A morte de Rodolfo Konder, jornalista que denunciou o assassinato de Herzog

Da Folha

Jornalista, denunciou assassinato de Herzog

JOSÉ MARQUES

Em 1975, quando Vladimir Herzog foi morto, Rodolfo Konder também estava preso em uma cela no DOI-Codi.

Quando foi solto, foi o primeiro a denunciar o assassinato do amigo, enquanto o regime militar tentava emplacar a versão de suicídio.

Konder era um opositor da ditadura que militou pelo Partido Comunista Brasileiro. Também já havia se exilado e retornado ao Brasil para trabalhar como jornalista.

Com a redemocratização, tornou-se presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e fundou a Anistia Internacional no Brasil.

Konder trabalhou e colaborou para quase todas as grandes redações do país.

Apesar da formação de esquerda, foi secretário municipal de Cultura de São Paulo nos governos de Paulo Maluf (1993-1996) e de Celso Pitta (1997-2000).

Segundo o irmão, Leandro Konder, Rodolfo sempre consultava os amigos para tomar suas decisões na pasta.

Foi diretor do Masp, professor de jornalismo e escritor com 33 livros publicados.

É lembrado pela família e por amigos como alguém irreverente, irônico e charmoso.

Atualmente, era membro da ABI e do Conselho Municipal de Educação.

Ele morreu na quinta-feira (1/5), de câncer de pulmão. O corpo foi cremado em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Além de Leandro, Rodolfo deixa uma irmã, um filho e a mulher, Silvia Gyuru, com quem foi casado por quase 40 anos.

Em nota,o instituto Vladimir Herzog disse que Konder desempenhou papel de fundamental importância na derrocada da ditadura no Brasil.

Redação

8 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Rodolfo Konder vem de uma

    Rodolfo Konder vem de uma família onde há forte vínculos marxista, sendo o seu pai Valeio Konder possa ser considerado uma importante figura. Adotaria mais tarde um revisionismo a que faria parte personalidades como Fernando Henrique Cardoso. A partir da queda do muro de Berlin seja fácil para a maioria dos expoentes do pensamento à esquerda darem uma guinada de cento e oitenta graus. Seu irmão, o primogênito da família, Leandro Konder, não abandonou suas convicções e pelo contrário, foi sempre a favor de um pensamento à esquerda crítico. Eu lembro do Leandro Konder no final da década de oitenta guando guiava o Jornal da Cultura. Dono de uma voz serena e altiva, profundo olhos claros, já nessa época, como âncora, fazia uma crítica da esquerda e era a favor dos rumos do neoliberalismo. Sua decorrada foi aceitar o ministério da Cultura num governo que entraria em frangalhos na gestão Pitta, que sucedia a de Paulo Maluf, o que deixaria uma mácula de certo modo na história de todos vinculados ao malufismo. 

  2. Mais um importante lutador

    Mais um importante lutador pela democracia, parte. Obrigado, sr. Conder, por sua luta para termos democracia.

  3. Depois de Uma lufada que

    Depois de uma lufada que abalou São Paulo, rs. De qualquer forma, foi um grande lutador pela democracia. Que descanse em paz!

  4. Rodolfo Konder

    Curioso que nos processo de santificação de quase todo mundo que passa dessa pra outra, o neomalusfista Konder virou santo. Coisas mesmo de nosso paiseco sem memória. 

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador