Toffoli ameaça enquadrar PF, 13ª Vara e MPF em Curitiba por “crime de desobediência”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Ministro reagiu ao descumprimento recorrente de decisões do STF pelos agentes envolvidos na Lava Jato

Ministro Dias Toffoli, do STF. Foto: Carlos Moura/SCO/STF
Ministro Dias Toffoli, do STF. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ameaçou enquadrar agentes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e a 13ª Vara Federal em Curitiba por crime de desobediência, caso haja relutância em cumprir, no prazo de até 10 dias, a ordem para compartilhar a íntegra das mensagens da Operação Spoofing com todos os réus da Lava Jato, bem como a íntegra do acordo de leniência da Odebrecht e das delações premiadas derivadas de tal ajuste.

A postura de Toffoli decorre da “injustificável recalcitrância no tocante ao cumprimento integral das determinações anteriormente expedidas” pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que já havia expedido essas mesmas medidas pelo menos oito vezes, tendo sido desrespeitado pela Lava Jato.

O aviso “derradeiro” de Toffoli ocorre no âmbito da Reclamação 43.007, apresentada pela defesa de Lula. Nesta quarta-feira (6), Toffoli declarou as provas do acordo de leniência da Odebrecht imprestáveis, reconheceu que a prisão de Lula foi um “dos maiores erros judiciários da história” e determinou a investigação dos agentes da Lava Jato envolvidos em irregularidades, além do compartilhamento de provas.

OS PEDIDOS DE TOFFOLI

Toffoli determinou, “pela derradeira vez, à Diretoria-Geral da Polícia Federal, para que apresente, no prazo impreterível de 10 (dez) dias, o conteúdo integral das mensagens apreendidas na “operação spoofing”, de todos anexos e apensos, sem qualquer espécie de cortes ou filtragem, sob pena de incidência no crime de desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal.”

“De igual modo, oficie-se o Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba e ao Ministério Público Federal de Curitiba, pela derradeira vez, para que apresente, no prazo impreterível de 10 (dez) dias, o conteúdo integral de todos os documentos, anexos, apensos e expedientes relacionados ao Acordo de Leniência da Odebrecht, inclusive no que se refere a documentos recebidos do exterior, por vias oficiais ou não, bem como documentos, vídeos e áudios relacionados às tratativas – inclusive prévias com cronogramas – desde as primeiras reuniões e entabulações, bem como as colaborações premiadas vinculadas ao referido acordo de leniência, sob pena de incidência no crime de desobediência, previsto no art. 330 do Código Penal”, determinou Toffoli.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Quando era presidente do STF e tinha o dever de enfrentar um general de merda ousou ameaçar a Suprema Corte, Dias Toffoli cagou nas calças de medo ao invés de mandar a PF enjaular Villas Boas. Esse nóia não merece nem aplausos, nem admiração. Toffoli participou da fraude e ajudou um bando de picaretas a remover a soberania popular da equação política para que o neoliberalismo autoritário fosse implantado no Brasil por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Lula cometerá um erro histórico se voltar a se aproximar dessa cobra. Toffoli mudou de pele, mas irá morder a democracia e envenenar a democracia para sobreviver assim que a imprensa voltar a criar condições para um golpe de estado disfarçado de Impeachment. Ele traiu Lula e Dilma Rousseff no passado. E traíra ambos no futuro para garantir seu espaço a qualquer preço. Esse monte de merda jurídica precisa ser isolado e mantido à distância.

  2. Dallagnol justifica um suposto erro maior do STF para justificar um erro menor, praticado pela Lavajato: a condenação lawférica do Lula:

    “O maior erro da história do país não foi a condenação do Lula, mas a leniência do STF com a corrupção de Lula e de mais de 400 políticos delatados pela Odebrecht”.

  3. Penso que poderiam aproveitar e incluir o suspeito TRF4, nessa repreensão adequada e tardia, contra a ilegal falta de respeito e a flagrante descompostura. Essa coligação altamente suspeita desonra o Poder Judiciário com a sua insubordinação, com a sua insistência em continuar abusando dos poderes constitucionais amplamente desrespeitosos e pelo amplo desrespeito que fazem a instituição do STF.

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