A retórica de Cardozo contra a omissão do seu Ministério

Do Estadão

Ministro da Justiça agenda reunião com índios para solucionar problema no MS

José Eduardo Cardozo afirmou que questão não se resolve ‘tentando apagar fogueira com álcool’

Vera Rosa

BRASÍLIA – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira, 4, que haverá uma reunião na quinta-feira, 6, com uma comissão de índios da etnia terena, na tentativa de solucionar o conflito envolvendo a reintegração de posse numa fazenda em Sidrolândia (MS). “Nossa ideia é buscar o diálogo, a pacificação. Não é com radicalismo, não é tentando apagar uma fogueira com álcool que vamos resolver o problema do Mato Grosso do Sul”.

Cardozo se reuniu na tarde desta terça com parlamentares de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul. Depois foi conversar com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. O ministro disse que a Força Nacional de Segurança somente será usada para cumprimento da ordem judicial de reintegração de posse se houver pedido do governador. Na quinta-feira, 30, o índio terena Oziel Gabriel, de 35 anos, morreu em confronto com a polícia durante ação de reintegração de posse numa fazenda de propriedade do ex-deputado Ricardo Bacha.

“Agora, independentemente de colocarmos a Força Nacional de Segurança, é muito importante passarmos a mensagem de que o radicalismo não resolverá o problema. É uma situação que, infelizmente, se acumula na história brasileira”, insistiu Cardozo. Depois do alastramento das invasões, dos bloqueios de rodovias e até da ocupação da sede do PT em Curitiba (PR), num protesto dos indígenas contra a mudança no modelo de demarcação de terras, Cardozo fez um recuo tático e negou que o governo Dilma queira esvaziar a Fundação Nacional do Índio (Funai).

“Ninguém pretende ferir o direito de ninguém. O que nós queremos é evitar a judicialização dos conflitos”, afirmou o ministro da Justiça. Cardozo lembrou que, em boa parte dos Estados, há recursos pendentes de julgamento. “Essa situação não permite a mediação, o diálogo”, disse ele.

Luis Nassif

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