Metade dos alemães apoiaria limites à imigração em referendo, diz pesquisa

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sondagem encomendada pela DW mostra que, se Alemanha realizasse consulta popular sobre o tema, resultado não seria muito diferente do obtido na Suíça, onde maioria estreita aprovou restrição à entrada de estrangeiros.

Se os alemães tivessem que votar num referendo sobre a limitação da entrada de imigrantes, nos moldes do realizado na Suíça, 48% votariam a favor e 46%, contra. Os números são resultado de uma pesquisa encomendada pela Deutsche Welle ao instituto de pesquisas Infratest dimap e divulgada na quinta-feira (14/02).

Ao todo, 1.001 alemães adultos foram consultados na pesquisa. O apoio à imposição de limites à imigração foi mais alto entre os adeptos do partido eurocético Alternativa para a Alemanha (AfD), chegando a 84%.

Entre os partidários dos conservadores União Democrata Cristã (CDU) – da chanceler federal Angela Merkel – e União Social Cristã (CSU), os votos favoráveis seriam 51% do total. A votação mais baixa a favor das restrições seria entre os que apoiam o Partido Verde (29%).

As diferenças de opinião também aparecem regionalmente. Enquanto no leste da Alemanha 56% seriam a favor da iniciativa, 45% a apoiariam no oeste. Dos entrevistados, 6% afirmaram não ter opinião sobre o assunto ou optaram por não se manifestar.

A pesquisa da DW é realizada após o referendo sobre o mesmo tema realizado na Suíça, no último domingo (09/02). Os suíços se manifestaram a favor das limitações à imigração, ainda que por uma margem estreita (50,3% disseram sim).

A partir de agora, a entrada de estrangeiros no país, inclusive da União Europeia, será progressivamente restringida. O referendo suíço foi proposto pelo direitista e antieuropeísta Partido Popular Suíço (SVP). O governo tem, a partir de agora, três anos para transformar a decisão em lei e colocá-la em prática.

Na Alemanha, não há qualquer projeto de votação sobre a questão. Uma diferença entre os dois países é que, na Suíça, o referendo popular é vinculativo ao governo, enquanto na Alemanha, temas como esse são tratados apenas no Parlamento.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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