Trabalho informal bate recorde no país

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O trabalho informal já bate recorde no país, atingindo 43% dos brasileiros. E, entre os formais, são as vagas de menor qualificação que perdem mais no salário de admissão, com mínima registrada em dez meses. Para se ter noção do enunciado, basta saber que a cada 10 brasileiros trabalhando, no terceiro trimestre deste ano, 4 estavam na informalidade. Esses dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE.

Se a pesquisa aponta que 92,6 milhões de pessoas estão ocupadas, dessas 39,7 milhões não tinham carteira assinada, somando empregados do setor público e privado sem registro, trabalhadores por conta própria sem CNPJ, trabalhadores doméstico sem carteira e quem trabalha em família.

O detalhe é que a taxa de desemprego, com esses ocupados sem futuro, registrou 0,5 ponto percentual abaixo da registrada no mesmo período do ano passado, ou 11,9%. 

Na outra ponta, o rendimento médio real recebido pelos ocupados (R$ 2.222) e a massa salarial (R$ 200,7 bilhões) – que é a soma dos rendimentos brutos recebidos em todos os meses trabalhados pelos ocupados – mantiveram-se estáveis. O efeito demonstra que as vagas que foram criadas são de baixo impacto salarial.

No Caged, que registra os números do mercado formal, em setembro o saldo de vagas foi o melhor do mês em cinco anos, com 137.336 postos positivos entre admitidos e desligados. Mas a média de salário para os trabalhadores admitidos foi a menor dos últimos dez meses, ou R$ 1.516,89.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Sociedade em movimentos

    DO SITE CARTA CAPITAL 

     

     

    Política

    Série Reflexões Políticas | Entrevista | Boaventura de Sousa Santos

    ‘Os movimentos sociais são a chave para a reinvenção das esquerdas’

    por Marina Gama Cubas — publicado 01/11/2018 01p0, última modificação 01/11/2018 17p5

    Para sociólogo português, no Brasil e outros países há várias esquerdas e todas elas têm pecado pelo sectarismo e pelo isolacionismo

    O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, professor da Universidade de Coimbra

     

    O resultado das eleições desta semana mostrou a necessidade de novas estratégias para que as esquerdas sobrevivam e consigam ampliar seu público. Para isso, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, professor da Universidade de Coimbra, Portugal, defende que a esquerda precisa parar de falar para os convertidos e começar a estudar elementos importantes a uma grande parcela da população brasileira.

    “A esquerda tem de abandonar a obsessão das reuniões secretas e de linguagem altamente codificada que só converte os convertidos. Têm de estudar as estratégias das igrejas neopentecostais para aprender o que se deve e o que não se deve fazer”.

    Para ele, o erro do PT nos últimos meses foi “foi ter subestimado a eficácia da demonização do petismo” e ter mirado apenas para o potencial de voto a Lula, sem refletir sobre novas oportunidades. 

    O sociólogo, autor do livro A difícil democracia e Esquerdas do mundo, uni-vos! (editora Boitempo), destaca ainda que os movimentos sociais podem ser uma das saídas para os problemas das esquerdas no Brasil. “Os movimentos sociais são a chave para a reinvenção das esquerdas e são o seu grande teste para a capacidade de elas prevalecerem num contexto hostil. Os movimentos sociais são os territórios físicos, sociais e culturais onde as esquerdas se podem curar tanto do sectarismo como do entreguismo”. Leia a entrevista concedida por e-mail a CartaCapital.

    CartaCapital: O que significa a vitória de Bolsonaro?
    Boaventura de Sousa Santos: Significa a prova cabal de que sistema político brasileiro precisa ser profundamente reformado. Tal como está: transforma o compadrio, a corrupção, as alianças perigosas, a incoerência política e a confusão ideológica em condições incontornáveis de governabilidade; promove o isolamento das elites partidárias em relação às privações e aspirações das grandes maiorias sobretudo das mais pobres ou mais vulneráveis à discriminação e à violência; não permite que os três órgãos de soberania (Executivo, Legislativo e Judiciário) exerçam os seus poderes com contenção, ou seja, sem violarem gravemente as competências de uns de outros.

