Helena Chagas: Aécio é um sinal de que STF não pretende assar uma pizza

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Carlos Humberto/STF

Jornal GGN – A jornalista Helena Chagas avalia que o afastamento de Aécio Neves do mandato e a imposição de uma semi-prisão domiciliar foi um recado de uma parcela dos ministros do Supremo Tribunal Federal que não pretendem pegar leve com políticos investigados a reboque da Lava Jato. Segundo artigo divulgado nesta quarta (27), a decisão tem como pano de fundo a discussão em torno de mudar o entendimento sobre a prisão em segunda instância. Para Helena, há uma maioria se formando no STF para barrar o grupo liderado por Gilmar Mendes.

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Por Helena Chagas

Supremo, pressionado, avisa que não tem pizza

Os Divergentes

A decisão de ontem da primeira turma do STF de afastar Aécio Neves do mandato e decretar para ele uma semi-prisão domiciliar noturna teve claramente a intenção de avisar aos navegantes que a suprema corte brasileira não está ajudando o establishment político a assar uma pizza para livrar os acusados com foro privilegiado da Lava Jato.
 
O grupo que mandou esse recado aparentemente representa hoje a maioria do Supremo, mas o fato é que se trava um duro conflito nos subterrâneos entre os mais sensíveis à pressão da opinião pública – que a toda hora compara a lentidão da suprema corte à celeridade de Curitiba – e os que querem rever abusos e excessos.
 
Neste momento, o destaque na Suprema Corte fica para Luís Roberto Barroso, o ministro que, aos poucos, ganha espaço polarizando com Gilmar Mendes e vestindo o figurino de salvador da pátria. Foi ele quem abriu a divergência com o relator do caso Aécio, Marco Aurélio, que anteriormente havia livrado o senador tucano do afastamento e da prisão. Barroso obteve o apoio de mais dois colegas de turma – Rosa Weber e Luiz Fux -, e virou o julgamento, vencendo o relator e o ministro Alexandre Moraes.
 
Nos bastidores, a aliança pró-Lava Jato no STF parece ter o apoio da presidente Cármen Lúcia, e poderá se reproduzir no plenário no sentido de dar celeridade e endurecer o tratamento com os acusados neste ano eleitoral que se inicia – impedindo muitos deles de se candidatarem ou reelegerem.
 
Trata-se também de um movimento preventivo para evitar que, como muita gente espera, o STF volte atrás no entendimento de que a prisão dos condenados deve ocorrer após a decisão na segunda instância. Há quem diga que, no esforço para evitar isso a partir da mudança de posição de Gilmar Mendes – agora contra a execução da pena no segundo grau – o grupo que quer manter a decisão está também virando votos. O de Rosa Weber, contrária na primeira rodada, seria um deles.
 
A única coisa que se sabe é que, a cada dia, se aprofunda mais a divisão suprema, provocando alianças inusitadas. Na Folha de S.Paulo de hoje, por exemplo, Ricardo Lewandowscki, que anda formando ao lado de Gilmar Mendes nas posições garantistas da segunda turma, assina artigo sobre a necessidade de se respeitar o “devido processo legal” e condena exageros ligados a prisões provisórias, delações, conduções coercitivas e detenções espalhafatosas.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Tenho o maior respeito pela

    Tenho o maior respeito pela Jornalista Heleninha Chagas,certo.Uma pena que não tenha demonstrado tanta competência quando geriu as polpudas verbas da Comunicação Social do Governo Dilma Roussef.Fazia o que a Globo queria.

  2.   KKKKKKKKKKK!!!
      Depois de

      KKKKKKKKKKK!!!

      Depois de tudo, o Aécio será “obrigado” a dormir em casa. Eu sou punido do mesmo modo que um senador e não sabia! A diferença é que em casa a pizza não vem pelo Judiciário, é um motoboy quem traz.

  3. Não entendi o argumento da

    Não entendi o argumento da autora do texto de que o STF vai endurecer… aécio continua livre apenas com uma restrição de recolhimento à noite enquanto em outras casos houve decretação de prisão.

    Não houve endurecimento mas sim relaxamento para acomodar um ‘prócer’ do anti-petismo.

  4. “A jornalista Helena Chagas

    “A jornalista Helena Chagas avalia que o afastamento de Aécio Neves do mandato e a imposição de uma semi-prisão domiciliar foi um recado de uma parcela dos ministros do Supremo Tribunal Federal que não pretendem pegar leve com políticos investigados a reboque da Lava Jato. Segundo artigo divulgado nesta quarta (27), a decisão tem como pano de fundo a discussão em torno de mudar o entendimento sobre a prisão em segunda instância. Para Helena, há uma maioria se formando no STF para barrar o grupo liderado por Gilmar Mendes.”

     

    Só precisei ler isso pra não perder tempo com o texto.

  5. Esta ideia prova que Dilma Roussef nunca teve

    qualquer capacidade para escolher os subordinados.

    Hesitei entre o riso e a tristeza infinita lendo o texto da Sra Controle Remoto.

    Barbaridade!

  6. Se não prenderam Aécio… nunca prenderão ninguém do PSDB

    PSDB TA LIBERADO PARA ROUBAR A VONTADE!!!

    Nada nunca será tão grave quanto aquilo que apareceu contra Aécio.

    Simplesmente tinha tudo!

    -Flagrante

    -Geavações

    -Ameaça

    -Mala de dinheiro

    -Contas em paraísos fiscais

     

    Todos os limites foram ultrapassados… agora liberou geral… bandido maior que Aécio eu nunca vi na política!

  7. Tá tudo combinado

    Parece estar tudo combinado mesmo. O STF afasta Aébrio do Senado e o Senado o reintegra nas funções. O Senado vai alegar que é a independência dos poderes e o STF dirá que fez a sua parte. Será que um poder já sabia da decisão do outro? Ambos darão satisfação à sociedade e o PT não vai mais poder reclamar. Tá ou não tá tudo combinado?

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