Palmeiras: da cova para a ribalta, por João Sucata

Palmeiras: da cova para a ribalta, por João Sucata 

Meninos eu vi. O inesperado, mas não impossível, aconteceu:  o time do Palmeiras não só jogou futebol, como com garra, foi o campeão da Copa do Brasil. O Santos, ao contrário, se encolheu. Foram 2 x 1 para o Verdão, casa tão cheia, mais de 39.600 pagantes, que sobrou torcida para encher toda a rua Palestra Itália, em frente ao estádio. Mais uma vez a torcida acreditou, só que desta vez deu certo. O ambiente de caldeirão fervendo extrapolou o estádio e ampliou-se para todo o bairro da Água Branca.

2×1 deu para levar a disputa para os pênaltis. O Santos chutou o primeiro fora e o segundo Prass defendeu. O Palmeiras fez o primeiro e o goleiro do Santos, Wanderlei, defendeu o segundo. 2×1 para  o Palmeiras. Emoção a beça. Ambos os times foram para mais um tiro e converteram, ficou 3×2. Mais emoção, sabe-se lá quantas mortes de cardíacos por aí. O quarto pênalti, se marcado pelo Palmeiras, tornava impossível o Santos alcançá-lo. Prass foi lá e converteu. Saiu um time campeão e um goleiro herói.  É o craque do time, substituto à altura de Oberdan, Valdir, Veloso, Leão, Marcos, e tantos outros defensores da meta alvi verde.

Se a torcida comemorava e chorava, os mais alegres eram o presidente Paulo Nobre e o técnico Marcelo Oliveira, que escaparam de uma boa. A torcida já estava a beira de ataque de nervos após oito jogos sem vitória, seis na Allianz Arena (Arena Palestra, segundo a TV Globo, que não dá ponto sem grana), nos quais o time se arrastava em campo, a defesa mais parecia time de fazenda (bola pro mato que o jogo é de campeonato), o meio de campo apanhava da bola, o ataque perdia oportunidades impossíveis, os jogadores mais pareciam postes assustados e acovardados.  Marcelo Oliveira sem dúvida deu alguma poção ao elenco, talvez aquela que toma o gaulês Asterix, para derrotar os romanos. Ou fez algo que só Mandrake sabe fazer.

O Santos não jogou como costuma. Os jogadores parecem ter ficado intimidados, como tem acontecido, quando jogam fora. No entanto, é um dos times mais promissores do país. Tem talento sobrando, jamais deveria ter jogado com o time reserva o último jogo pelo Brasileirão, pois tinha chance de obter a quarta vaga. Com time superior, apostou tudo contra o Palmeiras e perdeu.

Foi um jogo incomum e pode se repetir o mesmo de alguns anos atrás, quando Felipão levou um time medíocre do Porco a ser campeão da Copa do Brasil, mas nada mudou no restante, a tal ponto que em seguida iria cair para a segunda divisão. Esperemos que a diretoria aproveite a euforia para trocar metade do plantel, por jogadores mais gabaritados e experientes. Nada contra os jovens que vem da base, foram jogados na fogueira e desempenharam. Apenas não se pode queimá-los, exigir mais do que jogam no momento. Quanto aos 25 adquiridos, pelo menos metade não tem condições de jogar no Palmeiras. Paulo Nobre, Marcelo Oliveira e o diretor de futebol, Alexandre Mattos, sobreviveram, de candidatos a vilões, passaram a heróis. Pode agora, com tanta torcida (o principal protagonista da conquista) enchendo o estádio, com o prêmio de R$ 4 mi dado pela taça, com participação na Libertadores e até para participar desta decentemente, reforçar o grupo. A torcida, imensa, generosa, tem esse direito.

João Sucata

Redação

14 Comentários

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  1. Dedicatória

    Na qualidade de mero torcedor e que estava na Allianz ontem à noite, tomo a liberdade de dedicar o título ao Kfouri, ao Chico Lang, ao Rizek e ao Neto pela estímulo que eles deram ao time e à torcida. Assistam a esse vídeo http://youtu.be/MpC5Op5738U e entendam o porquê da minha gratidão.

  2. 1 minuto de acréscimo que virou 40 segundos

    É  o resumo da atuação do Juiz que deixou o Palmeiras quebrar 4 jogadores do Santos, Gabriel e Lucas Lima inclusos, nos 20 minutos de bola rolando do segundo tempo.

    Não tinha como o Santos vencer um Juiz deste, dissimulado e parcial.

    Agora a verdade é que ninguém, eu disse NINGUÉM, pois é, ninguém mesmo acredita na honestidade da vitória do Palmeiras.

    Daqui a dez anos ainda vão ter de se lamentar desta infâmia, isto se o time ainda existir.

    Futebol de luto.

     

      1. Homero você é melhor do que isto, não se desqualifique

        Qual a parte do meu comentário que você não concordou?

        Eu, o resto do Brasil e do planeta sabemos que sem a nefasta ajuda do Juiz o Palmeiras não tinha a menor chance.

        Tentar me desqualificar não te socorre nesta.

        1. Cara de Pau!

          Amigo…

          Depois do que aconteceu na Vila, semana passada, você tem coragem de dizer isso?!

          O Santos tem um time que é bom, mas um amontoado de mau-caráteres dirigido pelo MalafaiA do futebol, o tal Ricardo Oliveira.

          O time é Bom mas não tem honra nem vergonha na cara.

          Provocaram, bateram, e quando o juiz, que não deu aquele penalti ESCANDALOSO no Barrios, que ainda por cima teria punido com um cartão vermelho o Feliciano, Deivid Braz, olhava, se jogavam no chão para simular agressão.

          O Santos é a cara de um time falido. E espera:

          O Malafaia ainda vai cobrar o que o Santos não está pagando pros jogadores agora que a farsa acabou. A trairagem é o DNA desse cara.

          CHORAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

          KKKKKKKKKKKKKKKKKK

    1. Caro…

      A verdade é que ninguém, eu disse ninguém, deixou de notar o ressentimento e dor de cotovelo neste seu comentário.

      Não se exponha assim, fica feio de mais. Sobretudo quando ficou claro pro mundo que o Palmeiras jogou MUITO melhor que o Santos ontem. E a torcida fez a sua parte lotando o estádio e as redondezas. Num bonito gesto simbólico, o sofrido Parque Antártica, renomeado e remodelado, ressurgiu afastando o estigma da derrota.

      Simplesmente aceite que doerá menos.

    2. Espanholização

      Impressão minha ou ninguém está percebendo o processo de “espanholização” do futebol brasileiro? – muito dinheiro para poucos e pouco dinheiro para muitos com as cotas de TV. Para a alegria da grande mídia Corinthians e Palmeiras nas cabeças para a Libertadores + um punhado de coadjuvantes. E o resto que se lixe nos deficitários estaduais e maratona de jogos do brasileirão.

      Palmeiras de um time em crise com a cabeça do técnico já sendo pedida pela torcida repentinamente é elevado à condição de campeão épico pela grande mídia que esfrega as mãos para o próximo ano. O monopólio midiático projeta-se no monopólio esportivo.

  3. Bom mesmo é esse técnico

    Bom mesmo é esse técnico Marcelo Oliveira. Livrar um timeco desses do rebaixamento,  um amontoado de jogadores medianos para ruins, e ainda dar um título desses…..Se eu fosse o Marcelo Oliveira abandonava essa canoa furada e iria pra um time mais organizado. E que jogo horroroso…Muita incompetência do Dorival Junior que conseguiu jogar fora as duas chances pra libertadores. E com um time recheado de bons jogadores.  Esse a diretoria do Santos tem rifar logo pois o pior está por vir.

  4. Será que a tv golpista aprendeu a lição

    “Alvo de palmeirenses, Cleber Machado narra final de estúdio da Globo” “Mesmo sem o logotipo da Globo, torcedores palmeirenses reconheceram o carro que levava o narrador Cleber Machado na noite de quarta-feira (2) ao Allianz Parque (zona oeste da capital) e o atacaram na chegada ao estádio, local da decisão da Copa do Brasil. Segundo relatos de pessoas que viram a cena, o pânico foi grande e por pouco não conseguiram virar o carro da TV. Após escapar do susto, o narrador precisou se dirigir às pressas até os estúdios da emissora em São Paulo, na zona sul, para de lá narrar a final da Copa do Brasil, ao lado dos comentaristas Walter Casagrande e Caio Ribeiro. O repórter Mauro Naves foi quem fez a entrada ao vivo no Jornal Nacional falando direto da arena palmeirense. Em situação normal quem entra é o narrador do jogo. (…)'”

     

    http://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/…/alvo-de-palm…/

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