Mendonça entra em polêmica e critica que Lula teria apoiado o Hamas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em discurso a evangélicos no domingo, o ministro do STF nomeado por Bolsonaro disse ser "maior erro defender grupo armado"

Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, deixou a discrição do cargo no final de semana e, em discurso a evangélicos na Igreja Presbiteriana de Pinheiros (SP), entrou na polêmica das críticas do presidente Lula à Israel e, sem o nomear diretamente, criticou a suposta defesa do líder brasileiro ao grupo armado Hamas.

No mesmo dia que o presidente Lula se posicionou sobre os ataques de Israel na Faixa de Gaza, fazendo uma comparação com o nazismo, Mendonça afirmou que é “o maior erro apoiar um grupo terrorista que mata crianças, jovens e idosos”. O ministro foi nomeado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que mantém a defesa explícita dos atos do Estado de Israel na guerra.

Mendonça não citou diretamente o nome de Lula, mas soltou a crítica, em meio às interpretações de que Lula estaria defendendo o Hamas, ao criticar a violência e os ataques de Israel contra palestinos. Leia mais aqui.

Com o microfone em mãos, durante o culto, em posição que perpetua influência aos centenas de religiosos que participam da cerimônia, o ministro deixou de lado o compromisso com a isenção de um ministro da Suprema Corte e narrou, ainda, um episódio no qual ele teria dado uma sugestão à diplomacia brasileira em Israel.

Ele afirmou que quando esteve em Israel, em encontro com o embaixador brasileiro, disse que “fez uma colocação” de que o Brasil não deveria “endossar a petição da África do Sul acusando Israel de genocídio”.

“Nós tivemos, no primeiro, segundo dia que chegamos em Israel, um almoço com o embaixador brasileiro lá em Israel. E eu fiz uma colocação pro embaixador: ‘Embaixador, nossa diplomacia é marcada por uma busca de equilíbrio e imparcialidade. O senhor não acha que talvez se nós caminharmos mais nesse sentido, ao invés de endossarmos uma petição da África do Sul acusando Israel de genocídio, seria o melhor caminho pra nós sermos um agente de paz?’. E ele me respondeu: ‘O mundo de hoje não há espaço pro cinza, ou é preto ou é branco. E o país tomou a sua posição'”, narrou Mendonça.

“Em resposta, eu tomei minha posição. Eu defendo a devolução de todos os sequestrados. E acho que o erro maior é apoiar um grupo terrorista que mata crianças, jovens e idosos gratuitamente”, continuou.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Esse fanático evangélico viajou para Israel com despesas pagas pelos sionistas. Ele publicou bobagens na internet para constranger o Tribunal Internacional de Justiça dias antes do início do julgamento do caso iniciado pela África do Sul referente ao genocídio em Gaza. Na época protocolei uma representação no STF requerendo que a Corte mudasse seu Regimento Interno, a fim de considerar suspeito/impedido de julgar casos referentes a disputas internas motivadas por guerras externas o Ministro que tenha feito pronunciamentos públicos em favor de um dos contendores com a finalidade de interferir na política externa definida pela presidência da República. O presidente do STF recebeu e rapidamente arquivou o pedido sem apreciar o fundamento. Também protocolei representação no CNJ para aquele órgão regular as viagens dos juízes para regiões ou países em guerra, bem como os reflexos funcionais destas viagens. Até agora o CNJ não decidiu nada, mas é muito provável que ele jogue o requerimento na lata do lixo para agradar os sionistasm

  2. Quem é contra a carnificina de civis perpetrada por Usrael na Faixa de Gaza e na Cisjordânia é a favor do Hamas e contra Usrael. Bando de cristãos fakes. De Jesus Cristo, essas almas sebosas querem apenas os bônus, descartando os ônus.

  3. Intrigante como alguém na posição que ocupa ( embora não seja uma surpresa) pode mentir de forma tão descarada. Não se trata de uma interpretação: Lula jamais defendeu o Hamas e nem muito menos as atrocidades quando do assassinato cruel e brutal de 1400 israelenses. Mas este senhor terrivelmente evangélico se horroriza seletivamente. Quem se horroriza com as 1400 mortes feitas pelo Terror do Hamas tem que se horrorizar com as quase 30000 mortes,destruição de escolas, hospitais e das possibilidades reais de viver ou sobreviver em Gaza. Quem usa isto para atingir politicamente não se pode dizer terrivelmente evangélico. E o pior de tudo falou do púlpito. Quando tudo isto terminar e todos os fatos forem expostos eu quero ver a reação de figuras como este tipo.Provavelmente vão silenciar.

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