“Certa vez fui ao oncologista”, carta em prol da Fosfoetanolamina

Certa vez fui ao oncologista, e ele percebendo minha preocupação pelo agravo da doença me disse que eu estava pondo todo foco no problema, como se estivesse em uma casa com uma rachadura, e a ficasse olhando fixamente esperando que aumentasse ou ruísse. Disse me que eu não tinha condições técnicas para cuidar da rachadura, sendo assim deveria deixar o problema para quem tem condições e ficar despreocupado.

Mesmo assim, procuro fortificar a estrutura das paredes, para que elas não sucumbam na primeira tempestade. Muitas dessas formas que uso para fortalecer as paredes são métodos criticados pelos “engenheiros” ou “médicos”: desde alimentação alcalina, fitoterápicos até os quimioterápicos, que são aqueles indicados pelos “mestres de obra”.

Nos últimos meses, porém, surgiu uma ferramenta que vem tomando assunto nas “obras” e “casas de construções”: o uso da fosfoetanolamina.

Já é sabido que a fosfoetanolamina possui algum efeito anticancerígeno, mas o imbróglio tem mais haver com aquilo que a cercou do que a substância em si.

A “fosfo” nasceu em uma época em que não havia ANVISA e que o Ministério da Saúde era responsável por trâmites de novos medicamentos. Firmado então convênio entre Hospital Amaral Carvalho, em Jaú e o Instituto de Química da USP, responsável pela substância, a pesquisa clínica não teve continuidade.

Nos anos adiante os estudos laboratoriais em Universidade continuaram, com pesquisas sendo publicadas em grandes periódicos científicos do mundo. Muitas Instituições importantes – Sírio Libanês, Fiocruz – mostraram interesse ao que poderia segundo eles vir a se tornar “promissor medicamento”, mas acordos não foram adiante. Sendo assim a substância seguiu à sombra, sendo distribuída no laboratório da USP, já que o Hospital Amaral Carvalho indicava aos seus pacientes que lá poderiam retirar a substância e até mesmo “receitada” por médicos de Instituições de prestígio. 

Há quatro meses o “composto” ganhou visibilidade, e uma enxurrada de liminares obrigando a USP a fornecer a substância desabou sobre a Universidade. A substância virou tema de um complexo debate, em que instituições como CREMESP e Sociedade de Oncologia se posicionaram amplamente contra seu uso, inclusive por aqueles pacientes cuja medicina convencional não se mostrou eficaz e que os protocolos já não são suficientes para escorar a edificação.

Alguns argumentam que os testes pré clínicos não são suficientes, pois são feitos apenas em roedores e não em animais mamíferos de médio e grande porte, mas estes se enganam, pois testes em cachorros já foram feitos, antes do “caso dos beagles” despertar compaixão que não se tem com os pacientes oncológicos.

Só que existe aqui um ponto mais tormentoso, que escapa a área médica, que é o direito de dispor sobre o próprio corpo. O ser humano é racional, provido de consciência, inteligência e memória, o que faz ser capaz de tomar decisões e tirar conclusões. É por isso que existe a autonomia da vontade, ou da liberdade de escolha, que é um dos direitos Constitucionais e uma das mais importantes características da dignidade da pessoa humana. Sendo assim, na esfera particular o indivíduo deveria ser capaz de tomar decisões com base em seus interesses próprios, gostos, desejos, preferências. Desde que não prejudique ou fira outro indíviduo, o sujeito tem direito de fazer aquilo que tem vontade ou ache melhor para si, sendo senhor de si mesmo, responsável pelas suas escolhas.

Cabe a cada indivíduo por si mesmo decidir quais lugares deseja frequentar, quais roupas deseja vestir, com que pessoas deseja andar, quais associações deseja se filiar e por quê não quais tratamentos médicos deseja experimentar, ainda mais quando sua doença se encontra em estágio avançado. Este direito é básico de autonomia e norteia toda vida do indivíduo: de locomoção, religião, político partidária, de expressão, profissão.

O valor da autonomia da vontade e da liberdade tem como objetivo conferir ao indivíduo o direito de se firmar como sujeito presente e determinar sua vida com base em suas reflexões pessoais, fazendo escolhas que fazem parte do desenvolvimento natural humano, e que formam o indivíduo como ser único, como: se casar ou não, ter filhos ou não, sua orientação sexual, sua profissão.

Não cabe ao Estado impedir ou criar mecanismos que dificultem o acesso do indivíduo sobre sua vontade, delicado também é o argumento de “proteção” do indivíduo pelo Estado, pois temos exemplos catastróficos suficientes na História de líderes e Estados que agiram sobre esse argumento e acabaram promovendo inúmeras mortes. O mais importante é se o ato é autêntico e nasce da necessidade do indivíduo em expressar sua vontade seja para prazer pessoal ou para suprir alguma demanda, desde que não viole a integridade física alheia.

Caso a decisão seja sincera e parta exclusivamente do indivíduo para com ele, o Estado deve fornecer mecanismos para que a decisão seja o mais consciente e racional possível, mas não interferir na sua escolha com normas ou instituições impedindo que o indivíduo atinja sua vontade inexorável.

Sendo assim, a partir do momento que se inicie/retome as pesquisas clínicas e que seja feita a produção da fosfo, cabe a aquele paciente cujos protocolos convencionais não são mais satisfatórios em analisar todo histórico que passou a fosfoetanolamina e optar, com o aval da Lei e da Constituição, por utilizar ou não.

Médicos podem sugerir tratamentos, mas o soberano ante meu corpo e minha vida sou eu, pois veja, caso a casa venha a cair o soterrado será eu, os escombros atingirão meus familiares e o pedreiro fechará sua maletinha de ferramentas e seguirá para próxima “obra”.

Redação

16 Comentários

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  1. A INDÚSTRIA DO CÂNCER É CONTRA A CURA DA SUA FONTE DE RENDA!

     

    Uma simples visitada ao filme do Burzinski, sobre sua pesquisa e a real cura do câncer, fará qualquer um compreender, esta  posição dos órgãos responsáveis, pela saúde e pesquisa, dos tratamentos a respeito do cancer. A fosfina é mais um caso de que a CURA do CÂNCER, assim como da AIDS, não intessa aos que comercial com vida dos outros!

  2. Liberalismo pela metade
    Quase comovente. Mas que liberalismo de kimta katiguria é esse que vem obrigando na justiça que o governo produza e forneça a substância gratuitamente? E que, se a crendice e ignorância derem m…, vai querer que o SUS continue a recebê-lo, se necessário exigindo os seus “direitos” também nos tribunais? Tá bom, vamos acabar com a Anvisa e liberar geral qualquer medicamento ou produto químico irrestritamente (e, porque não, qualquer outro produto, vamos abolir o Inmetro também), sem testes, afinal a autonomia da vontade é um valor absoluto.

  3. A fosfoetanolamina

    É no mínimo intrigante a celeuma que se ve sobre a “fosfo”

    Não li qualquer manifestação da Anvisa sobre o caso. 

     Dada a novela sobre o fármaco a Anvisa deveria vir a público e veicular claramente sua posição. Se por falta de registro ou seja lá o que for seu papel é atuar límpida e públicamente esclarecendo a questão.

    Os criadores, à USP  seriam chamados a, tambem publicamente, esclarecimentos.

    Onde está o Ministro da Saúde nisso tudo ?

    Omisso por “republicanismo” ou leniência ou de tudo um pouco ?

    Que chame os envolvidos e ponha suas estruturas a funcionar.

    Nessa briga cabe imaginar de tudo até interesses ditos inconfessáveis.

    TRANSPARÊNCIA E AÇÃO !!!!

     

  4. O que o seu médico tentou
    O que o seu médico tentou dizer é “viva com o câncer, não viva para o câncer”. Deixe esse assunto para o médico e viva sua vida normalmente. Você pode estar desperdiçando um tempo precioso.

    Dá pena de ver tanta gente depositando esperanças nesse senhor simplório Chierice, que só é capaz de dizer “eu acho” quando o entrevistam. O pior de toda essa irresponsabilidade é que os resultados negativos da “fosfo” nunca serão suficientes para desmentir os boatos de curas miraculosas, por mais que se invista nessa pesquisa.

