Relembre a reunião com embaixadores que deixou Bolsonaro inelegível

Reunião ocorreu há quase 1 anos e teve teoria da conspiração, ataque às urnas e às instituições, entre outros crimes

Jair Bolsonaro em encontro com embaixadores em julho de 2022.
Jair Bolsonaro em encontro com embaixadores em julho de 2022. As mentiras contra o sistema eleitoral brasileiro, propagadas na reunião, levaram Bolsonaro à inelegibilidade em junho de 2023. Foto: Reprodução/Youtube

O Tribunal Superior Eleitoral declarou, por 5 votos a 2, que Jair Bolsonaro está inelegível até 2030. O ex-presidente foi condenado por abuso de poder político na eleição de 2022, ao reunir, no Alvorada, um time de embaixadores de vários países, ocasião em que fez ilações sobre a corrida presidencial no País.

O encontro foi transmitido ao vivo pela TV Brasil e o registro constituiu provas que alimentaram o processo eleitoral contra Bolsonaro. No discurso do ex-presidente, há teoria da conspiração, mentiras contra a urna eletrônica, ataque a ministros e às instituições, entre outros crimes.

O TSE determinou a remoção do vídeo das redes sociais.

Nesta sexta (30), além da condenação no TSE, a acusação contra Bolsonaro respaldará ação do Tribunal de Contas da União, que vai apurar o ônus que a reunião com embaixadores gerou para os cofres públicos.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou ainda o compartilhamento do processo com a Procuradoria-Geral da República, para averiguar a responsabilização criminal de Bolsonaro, além do Supremo Tribunal Federal, onde há dois inquéritos que podem implicar ainda mais o ex-presidente.

Relembre, abaixo, o encontro com embaixadores, que ocorreu em julho de 2022.

Em reunião com embaixadores, Bolsonaro distorce a verdade

Por Lourdes Nassif, do Jornal GGN

Jair Bolsonaro se reuniu com embaixadores hoje, em Brasília, e abusou do direito de distorcer a verdade. Deu nova versão a dados da própria Polícia Federal e criticou os ministros do STF e TSE, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

Atacou novamente as urnas eletrônicas e baseou seu discurso no ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições de 2018. Bolsonaro afirmou que a Polícia Federal concluiu que os hackers poderiam alterar os dados fornecidos às urnas eletrônicas.

“Segundo o inquérito, os hackers ficaram oito meses nos computadores do TSE e, ao longo do inquérito, houve a conclusão de que eles poderiam alterar nome de candidatos, tirar fotos, transferir uma informação para outro. O próprio Tribunal Superior Eleitoral concluiu que há várias maneiras de se alterar o processo de votação”, disse Bolsonaro.

A distorção fica por conta de o inquérito não ter concluído que houve fraude no sistema de votação de 2018 ou que tenham sido adulterados os resultados. O próprio TSE afirmou que os hackers não representaram risco à integridade das eleições de 2018.

Bolsonaro usou seu cargo para desacreditar o TSE e atacar o STF.

Não satisfeito em falar inverdades sobre os inquéritos da Polícia Federal também atacou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Bolsonaro disse, novamente, que Fachin foi o responsável pela libertação do ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas atuais.

Atacou Barroso dizendo que foi indicado por Lula por ter atuado no processo de extradição do italiano Cesare Battisti.

Leia também:

TSE multa Bolsonaro por reunião com embaixadores

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador