Coronavírus: o desafio de se informar comunidades carentes

Em áreas onde as pessoas precisam trabalhar para comer, maior desafio é desmentir as informações desencontradas de Jair Bolsonaro

Favela de Paraisópolis, na cidade de São Paulo. Foto: Reprodução/Wikipedia

Jornal GGN – A vida pode ter desacelerado, mas nas áreas carentes ela continua a acontecer. Como pedir para essas pessoas, que vivem em áreas onde elas precisam trabalhar para poder comer, ficarem em casa em meio a uma pandemia, como a de coronavírus?

Segundo reportagem publicada pela BBC, muitas pessoas nas favelas veem a Covid-19 como uma doença de pessoas ricas que vieram do exterior, mas existe a preocupação de que os mais carentes sofram mais conforme o vírus se dissemina.

Na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, o presidente da associação de moradores, Gilson Rodrigues, está treinando pessoas para se tornarem os chamados “presidentes de rua” – voluntários que vão garantir que as famílias entendam a necessidade de permanecer em ambientes fechados e as medidas de higiene que precisam ser adotadas.

Segundo Rodrigues, uma das tarefas mais difíceis é desmascarar as informações desencontradas transmitidas pelo presidente Jair Bolsonaro – que tem criticado as medidas adotadas pelo Estado para manter as pessoas em casa para conter o avanço do vírus.

“Quando o presidente diz algo estúpido, que o coronavírus é apenas um fungo ou que as pessoas podem voltar ao trabalho, bem, no dia seguinte, as pessoas estão nas ruas“, diz ele.

“Jair Bolsonaro será parcialmente responsável por qualquer morte aqui, porque ele está criando essa situação”, ressalta o presidente da associação. “É como se as 13 milhões de pessoas que moram em favelas no Brasil não existissem. Não existe uma política para cuidar das favelas do país, estamos sendo deixados para cuidar de nós mesmos”.

Redação

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