As leituras dos manifestos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da Faculdade de Direito da USP foram marcadas por discursos em defesa do processo eleitoral, das urnas eletrônicas, do respeito ao resultado das eleições e ao estado democrático de direito.
Os documentos não mencionam o nome do presidente Jair Bolsonaro, na tentativa dos organizadores de ampliar e tornar o ato em apartidário. Houve um acordo entre os organizadores para que os oradores não falassem ‘Lula lá’ nem ‘Fora Bolsonaro’, o que não foi respeitado pela plateia.
Bolsonaro foi criticado de forma indireta por alguns dos oradores. Beatriz Nascimento, da Coalizão Negra por Direitos, por exemplo, falou em “fim deste governo”.
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Franscico Canindé, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), criticou a forma como Bolsonaro se referiu ao texto democrático da USP: “cartinha”.
Não é uma ‘cartinha’, como alguém insinua
disse o sindicalista
A iniciativa da USP ainda foi ironizada pelo chefe do Executivo.
Já a presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Bruna Brelaz, disse que “nenhum ser humano desprezível vai derrotar a democracia”. Nesse momento, foi possível ouvir gritos de “Fora Bolsonaro!” na plateia, mas que não foram passados adiante.
De forma semelhante, no pátio do Largo São Francisco, espectadores do evento puxaram coro de “Olê, olê, olá, Lula, Lula”.
“Capital e trabalho juntos”
Ao ler o documento da Fiesp, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias destacou a união de empregadores e empregados em torno do Estado Democrático de Direito.
Capital e trabalho se juntam em defesa da democracia
declarou ele
No local, discursaram também os banqueiros Armínio Fraga e Neca Setúbal. Assim como os demais oradores, eles demonstraram preocupação com o processo eleitoral e defenderam as urnas eletrônicas.
Carta aos Brasileiros e Brasileiras
O texto da USP, diferentemente daquele redigido pela Fiesp, foi declamado para cerca de 200 alunos. Leram o documento os professores universitários e juristas Eunice Prudente, Maria Paula Dallari, Dalmo Dallari e Ana Elisa Bechara.
Esta última enfatizou a necessidade de se respeitar o resultados das urnas, em outubro. Dalmo justificou gravata vermelha em homenagem às origens da Faculdade de Direito. Ao final da leitura, os estudantes entoaram ‘Fora Bolsonaro’.
Ainda, um vídeo com vários artistas lendo a Carta foi transmitido. Entre eles, Fernanda Montenegro, Luísa Sonza, Fábio Assunção, Manu Gavassi e Chico Buarque. A maioria deles já declarou apoio à candidatura de Lula.
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Quem diria que teríamos que voltar ao passado, tudo por causa de um demente,mas o pesadelo vai passar logo.
Democracia, estado de direito, fascismo são conceitos que o povão não entende e não o sensibilizam. Esta mídia golpista apelou das únicas coisas que o povão leva em conta no debate “político”, corrupção,
moralismo e religião para fomentar o golpe de 16 e levar este sujeito à presidência. Agora, na maior cara de pau, estampa nas primeiras páginas de jornais e destaca nos noticiários o ato em defesa da democracia que o próprio PIG ajudou a demolir.