Lava Jato: Após nove anos, bancos suíços ainda mantêm R$ 600 milhões congelados

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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A cooperação entre os suíços e os brasileiros começou em abril de 2014. Em nove anos, no entanto, o processo foi permeado por polêmicas

Logo do banco Credit Suisse. | Foto: Pixabay

A investigação conduzida pela Suíça sobre os casos de corrupção da operação Lava Jato ainda mantém quase R$ 600 milhões congelados em bancos do país europeu. A informação foi publicada por Jamil Chade, nesta quinta-feira (15), no Uol. 

Os dados sobre os valores são do Ministério Público Federal, em Berna, que confirmou que os inquéritos continuam sendo tratados, inclusive contra bancos suíços, que detém os montantes.

A cooperação entre os suíços e o Brasil começou em abril de 2014. Desde então, o MP suíço apura os casos com indícios de lavagem de dinheiro e corrupção de funcionários públicos, já que as suspeitas também faziam parte do Código Penal da Suíça. 

Em nove anos, no entanto, vale ressaltar que o “processo foi permeado por polêmicas, inclusive com a revelação de que a troca de informações entre os suíços e brasileiros nem sempre passou por canais oficiais”, relembrou Chade. 

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Montantes

No auge da operação Lava Jato, os suíços afirmaram que mais de CHF 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) havia sido congelado, em mais de mil contas bancárias.

Agora, o MP suíço informou que “mais de CHF 450 milhões (R$ 2,4 bilhões) foram devolvidos às autoridades brasileiras com o consentimento das pessoas envolvidas.” Ou seja, os recursos de suspeitos e condenados foram devolvidos ao Brasil, em grande parte por conta dos acordos de leniência ou delações premiadas. 

Contudo, só no caso Petrobras/Odebrecht, “cerca de CHF 110 milhões (R$ 591 milhões) em ativos estão atualmente apreendidos na Suíça sob a autoridade do Escritório do Procurador Geral”. Isso porque, para que estes valores sejam devolvidos, os suspeitos precisam ser condenados em última instância no país ou fechar acordos no qual aceitam entregar seus ativos.

Pendências

O MP da Suíça também admitiu que não concluiu ainda todos os procedimentos e que há casos pendurados. “Nesse complexo de investigações, mais de 20 processos criminais estão atualmente pendentes”, disse. 

Além disso, segundo as autoridades do país europeu, existem quatro casos ainda pendentes contra instituições financeiras na Suíça, que estão sendo investigadas por seu papel na operação de corrupção.

Até o início de 2019, quatro bancos haviam sido punidos, o Credit Suisse, BSI, PKB e o Banque Heritage. No caso do Credit Suisse, a autoridade de supervisão concluiu que o banco Credit Suisse falhou no combate à lavagem de dinheiro em casos de corrupção envolvendo a Petrobras.

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