Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Esticar ou não a corda não impedirá o genocida de tentar o golpe, por Francisco Celso Calmon

Um governo de corruptos e corruptores da moralidade das instituições, que trocou a ordem e progresso da bandeira, pela desordem e retrocesso

Esticar ou não a corda não impedirá o genocida de tentar o golpe.

por Francisco Celso Calmon

Mas pode servir, dependendo de deixar frouxa, uma vez mais a não organizar a resistência proativa.

Foi com reações como a do general Lott, com o chamado golpe preventivo, garantindo a posse de Juscelino, e a do Brizola, com a cadeia da legalidade, assegurando a posse de João Goulart, que foram evitados dois golpes.

Em 1955, general Henrique Teixeira Lott, ministro da guerra, realizou o “golpe preventivo”, o contragolpe para garantir a continuidade da legalidade no país, devido a efervescências de boatos de conspirações na capital da República. Suas tropas tomaram o controle de unidades militares, invadiram prédios governamentais, estações de rádio e jornais e depuseram o presidente interino Carlos Luz.

Nereu Ramos, presidente do Senado, assumiu a presidência do Brasil, e foi garantido a posse de JK para 1956. Um movimento ilegal para garantir a legalidade constitucional.

Já Leonel de Moura Brizola, a época governador do Rio Grande do Sul, em 1961, através de emissoras de rádio, convocou os brasileiros a lutar pela legalidade e defender a Constituição contra militares que tentavam impedir a posse do vice-presidente João Goulart na Presidência da República, após a renúncia do presidente Jânio Quadros.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn

O próprio Brizola armou voluntários e funcionários do governo.

Sua resistência dividiu as Forças Armadas e conseguiu apoio do general Machado Lopes do 3º Exército. Dessa forma, Brizola conseguiu, na defesa de Jango, 40 mil soldados do Exército, 13 mil homens da Brigada Militar e 30 mil voluntários armados, mais uma multidão mobilizada pela rádio.

Os ministros militares golpistas ordenaram o bombardeio à sede do governo gaúcho, porém, sargentos da base aérea de Canoas no RG esvaziaram pneus e desarmaram os aviões que seriam usados no ataque.

A resistência, iniciado no Sul, angariou apoios de muitas partes do país.

O governador de Goiás à época, Mauro Borges, apoiou Brizola e arregimentou voluntários para formar um “exército da legalidade” e garantir, se necessário, que Jango chegaria à Brasília a partir de Goiânia.

A UNE transferiu sua sede política para Porto Alegre, e a OAB se posicionou resolutamente contra a tentativa do golpe.

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À medida que a certeza da vitória do Lula aumenta, o desespero do Bolsonaro cresce, e as Forças Armadas se acautelam, pois sabem que a aventura da assunção do bolsonarismo só levou a mais um descrédito histórico, e começam a sentir que é hora de voltar aos quartéis, de onde não deveriam ter saído.

A situação econômica e social, o desmonte do patrimônio nacional, não atinge apenas os civis. A tragedia sanitária e econômica, muito maior por incompetência do governo dirigido por militares e primitivos neoliberais, causando mortes e sequelas, provocando inflação, desemprego (mais de 12 milhões), carestia, aumento dos famélicos nas ruas (mais de 33 milhões), 120 milhões na insegurança alimentar, salário real em queda, paralisação de investimentos, tudo isso atinge também as famílias dos militares e lhes causa vergonha e indignação ante à farra imoral das compras de caviar a viagras e próteses penianas.

Se pode não abalar aos que estão ideologicamente com o nazifascismo do Bolsonaro, comove aos demais e deve dar repugnância e vergonha.  

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Um governo de corruptos e corruptores da moralidade das instituições, que trocou a ordem e progresso da bandeira, pela desordem e retrocesso, necessita de coragem da resistência para colocá-los no lugar que lhes é mais apropriado e justo: a prisão. 

É verdade que existem centenas de milicianos bolsonaristas, bem com os playboys motoqueiros, que podem atentar contra o resultado eleitoral; para contrapor devemos ter o povo nas ruas, e, se mister, em nome da lei e da ordem, os militares terão que garantir o respeito ao pleito homologado pelo Poder Judiciário, que será reconhecido internacionalmente de imediato.

Entre outubro e o dia da posse de Lula haverá tempo para aventuras bolsonaristas.

Isolados o quanto antes podoria levá-los ao exílio voluntário e paz à nação. Mas não creio!

O velho ditado: prevenir é melhor que remediar.

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

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Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

1 Comentário

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  1. “Quando a oposição não mostra os dentes, a situação não tem medo de mordida”
    Zé Genoino

    Chega de oposição namastê

    chega de conciliação

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