Brasil acumula R$ 5 bi em dívidas com órgãos institucionais

O Brasil pode ser excluído da participação em fóruns internacionais, além de perder o direito de voto nas discussões mundiais, visto que o governo Bolsonaro deixa dívida de R$ 5 bilhões na Organização das Nações Unidas (ONU), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Mundial do Comércio (OMC), entre outros. Pior: não há qualquer previsão orçamentária em 2023 para quitar parte do valor em aberto. Esta foi uma das conclusões do Grupo de Transição (GT) de Orçamento, Planejamento e Gestão, apresentadas em coletiva de imprensa do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, nesta terça (6).

“A política externa do governo transformou o Brasil em um pária, mas não só um pária. É um país que deve R$ 5 bilhões para os organismos multilaterais. Significa que o Brasil será excluído desses fóruns, não tem direito a voto e não tem direito a participação. É uma dívida pesada, que também não tem previsão orçamentária para o ano que vem”, pontuou Aloizio Mercadante (PT), coordenador dos grupos de transição.

Não é possível, no entanto, atribuir a acumulação da dívida apenas ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo Esther Dweck, também do GT de Planejamento, a inadimplência vem de anos e pode ter origem também no governo de Michel Temer (MDB).

Dedicação de Lula

De acordo com o presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Corrêa de Lacerda, que também integra a equipe de transição, o grupo está avaliando o espaço no orçamento para resgatar a participação do Brasil nas discussões mundiais. “Evidentemente, a inserção internacional do Brasil é algo muito relevante, algo que o presidente Lula está se dedicado pessoalmente, inclusive com a participação na COP27.”

Além da participação na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (CPO27), Lula já tem convite para encontrar o presidente norte-americano Joe Biden, em que espera discutir a participação do Brasil no cenário internacional, entre outros assuntos.

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