Jornal GGN – A revista Piauí revelou em reportagem na terça-feira (18) que a ministra das Mulheres, Damares Alves, é citada em uma gravação que faz parte da investigação do Ministério Público sobre a pressão exercida sobre a família da menina de 10 anos que foi violada pelo tio, no Espírito Santo, e precisou passar por uma aborto em Recife.
Desde que dois assessores de Damares colocaram os pés na cidade onde estava a menina, uma peregrinação de religiosos e políticos locais passou pela casa da avó e representante legal da criança, que foi fortemente pressionada para descartar o aborto previsto em lei por causa do estupro e do risco que a gestação representava à vida da menor.
Segundo relatos da revista, um dos encontros na casa da avó foi parcialmente gravado. No áudio, um homem ainda não identificado diz: “A gente não tá brincando. A ministra Damares… [nesse momento, alguém ao fundo afirma: ‘A gente tem acesso a isso também’] Então, a gente quer que a senhora use a voz, que só a senhora pode ter, para defender esse neto da senhora.”
Ainda de acordo com a apuração da Piauí, a avó da menina chegou a desmaiar em um desses encontros.
Em 13 de agosto, cerca de uma semana após o caso da menina ser descoberto em um hospital no ES, Damares anunciou o envio de dois assessores – um da Secretaria dos Direitos da Criança e outro da Ouvidoria de Direitos Humanos – ao local. Os dois assessores fizeram diligências na companhia do deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos).
Mesmo com ordem judicial, o hospital no ES se recusou a fazer o abortamento no feto de 22 semanas, alegando incapacidade técnica. A Secretaria de Saúde do Estado transferiu a menina para Recife, depois de outro hospital em Minas Gerais ter negado o caso por falta de leitos.
O Ministério de Damares negou à reportagem que seus assessores tiveram acesso aos dados sigilosos do prontuário médico da menina, como nome e endereço.
Esses dados foram vazados para Sara Giromini, a extremista conhecida nas redes sociais como Sara Winter, ex-assessora de Damares. Em um vídeo derrubado do Youtube, Sara divulgou a identidade da menina e o endereço do hospital onde ela faria o aborto em Recife, e convocou seus seguidores a marcharem contra o procedimento.
No domingo (16), cerca de 200 militantes anti-aborto, incluindo deputados e vereadores locais, foram protestar em frente ao Cisam, o centro médico de referência no atendimento à gestante em Recife. Eles chamaram a menina e o médico Olímpio Barbosa, diretor do hospital, de “assassinos”.
Segundo Piauí, para o Ministério Público Estadual, os assessores de Damares são “suspeitos” de terem acessado os dados da menina indevidamente. O caso está sob investigação.
O PSOL convocou Damares para prestar esclarecimentos na Câmara.
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Me parece inacreditável que alguém, ainda mais sendo um ministro, possa questionar um aborto como este e tantos outros semelhantes. Enquanto isto, as fábricas de anjos trabalham, como sempre fizeram, a todo vapor para atender aos “necessitados” do andar de cima. E depois, ainda existem aqueles, a maioria, que acreditam no roteiro de modo de agir e pensar oferecido pela grande mídia. A hipocrisia nacional nunca ofereceu limites, o Barão de Mauá provou aquele gosto amargo.
A propria Sara , segundo seu irmao declarou ja abortou tbm??
Final da matéria da Piauí:
O Ministério Público Estadual e o Federal no Espírito Santo já começaram a investigar o vazamento dos dados da menina e a pressão dos grupos antiaborto sobre a família dela. Quando a criança tiver alta no Recife e retornar ao Espírito Santo, será abrigada pelo poder público em outra cidade, segundo o promotor Fagner Cristian Andrade Rodrigues. “Para São Mateus elas não podem mais voltar. A vida delas lá seria um inferno”, diz o promotor
Na verdade só atuaram dessa forma, desrespeitosa e inquisitiva, porque a família é pobre…
ser contra o aborto e visitar a família da vítima com a intenção de fazer com que ela não dê importância às leis de proteção vigentes é mais do que o suficiente para justificar a prisão de todos que lá estiveram com esta intenção, até da própria ministra, caso se confirme que tomou conhecimento da intenção
ou deveria justificar, não é mesmo, MP!? nem dentro de nossas casas podemos nos considerar protegidos desses tipos de abusos!?
Sim, são canalhas e covardes.
Na cabeça destes bostas, que representam muito bem a infame que encabeça o tal ministerio da mulher, a menina violentada tinha que se foder, a familia tinha que se foder e, se viesse ao mundo, a (outra) criança que se fodesse também. Tudo em nome de um Deus que, certamente, nenhum dos que “protestavam” acredita.
O fascismo religioso brada contra a pedofilia, mas não tem resposta ao caso quando acontece.
O que ele faz é obrigar a carregar o que não pediu, não desejou e não precisa carregar.
É um outro jeito de dizer que não é problema deles, vejam só.
Já se gastou litros de tinta a respeito de grupos fechados, fanatismo, lavagem cerebral, compreensão limitada do mundo, ansiedade contra o mundo considerado mau e o conforto do grupo fechado como bom, terror interno e paranoia de grupo, onipotência ligada à ideia de uma “missão”, violência contra os que ousam pensar fora do grupo. E dos líderes e$pertos.
Presos a fantasias delirantes sobre a sexualidade, nada mais podem fazer do que dizer que os outros, as vítimas, que são más.
Mas quando acontece no interior do grupo, tal violência não é vista como uma quebra dos princípios, mas deve ser encoberta pelo silêncio e pela desqualificação da vítima.
Se a religião for o centro da estupidez e da paranoia, melhor não ter nenhuma.