Para selar paz, governo adotará pontos do ‘Plano Temer’, por Vinicius Freire

Jornal GGN – De acordo com Vinicius Torres Freire, colunista da Folha, integrantes do PMDB dizem que o ministro Jaque Wagner, da Casa Civil, ofereceu a adoção de partes do programa “Ponte para o  Futuro” em reunião com o vice-presidente Michel Temer, como um “acordo de paz” com os peemedebistas.

A Ponte para o Futuro, que o colunista chama de “Plano Temer”, é um programa elaborado pelo PMDB com propostas liberais para a economia, um “obituário da política econômica de Dilma”, diz Vinicius Torres. O programa foi criticado por integrantes do próprio PMDB, como o senador Roberto Requião.

Vinicius diz que um dos pontos discutidos na reunião entre Wagner e Temer foio limite para o crescimento das despesas de custeio do governo, “que aumentariam a uma velocidade menor que a da economia, da expansão do PIB”. Leia mais abaixo:

Da Folha

Passarela para o amanhã
 
Vinicius Torres Freire

Nos dias animados do impeachment, lá por outubro, o PMDB mandou fazer roupa nova no alfaiate. O banho de loja era uma tentativa do partido de se candidatar a líder confiável de uma nova coalizão antipetista. Era um programa liberal de governo, a “Ponte para o Futuro”, também um obituário da política econômica de Dilma 1 e das ideias do PT, às quais atribuía a ruína do país.

Pois então. O pessoal do PMDB diz agora que Dilma Rousseff ofereceu uma gambiarra para o presente, um acordo de paz com o partido. Nos termos do armistício, está a adoção de partes da “Ponte para o Futuro”, o “Plano Temer”. Segundo o pessoal do PMDB, foi o que o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) ofereceu na reunião de quarta-feira com o vice-presidente, Michel Temer, que havia se tornado um dos líderes da destituição da presidente.

Há versões conflitantes sobre o que teria sido proposto e do que já foi conversado, por outras vias, com o PMDB. De menos incerto, seria o seguinte.

Primeiro, pode se discutir um limite para o crescimento das despesas de custeio do governo, que aumentariam a uma velocidade menor que a da economia, da expansão do PIB.

O que quer dizer “despesas de custeio” ninguém soube explicar direito (em tese, são todos os gastos que não os de investimento “em obras”). Várias despesas crescem mais do que o PIB (Previdência) ou tendem a crescer, em anos bons (tais como saúde e educação), pois são vinculadas ao tamanho da receita (se a arrecadação de impostos aumenta mais que o PIB, tais gastos vão junto). Qual gasto seria limitado?

Segundo, o governo se comprometeu com a fixação de uma idade mínima para o direito à aposentadoria, como disse ontem também a presidente em entrevista, em termos igualmente vagos.

Terceiro, o governo apresentaria um plano “amplo” de simplificação de impostos (menos variedade de impostos, menos alíquotas diferentes, menos exceções).

Quarto, haveria menos burocracia para a criação de empresas e para licenciamentos vários, ambientais inclusive.

Quinto, seriam criados programas de avaliação da eficiência de políticas públicas.

Gente do governo diz que a oferta não foi assim tão longe. Em especial, “não haveria hipótese” de acabar com a vinculação de recursos para saúde e educação ou com o reajuste automático, indexado, do salário mínimo e do piso dos benefícios do INSS.

Difícil acreditar que o PMDB vá se comover tanto assim com concessões programáticas, ainda mais tão vagas. Mas, caso o impeachment vá mesmo para o vinagre, pode ser um modo de o partido dourar a pílula da paz, de passar um verniz na reaproximação com o governo. Temer gostou da ideia.

Mais difícil ainda é acreditar que boa parte desse plano vá andar. Pode se tratar apenas de uma daquelas histórias dos recessos de verão (em anos mais amenos, por exemplo, a ideia de “reforma política” sempre aparecia em janeiro). Quando volta a briga de facas da política, tudo isso tende a virar picadinho.

