A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann admite a possibilidade de rever o apoio do União Brasil na base governista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda que chefie três ministérios (Turismo, Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional), o partido mantém a independência em relação à gestão petista.
Em entrevista à Folha, Gleisi afirmou que “tem que chamar e conversar porque, se não estiver fazendo entrega, não tem porque permanecer onde está”. A deputada reiterou que esta é a avaliação dela e do PT, não a do governo.
Gleisi também descartou a concessão de abrir mão de ministérios chefiados pelo PT na tentativa de compor uma base aliada, especialmente com o PP e Republicanos, que devem pedir mais ministérios para fazê-lo.
“Não é só cargos em orimeiro escalão que atrai. Não é só a participação a máquina pública que atrai. Eu acho que tem projestos que são importantes, que parlamentares querem levá-los para o seu estado”, continou.
Prestação de contas revisada
Dos três ministros do União Brasil no governo, dois ganharam exposição midiática devido a processos que receberam nas últimas semanas. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, vai ter a prestação de contas da campanha pelo Legislativo Federal no ano passado revisada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA).
O deputado federal e integrante do alto escalão do Governo Lula usou dados falsos para comprovar gastos de 23 dos 77 voos declarados na prestação de contas, além de gastar R$ 385 mil gastos com viagens de helicóptero e mais R$ 185 mil referentes ao pagamento de materiais gráficos, realizado após as eleições.
Já o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) vai invstigar a ministra de Turismo, Daniela Carneiro, por R$ 1 milhão do fundo eleitoral para usar em grádicas fantasmas.
Em ambos os casos, nenhum ministro corre risco de perder o mandato de deputado. Mas advogados garantem que, caso as contas de Juscelino Filho sejam reprovadas, ele terá de devolver R$ 570 mil aos cofres públicos.
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