  5. Sigam o dinheiro

    Um tratamento convencional contra o cancer custa cerca de R$ 100.000,00 (morrendo ou não). Assim, uma estrutura de tratamento, lucra muito com os doentes, médicos, clinicas, laboratórios. A Fosfo, remédio com custo perto de zero, desorganiza essa estrutura lucrativa. Mesmo com resultados satisfatorios ao longo de 15 anos, hospital de Jaú nega a exitencia de convenio para uso da Fosfo. Porque? Lucro. 

    No caso do Canabidiol, extrato da maconha, tb sem registro na Anvisa, houve na época amplo espaço na TV/imprensa, inclusive com mensagens emotivas usando crianças, pressionando para a sua liberação rápida. Neste caso haveria lucro, do laboratorio (americano) fornecedor, sem invadir outro nixos do mercado.

    O foco é o dinheiro (sempre), se der lucro, faz-se pressão pela liberação.  Se ameaçar o lucro, “chamamos o Dráusio, o Fantastico, e até usamos o MP para ameaçar de prisão o criador da Fosfo”.

    https://www.youtube.com/watch?v=tf9RtWYLGXM

     

     

     

  6. Oi Nassif,
    Toda a substancia

    Oi Nassif,

    Toda a substancia ativa pode ser fármaco ou tóxica dependendo da dose utilizada.

    Faz tempo que quero escrever sobre o assunto mas estou sem tempo neste período. O que aconteceu com a Fosfoetanolamina é um absurdo, um dos maiores que já vi em minha vida científica e acadêmica. Sou professor do componente curricular em Planejamento e Desenvolvimento de Fármacos de um mestrado Strictu sensu e fiz o meu doutoramento na área de Química Farmacêutica Medicinal desde 2007.

    Entendo muitissimo a dor e esperança dos pacientes. Mas os conteúdos de minha disciplina do Mestrado e da Graduação foram rasgados neste caso. Este episódio está causando uma comoção nacional e imoral sobre o uso. Já aconteceu antes, vide o caso do Cogumelo do Sol, também alardeado pela USP/SP. Onde está esta substância agora? De substâncias promissoras os nosso laboratórios estão cheios.

    Também faço síntese de substâncias em meu laboratório e “jamais” daria uma delas para qualquer pessoa tomar antes de seguir os protocolos e avaliar a segurança, eficácia, estabilidade, formulação, toxicidade, dosagem correta, entre outros, necessários para se lançar um fármaco na terapêutica. Fora desse campo, o que existe é antiético, imoral, charlatanismo e oportunismo.

    Porque digo isso? Porque simplismente entre 8 a 10% da população não responde a um fármaco. Genética populacional. Outras pessoas tem isoformas enzimáticas diferentes com distintas formas de biotransformação. Existe uma dosagem necessária para que se obtenha um concentração plasmática necessária, diária, para que a substância exerça o seu efeito. Esta pode ser de 10, 100, 500 ou 1000 microgramas ou miligramas. A melhor forma de administração é oral, sucutânea, sublingual, dérmica ou intravenosa? Nada disso foi avaliado!!!!!

    Existem formulações medicamentosas, conhecidas como remédio, que precisam ser estabelecidas, com excipientes, antioxidantes, o princípio ativo, entre outros. E neste episódio nada!

    Existem antitumorais como os da classe de inibidores de enzima tirosina quinases, o que há de mais moderno atualmente, que funcionam para uns tipos de câncer e para outros não. Porque a fosfoetanolamina seria diferente?

    O se viu até agora é distribuição de substância com atividade potencial, sem atividade comprovada em humanos, para todos os tipos de cânceres, sem prescrição médica, sem protocolos estabelecidoos de controle de qualidade, de estabilidade, de toxicidade, sem estabelecer uma formulação e conhecer os parametros de absorção, biodistribuição, metabolismo e excreção.Isto tudo há mais de dez anos! 

    Viramos piada no cenário científico mundial, visto através de editoral do períodico Nature. É exercício ilegal de medicina. Brincar com a esperança das pessoas é desumano e imoral. Aliás tudo foi feito de maneira ilegal, mas como vivemos neste país as coisas não são vistas sob este prisma.

    Porquê não tinha ido para frente? Porquê os ensaios clínicos são as etapas mais caras do processo de desenvolvimento de um fármaco. Normalmente, qualquer Universidade do mundo faz um convênio com uma empresa qualquer para continuar esta etapa. Mas os descobridores da “Fosfo” não quiseram fazer isto. Tudo em benefício do povo. Aparecendo em várias entrevistas e para proteger a patente! No Brasil mesmo tem alguns pesquisadores que venderam patentes para empresas e nem por isso as mesmas deixaram de serem importantes para o povo.