    CC: Essa escolha diz o que sobre a sociedade brasileira? E sobre os partidos políticos que se apresentam hoje?
    BSS: Diz que a sociedade brasileira é uma sociedade que apresenta uma combinação tóxica de três tradições de desigualdade e discriminação: capitalismo, colonialismo e hetero-patriarcado. A história continua a pesar demasiado para o Brasil poder deixar de ser o eterno país do futuro. E depois destas eleições o futuro ficou ainda um pouco mais distante do presente. Mas as últimas semanas também mostraram que os democratas brasileiros têm mais apego  à democracia do que o registado pelo Latinobarómetro. O medo não matou a esperança.

    CC: Como o campo progressista brasileiro pode se organizar para que um novo paradigma de senso comum crítico e racional permeie o processo decisório popular brasileiro?
    BSS: O Brasil é hoje um laboratório de significado mundial. Está a mostrar que a democracia liberal representativa não se sabe defender dos antidemocratas. Para se defender tem de se articular com a democracia participativa. Para isso o campo progressista tem de voltar aos territórios onde gente digna sobrevive em condições indignas. Tem de abandonar a obsessão das reuniões secretas e de linguagem altamente codificada que só converte os convertidos. Têm de estudar as estratégias das igrejas neopentecostais para aprender o que se deve e o que não se deve fazer. E tem sobretudo de recuperar a memória dos círculos de cultura e das comunidades eclesiais de base.

    CC: A atmosfera social brasileira durante o processo eleitoral deflagrou episódios de violência motivados e potencializados pelo discurso de intolerância. Segundo o filósofo Karl Popper, a tolerância ilimitada leva, paradoxalmente, ao desaparecimento da tolerância. Como a sociedade brasileira pode estabelecer limites às ondas de intolerância?
    BSS:  A tolerância é um termo pernicioso apesar de popular.A gente só tolera o intolerável, aquilo com que nada partilhamos nem com que nos podemos enriquecer. O problema é outro, é o da cultura de convivência democrática com a diferença política, social, cultural e comportamental. O problema é o reconhecimento do direito mais fundamental: o direito a ser iguais quando a diferença nos inferioriza e o direito a ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza.

    CC: Tentando fazer uma distinção entre os erros das partes, na opinião do senhor, quais foram os principais equívocos do PT e quais foram os de Fernando Haddad nessa eleição?
    BSS: O maior erro do PT foi ter subestimado a eficácia da demonização do petismo. Eu compreendo o erro. Um partido que sempre governou com a direita dificilmente poderia imaginar que pudesse ser identificado com o “perigo comunista”. O PT apenas valorizou que Lula da Silva era o candidato mais popular nas sondagens. Negligenciou que logo abaixo dele estava Bolsonaro, a versão mais primária e visceral do ódio ao PT tão laboriosamente construído pela Globo.

    CC: Acredita que o nome de Haddad saiu mais forte do pleito? Na sua opinião, ele tem chances de ser o novo nome no campo de esquerda e/ou progressista?
    BSS: Saiu bastante mais forte sobretudo porque teve de tolerar uma partida tardia e afirmar uma identidade própria sem o apoio entusiasta de alguns setores do PT. Será certamente um novo nome se não for apenas um nome novo para um passado que, mal ou bem, foi rejeitado. Para isso, terá de entender que o tempo do hegemonismo partidário terminou. Só será um nome novo se souber articular-se de forma leal e horizontal com outros nomes novos, nomeadamente com a Manuela D’Ávila, o Guilherme Boulos e a Sonia Guajajara.

    CC: Quais aspectos Haddad deveria melhorar em si mesmo para se tornar uma liderança política para a população nos próximos anos?
    BSS: Tem apenas que continuar a ser o que sempre foi: um político honesto que usa a sua inclinação moderadora e moderada para unir as forças de esquerda e não para se unir às forças de direita que apenas o aceitarão enquanto o puderem usar, como aconteceu no passado recente.

