma declaração oficial.

Hamas e Israel se preparam, conforme o The Times of Israel, para a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos, a maioria adolescentes, elegíveis para a libertação.

Pela manhã desta quarta, no fuso horário de Tel Aviv, o governo de Israel acordou com o Hamas um cessar-fogo temporário para a troca de parte dos 237 reféns detidos na Faixa de Gaza, entre 50 e 60, a maioria mulheres, crianças e bebês, por 150 palestinos que se encontram nas prisões israelenses.

Neste momento, o cessar-fogo ainda não está em vigor. Nesta quarta-feira (22) os combates continuam na Faixa de Gaza. O governo do Catar, que mediou o acordo, esclareceu que o horário de início da trégua seria declarado em até 24 horas – o que acaba de ocorrer.

Cessar-fogo pode ser maior

A expectativa é que a pausa dure quatro dias, com libertação de 10 ou 12 reféns israelenses por dia de trégua – o que pode envolver de 50 a 60 pessoas. O plano inclui a libertação, pelo Hamas, de trinta crianças, oito mães e mais doze mulheres, segundo um oficial israelense ouvido pelo jornal Haaretz.

A primeira leva de reféns deve ser libertada pelo Hamas nesta quinta-feira (23), de acordo com o Canal 12. A resolução de cessar-fogo temporário foi aprovada por uma “maioria significativa” do gabinete de guerra do governo. 

Na segunda fase, prevista pelo acordo, Tel Aviv concordou em libertar “até” 150 palestinos restantes na sua lista em troca da libertação pelo Hamas de “até” 50 reféns adicionais. 

A troca seria realizada segundo o mesmo esquema que pretendem implementar na primeira fase, com a libertação gradual de pelo menos 10 reféns. “Por cada libertação adicional de 10 reféns haverá uma pausa adicional de 24 horas nos combates”, esclareceu o governo em seu pronunciamento.

Outros pontos do cessar-fogo

No âmbito do cessar-fogo acordado, tanto as forças israelenses como os combatentes do Hamas concordam em cessar todas as atividades militares na Faixa de Gaza. 

Durante a trégua, está previsto por Israel facilitar a entrada de mais caminhões com ajuda humanitária, com medicamentos e combustível, para todas as zonas do enclave palestino.

Segundo o Hamas, o acordo estipula a paralisação do tráfego aéreo no sul da Faixa de Gaza durante quatro dias e no norte durante seis horas por dia, entre as 10 e 16 horas, e também garante a livre circulação dos palestinos, especialmente ao longo da rua Salah al Din, para que possam se deslocar do norte para o sul do enclave.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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