A lógica dos baixos preços do petróleo

Por Rogério Maestri

Para se falar em petróleo tem que se pensar no recurso natural Petróleo (óbvio, é claro) e muitas pessoas começam a falar e dissertar esquecendo-se do básico, as reservas comprovadas de petróleo CONVENCIONAL das grandes petroleiras e a posição de cada uma no mercado internacional.

Todos sabem que o mercado mais Mafioso do Mundo, ultrapassando mesmo a construção civil (esta é mais mafiosa em microescala), é o mercado do petróleo e todos sabem também que a maior de todas as empresas é a Exxon Mobil, porém talvez não seja conhecimento que esta grande empresa não está tão bem assim quanto às reservas comprovadas de petróleo CONVENCIONAL, só para começar o assunto vou enumerar de acordo com um artigo bem recente 15/12/2014 de Paul Ausick denominado The World’s Top 10 Oil Companies onde o mesmo cita as dez empresas privadas (a Petrobrás é tida como tal no mercado norte-americano) com maiores reservas comprovadas de petróleo. Ele não coloca nesta lista as reservas que estão nas mãos dos sheiks árabes.

1. Exxon Mobil

 Proved Oil Reserves: 11.76 billion barrels

 2013 Oil Production: 709 million barrels

 Enterprise Value: $401.5 billion

 Revenues: $392.843 billion

 Net Profit: $34.3 billion

2. Petrobras

 Proved Oil Reserves: 11.04 billion barrels

 2013 Oil Production: 715.4 million barrels

 Enterprise Value: $142.534 billion

 Revenues: $146.297 billion

 Net Profit: $9.083 billion

3. PetroChina

 Proved Oil Reserves: 11.314 billion barrels

 2013 Oil Production: 932.9 million barrels

 Enterprise Value: $362.749 billion

 Revenues: $379.553 billion

 Net Profit: $21.236 billion

4. BP

 Proved Oil Reserves: 10.07 billion barrels

 2013 Oil Production: 733 million barrels

 Enterprise Value: $133.556 billion

 Revenues: $373.783 billion

 Net Profit: $9.229 billion

5. Royal Dutch Shell

 Proved Oil Reserves: 6.621 billion barrels

 2013 Oil Production: 564 million barrels

 Enterprise Value: $222.906 billion

 Revenues: $437.974 billion

 Net Profit: $16.06 billion

6. Chevron

 Proved Oil Reserves: 6.345 billion barrels

 2013 Oil Production: 632 million barrels

 Enterprise Value: $210.71 billion

 Revenues: $204.024 billion

 Net Profit: $20.7 billion

7. Total

 Proved Oil Reserves: 5.413 billion barrels

 2013 Oil Production: 426 million barrels

 Enterprise Value: $149.675 billion

 Revenues: $212.723 billion

 Net Profit: $11.56 billion

8. Suncor Energy

 Proved Oil Reserves: 4.372 billion barrels

 2013 Oil Production: 193 million barrels

 Enterprise Value: $46.665 billion

 Revenues: $36.475 billion

 Net Profit: $2.735 billion

9. ConocoPhillips

 Proved Oil Reserves: 4.779 billion barrels

 2013 Oil Production: 258 million barrels

 Enterprise Value: $94.09 billion

 Revenues: $57.461 billion

 Net Profit: $9.395 billion

10. Canadian Natural Resources

 Proved Oil Reserves: 3.513 billion barrels

 2013 Oil Production: 151 million barrels

 Enterprise Value: $44.24 billion

 Revenues: $16.482 billion

 Net Profit: $2.812 billion

Olhando os dados desta listinha chega-se a conclusões notáveis, tais como:

1)      Sem ainda uma nova rodada do Pré-sal as reservas comprovadas em mãos da Petrobrás chegam bem próximas as reservas comprovadas da Exxon Mobil, ultrapassando as gigantes BP, Shell, Chevron e Total (empresas como a italiana AGIP nem está nesta lista).

2)      Que o valor de mercado muitas vezes não corresponde diretamente aos lucros das mesmas ou das reservas comprovadas.

Alguém precipitadamente pode atribuir aos grandes lucros da Exxon Mobil e outras empresas em relação as suas reservas comprovadas a uma melhor capacidade gerencial, ou dizer ao contrário, que o lucro da Petrobrás em relação às outras é baixo devido aos desmandos na mesma. Porém estas afirmações podem ser facilmente rebatidas.