    Portanto Lúcia. Se quiser usar qualquer substância legal faça bom proveito mas não caia em ilusões. Neste momento, os ensaios clínicos estão sendo pagos com dinheiro público, o seu, o meu, o de todos nós. Para cada 5 substâncias que chega nesta fase 2 saem. O conjunto de disfunções conhecido como câncer é de diagnóstico terrível mas há de ser ter bom senso. Eu sugiro que busque as terapias novas e que são muitissimo melhores do que a quimioterapia antiga.

    Desejo mesmo que a “Fosfo” funcione, mas sempre bom lembrar cura miraculosa não existe.

    Fávero Reisdorfer Paula

    Universidade Federal do Pampa

    1. Faz sete dias hoje que

      Faz sete dias hoje que enterramos um parente muito querido. O que a medicina tradicional trouxe de bom a ele ? Nada. O que assisti foi uma série de médicos torcendo o nariz, uma vez que seu tumor não poderia ser extirpado pela idade e condições físicas. O tratamento – paliativo – foi a radioterapia, que lhe produziu anemia profunda e necessidade de constantes transfusões de sangue. Com plaquetas baixas – e sem conseguir do estado esses importantes componentes sanguineos (como vão as fábricas de hemoderivados, prometidas, mas não entregues ?) – ocorreu um fatal AVC hemorrágico. Pelo que me consta, a fosfoetalonamina é vendida como suplemento alimentar em paises da Europa e Estados Unidos, sem que se tenha registrado qualquer reação importante. É produzida naturalmente pelo organismo e faz parte da membrana celular. O que os pesquisadores de São Carlos encontraram foi uma forma de disponibiliar substâncias que o próprio organismo utiliza para sintetizar a fosfo. Se fosse tão tóxica, mataria imediatamente os pacientes já debilitados que se encontram em tratamento oncológico. Não se tem registro de que isso tenha ocorrido.

      Ingressamos com pedido de liminar para obter a fosfoetalonamina, porém o pedido ficou parado no gabinete da juíza, sem manifestação. Pelo que lí, ela está impedida de liberar liminares pelo TJ, o qual está movendo sindicância contra a mesma. Dessa forma, deixamos de tentar uma possibilidade que poderia ter lhe ajudado, ou não, nunca saberemos. Mas era uma possibilidade.

      Fico imaginando gênios como Vital Brazil, Louis Pasteur, Alexander Fleming, Osvaldo Cruz, Carlos Chagas, nos dias de hoje. De mãos atadas. Estaríamos morrendo de envenenamento por serpentes, infecções generalizadas, nada saberíamos sobre a doença de Chagas. Nada poderiam fazer sem os testes. E os testes não ocorreriam porque seriam muito caros, inviáveis. Uma vez que os medicamentos podem produzir reações indesejáveis, melhor deixar morrer da doença, mesmo.

    2. Olá Favero, 
      Obrigado por

      Olá Favero, 

      Obrigado por abrir diálogo para discussão tão importante e pouco posta em cena de maneira tão explícita.  

      Veja que toda sua base de argumentação parte de: “Mas os conteúdos de minha disciplina do Mestrado e da Graduação foram rasgados neste caso. “

