Mídia compromete a democracia naturalizando absurdos de Bolsonaro, diz Kennedy Alencar

Para jornalista, é assim que as democracias morrem: com a imprensa se abstendo de mostrar a verdade sobre um presidente incapacitado para o cargo

Jornal GGN – Quando Jair Bolsonaro chama nordestinos de “paraíbas” e sugere que um governador não deve ter nada do governo federal, ele não está criando uma “polêmica”, mas falando um “absurdo” que deve ser exposto, criticado e duramente condenado pelos meios de comunicação.

Essa é a avaliação do jornalista Kennedy Alencar, que nesta semana deu vários sinais de indignação com o papel da mídia na naturalização das falas e propostas mais grotescas de Bolsonaro.

Para Kennedy, “ao classificar absurdos (…) como polêmicas, jornalistas pegam leve com o presidente da República e normalizam condutas que não devem ser normalizadas numa democracia plena. Recorrer a eufemismos para normalizar absurdos do presidente da República é como as democracias morrem. É coisa de república de bananas”, disparou.

No episódio dos “paraíbas”, por exemplo, a “polêmica” é, na verdade, “uma manifestação de xenofobia, preconceito, ignorância e, por último, covardia.”

Quando Bolsonaro defende o fim da multa de 40% do FGTS, há polêmica, pois é possível abrir uma discussão contra ou a favor da medida com bons argumentos dos dois lados. Mas quando ele diz que o desemprego é culpa dos direitos trabalhistas, e que “o brasileiro terá um dia de escolher entre direitos trabalhistas e emprego”, ele não está abrindo uma polêmica, ele está falando um “absurdo” que deveria ser condenado pelo jornalismo de qualquer meio.

O mesmo vale para o caso do Inpe, com Bolsonaro tentando desqualificar dados apenas porque eles não o agradam.

“O presidente da República está errado. Enfim, vale dar uma olhada nos dicionários para entender o significado de polêmica. Quem quiser passar pano para os absurdos de Bolsonaro, pode, pelo menos, fazê-lo com mais lealdade à inculta e bela. Vale dar uma olhadinha no Aurélio, tá ok?”

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Redação

11 Comentários

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  1. Foi um conterrâneo meu, um ministro paraibano, quem lascou Bolsonaro! Eu conheci, pessoalmente, o ex-ministro do Superior Tribunal Militar, José Luiz Clerot, o que está falando no áudio, no plenário do Superior Tribunal Militar, atuando na acusação, e bota pra torar no julgamento de Bolsonaro. Tem um video. Aí vocês vão saber quem era Bolsonaro no Exército. Tem um video. Foi nesse julgamento que Bolsonaro foi expulso do Exército Brasileiro, por mal comportamento, indisciplina, desobediência ao regime disciplinar do Exército, e tentativa de ataque terrorista: Explodir bombas em Quartéis para chamar a atenção do Comando do Exército e, por isso, foi preso. Boa coisa esse sujeito não aprontou! Se ele traiu o próprio Exército Brasileiro, corporação a que serviu, o que não fará um maluco desse Presidente do Brasil?!!! Clerot foi um político paraibano. Foi Ministro Civil do Superior Tribunal Militar e, depois, Deputado Federal por dois mandatos. Eu o conheci, discursando nos palanques eleitorais, em Campina Grande, na Paraíba, e a multidão gritava: Clerot! Clerot! Clerot!!! Ele faleceu em 16/04/2018, aos 82 anos de idade, em Brasília/DF. Quem estudou muito, tem experiência e vivência, sabe tudo! (Poeta nordestino de Sousa, no Sertão da Paraíba)???????✊

  2. Kennedy Alencar é o único soldado a marchar fora do compasso imposto a mão de ferro das Organizações Globo ( se eu tiver cometendo alguma injustiça e houver outro, me digam). Fala sem meias palavras o método de Bolsonaro. No epísódio com a Miriam Leitão e o Sérgio Abranches disse o que eu diria. Kennedy é o oposto de um Fernando Schuller, que se desdobra ao quadrado pra dar um verniz de normalidade a Bolsonaro (imagino quantos Schullers fizeram o mesmo há uns 80 anos lá na Alemanha ) . Não é à toa que o espaço de Kennedy na CBN vem diminuindo. Primeiro, saiu da parte de manhã do notícia da emissora (que se não me engano é o horário nobre do rádio) pra colocarem o insosso ao cubo Camarotti. Ele foi posto pra comentar durante uma hora de programa do jornal da CBN da tarde. Hoje, são míseros 15 minutos e ainda não atua às sextas por causa do Fim de Expediente, que conta com um economista com um nome a la Dias Gomes : Teco Medina ( que substituiu Mara Luquet num programete com Sardenberg. Quantas risadas tive ouvindo Sardenberg e Mara com os absurdos que ela dizia, mas de uma forma bem humorada. Era meu programa humorístico de rádio preferido. Teco nem pra isso serve). Kennedy só não foi mandado embora porque os Marinhos têm que ter sua cota de jornalistas que não seguem a marcha para assim no futuro as organizações globo terem a desculpa de dizer que eram democráticas, que abrigava vozes dissonantes. Reescrever o passado é a especialidade deles )

  3. “…ao classificar absurdos (…) como polêmicas…normalizam condutas que não devem ser normalizadas…” Mas isto é o Estado Brasileiro destas 9 décadas. É o Estado Brasileiro, que ainda hoje apesar de Redemocracia e Constituição Cidadã é norteado por Projeto, Estrutura e Legislação Fascista. Queriam o ‘abacateiro’ produzindo ‘mangas’? Loucura é fazer sempre as mesmas coisas, da mesma forma e esperar por resultados diferentes. Nossas discussões são surreais como o Estado no qual e onde vivemos. Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação. (P.S. O solo que produziu Bolsonaro é o mesmo de FHC, Lula, Tancredo Neves, Jango e Getúlio Vargas. Solo Ditatorial e Caudilhista)

  4. Bolsonaro é totalmente indigno do cargo que ocupa. Mas quem, além de nós e em memoria daqueles que construiram essa nação, se importam?
    A classe média está desesperada atrás de dinheiro. E o tráfico e o crime comendo o Brasil por dentro.

  5. Sinceramente, acho o Bolsonaro alguém que fica no meio-de-campo atrapalhando, enquanto que o jogo continua sendo jogado, de algum modo.

    Convenhamos. As medidas tomadas até então vão de vento em popa. Previdência, mudança na participação acionária da Petrobras, houve privatizações. E o estrangulamento financeiro de várias áreas, incluindo educação, vai levar àquilo que era impossível como algo que será inevitável.

    Haverá uma discussão entre reitores de Universidades federais em torno do estrangulamento do investimento em breve. Mesmo não sendo uma federal, acho que a estadual USP está em uma situação bastante confortável; afinal, são anos e anos de fundações questionadas por seus cursos pagos, suas prestações de contas sem fiscalização decente (Ministério Público de SP finge que fiscaliza?). É um know-how bastante considerável, com o perdão de meu cinismo.

    O governo continuará assim, impopular. Agora, até quando Bolsonaro governará, não importa. Se o plano de “liberalização” (sim, entre aspas) der certo durante o primeiro ano… bom, vai ser assim: enquanto vc se preocupa com a refeição do dia seguinte, eles estão privatizando uma coisa ou outra. Vc tem problema particular urgente pra resolver.

    A impressão que me passa às vezes é que alguns daqueles que criticam as ações antipovo do governo gostariam de dialogar e convencê-lo de parar (se vc achar que estou agindo de modo leviano, sem citar alguns nomes, ok, basta descartar essa opinião).

    É bastante curioso, no entanto, que o governo desqualifique dados claros quando estes dados contradizem suas declarações. Ué, não era o “critério técnico sobre o ideológico” a marca do governo? Então, não se trata de viés técnico. Este governo é a subcultura e a misologia como ideologias.

    Essa “intoxicação informativa” tá paralisando quem deveria lutar e propor uma solução nacional-popular.

    Quando Jacques Chirac foi para segundo turno, em 2002, contra o candidato da ultradireita francesa Jean-Marie Le Pen (tirando Leonel Jospin da disputa de modo surpreendente), população foi às ruas em boca-de-urna em defesa da República. Até mesmo partidos críticos de Chirac pregaram o voto útil a Chirac (uma lição a ser aprendida).

  6. Vocês da esquerda “OS CANHOTOS” estão querendo quem na presidência? Parem de achar argumentos para uma tentativa de derrubar o BOLSONARO, este aí não adianta fazer força não ele está bem fixado na presidência, procurem ajudar repassa do informações relevantes e não com estas notícias que se replicam na sandice de canhotos enfurecidos, parem e façam uma análise de toda a força que fazem para derrubar alguém que a maioria da população não permitirá, não esqueçam dos benefícios que estão chegando aos poucos pela deficiência causada pelos deputados federais e pelo senadores.

  7. Existem diversos jornalistas com viés de esquerda e outros de direita e a ideologia de cada um não serve para o julgamento se ele é bom ou ruim. A verdade dos fatos sem seletividade mas com opinião é que dá a credibilidade de cada um. Existem coisas boas e ruins em todos os governos sem exceção e cabe o jornalista ter a coragem e dever de comentar os dois lados independente do viés ideológico que tenha.

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