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Brasileiros vão às urnas com Lula pouco favorito para derrubar Bolsonaro
Andrew Downie em São Paulo
Os brasileiros vão às urnas no domingo em sua eleição mais importante em anos, com o desafiante de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva o favorito por pequena margem, para pôr fim a quatro anos de governo destrutivo do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.
As pesquisas de opinião às vésperas da votação deram a Lula, como é conhecido o candidato do PT, uma vantagem de quatro a oito pontos percentuais.
No entanto, as pesquisas antes do primeiro turno subestimaram os números do titular e não há garantia de que ele não surpreenda e conquiste mais quatro anos no poder.
Os dois candidatos lutaram em um debate final desesperado na noite de sexta-feira, que começou com 30 minutos de xingamentos e melhorou pouco nas duas horas seguintes.
“Bolsonaro não fez nenhuma proposta para o futuro do Brasil ”, disse Simone Tebet, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno e agora é apoiadora de Lula, sobre os ataques persistentes do presidente. “Ele prefere usar o debate para provocar e acusar. É a narrativa dos derrotados.”
Lula tem todo o ímpeto depois de uma semana dominada por retrocessos, tanto prosaicos quanto dramáticos, para o titular populista.
No domingo passado, um de seus apoiadores mais fanáticos jogou granadas nos policiais e atirou em seus carros quando foram prendê-lo por quebrar as regras de sua condicional.
Bolsonaro negou qualquer ligação com o homem, o ex-congressista Roberto Jefferson, mas suas alegações foram rapidamente descartadas quando fotos dos dois homens foram amplamente compartilhadas online.
A mentira persistente de Bolsonaro – ele é acusado de espalhar notícias falsas e desinformação – trouxe-lhe outro revés no final da semana, quando o Supremo Tribunal Eleitoral, órgão que fiscaliza as eleições no Brasil, deu a Lula tempo para responder às mentiras.
A decisão fez com que Lula tivesse significativamente mais spots de TV e rádio durante a última semana de campanha.
Uma vitória de Lula coroaria uma das reviravoltas mais notáveis da história política.
Ex-líder sindical que perdeu três eleições presidenciais antes de finalmente vencer em 2002, o agora com 77 anos liderou o país por oito anos antes de deixar o cargo com índices de aprovação acima de 80%.
Mas seu sucessor escolhido a dedo sofreu impeachment e um amplo escândalo de corrupção levou ao julgamento e à prisão de vários altos funcionários do Partido dos Trabalhadores.
O próprio Lula passou quase dois anos na prisão antes de sua condenação ser anulada.
Desde então, ele lutou incansavelmente contra um oponente que ficará para a história tanto pela forma como manchou o mais alto cargo do Brasil quanto por quaisquer grandes conquistas políticas.
Bolsonaro frequentemente menosprezou os oponentes e seu manejo malfeito da pandemia terminou com quase 700.000 mortes no Brasil.
O desmatamento na Amazônia atingiu um pico de 15 anos e um escândalo está se formando sobre sua criação de um “ orçamento secreto ” que dá dinheiro a aliados políticos com pouca transparência ou supervisão.
No debate, ele destacou que a taxa de homicídios no Brasil ficou sob sua vigilância e prometeu aumentar o salário mínimo – uma medida importante no Brasil – em 15%.
Lula, no entanto, lembrou aos eleitores que seus dois primeiros mandatos entre 2003-2011 foram um sucesso e prometeu aos eleitores mais do mesmo.
“Venha votar no dia 30”, disse ele. “Vote e vamos consertar o país. E você vai ser feliz de novo.”
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