    CC: O que deverá acontecer com a esquerda brasileira nos próximos anos? Ou no que precisam estar preocupados para sobreviver?
    BSS: No Brasil como noutros países há várias esquerdas e todas elas têm pecado pelo sectarismo e pelo isolacionismo. No atual contexto tal tipo de conduta é o caminho para o suicídio. As esquerdas têm de voltar a ir para as periferias e para as retaguardas (não para as vanguardas onde a auto-congratulação é fácil e viciante) e têm de unir-se sem perder as suas respetivas identidades. Apenas muito cientes que o que as une é mais do que as separa. O que as une é elas serem no seu conjunto os garantes da continuidade da democracia. Isto é novo e difícil de fazer crer às próprias esquerdas mas é, em meu entender, o que decorre da natureza do ciclo reacionário em que globalmente nos encontramos. De maneira chocante, a direita brasileira vem-nos a dar desde 2015 (para me referir apenas ao período mais recente) um espetáculo triste e aterrador:  só é democrática quando se pode servir da democracia para perpetuar os seus privilégios.

    CC: Os movimentos sociais que ressurgiram nessa eleição deverão perdurar ou ocorrerá certa resignação a partir de agora? Acredita que se manterão sem uma ligação fisiológica com os partidos políticos?
    BSS: Os movimentos sociais são a chave para a reinvenção das esquerdas e são o seu grande teste para a capacidade de elas prevalecerem num contexto hostil. Os movimentos sociais são os territórios físicos, sociais e culturais onde as esquerdas se podem curar tanto do sectarismo como do entreguismo. Os movimentos sociais não têm um DNA de esquerda. Há movimentos sociais de extrema-direita.

     

     

    https://www.cartacapital.com.br/politica/os-movimentos-sociais-sao-a-chave-para-a-reinvencao-das-esquerdas

     

    Sampa/SP, 03/11/2018- 18:53 

    1. Desmistificar a periferia

      1 – Sobre essas eleições, o maior erro da esquerda será não perceber as mudanças no perfil da população brasileira urbana das grandes cidades nas últimas décadas, em especial após o período de desenvolvimento acelerado dos anos 2002-2014. O período pós redemocratização foi resultado de lutas políticas e culturais de décadas antes, e como dizem em inglês, “taken for granted”, subestimada a necessidade de continuar essas lutas em um mundo em transformação com as mudanças geopolíticas estruturais não só na correlação de forças entre países mas na cosmovisão de gerações inteiras afetadas por aceleradas atualizações tecnológicas e comportamentais, desacompanhadas do conhecimento histórico e do exercício de pensamento crítico, em especial após o fim da guerra fria com a consolidação do neoliberalismo, que confunde deliberadamente o exercício da liberdade de consumo com o próprio sentido de liberdade e cidadania. O que pode explicar porque muitas pessoas beneficiadas por políticas do referido período, como Prouni e MCMV, votaram contra seus próprios interesses e contra quem os beneficiou, por ignorar como direitos são implementados ou negados politicamente.

      Nesse cenário o pior que se pode fazer é paternalizar as periferias e classes populares em geral, como percebi no comentário tão festejado do Mano Brown. Por mais que as esquerdas tenham abandonado o contato e a responsabilidade em mobilizá-las politica e socialmente, não se pode negar que as periferias não são o reino encantado do novo bom selvagem, são regiões muito heterogêneas, com seus próprios conflitos internos que reproduzem o que ocorre em outras regiões e na macroestrutura social, diferenças de classe e ideologia econômicas e culturais marcantes cuja adesão cada vez mais crescente à direita, ao conservadorismo e autoritarismo não pode ser atribuída unicamente ao abandono pelas esquerdas – nesse aspecto seria interessante se perguntar como a direita se faz presente nessas regiões, pois não há militância presencial de direita mas uma colonização mental e comportamental, em que o convívio das massas inconscientes de sua condição com outras regiões e o cenário de possibilidade de acesso a bens (shoppings e financiamento, por exemplo) faz que se sintam incluídas, pertencentes a esse cenário, e assim cooptadas a defendê-lo para poder desfrutá-lo -; é fundamental reconhecer que o discurso neoliberal que troca direitos por produtos, cidadania por acesso a consumo de bens substitutivos da conquista de dignidade (você pode não ter casa própria nem acesso a bons médicos, mas sua vida precária é anestesiada com o celular mais recente que lhe abre as portas do mundo – na imaginação, e com roupas “de marca” que o assemelham ao playboy e permitem que transite pela cidade com a sensação de pertencimento, ainda que passageira – a carruagem vira abóbora na plataforma do trem e do busão) faz a cabeça do proletariado, do contrário não se poderia explicar o atual estado de aderência festiva de parte dele a candidatos com com discurso de defesa do mercado e frontalmente contrário aos seus interesses de classe. Ser cidadão fica fora de moda e o novo hype é ser espectador/seguidor de celebridade, tirar uma casquinha platônica daquilo que a vida real nunca lhe poderá oferecer.

