O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na Europa, onde se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron, a primeira-ministra da Itália, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri.
Nesta quinta-feira (22), Lula participou ainda do festival de música Power Our Planet, onde foi ovacionado aos pés da Torre Eiffel ao reassumir publicamente o compromisso de garantir o desmatamento zero da Amazônia até 2030.
“Vamos ser muito duros contra toda e qualquer pessoa que quiser derrubar uma árvore para plantar soja, milho ou criar gado.”
Lula, durante o discurso em Paris
Dívida histórica
Lula ressaltou ainda a soberania do Brasil sobre a floresta tropical, mas que ao mesmo tempo é um patrimônio da humanidade. Assim, garantiu esforços para manter a floresta em pé e convidou os presentes a visitar o País.
“E que possam compartilhar com o povo brasileiro da preservação das nossas florestas e responsabilizar os países ricos para financiar os países em desenvolvimento que têm reservas florestais, porque não foi o povo africano que polui o mundo, não é o povo latino-americano que polui o mundo”, continuou.
O chefe do Executivo acrescentou que os países que promoveram a revolução industrial foram os que mais poluíram o planeta e, por isso, “têm de pagar a dívida histórica que têm com o planeta terra”.
Relações comerciais com a Itália
Durante encontro com Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, parcerias entre os países e a transição energética ganharam destaque.
Lula lembrou que o fluxo comercial entre os países foi de US$ 10,5 bilhões em 2022. “Pelo tamanho da população e da economia italiana e pelo tamanho da população brasileira e da economia brasileira, a gente deveria ter um fluxo maior”, defendeu.
Já no setor elétrico, o chefe de Estai acrescentou que 87% da energia brasileira é renovável, contra 27% no resto do mundo e que “vários países do mundo estão fazendo parcerias com universidades e empresas brasileiras na perspectiva de colocar o hidrogênio verde na matriz energética nessa próxima década”.
Mercosul
Ainda com a primeira-ministra italiana, o presidente brasileiro aproveitou a oportunidade para criticar as recentes imposições dos países membros da União Europeia para finalizar o acordo bilateral com os países da América Latina.
“A carta adicional que a União Europeia mandou para o Mercosul é inaceitável porque eles colocam punição para qualquer país que não cumprir o Acordo de Paris. Nem eles cumpriram. Os países ricos não cumpriram o Acordo de Paris, o Protocolo de Quioto, a decisão de Copenhagen, ou seja, nós precisamos de um pouco mais de sensibilidade, um pouco mais de humildade.”
Lula, sobre o posicionamento da UE para finalizar acordo com o Mercosul
Comércio e gratidão
Nesta quinta, Lula encontrou ainda o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, com quem discutiu o conflito entre Rússia e Ucrânia, a reunião da cúpula dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e parcerias comerciais.
A agenda pelo velho continente também passou por Roma, onde o presidente fez questão de encontrar o prefeito, Roberto Gualtieri.
“Essa aqui é uma visita de agradecimento, é uma visita de expressar a minha gratidão pela lealdade, pela solidariedade e pelo comportamento do prefeito Gualtieri quando eu estava detido na Polícia Federal no meu País”, disse Lula.
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