      Lembro a você de Feyerabend, filósofo e historiador que estudou durante anos o que mais o despertava cólera: a vaidade e a necessidade de segregação que assolam os ambientes onde se produzem conhecimentos.
      Feyerabend não se colocava contra as ciências, muito pelo contrário, afinal, ele criticava aquilo que a todo momento ameaça
      as ciências, mas não a define. Disse ele se mover pela indignação diante da destruição desenfreada de conquistas culturais das quais poderíamos todos ter aprendido, diante da ousadia presunçosa com que alguns intelectuais interferem na vida das pessoas, e desdém pelas frases traiçoeiras que usam para embelezar suas iniquidades”.
      A obra CONTRA O MÉTODO – que sugestivo, não ? – formada por idéias elaboradas a partir de diálogos com Imres Lakatos e diálogos com as coisas da vida – esses acredito ser os melhores – é plena de puxões de orelha, busca por libertação do pensamento e chamadas constantes para o retorno a História, a atenção não somente ao técnico. Sobre isso, diz que o tom irônico utilizado é nada mais que “a exclamação aterroriada de um racionalista de examina a História mais de perto”.
      Existe talvez uma ultra valorização – assunto do da Carta – da medicina, e a desvalorização brutal do direito ao ser.
      Lembrando que a Medicina não é uma ciência em si, a Medicina se trata de uma tecnologia que faz uso das várias ciências e técnicas. Não seriam os médicos evoluções dos açogueiros e alquimistas – por estes últimos minha admiração. 
      A Medicina faz uso da Biologia e da Matemática, e pasmem, também da Ciências Sociais e Humanas ! 
      O campo médico não é restrito em si, e há muito conhecimento que é apropriado, mas há outros que ficam à margem, desgarrados, mas não deixam de existir e nem mesmo de fazer parte de outras práticas de cura. 
      Ou seja as “suas disciplinas” não se definem por si, desculpe. As fronteiras do conhecimento são arbitrárias e recentes demais diante da vastidão de conhecimento e História e nem por isso possuem menos valor. 
      Infelizmente (talvez mais para minha infelicidade, do que sua) nem sempre os métodos caminham de acordo com a necessidade e nem sempre eles resultam em algo satisfatório para o mundo real, espontâneo, não ficcional, ou seja, a VIDA.
      Formalizações são extremamente necessárias, mas não dá conta de tudo, nunca abarca seu total.
      Veja que são inúmeros os exemplos de medicamentos que apesar de possuírem todos os estudos e carimbos (sic!) necessários depois são retirados do mercado, porque não atendem a expectativa, ou pq causam algum mal não detectado nos rigorosos testes anteriores.
      Se algo correu a margem e conseguiu durantes estes anos não se perder é fruto de uma situação singular, única, – e eventos únicos devem ser dignos de ciência, tão quanto os banaistrivais, ou pq não até mais ? – mas não de picaretagem, o que é categorizar em uma visão simplista, para que não incomode as certezas egóicas dos fundamentalistas teóricos.
      A arte que estampa a reportagem responde ao questionamento: não se pede uso irrestrito, nem se questiona as disciplinas – sejam elas de quem quer se seja – apenas que se investigue, analise, estude, indague, explore, avalie, averigue.
      Se algo correu a margem , é porque houve necessidade, porque caminha junto ao CAOS, a iminência da morte, a incerteza do eterno. 
      Houve sim algum método e série científico objetiva, e aqui parto de um princípio matemática – por que não ? – o fato da Nature ter feito uma reportagem é mais uma confirmação disso, e não a constatação do equívoco, mas sim a legitimização da existência. 

    3. SOBRE A INDÚSTRIA DO CANCER

      Caro Fávero,

       

                            com certeza as cautelas e protocolos dos estudos científicos são justificáveis e exigíveis, mas quem os aplica e quando? Apenas creio que, como prova cabal, existem interesses inconfessáveis a operar através do sofrimento alheio, por isso insisto: o trabalho de Stanislaw Burzynski, em seu documentário disponível no Youtube e outros sitios eletrônicos, bem como indo até o próprio instituto de pesquisa e aplicação de seu tratamento, é algo espantoso!!! Veja, todos os protocolos de ciência foram feitos no caso Burzynski, mas mesmo assim para você acessar este tratamento fez-se uma ilha no mundo, a todo custo escondido e proibido para o resto do mundo, leia-se, governo do EUA e corporações impedem este acesso. Bem o melhor é checar vendo o documentário e se for o caso, ir visitar o próprio instituto de pesquisa. Há algo assemelhado em Cuba, quem sabe uma luz no fim do túnel para muitos! Daí minha observação, que se for o caso, a fosfina será tratada com o descaso necessário, pois a Indústria do Cancer não interessa a cura, pois o cancer é um grande negócio!!!

    4. No link que vc coloca,

      No link que vc coloca, ironicamente, para se comprar a “Fosfo”, tem varios artigos indicando a potencialidade do fármaco no combate a vários tipos de canceres. Da uma olhada lá com mais cuidado.

      Cancer Biology & Therapy 2014/07/01

       http://www.sigmaaldrich.com/catalog/papers/24755919

      Etoposide-loaded immunoliposomes as active targeting agents for GD2-positive malignancies.

       

  7. Em resposta ao Joao Luis e ao

    Em resposta ao Joao Luis e ao Jincxjo, 

    Eu entendo o que o oncologista quis me dizer, e sei interpretar seu pensamento. 
    Só acho necessário e fundamental termos empatia, pois como viver se as dores dilacerantes não permitem nem mesmo
    uma noite de sono comum, ou se o uso de remédios que nos tiram o pensarconsciência se faz cada vez mais presente. 
    Caso não haja empatia, sugiro que poderíamos discutir em fazer algo já existente na medicina clássica moderna, implantarmos célular tumorais de minhas metástases, a fim de que façam o uso de todos os protocolos da medicina clássica e ainda assim vivam normalmente. Então podemos falar em pensamento de kinta kategoria eou ignorância.
    Caros, assim como eu, vocês, seus familiares e amigos terão que se tratar apenas com o que existe no mercado disponível – isso se não for pelo SUS, que é outro drama. Em tempo, a morte lenta e dolorosa estará totalmente “regulamentada pelos padrões internacionais de registros e protocolos científicios”. 
    Mais uma vez – acho que farei uma placa com isso – não se trata em usar uma substancia irrestritamente, mas a exigência de que continuem seus testes clínicos, visto o progresso obtido até então. Com este avanço nos testes, entramos numa questão jurídica, paliativos e terminais terão direito por lei de fazer uso. E aqueles que descobrirem seus canceres de modo primario, 
    duvido muito que desejarão fazer quimio e radio, antes de tentar a fosfo.
    Não se trata de querer comover, mas sim do destino certo que teremos.

    1. Prezado Lício,
      Tenho toda a
      Prezado Lício,

      Tenho toda a empatia pela sua situação que conheço muito bem. Sei dos efeitos da quimioterapia e do mal estar que causa. Sei das dores contínuas que a metástase causa. Sei que a única maneira de combatê-la é com opióides ou mesmo morfina e que essas drogas praticamente impedem uma conversa normal. E sei o que é procurar na internet informações sobre o estadiamento e encontrar uma probabilidade de sobrevida zero em 4 anos.

      E o que deu essa sobrevida ao meu amigo, que morreu com 44 anos, não foi a fosfoetanolamina, mas uma combinação de oxaliplatina e irinotecano. Apesar de todas as dores, agradeço à ciência por ter lhe concedido esses anos.

      E é por isso mesmo que eu desprezo os charlatães do cogumelo do sol, da babosa e da fosfoetanolamina. Não perca seu tempo pensando nessa bobagem. Siga à risca o tratamento proposto pelo seu médico. Não use a fosfoetanolamina que pode interferir nos remédios que você toma e que foram desenvolvidos segundo os melhores conhecimentos da ciência atual. Não use a sua força e a sua inteligência para propagar ainda mais esse mito que só irá prejudicar outras na mesma situação.

      A resposta do Fávero foi precisa. Não se conhece nada sobre a rota da fosfoetanolamina no organismo, como é processada e como é excretada. Não se sabe sequer se ela sobrevive ao processo de digestão. Não há nenhuma indicação estatística de que funcione. Nenhuma pesquisa, nada. Não há teoria sobre o seu funcionamento. É pura e simplesmente um mito. E agora a Anvisa é obrigada a investir milhões para desfazer esse mito porque um mistificador como esse Chierice resolveu que iria curar 100% dos cânceres em 100% das pessoas. É por isso que ele deveria ter sido preso por exercício ilegal de medicina antes que esse mito se formasse.

      Quando a minha hora chegar, e sei que vai chegar, quero o melhor e mais testado tratamento segundo os padrões e métodos científicos. Feyerabend nunca inventou um parafuso, quanto mais uma sofisticada terapia com quimioterápicos ou anticorpos monoclonais.

  8. fosfoetanolamina

    a fosfo esta aí para quem quiser tratar o cancer . o problema é ela deve ser registrada como suplemento e pronto.acacaba-se o argumento contra ela simplesmente os requisitantes escrevem que querem  um suplemento.quem vai proibir a pessoa de tomar um suplemento

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