      Na fala de Brown, quando ele vociferava que “alguém ia pagar”, depois de reclamar dos conflitos familiares e com amigos por causa da política que ele não gosta e se orgulha de não entender (vindo de um rapper da sua importância, me pareceu um contrassenso simbólico de sua fala), me veio à mente a imagem do homem pobre que é oprimido pelo patrão e por não saber como resolver o conflito, chega em casa e agride a família porque “alguém tem que pagar”. É mais fácil acusar o partido de esquerda por não ter paternalizado seus amigos de índole conservadora facilmente aderente ao protofascismo do que reconhecer os defeitos daqueles de quem gostamos. É compreensível mas para quem conhece a periferia é covardia não admitir que ela nunca foi de esquerda nem politicamente engajada, portanto, há muito de hipocrisia nessa reclamação. Como região – digo assim porque a heterogeneidade mencionada não permite generalizações -, votou no PT sempre por interesse e porque foi beneficiada, não por consciência política. Quando o partido precisou da periferia para defendê-lo e ao seu próprio voto em 2016, onde estava a periferia? Onde estava a periferia durante estes 3 anos de desgoverno temerista? Então não dá para tapar o sol com a peneira. O que a periferia e as classes populares precisam é de alternativa ideológica e cultural, de serem disputadas com respeito e não paternalizadas, de terem acesso à conscientização emancipatória e não à tutela. E que sejam tratadas sem mi(s)tificações, positivas ou negativas.

      Ainda sobre o discurso de Mano Brown, é de se perguntar se seria justo ele e os Racionais serem responsabilizados pelo fato de o rap ter sido substituído como cultura de periferia pelo funk pegação/ostentação/proibidão, a ponto de o rap ter se tornado nicho e sido apropriado também pelo discurso de direita, em que a cultura perde a importância e ele se torna apenas um figurino, um estilo, uma embalagem, uma roupa pret-à porter para transmitir qualquer discurso ou mensagem e não mais uma segunda pele onde o ritmo e a poesia refletem (sobre) a vida, é reduzido a rima pobre do primo que quer ser rico. 

      A crise brasileira não é só política, é principalmente cultural. E assim é importante que os artistas também façam sua autocrítica do seu papel de formadores e interlocutores com as classes populares.

      A colonização mental e cultural da periferia é obra de quem? Os meios de comunicação têm imensa responsabilidade não apenas na criminalização da política e dos movimentos sociais mas na pauperização do debate público e dos produtos de entretenimento – outro dia, ao conversar com minha mãe, me dei conta de como o discurso de ódio e violência foi construído nos últimos anos pela extensa programação televisiva em canal aberto: eu reparei que não há mais programas populares de humor na TV, e que sua programação, antes mais diversificada e qualificada, se resume de maneira mais pasteurizada que antes, a novelas, programas de fofoca, programas sobre violência, telejornalismo chapa branca e muitos programas e canais de cunho religioso. Não é de espantar que a pauta das eleições tenha sido tão compatível com a mentalidade plantada pelas principais emissoras de TV do país. 

      Acho que mais produtivo do que continuar procurando um único bode expiatório para a derrocada da sociedade brasileira – repito, a questão não é só política, é fundamentalmente cultural em amplo sentido -, de maneira muitas vezes covarde e oportunista, outras apenas por angústia e decepção, é que todos nos perguntemos a parcela de responsabilidade de cada um na transformação do país, e o que cada um está disposto a fazer para ajudar a construir uma real democracia participativa, sem tutela, e com cidadãos responsáveis pelos seus atos e omissões.

       

      2 – Para quem acredita que crise é também oportunidade, este momento de ataque frontal às bases, que vinham sendo construídas com dificuldade, de uma sociedade justa e igualitária, que é a causa principal da esquerda tão vilipendiada de todos os lados, é necessário aproveitar os ataques para reafirmar compromissos, corrigir rumos e debater publicamente a insustentabilidade da economia capitalista e os meios de transição para outras formas de organização social. Por exemplo, a desindustrialização é oportunidade para reconstruir a estrutura produtiva do país levando em conta a questão ambiental (ver vídeo). A crise econômica, que reduz a renda e aumenta a desigualdade, é momento para retomar práticas colaborativas e solidárias e principalmente, questionar a sociedade de consumo e suas premissas, também levando em conta o impacto humano na capacidade de refazimento do meio ambiente – a humanidade gasta o dobro do que a Natureza é capaz de produzir, e muito disso pelo padrão de vida perdulário dos mais ricos, que tem sido um mau modelo para países e pessoas mais pobres – ideologia do consumo como parâmetro de desenvolvimento, lábia neoliberal para fazer as pessoas trabalharem para comprar o que não precisam: enquanto se ocupam do trabalho e se alienam da vida, alimentam uma economia que só favorece aos mais ricos, vide a concentração de renda e riqueza e o aumento expressivo da pobreza em todos os países do mundo, notadamente os mais ricos; não por acaso, essa desigualdade abissal que deveria levar a levantes populares e de trabalhadores em todo o mundo alimenta a extrema-direita e os interesses corporativos – qual a lógica disso? Alienação autoexponencializada. 

       

      3 – Tanto para entender o caos em que estamos como compreender as melhores maneiras de sair dele para construir outra sociedade, mais justa, equilibrada e sustentável, será fundamental uma revolução da comunicação. E não falo apenas de conteúdo – o papel da mídia independente e a necessidade de que seja mais qualificada, produtiva e assertiva, e da pluralidade de assuntos a serem tratados, com destaque para a necessidade de compatibilizar vida e meio ambiente (ver reportagem), de acesso – o desgoverno autoritário certamente vai copiar os USA e anular a neutralidade da rede, os preços de pacotes de dados vão aumentar como forma de manter o monopólio da TV e do discurso único, reduzir o alcance da oposição via internet e proliferar a desinformação via aplicativos que já são de acesso ilimitado –, mas de participação de todos os setores progressistas da sociedade no debate público e na atração das classes populares para a participação política e cívica.

      Não dá para bancar o apedrejador da mulher adúltera a essa altura do campeonato. O farisaísmo social nos trouxe até aqui, com ele não saíremos do buraco. O momento é propício para realizarmos a democracia que tanto desejamos e idealizamos – que o dedo que aponta e acusa seja honesto o suficiente para olhar para si mesmo e perguntar qual é a parte que lhe cabe nesse latifúndio de erros e desperdícios que tem se tornado o Brasil nos últimos anos. Isso não é tarefa apenas de um partido, de uma ala do mundo político, é obrigação de todos os que se consideram cidadã/os de uma democracia que se constrói a cada passo e coletivamente, não é um potinho de ouro ao fim do arco-íris depois da tempestade.

       

      Vídeo mencionado no comentário 

      A Terceira Revolução Industrial: Uma nova e radical economia de partilha – Canal Vice 

      [video: https://www.youtube.com/watch?v=QX3M8Ka9vUA%5D

      https://www.youtube.com/watch?v=QX3M8Ka9vUA

       

      Reportagem mencionada no comentário –

      Programa Conexões – rádio UFMG Educativa – entrevista com professor Marcos Poliano

      https://ufmg.br/comunicacao/noticias/politicas-de-bolsonaro-para-o-meio-ambiente-sao-tema-de-entrevista-no-programa-conexoes

       

       

      Ouro de tolo – Raul Seixas

       

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=wWYVuhgG3Ss%5D

       

      https://www.youtube.com/watch?v=wWYVuhgG3Ss

       

      Depoimento: O sonho acabou? – Raul Seixas 

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=cFXtT4F7tPM%5D

      https://www.youtube.com/watch?v=cFXtT4F7tPM

       

       

      Sampa/SP, 03/11/2018 – 19:06 (alterado às 19:23, 20:09, 20:20, 21:54 e 22:41). 

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