A reação de Mauro Cid ao descobrir que a imprensa revelou o caso das joias

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Troca de mensagens mostra a preocupação do advogado Fábio Wajngarten sobre o caso

Crédito: Geraldo Magela/Agência Senado

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, teve um diálogo preocupante com advogado e ex-secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, no início de março, ao tomar conhecimento da descoberta da imprensa de um primeiro conjunto de joias dados pelo governo saudita à Presidência do Brasil. As informações foram obtidas pela coluna de Juliana Dal Piva, do Uol.

Em uma conversa, por meio do aplicativo de mensagens Whatsapp, Cid enviou a Wajngarten, em 3 de março, às 19h36, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que revelava a apreensão do colar e brincos com diamantes, avaliados em cerca de R$ 5 milhões, pela Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos (SP), em 2021.

Após receber a reportagem de Cid, Wajngarten escreveu ao militar: “Eu nunca vi tanta gente ignorante na minha vida“. No diálogo, porém, não se sabe a quem o advogado se refere. O tenente-coronel então respondeu ao advogado: “Difícil mesmo. O pior é que está tudo documentado“. 

Wajngarten, então, questionou: “Documentado como? Explique-me por favor“. A partir disso, o ex-ajudante de ordens enviou uma série de mensagens, mas apagou depois. 

Ainda no mesmo dia, Cid gravou um áudio dizendo: “O presidente só ficou sabendo no final do ano, quando o chefe da Receita [Federal] avisou que tinha um bem presenteado para ele que tava ali. Então foi só bem no final do ano que ele ficou sabendo. Não sei dizer a data. Tanto que, em 2022, ninguém tocou nisso aí. Por isso, que entrou para leilão porque ficou mais de um ano“. O chefe da Receita Federal era Julio César Vieira Gomes.

Na mesma gravação, Cid também cita um leilão da Receita para itens apreendidos por sonegação de impostos. Contudo, após o escândalo vir à tona, a medida foi suspensa, e o caso das joias passou a ser investigado. 

O conjunto de joias foi apreendido com Marcos André dos Santos Soeiro, um assessor do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que participou da comitiva no Oriente Médio, em outubro de 2021.

Já em 2022, o ex-presidente Bolsonaro tentou recuperar os itens antes de viajar para os Estados Unidos, em dezembro. Além disso, o conjunto quase foi vendido por ele em Nova York, conforme apurado pela PF na Operação Lucas 12:2, a partir de outros dados do próprio celular do Cid.

Entrega das joias

Por meio de mensagens, Wajngarten passou a defender a entrega das joias para o Tribunal de Contas da União (TCU) a partir do dia 7 de março. 

Em meio a descoberta de outros conjuntos de joias dados ao governo brasileiro, Wajngarten escreve a Cid: “Acho que tínhamos de disponibilizar o bem imediatamente através do advogado“. Cid respondeu: “Perfeito!“.

Já em 9 de março, Wajngarten escreveu novamente a Cid: “Tem que devolver imediatamente. É impressionante como ninguém pensa“.

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Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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