Empresas como a Exxon Mobil, a BP, a Shell e a Chevron tem grande parte de suas explorações em países como o Iraque ou a Líbia, bem como a participação na Arábia Saudita, Kuwait e outros emirados, ou seja, apesar das reservas não serem suas o lucro da operação e comercialização provém de reservas de terceiros.

Esta participação das grandes empresas petroleiras em países como o Iraque, Líbia e mesmo nos mais estável Arábia Saudita, o Kuwait e demais emirados (não se sabe até quando), estão sujeitas aos humores políticos locais e do próprio governo norte-americano.

Antes da revolução Iraniana, da intervenção no Iraque as reservas das grandes empresas de petróleo eram imensas, e mesmo na época do Kadafi na Líbia grandes contratos de produção de petróleo já estavam sendo negociados entre o governo Líbio e as grandes empresas. Logo o que podemos dizer que diferentemente do que a imensa maioria da imprensa e o senso comum de pessoas informadas, as peripécias e o apoio incondicional dos Estados Unidos tem sido um verdadeiro desastre para as grandes petroleiras. Ou seja, as intervenções diretas ou indiretas do governo norte-americano tem prejudicado mais as petroleiras do que auxilia-las.

Porém se considerarmos somente este cenário, podemos rapidamente concluir que as reservas do pré-sal são a cereja do bolo e o bônus central das grandes irmãs, porém aí entra em jogo outro fator, o petróleo de folhelho (conhecido pela massa como o petróleo de xisto, um imenso erro de notação!).

Talvez a leitura da publicação US oil and gas reserves study – 2014 de uma pista mais forte do principal objetivo do petróleo a preço baixo. Esta publicação baseada nos dados da United States Securities and Exchange Commission (SEC) mostra o estado das reservas comprovadas nos USA CONVENCIONAIS e NÃO CONVENCIONAIS, e o principal a evolução dessas reservas nos últimos anos por companhia e grupos de companhias.

Neste relatório além dos dados individuais as companhias de petróleo são divididas em três grandes grupos, as Integrateds (numa tradução grosseira, as integradas) que são as maiores que aparecem acima (BP, Chevron, Exxon Mobil, Hess e Shell), as Large independents (as grandes independentes) e as Independents (independentes), nessas últimas aparecem a Conoco-Phillips já colocada entre as maiores do mundo.

Pois se analisando este relatório, alguns dados saltam logo a vista, a progressão em termos de aumento de reservas destes grandes grupos e o custo de extração dos mesmos.

Olhando os diversos dados deste relatório se verifica várias coisas, primeiro que a taxa de reposição das reservas dos grandes e pequenos independentes é significativamente maior do que a reposição das Integradas. Das reservas comprovadas norte americanas que passaram de 16,7 bilhões de barris em 2009 para 25,4 bilhões de barris em 2013, apesar da Exxon Mobil possuir 2,3 bilhões de barris, as reservas das Integradas simplesmente estão estabilizadas em níveis de 2009 (mesmo com um leve declínio). Por outro lado, como as reservas das Integradas provém a maior parte de campos tradicionais de petróleo os custos das mesmas na extração são significativamente mais baixos.

Agora vamos à conclusão, a queda do preço do petróleo no mercado mundial, que é tão artificial quanto à alta que ocorreu em 2008, ela num primeiro momento serviu para que a produção do petróleo norte-americano aumentasse assustadoramente através da exploração do petróleo não convencional, serviu para que a economia norte-americana gerasse milhões de empregos bem remunerados na indústria do petróleo do fracking e tirasse os Estados Unidos da recessão (Vocês acham que o que tirou os Estados Unidos da recessão foi baixar a taxa de juros de 2% para 0,5%? Se acham reformulem suas convicções.), e também serviu (como dano colateral) para reforçar as economias da Rússia e Venezuela e baixar o status das grandes petroleiras.

A atual política de preços baixos visa principalmente em fazer voltar ao mercado as grandes, e retirar do mercado a imensa maioria de pigmeus (pigmeus, para o mercado de petróleo) que estão devidamente endividadas e com custos altos de produção. O resto, como a Rússia, Irã, Venezuela e Petrobrás é tudo bônus extra.

Redação

27 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O preço do barril de petróleo

    O preço do barril de petróleo é determinado pela OPEP,  que reúne os países produtores de petróleo e que são expoentes na exportação do mesmo (razão pela qual os EUA que possuem enormes reservas mas consome mais do que produz, não é  membro, enquanto a Venezuela é).

    As empresas como a eexxom e a petrobras possuem as concessões de exploração e não a titularidade das reservas mediante contratos.

    A OPEP baixou os preços do barril, o que atrapalha a exploração do pré sal para conter os EUA quanto ao uso do xisto diminuindo sua dependência do petróleo. 

     

    1. Tudo errado. A OPEP NÃO FIXA

      Tudo errado. A OPEP NÃO FIXA PREÇO DE BARRIL, a OPEP tenta regular a produção de cada Pais membro, quem faz o preço é a Baltic Exchange, Bolsa de Petroleo de Londres e a Bolsa de Chicago (Chicago Mercantile Exchange) , que negocia preço PARA ENTREGA FUTURA do barri tipo Brent, é o preço futuro que referencia o preço para entrega no spot.

      Na ultima reunião da OPEP ficou combinado que os paises membros MANTERIAM a produção, ninguem aumentou a produção, o simples fato de manter a produção quando a demanda cai faz cair os preços no mercado futuro.

      Os EUA jamais entrariam na OPEP, entidade fundada exatamente para enfrentar os EUA. A OPEP é um clube de PAISES que vive da exportação de petroleo, não tem outra coisa, não serve para grandes produtores que tem economia diversificada, como Canada, Russia, Mexico. Uns bocós aqui no Brasil dizeram que o Brasil foi “convidado” para ser socio da OPEP, o Ministro Lobão chegou a falar isso, não tem o MENOR SENTIDO, o Brasil não é e não será exportador de petroleo bruto, não tem grandes reservas e tudo o que produz consome e ainda precisa importar.

       

      1. Tudo errado? Você repetiu o

        Tudo errado? Você repetiu o que escrevi sob um vies obviamente contra os americanos.  A OPEP faz cair o preço aumentado a produção e o mantém alto baixando a produção ou a mente do nos mesmos níveis.  A cotação em bolsa apenas reflete essa decisões. 

        A OPEP nada mais é  do um cartel dos países cujas economias se baseiam quase unicamente no petróleo, na exportação dos mesmos.

        O artigo do post toma toda a floresta pela árvore,  o filme pela foto. 

  2. Não tenho tanta certeza das

    Não tenho tanta certeza das conclusões. Os americanos do norte não estão  preocupados com as grandes do setor, precisam que o óleo e o gás sejam comercializados em dólar. O motivo é bem simples eles podem emitir em dólar, portanto, não interessa quem é o dono da reserva desde que venda em dólar. Se houver outra moeda a farra de emissão sem lastro desequilibra o preço. Sob este ponto de vista o acordo Rússia China de fornecimento de gás, e os acordos Irã Índia não podem se efetivar em hipótese alguma, questiona o padrão dólar reserva, dólar moeda.

    O certo é que o mercado de petróleo estava ‘precificando’ o dólar gerado pelo excesso de dólar do banco central americano, 120 dólares o barril era devido ao excesso de dólares. Como nada mudou de forma significativa na economia, trata-se de uma tentativa de manipular e desestabilizar o mercado e, de quebra, comprar o que tiver a baixo preço agora. Ate agora as grandes vítimas são Rússia e Irã.

  3. excelente materia

    Excelente e esclarecedora materia.

    A mafia do petroleo vem desde Rockfeller, que elegia presidentes dos USA a seu bel prazer.

    Manipulam o bem mais precioso existente no mundo: o petroleo.

    Dai se entende a guerra da Petrobras, que a oposição, servil e de joelhos aos interesses multinacionais, como se fosse uma religiao, e mais ainda, uma predistinação do Brasil.

    A elite encastelada nessa oposicao claudicante, ainda sonha com um Brasil atrelado as grandes potencias, como quem ve no irmao mais velho a fonte da sabedoria. E desfrutando das benesses dessa submissão, mas garantindo suas vantagens.

    Todo apoio à Petrobras, é necessário. O perigo é grande, o poder as grandes irmãs é imenso, e cansam de tirar e por governos, como os emirados, a Arabia Saudita, e tantos outros. Acabam ficando ouriçados com Russia, Venezuela, e agora Brasil. Ja derrubaram Kadafi, na Libia, desmontaram Husseim, e assim vao nadando em golpes de estado, em falcatruas. Para o poder dessa organização, não ha limites.

    1. Rockefeller nunca elegeu

      Rockefeller nunca elegeu Presidentes dos EUA, ao contrario, foi por eles fustigado a ponto de fazerem imlodir sua empresa Standard Oil Co., rachada em 6. Theodore Roosevelt tinha horror a Rockefeller e a reciproca era verdadeira.

      1. A história não é bem

        A história não é bem assim, Theodore Roosevelt lutou contra os monopólios exatamente porque estes estavam elegendo presidentes!

  4. Folhelo ?

    Rapaz, o óleo é extraído do xisto betuminoso, ou oil shale. O xisto fino, ou folhelo ou simplesmente shale é outra coisa.

    Vá estudar antes de chamar a massa de ignara.

    De resto, é óbvio que o alvo dos preços baixos é sepultar o desenvolvimento e consequente barateamento da extração de óleo de xisto, mas não pelo motivos citados.

    O grande medo, dos árabes, é a China explorar suas reservas assim que o preço da exploração ficar conveniente, com a tecnologia se aprimorando.

    1. Você está errado.

      Não existe xisto betuminoso, óleo de xisto ou gás de xisto. O xisto é uma rocha metamórfica formada em temperaturas incompatíveis com a presença de petróleo. O Rogério Maestri está certo quando diz que chamar a rocha sedimentar folhelho (também não é folhelo) de xisto é um imenso erro de notação!”. Provavelmente obra de um engenheiro incompetente que infelizmente pegou.

      1. Boa aula. Só complementando,

        Boa aula. Só complementando,  o xixto já foi um dia um folhelho, que passou por condições extremas de pressão e temperatura e se metaforfizou,  ou seja, sofreu alteração em sua  estrutura e sua química original. Então o gás e/ou petróleo é destruido durante o processo de metamorfismo, se tranformando em grafite e gás carbônico. O Pão de Açúcar,  p. ex, é uma rocha metamórfica, um gnaisse no caso.

      2. Ok

        Eu estou errado, ainda bem que estou bem acompanhado, com a massa, a Petrobrás e seus geólogos ( todos burros ), todos os legisladores brasileiros, empresários da área, enfim, todos.

        Ainda bem que temos os joãozinhos-do-passo-certo como vocês para nos lembrarem o quanto somos ignaros.

        Cabe a vocês reeducarem o Brasil inteiro e, tarefa concluída por aqui, será a hora de ir a Portugal, ensinar a eles o portugues correto falado por aqui.

        Heheheheheh 

        http://www.dinheirovivo.pt/empresas/interior.aspx?content_id=3737415

         

          1. Está muito mal informada a CPRM.

            “… em 2009 pela primeira vez aquele país exportou mais combustíveis fósseis e seus derivados do que importou”.

            O EUA importa quase tanto petróleo quanto o que extrai em seu território. Ainda são importadores líquidos de gás, algo próximo de cinco por cento de suas necessidades. Exporta um percentual pequeno, não chega a dez por cento, de sua extração de carvão, que está longe de compensar o conteúdo energético do gás e petróleo importado, compensa o gás importado e olhe lá. No passado, o EUA foi grande exportador líquido de petróleo e derivados, o maior domundo nesse setor, deixou de sê-lo nos anos 1950, portanto, não é “pela primeira vez…”, até porque isto não está se verificando como se verificou no passado. As técnicas de fraturramento e de perfuração horizontal são muito anteriores 1990.

            Lendo mais a matéria , que cita a figurinha carimbada do “consultor” Adriano Pires, vemos quais são as fontes do artigo: reportagens e postagens dos “colonistas” de Veja, Zero Hora, Época… lobby puro, não é  preciso comentar mais nada.

        1. Alex, estás errado, e a massa

          Alex, estás errado, e a massa também está errada, o uso da notação óléo ou gás de xisto, causa uma enorme confusão, no caso do “óleo de xisto” é uma tradução errada de “oil shale” ou de “shale oil” que em inglês são coisas COMPLETAMENTE DIFERENTES, podes ver em

          http://www.coga.org/pdf_Basics/Basics_OilShale.pdf

          http://www.theenergyreport.com/pub/na/the-difference-between-oil-shale-and-shale-oil

          http://en.mongolianminingjournal.com/content/34622.shtml

          http://www.nasdaq.com/article/the-difference-between-oil-shale-and-shale-oil-and-6-ways-to-play-it-cm43848

          Tanto é dúbia a notação, que em inglês atualmente o pessoas utiliza a notação “tight oil” ou “Ight gas”, que traduzido literalmente seria óleo e gás apertado. Como o nome também é uma espécie de “nome fantasia” seria melhor chamar óleo e gás de folhelho vinculando a rocha sedimentar que os contém.

          1. Nomenclatura dúbia

            Concordo que a nomenclatura de hidrocarbonetos em reservatórios não convencionais (que alguns preferem chamar de complexos) é dúbia e carece de uma padronização. Mas a utilização de “tight oil” ou “tight gas” provem de “tight reservoirs” (em português reservatórios fechados), que são reservatórios convencionais (essencialmente arenitos e carbonatos) de baixíssima porosidade e permeabilidade zero (ou próxima disto) que não produzem com as tecnologias tradicionais. A utilização do termo “tight” é geralmente restrito á estas rochas e não se estende aos folhelhos.  

      3. Caro Sersikera.
        Só um pequeno

        Caro Sersikera.

        Só um pequeno reparo, se foi um engenheiro ou um geólogo que colocou este nome não sei, mas atribuir a burrice aos engenheiros não é lá muito legal. Por exemplo, vejo poucos geólogos a colocarem dados para o conhecimento do público e um dos “engenheiros burros” que vos escreve neste momento é que tenta fazer isto. E para seu conhecimento, acho que meu conhecimento em geologia é muito maior do que os conhecimentos de engenharia de 99% dos geólogos!

        Pega leve!

        1. Caro rdmaestri

          Também não sei se foi um engenheiro quem primeiro chamou folhelho de xisto, mas um geólogo certamente é que não foi. Mas não leve a minha provocação como uma ofensa generalizada aos engenheiros. Na área de E&P onde geólogos e engenheiros trabalham lado a lado estas brincadeiras são comuns, e a gente por ser em menor número, é quem geralmente mais sofre. Longe de mim querer diminuir a competência dos engenheiros, responsáveis por tantos feitos notáveis, em especial na produção de águas profundas. Como falei, foi só uma provocação, uma brincadeira, mas se você se sentiu ofendido, peço desculpas. E reconheço que certamente estou entre estes 99% que voce citou… 

          Sds

          1. Eu convivi durante onze anos

            Eu convivi durante onze anos da minha vida profissional com geólogos da Petrobrás e de outras, pode estar certo que as brincadeiras sempre são muitas e algumas vezes bem pesadas, mas estás esquecendo dos Geofísicos, eles também entram na dança.

          2. Esta é clássica!

            Quanto é 2 + 2?

            Engenheiro: Quatro!

            Geólogo: entre três e cinco…

            Geofísico: quanto você quer que seja?

  5. Avalanche de equivocos.
    1.92%

    Avalanche de equivocos.

    1.92% das reservas mundiais de petroleo são de empresas ESTATAIS, de acordo com a CEA-Cambridge Energy Associates, maior consultoria de petroleo do mundo, de Daniel Yergin.

    2.As majors de petroleo sairam do ramo de produção de petroleo cru. Seu business hpe é no downstream, combustiveis, lubrificantes, petroquimicos e prestação de serviço de gerenciamento de produção, ganham sem investir nada, o caso da Chevron que admistra o petroleo saudita (que ela desconriu quando era Standard Oil Co.of California) ganhando um percentual para fazer esse serviço.

    3.O EUA não INUNDARAM o mundo de dolarrs, pelo contrario. Os dolares em circulação hoje são US$1,29 trilhão contra US$760 bilhões em 2005, a emissão de dolares aumentou menos do que o comercio mundial.

    1. Tudo bem que a ARAMCO tira

      Tudo bem que a ARAMCO tira mais óleo sozinha que essas quatro grandes nas quais os caras inventaram de por a culpa agora. 

      Mas daí a dizer que elas saíram do ramo, vai uma graaaaaande distância.

       

      1. Claro que não sairam do ramo,

        Claro que não sairam do ramo, elas deixaram de ser produtoras de petroleo bruto, é só ver as estatisticas, a Petrobras produz mais petroleo bruto que toda a Exxon. Estou falando de OLEO BRUTO, não de derivados.

          1. Estamos falando de PRODUÇÃO

            Estamos falando de PRODUÇÃO DE PETROLEO BRUTO. A Exxon produziu em 2013 em downstream 5,887 milhões de barris dia MAS é total downstream, petroleo refinado e não produção de seus proprios poços, que é em torno de 2,1 milhões/dia.

          2. Veja a estatistica no proprio

            Veja a estatistica no proprio POST ai encima. A Petrobras produziu MAIS que a Exxon.

