A participação da CIA na “Mani Pulite”, pregressa da Lava Jato, comentário de Redpill

Os bastidores da participação da CIA na Operação "Mani Pulite" da Itália, que inspirou a Lava Jato

Comentário de Redpill à publicação “Transparência jateada”, de Carol Proner:

No GGN, em outubro de 2015: “Considerações sobre a Operação Mani Pulite, de autoria de Sérgio Moro é o melhor preâmbulo até agora escrito para a Operação Lava Jato. Em sete páginas, Moro analisa Mani Pulite e escreve um manual de como montar operação similar no Brasil.” (…)

A agência de investigações estadunidense Kroll era presente em Milão quando o então chefe da CIA, James Woolsey, fez saber que o governo Clinton recolhera volumoso dossiê e insinuou que podia “jogar merda no ventilador” quando quisesse. Detalhe: a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, despediu-se de Brasília para ser assessora qualificata da Kroll, empresa que operou para o fundo Opportunity, um dos braços financeiros importantes do processo de privatização no Brasil, associado ao Citybank na farra dos anos 90.

Como o artigo do GGN reconheceu, a Lava Jato foi operação de guerra. Na Itália, foi um golpe judiciário para abater uma classe política corrupta que governava mas não cedia assets estratégicos e patrimoniais.

Fontes confirmam que Bettino Craxi sabia que magistrados sabiam dos financiamentos ilícitos. Francesco Cossiga, homem de Gladio, insuspeito “americano”, reconhecera a participação da CIA em Mani Pulite. Para Giuliano Urbani, ex-ministro de Berlusconi, Di Pietro foi instrumento da CIA contra Craxi, Spadolini e Andreotti.

Mani Pulite teve início logo após o famoso encontro no Royal Yatch Britannia, em 1992, a bordo com a fina flor da finança mundial reunida ao lago de Civitavecchia, com a parte italiana liderada por Mário Draghi. Programa: vender e desmantelar o que sobrasse do sistema produtivo italiano. Nesse grupo, era presente o palhaço Beppe Grillo, escolhido para atuar na manipulação político/ideológica: sai político corrupto, entra lesa pátria corrupto.

Foi o início de um programa piloto pré-estabelecido e bem articulado. Berlusconi foi exemplo sem igual na Europa. Segundo o francês Guy Hermet, a única semelhança digna de nota foi o Collor com a rede Globo, na América Latina. Di Pietro abandona a toga e funda o partido “Itália dei Valori”, com apenas 3% dos votos nas eleições que se seguiram, partido cavalo de troia que servia para Berlusconi comprar parlamentares na hora do aperto.

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