Por enquanto, porém, o governo precisa de uma passarela para o amanhã, um caminho de vaca até abril, que seja, pois Dilma Rousseff ainda vive da mão para a boca, atolada na ruína econômica que criou e ameaçada ainda de deposição. Precisa de paz com Temer. 

 

Redação

10 Comentários

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  1. Esse governo não aprende

    Esse governo não aprende mesmo, é que nem rap… ruin, que quanto mais apanha mais cede. Até 2018 vai ser duresa, não coloco mais fé nessa administração, infelizmente. O Temer conspira pra derrubar a presidenta as claras, e o governo vai ceder a esse bandido, com o programa que só atende ao que há de mais atrazado no país.  

  2. O que é melhor para o PT?

    A presidente Dilma tornou o Partido dos Trabalhdores uma legenda inviável. Por causa de suas atrapalhadas e de sua incompetência gerencial, poítica, de negociação com os setores da sociedade organização e principalamente com os agentes políticos, ela deixou o maior partido de esquerda da América Latina menor, mal amado, e com indíces de rejeição jamais visto na história do País.

    O pior de tudo é que ela deixa um Ministro da Justiça como o José Eduardo Cardoso para ferrar o Lula, o PT e os demais componentes da esquerda brasileira. É um Ministro com DNA tucano.

    O governo Dilma acabou com o grande capital político do Lula.

    Nassif, creio que se o governo Dilma não mechorar é melhor que ela saia e o PT se reestruture.

  3. fofocas januárias pára abrir

    fofocas januárias pára abrir mutios caminhos para

    especulações de interesses obscuros, tanto por parte dos

    peemedebistass quanto por parte do articulista da grande mídia golpista…..

    como  não tèm assunto e nem o que pensar,

    jogam falácias na quetnura do momento….

    para sairem da própria enrascada que criaram…

  4. Amigos, isto é fogo de palha
    Amigos, isto é fogo de palha pra cozinhar Temer!
    O plano do PMDB é ruim, mas nem tudo!
    Aproveitar alguma coisa boa do plano, aquece o “coração” do PMDB, partido oportunista!

  5. Selar paz ?
    O Temer já

    Selar paz ?

    O Temer já preparou o cadafalso para Dilma, só está esperando a presidenta ir caminhando lentamente.

    É melhor sela a paz com o capiroto, pelo menos sabemos o que, e como ele pensa.

  6. esta gente esta cada dia mais mediocre
    Quer dizer que agora o governo vai adotar partes do programa de temer.
    Inventaram a politica crtl C + Crtl V.
    Nada se pensa tudo de copia.

    Como ja escrevi aqui o sofa macio + o ar condicionado no carro de luxo estragaram definitivamente nossa esquerda (com as exções de praxe).

  7. Custeio

    É a cantilena do Delfim. Ou, para dizer com outras palavras, usadas à época em que o ex-ministro posicionou-se contra o II PND do Geisel: não se pode consumir como nos anos 70 (atualizemos para a os anos 2003-2013) e produzir como nos anos 50. Embora haja uma lasca de verdade nisso (a ver a desestruturação do aparelho produtivo com os anos de câmbio valorizado), eu apostaria ainda na capacidade esclarecedora dos textos de um Ignácio Rangel, que não se cansava de apontar para a existência de capacidade ociosa contra toda tentativa de arrocho. Olhando bem, a tal capacidade ainda está aí, nem que seja (mais não é só isso) sob a forma de poderosa acumulação de títulos da dívida pública nas mãos do empresariado. Eis o caminho do crescimento… E deixem os servidres públicos em paz.

  8. Plano Temer?

    Não existe Plano Temer, o que há de fato é o plano dos mercadistas para acabar com o pequeno mas sifgnicativo ganho da base da pirâmide, conseguindo nos três últimos governos.

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