Apesar de restrições orçamentárias, aquisições da Marinha avançam

Sugerido por Gão

Do Defesa Aérea & Naval

Brasil cada vez mais perto das suas ambições navais

A crise financeira tem gerado dúvidas sobre o futuro do programa PROSUPER, mas algumas grandes aquisições da Marinha do Brasil continuam avançando.

NaPaOc Amazonas(P120) e UH-12

A Marinha do Brasil (MB), apesar das restrições orçamentárias, tem mantido investimentos relevantes destinados a melhorar consideravelmente o poder da sua Esquadra por meio de aquisições de navios, helicópteros, mísseis , veículos blindados e outros equipamentos.

Além de ser usada para salvaguarda dos recursos naturais do Brasil, e dos 3,5 milhões de km² de domínio marítimo, a MB também está trabalhando para expandir sua influência regional e tornar-se um elemento mais ativo internacionalmente, uma posição vista pelo governo como adequada para a sexta maior economia do mundo.

Assim, a Marinha implantou o PAEMB (Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil) que é um esforço de modernização, como parte de Estratégia Nacional de Defesa (END) do país.

O PROSUPER marca um dos maiores elementos do plano de modernização da Marinha do Brasil, que tem planejado a compra de cinco fragatas de 6.000 toneladas, cinco navios de patrulha oceânica (OPV) de 1.800 toneladas e um navio de apoio logístico de 20.000 toneladas, com um total orçado entre € 5 e 6 bilhões (US$7 e 8 bilhões).

F-101-Fragata-Álvaro-de-Bazán

Os líderes políticos brasileiros estão analisando as propostas apresentadas pela Navantia, Fincantieri, DCNS, DSME, Damen Schelde Naval Shipbuilding, TKMS e BAE Systems. Os navios serão construídos localmente, através de um acordo significativo de transferência de tecnologia. O Brasil espera receber primeiro os navios de patrulha, seguido pelo navio de apoio e, finalmente, as fragatas.

Em última análise, a MB disse que poderia no futuro, considerar a aquisição de mais fragatas, sete OPV e mais quatro navios de apoio logístico, no entanto, o financiamento para o PROSUPER está ameaçado por conta do ritmo mais lento de crescimento econômico do Brasil e as perspectivas a curto prazo para esta aquisição não são claras.

NPa Macaé

No entanto, até agora três OPV da classe Amazonas foram recebidas da BAE Systems ao longo dos últimos dois anos, seguindo uma encomenda de 2011. Dois navios de patrulha da classeMacaé, de 500 toneladas, foram recebidos da INACE e mais cinco devem ser entregues pelo EISA, de um total de 46 que deverão ser encomendados a partir de estaleiros locais, incluindo 20 navios que podem ser adquiridos por meio de leasing.

Dois barcos de patrulha LPR40 Mk 2, destinados a patrulhar o rio Amazonas, devem ser recebidos até o início de 2014 da COTECMAR da Colômbia. A construção local da primeira das quatro corvetas 2.400 toneladas está prevista para começar no final de 2014, com um projeto que em breve será apresentado para o desenvolvimento.

CVP Francês

A longo prazo, o Brasil pretende adquirir dois porta-aviões de 50.000 toneladas, no âmbito do programa PRONAE. Ao que parece foram consultados a Navantia, Fincantieri, DCNS, BAE Systems e Gibbs & Cox, afim de obter informações sobre este projeto.

Hr. Ms Rotterdam

Enquanto isso, como parte de seu programa PROANF, o Brasil deverá adquirir a licença para construir dois navios anfíbios de 10.000 toneladas, que seriam compatíveis com o padrão MARPOL. Os projetos do San GiustoJuan Carlos IFoudre e Rotterdam, estão sendo analisados ​​no momento.

Riachuelo(S40)

Como parte do programa PROSUB, já em curso, quatro submarinos diesel-elétricos de ataque (S-BR), foram encomendados à DCNS, com o primeiro programado para entrar em serviço por volta de 2017 e o último em 2021. Além disso, um único submarino de propulsão nuclear (SN-BR), está previsto para ser construído localmente e entrar em serviço em 2025. A propulsão nuclear está sendo desenvolvida no Brasil e uma Base Naval e estaleiro, está sendo construída em Itaguaí, próximo ao Rio de Janeiro. Além do PROSUB, cinco submarinos U209-1400 foram atualizados com o sistema de combate BYG -501 Mod 1, da Lockheed Martin e  armados com os torpedos pesados mk48 Mod 6AT da Raytheon.

Para vigilância ao longo dos 8,500 km de costa do Brasil, a Marinha criou o programa SisGAAz, uma rede integrada destinada a centralizar todas as informações recolhidas por navios, sensores e satélites.

UH-15

Para reforçar a Aviação Naval, a Marinha está em processo de receber 16 helicópteros Eurocopter EC725 (oito UH-15 de Emprego Geral e oito UH-15A de Ataque), bem como oito Sikorsky S-70B Seahawk (designado MH-16). Doze aviões de ataque AF-1/1A Skyhawk estão sendo modernizados pela Embraer Defesa e Segurança e quatro aeronaves utilitárias C-1A Trader (ex-Marinha dos EUA) estão sendo modernizadas nos Estados Unidos pela Marsh Aviation para a configuração KC-2 Turbo Trader, que serão utilizados como COD/AAR a bordo do porta-aviões São Paulo.

MH-16_Penguin

Mísseis anti-navio Penguin Mk 2 mod 7 foram adquiridos para os S-70B Seahawk, o MBDA Exocet AM39 Block 2 Mod 2 são esperados para serem recebidos para os UH-15A e o Exocet SM39 Block 2 Mod 2 para armar os novos submarinos. Torpedos pesados ​​F21 e sistemas anti-torpedo Contralto-S, também foram encomendados à DCNS para armar os novos submarinos.

Exocet

Para impulsionar ainda mais o poder de fogo da MB, organizações e a indústria local, estão cooperando para desenvolver o míssil superfície-superfície MANSUP (MAN-1), os mísseis Exocet MM40 Block 1 e Aspide tiveram os seus motores revalidados. Um míssil de superfície-ar também é um programa que está aparentemente em desenvolvimento.

Para operações anfíbias, o Corpo de Fuzileiros Navais está recebendo um terceiro lote de 18 veículos blindados Piranha IIIC 8×8, que foram encomendados em outubro de 2008 da General Dynamics European Systems Land (GDELS), e mais veículos podem ser adicionados a esta compra.

M113- 12

A Israel Military Industries está auxiliando na atualização local de 30 veículos na família M113 e de 26 veículos de Assaulto Anfíbio (AAV), da BAE Systems. Outros 26 AAV poderão ser comprados. Dezessete tanques GDELS Sk105A2S Kürassier estão para receber melhorias e um novo tanque leve é esperado para ser comprado.

Quanto a artilharia, os Fuzileiros irão adquirir sistemas Howitzer de 155mm para substituir os envelhecidos M114A1 e irão receber, em breve, os primeiros elementos de uma bateria de ASTROS FN, comprados de Avibras em dezembro de 2011.

Enquanto isso, mísseis guiados anti-blindados MSS 1.2 foram recebidas da Mectron e uma bateria do sistema móvel de defesa aérea russa Pantsir-S1, também poderá a ser adquirido.

FONTE: Janes

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval

Redação

2 Comentários

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  1. A Marinha e o Pré-Sal

    Caro Nassif a  Marinha Brasileira por ofício e tradição SABE que só o planejamento muito adiantado permite-a a alcançar seus dificílimos objetivos num país como o Brasil. Planejar para um futuro incerto e não previsível é da natureza da força, assim se deu com a energia Nuclear…

     

    A diferença HOJE da MB para as demais forças e entidades estatais é que ela conhece e ACEITA COMO FATO que o país será inapelavelmente alterado pela exploração do pré-sal. A Petrobrás e a MB são as duas instituições brasileiras que JÁ VIVEM para um país que o resto da NAÇÃO não acredita, se recusa ou tem medo de acreditar e se decepcionar.

    Hoje muitos brasileiros podem e verdadeiramente julgam com sua razão (com base no passado e na situação atual do nosso orçamento) que estes planos da MB são incabíveis e megalômanos. Sobre a ótica do Pré-sal tanto a Petrobrás como a Marinha do Brasil se preparam e PLANEJAM para um BRASIL que ainda não existe mas que as duas instituições dão como CERTO que está para chegar…

  2. Programas importantes

      O texto comenta muito sobre os “meios possiveis” ( cascos, aeronaves, petrechos etc.), que estão sempre sujeitos aos contingenciamentos de verbas, indefinições politicas internas e/ou complicadas negociações externas.

       Mas devemos nos ater, e até mesmo propagandear ao povo brasileiro, que as principais iniciativas da MB, não se restringem a “cascos & meios operacionais”, mas sim a independencia tecnológica relativa as comunicações navais e aos integradores dos sistemas C4I ( comando,comunicações,controle, computadores (softwares dedicados e exclusivos), inteligência – e o desenvolvimento nacional do hardware e softwares, conjugados ao C4I, relativos a guerra eletronica ( passiva, ativa, defensiva e ofensiva) – nos quais, mesmo com poucas verbas, estamos “bem na foto”. 

        A MB aprendeu há anos, a FAB ainda vai aprender, o Exército quem sabe um dia compreenda, que a aquisição de meios, é facil, basta ter dinheiro ( ideologia já faleceu há tempos, todo mundo quer é vender e faturar), o que importa é controlar toda a parte de integração eletronica ( C4I + MAEs + MAGEs), de nada adianta adquirir uma ” Alvaro de Bazan” (como a da foto)

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