O que dizem as pesquisas de intenção de voto das eleições na Argentina 

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Os sete estudos dos últimos dias dão a Massa uma intenção que varia entre 42,4% e 49,9%, enquanto os votos de Milei entre 39,7% e 48,5%

Sergio Massa e Javier Milei disputarão o segundo turno na Argentina neste domingo (19). Foto: Montagem com fotos das campanhas de Massa e Milei

A 11 dias das eleições presidenciais na Argentina, as sondagens antecipam um cenário de paridade entre os candidatos Sergio Massa, da coligação governista União Pela Pátria, e Javier Milei, do partido de extrema direita A Liberdade Avança. Os números fazem deste processo eleitoral um dos mais competitivos da história argentina.

Mais de 35 milhões de cidadãos e cidadãs argentinos são chamados a participar do segundo turno, programado para o próximo dia 19 de novembro, depois de decidido no último 22 de outubro, quando Massa terminou em primeiro lugar ao obter 37% dos votos contra os 30% alcançados por Milei.

Os sete estudos publicados nesta última semana dão a Massa uma intenção de voto que varia entre 42,4% e 49,9%, enquanto os votos de Milei variam entre 39,7% e 48,5%. O curioso é que dos sete estudos apenas dois dão vantagem para Massa (leia mais abaixo). 

Na maioria das pesquisas, a diferença entre uma e outra não passa de 4,0%, no que elas indicam, até agora, empate técnico, com as respectivas margens de erro. Para especialistas, esse pode ser um lugar de conforto encontrado pelos institutos constantemente surpreendidos desde as prévias.

Já o voto em branco ronda os 2,0%, enquanto os indecisos oscilaram entre discretos 2,5% e volumosos 12,4% – este quesito pode ser decisivo para qualquer um dos dois candidatos.

Empate técnico 

Conforme o cientista político Bruno Lima Rocha, situado em Buenos Aires, e que participou da edição desta última segunda-feira (6) do Observatório de Geopolítica, programa da TV GGN, os institutos de pesquisas preferem ficar no empate técnico para não correrem os riscos de serem surpreendidos.

Ocorre que houve aumento na intenção de voto e nas pesquisas metodologicamente mais sérias, Massa está na dianteira. Em outras está Milei,  que lidera sobretudo em amostragens feitas 100% nas sociedades virtuais, onde a sua campanha se concentra mais desde as prévias.

Como Rocha disse no Observatório de Geopolítica, Massa possui vantagem na corrida, mesmo que não muito superior e temerária – no primeiro turno, a vitória do atual ministro da Economia surpreendeu inclusive pela porcentagem à frente de Milei. 

Incerteza e mobilização 

Dos sete estudos, apenas dois, os realizados pelas consultorias Zuban Córdoba e Analogies, consideram Massa vencedor, com diferença de 3,0% e 2,7% sobre Milei. A campanha do candidato governista tem usado a margem apertada para atiçar a militância e buscar mais empenho de prefeituras e governos aliados.

Também participando do Observatório de Geopolítica, o professor de geopolítica da Faculdade de Campinas (Facamp), James Onnig, entende que o ambiente de incertezas provoca na campanha de Milei o mesmo efeito: o de usar as pesquisas não para contar vantagem, mas para engajar os apoiadores.  

Outros cinco institutos de pesquisas (Projection Consulting, CB Consulting, Image and Political Management Consulting, Analytical Intelligence e Atlas Intel) prevêem intenção de voto majoritária para Milei, com diferenças de até 5% em relação ao rival.

A maioria dessas pesquisas usa o meio virtual como principal fonte, o que, como disse o cientista político Bruno Lima Rocha, pode representar um efeito similar ao primeiro turno, quando Massa aparentemente surpreendeu os institutos de pesquisas. Rocha acredita que a campanha de Milei aprendeu a lição e segue mobilizando as suas bases.

Com informações dos jornais Clarín e Pagina 12 e da agência RT  

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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