    2. Motta, gosta de fábulas?

      Se tu gostas de fábulas então lembre a da Raposa e as Uvas, ou seja, o petróleo para o Big oil é como as uvas para a raposa.

      Como nos últimos anos apesar de gastos enormes em pesquisa de novos campos elas não acharam grande coisa. O problema é que com o surgimento da OPEP o cartel começou a operar o upstrem e as grandes empresas o downstream (preferencialmente). Desta forma eles tentaram até descolar o nome PETRÓLEO da marca, a British Petroleum foi a primeira, passando o nome fantasia para BP em 2001 e se declarando uma firma de energia!

      A BP foi a primeira exatamente pela queda do petróleo do Mar do Norte que teve o seu pico de produção entre 1980 e 1990 declinando significativamente a partir deste século. Assim para descolar do famigerado nome petróleo associado aos golpes e guerras surgiu a BP (técnica de propaganda).

      Agora eles colocam nas suas propagandas, cataventos e painéis solares, mostrando como eles estão interessados em recursos ranováveis (a raposa).

  6. Você acertou numa coisa: A

    Você acertou numa coisa: A última alta do petróleo viabilizou comercialmente a exploração americana do gás de xisto. Se foi uma subida manipulada com essa intensão já planejada, é discutível. Muitos acreditam que estas subidas e descidas de preços do petróleo são incontroláveis, e fazem parte de um comportamento do mercado que acompanha o rítmo da economia global. Chegam até a fazer uma curva cíclica, onde as reações a situações recessivas logo se projetam na subida de preços do óleo. Segundo estes analistas, ninguém, nem mesmo a Arábia Saudita, tem hoje capacidade de controle sobre os preços do petróleo. Tanto que depois da reunião de setembro famosa entre o rei saudita e o secretário de Estado John Karry, da qual se fala que combinaram conservar baixo o preço para ferrar a Rússia e o Irã, os sauditas até reduziram sua produção, em vão. As empresas médias americanas de gás se encontram em difícil situação, sem poderem honrar seus compromissos com diversos tipos de financeiras. Mas o governo norte-americano não vai abrir mão da sua produção interna. O governo parece considerar que chegou a hora de grandes empresas, que contam com outra sorte de financiamento mais sólida, se chegarem para assumir o negócio, concentrando-o em suas poucas mãos e desencadeando cruelmente uma febre antropofágica de aquisições baratas. E deve estar a torcer para que o baixo preço persista até que se complete esta troca de novo comando empresarial nos campos de gas. Obviamente, torce também para que eles persistam até haverem prejudicado bastante seja quem for pelo mundo afora, principalmente os russos. Já a Petrobras, não sofrerá tanto com esta baixa de preços. Ela não depende (ainda?) do mercado internacional para vender seus produtos. Ela está amarrada a um compromisso umbilical de desenvolvimento mútuo com seu país de origem, que é seu gigantesco mercado exclusivo. Esta mixórdia de corrupção não convence os experientes analistas globais e não a afeta no plano internacional. Serve mais a propósitos mesquinhos de um embate político muito doméstico. Se não fosse assim, porque então continuam a conservar a Petrobras em grau de investimento? Ninguém deveria se espantar de ver um contumaz investidor como Soros colocando algum de seu dinheiro na Petrobras. Ele se guia, como muitos investidores semelhantes, pelo grau de investimento conferido à empresa pelos analistas de mercado. Apesar de ter algum conhecimento do Brasil e de ter um brasileiro como Fraga em seu staff, Soros não tem condições de carregar na Petrobras por haver obtido suposta informação privilegiada. Por outro lado, esta atual baixa dos preços assusta pela intensidade. Ela reflete como um termômetro que o mundo está a mergulhar em perigosa recessão. A demanda cai assustadoramente. A produção vai se retrair e serão criadas outras condições para uma pequena nova retomada do crescimento mundial. E os preços vão se recompor aos poucos, depois de grande abalo no funcionamento do setor. As políticas que orientarão este novo e ansiosamente aguardado crescimento, se fossem saudáveis e pluralistas, bem que poderiam trazer um época mais longa de bonança mundial, mas isso é otimismo demais. Já que se está no momento passando pelo pico da produção mundial, ou “peak oil” como é chamado, daquí para frente haverá muito provavelmente apenas declínio e graves confrontos nesta nossa civilização do petróleo.       

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador