Gestão Bolsonaro vendeu refinaria abaixo do preço para árabes, confirma CGU

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Auditoria da CGU aponta fragilidades e incoerência no processo de venda da refinaria Landulpho Alves

Jair Bolsonaro junto com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. | Foto: Alan Santos/PR

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou fragilidades no processo de negociação que resultou na venda da refinaria da Petrobrás Landulpho Alves, na Bahia, para o fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos. A informação é do colunista Guilherme Amado, no Metrópoles.

Em 2021, o processo de venda da refinaria foi concluído com o valor de US$ 1,8 bilhão. O empreendimento, então, foi rebatizado como Refinaria de Mataripe e hoje é gerido pela Acelen, subsidiária do fundo que pertence à família real dos Emirados Árabes.

Já era sabido que a refinaria foi negociada pela metade do preço avaliado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), estimado em US$ 3 bilhões.

Vale ressaltar que o processo de venda começou em 2019, mesmo ano em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi presenteado com itens de luxo por integrantes da família real saudita. 

Agora, um relatório da CGU apontou que ao manter o processo de venda do empreendimento em meio à pandemia da Covid-19, a avaliação da refinaria foi feita abaixo do valor de mercado.

Na prática, a Petrobras avaliou o quanto a instalação valia entre abril e junho de 2020, primeiros meses da crise sanitária, quando os principais indicadores macroeconômicos estavam em queda. Assim, a refinaria ficou subvalorizada.

A questão do contexto da Pandemia da Covid-19, conforme afirmado pela Petrobras (…), traz risco direto à manutenção do valor e maior incerteza em relação às projeções de petróleo e margens de refino, ponto central da valoração desses ativos”, diz o relatório.

A CGU apontou ainda incoerência no fato de que, embora tenha levado adiante a negociação da refinaria Landulpho Alves em meio à pandemia, a Petrobras pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) mais prazo para concluir a venda de outras seis refinarias.

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Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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