Após pressão de Moraes, Ministro da Defesa promete entregar resultado de apuração paralela

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
[email protected]

Militares fizeram levantamento paralelo das urnas no primeiro turno, que ainda não foi publicado

Fotos: TSE e Agência Brasil

Em encontro reservado com Alexandre de Moraes (TSE), o ministro Paulo Sérgio (Defesa) se comprometeu a entregar relatório com os resultados da apuração paralela das urnas realizado pelas Forças Armadas no primeiro turno destas eleições.

O Ministro da Defesa se movimentou horas depois do presidente do Tribunal Superior Eleitoral dar prazo de 48h para que a pasta informasse a conclusão da fiscalização feita pelos militares, em despacho publicado ainda na nesta terça-feira (18) Saiba mais aqui.

Na decisão, Moraes alegou que “as notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder”.

Segundo a jornalista Malu Gaspar, os militares revelaram ao Planalto que a apuração realizada não constatou fraudes no primeiro turno. Então, Bolsonaro teria barrado a divulgação do levantamento.

O magistrado também deu prazo de cinco dias para que o mandatário se manifeste sobre o caso.

Quartéis como arma eleitoral

TSE – Tribunal Superior Eleitoral Urna eletrônica

Desde o ano passado, Jair Bolsonaro tem utilizado as Forças Armadas para pressionar o TSE nas eleições, questionando a lisura e a comprovada segurança do pleito brasileiro.

A pressão pelo procedimento aumentou após o Congresso Nacional rejeitar a PEC do voto impresso, pela qual o presidente discursou ao longo do ano passado.

Nesse contexto, os militares fizeram testes de integridade com 58 urnas em todo o País no primeiro turno, conferindo se os dados nos boletins das máquinas convergiam com os números que chegaram ao Tribunal.

Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Bolsonaristas interrompem missas e ofendem padres; religiosos veem falta de respeito
    Casos ocorreram em Aparecida (SP), em Jacareí (SP) e na região metropolitana de Curitiba (PR).

    “Quando os nazistas vieram buscar os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista.
    Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata.
    Quando eles vieram buscar os sindicalistas, eu não disse nada; eu não era um sindicalista.
    Quando eles buscaram os judeus, eu fiquei em silêncio; eu não era um judeu.
    Quando eles vieram buscar os cristãos, eu fiquei indiferente, eu não sou cristão.
    Quando eles vieram me buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar.”

    Martin Niemöller

  2. No Brasil nós temos 3 poderes, executivo, legislativo e judiciário, com suas atribuições bem definidas pela constituição Federal. Até hoje não entendi porque as forças armadas estão “autorizadas” a fazer auditoria nas urnas eletrônicas. Esse poder para as forças armadas foi da por quem? Será que o poder judiciário não deveria ser mais enérgico com as forças armadas e colocá-las em seu devido lugar. Como é que esses generais não cumprem uma determinação judicial e fica por isso mesmo. Será que é porque o judiciário fica com medo delas? Acho que já passou da hora de fazer valer a nossa constituição e colocar esses generais no seu devido lugar.

  3. Foi preciso o presidente do TSE enquadrar o ministro da defesa para ele entender que ele não tem o poder que pensa ter. O que ele mostrou é que a Instituição das FFAA deixa a entender que existe vários comandos que fazem o que querem, desrespeitando o o próprio regimento interno da instituição

  4. Para não mostrar o relatório que não achou nada, vão dizer que não foi feito um relatório.
    Será uma saída muito conveniente, mas nada elegante e muito menos honesta. Nada que surpreenda.

  5. Nunca dantes neste país as forças armadas foram tão desmoralizadas. Começou com os ataques de Olavo de Carvalho. Alguém ouviu um (um só) General indignado? Quando Lula, um dia casualmente falou sobre um “bando de militares“, a indignação foi generalizada (sem trocadilhos). Posteriormente, a desmoralização foi sendo produzida, passo a passo, pelo próprio Presidente. Finalmente, para completar o processo, os próprios militares lambuzaram-se, misturando-se vergonhosamente com o governo mais vil e inepto da República. Cadê o tal pundonor, tão orgulhosamente manifestado de peito estufado? Como é mesmo a fala do Augusto Heleno? Se gritar o que mesmo, General?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador