O governo de Jair Bolsonaro terá de explicar as altas taxas de mortalidade por covid-19 no Brasil no exame sobre políticas de direitos humanos no país junto ao Comitê de Direitos Humanos da ONU.
Em sua coluna no portal UOL, o jornalista Jamil Chade destaca que a ONU enviou um documento às autoridades em abril, onde lista os temas que deverão ser explicados durante a revisão das políticas vigentes no país.
Um dos trechos do documento aborda o direito à vida – neste caso, um dos temas será o que o país fez durante a pandemia de covid-19, uma vez que o Brasil só fica atrás dos Estados Unidos em número de vítimas fatais (661 mil brasileiros morreram por conta da covid-19)
Desta forma, a ONU quer ouvir que o governo brasileiro responda o que foi feito para lidar com a pandemia a partir de um plano que foi amplamente criticado por especialistas, cientistas e médicos e ao próprio negacionismo do presidente Jair Bolsonaro.
O Brasil também deverá explicar o que foi feito para proteger as populações vulneráveis, como os indígenas, afro-brasileiros e as mulheres grávidas da pandemia de covid-19, além de apresentar dados sobre as taxas de mortalidades desses grupos em relação à população geral.
Embora não se estipule uma punição, a falha em garantir o direito à vida não só evidencia o desmonte das políticas de direitos humanos no Brasil ao longo da atual gestão federal, como também gera um novo constrangimento político internacional a um governo que não é bem recebido pela maioria dos países.
Além disso, o governo também deverá explicar à ONU os ataques do presidente Bolsonaro contra a democracia, as falhas no combate à corrupção, o discurso de ódio contra minorias, a queda nos recursos para programas a favor das mulheres e a violência policial, entre outros temas.
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