Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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A rua se tornou uma extensão do estúdio de TV?

A grande mídia coloca a morte trágica do cinegrafista Santiago Andrade num quadro mais geral de supostos “ataques arbitrários a jornalistas” que representaria uma “ameaça à liberdade de informação”. Esse discurso parece cumprir um duplo propósito: esconder o fato de que essas manifestações apontam para uma profunda mudança nas relações entre mídia e sociedade e, também, encobrir o aproveitamento oportunista do episódio com o objetivo de reforçar ainda mais a escalada da percepção do medo e instabilidade que colocaria em xeque a legitimidade de um governo democraticamente eleito. A morte do cinegrafista poderia ser o sintoma de uma tendência mais generalizada onde as ruas se transformam em extensões do estúdio da TV e a mídia acaba se transformando na própria notícia. Se isso for verdade, estamos diante de mais uma bomba semiótica que demonstra que a atual guerra semiológica travada para a conquista da opinião pública passou para a fase da guerra total.

Certa vez o teórico e estrategista da ditadura militar brasileira, Golbery do Couto e Silva, disse: “Tudo, menos um cadáver!”. Era o período tenebroso da repressão política e do desaparecimento de ativistas políticos. Aparecer um cadáver que se transformasse em mártir era tudo que a ditadura não queria naquele momento e, por isso, a mídia era duramente controlada e censurada.

Era uma época em que a informação era perigosa para o Estado militar. A informação era um bem escasso, alienado e submetido às formas de dissimulação como a manipulação, mentira, censura etc.

Hoje, esse cenário de dissimulações da informação foi deixado para trás. Vivemos o momento da simulação ou daquilo que o pensador francês Jean Baudrillard chamava de “obscenidade” e “êxtase da comunicação”: não só as imagens de acontecimentos se proliferam e se multiplicam como, principalmente, começam a surgir relações cada vez mais promíscuas entre os acontecimentos e as mídias a tal ponto que não sabemos mais quem transmite e o que é transmitido – é o império da simulação.

A própria mídia é a notícia?

Em 1990 muitos acharam que Baudrillard exagerava ao afirmar que diante de acontecimentos como a Revolução Romena (onde um gigantesco ossário com milhares de corpos foi montado para a mídia para parecerem vítimas da polícia secreta do ditador Ceausescu) as ruas estariam se transformando em “gigantescas extensões dos estúdios de TV”: todos os agentes sociais promoveriam acontecimentos para atrair o enquadramento das câmeras e serem promovidos à existência pública – leia BAUDRILLARD, Jean, “Televisão/Revolução: A Revolução Romena” In: PARENTE, André. Imagem Máquina, São Paulo: Editora 34. Veremos adiante que o caso dos black blocs poderia ser inserido nessa tese.

Se fosse vivo, Golbery ficaria espantado com essa inversão irônica de estratégia: hoje, um cadáver foi necessário. E, mais irônico ainda, não através da morte de um ativista supostamente vítima dos embates políticos, mas alguém da própria mídia cuja tragédia se transformou em notícia.

O duplo propósito da grande mídia

A grande mídia insiste em interpretar a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes na cobertura de protestos no Rio de Janeiro, ainda dentro do paradigma dos tempos de Golbery (o da dissimulação e alienação da informação):  em editoriais fazem graves alertas que o episódio representaria uma “ameaça ao direito à informação”, à “liberdade de imprensa” e o fantasma da volta da censura com o “radicalismo das posições políticas”. Para a grande mídia a morte do profissional da Band foi oportunamente inserida dentro das narrativas tradicionais dos cinegrafistas e jornalistas que tombaram mortos nas coberturas de guerras e revoluções ao longo da História: Guerra Civil Espanhola, Segunda Guerra Mundial, Kosovo, Guerra do Golfo etc.

Essa visão da grande mídia para o trágico acontecimento parece atender a dois propósitos bem claros:

(a) Esconder que as relações mídia/sociedade mudaram radicalmente: não temos mais veículos de comunicação que relatam acontecimentos da sociedade (algo como o lema “testemunha ocular da História” do antigo programa da TV brasileira “Repórter Esso”), mas agora câmeras e repórteres entram em uma relação cada vez mais simbiótica com os fatos: incitando-os e ao mesmo tempo sofrendo o movimento inverso – fatos são criados pelos agentes sociais para atrair a mídia e notícias são plantadas para jornalistas moderem a isca e repercutirem um determinado tema, seja involuntariamente por meio de “barrigas” ou voluntariamente por ambições profissionais.

(b) Colocar a morte trágica do cinegrafista no mesmo patamar dos profissionais da notícia mortos em situações de guerra é transformar o episódio em mais uma bomba semiótica: o reforço da percepção na opinião pública de que o País vive de fato um estado de caos, pré-insurgência civil e medo. E ideologicamente martelar a convicção de que um governo que não controla as ruas não tem legitimidade, mesmo que democraticamente eleito. Não é por acaso que, no dia da morte do cinegrafista, o Jornal Nacional da TV Globo relatou o impacto internacional do caso e, de forma oportunista, foi lido um trecho de um jornal dos EUA que informava que o incidente ocorria em um momento de crescimento de protestos devido ao “desaquecimento da economia brasileira”.

De certa forma esse discurso que associa a morte do cinegrafista da Band às mortes de jornalistas em situações de guerra, realiza o desejo incontido revelado nos telejornais pela constante colocação das imagens de protestos no Brasil no mesmo bloco de notícias dos conflitos na Síria e Ucrânia: o sonho de ver o País também pegando fogo.

A morte do cinegrafista e o esvaziamento dos protestos

A morte do cinegrafista da Band surge num momento de visível esvaziamento icônico das manifestações de rua. Ao contrário das grandes manifestações de junho do ano passado e de alguns meses subsequentes, onde as câmeras mostravam planos aéreos (por que em terra os repórteres eram hostilizados) de grandes massas humanas com milhares de manifestantes que tomavam ruas e avenidas com faixas e bandeiras, ao contrário, nos últimos meses tornou-se visível o esvaziamento: planos aéreos mostram espaços vazios com algumas dezenas de mascarados depredando, incendiando e correndo de forma desencontrada.

Ao contrário do ano passado, imagens dos 
protestos são marcados por grandes 
espaços vazios nas ruas
e imagens fixadas nos confrontos 
dos black blocs contra a polícia

Enquanto isso cidadãos correm, se escondem e desaparecem. Tal como nas coberturas futebolísticas onde a TV Globo, para esconder as arquibancadas vazias fecham as câmeras nas áreas com torcedores e abre o áudio para encher o silêncio do estádio, da mesma forma as câmeras fecham em incêndios, vitrinas quebradas e ônibus incendiados, descontextualizando as cenas.

Por isso, as tomadas de imagens das últimas manifestações têm retornado ao chão para conseguir dar um gás maior de dramaticidade e gravidade aos eventos: planos com mais detalhe e imagens mais vívidas e dinâmicas com menos imagens em plano conjunto que evidencie o baixo número de pessoas concentradas. Um número baixo, pelo menos comparando com as célebres imagens das manifestações do ano passado.

Os black blocs ou grupos radicais sabem disso. Por isso suas ações são cada vez mais icônicas, pois sabem que contarão com os planos fechados das câmeras: colchão incendiando no meio da rua, flagrantes de ponta-pés e pedradas em fachadas comerciais, caixas-eletrônicos sendo estourados. Supostas provas incontestes do caos da vida do brasileiro: ele não pode ir e vir, fazer compras no comércio e nem fazer transações financeiras.

O estúdio da TV como central revolucionária

Gestos estereotipados e indumentária overacting

Por toda parte há uma pulsão irresistível de comunicação, uma vontade de transparência: grande mídia diz que a liberdade de informação foi ameaçada e os block blocs compulsivamente querem ocupar um lugar na tela da TV.

Seus gestos são estereotipados, seu gestual e indumentária são  overacting. Remetem a todo um inconsciente coletivo de símbolos e imagens de épocas onde as revoluções, protestos e confrontos visavam imediatamente a tomada do Poder e do Estado: a Queda da Bastilha, a Revolução Bolchevique, a Revolução Iraniana, os protestos estudantis de Maio de 68 na França etc.

 

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

6 Comentários

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  1. Ainda nao vi a discussao de

    Ainda nao vi a discussao de uma possibilidade.

    Na verdade é a GLOBO que puxa todo este debate….

    Quais foram os maiores perdedores das passeatas?

    Gov. Federal? Se recuperou… // Tucanos? Perderam, mas nao muito.

    Os maiores perdedores foram Cabral (aliado) e a própria GLOBO.

    Sempre que há passeatas tem vais contra a GLOBO, e sua antipatia geral cresce. Mesmo sendo contra o gov. federal, a GLOBO é a maior interessada em acabar com estas passeatas, uma delas que terminou exatamente em sua sede.

  2. Deutsche Welle protesta por

    Deutsche Welle protesta por agressão policial a correspondente no Rio

    Em carta à Embaixada do Brasil em Berlim, diretor-geral da DW, Peter Limbourg, manifesta repúdio à violência da polícia contra repórter alemão durante protesto. Embaixadora diz que caso terá apuração rigorosa.

    O diretor-geral da Deutsche Welle, Peter Limbourg, enviou uma carta à Embaixada do Brasil em Berlim repudiando a violência policial contra o correspondente da emissora no Rio de Janeiro, durante o protesto de quinta-feira (06/02) na cidade.

    O jornalista alemão Philipp Barth cobria o protesto contra o aumento do preço da passagem de ônibus no Rio. A manifestação, que no início era pacífica, transformou a região da Central do Brasil num palco de violência. O correspondente da DW recebeu golpes de cassetete na barriga e nas costas de um policial. Alguns dos golpes atingiram também sua câmera, que ficou danificada.

    “Liberdade de imprensa é um bem importante, com o qual o Brasil também está comprometido”, afirmou Limbourg na carta à embaixadora do Brasil em Berlim, Maria Luiza Viotti.

    No texto, ele diz que acontecimentos como o de quinta-feira passada não estão de acordo com a boa cooperação desenvolvida até agora entre a Deutsche Welle e o Brasil.

    “Por isso, gostaria de pedir enfaticamente que o seu país se esforce para que tais incidentes não mais ocorram, e que faça todo o possível para garantir a segurança de nossos correspondentes”, escreveu Limbourg.

    Maria Luiza Viotti respondeu, também em carta, que o governo brasileiro lamenta profundamente “o alegado episódio” com o jornalista da Deutsche Welle. De acordo com ela, será determinada a apuração rigorosa do incidente pelas autoridades competentes.

    “O governo brasileiro tem presente a importância da liberdade de atuação da imprensa como princípio para o exercício pleno da democracia e oferecerá todas as garantias de segurança para o trabalho da imprensa nacional e estrangeira”, escreveu Viotti.

    DW.DE

    http://www.dw.de/deutsche-welle-protesta-por-agress%C3%A3o-policial-a-correspondente-no-rio/a-17427164

  3. A culpa é da mídia golpista

    A leviandade desse artigo é chocante, inverte a lógica da causa pelo efeito. Será que oposição, protesto, insatisfação popular são apenas frutos da manipulação da midia e de grupos minoritários radicais? E o cinegrafista morto? Apenas um efeito colateral dessa tática?  Seria quase um suicidio, um ato derivado de ações propositais, intencionais, para manipular o povo e desestabilizar o governo!!!! Mais é realmente uma tese fantástica!!!  Assim perpetua-se um discurso de ódio contra os jornalistas e deslitimam-se os protestos populares – obviamente não me refiro a violência de grupos radicais como protesto legítimo. Mas desculpem uma falha, nem todos os jornalistas estão incluidos nesse rol, existem os bons jornalistas que defendem o governo e recebem as subvenções de verbas de incentivo, convenios e publicidade! O governo federal injetou 16 bilhões em propaganda, e ainda acusam a midia de atuar como agente desestabilizador? Qual seria então o papel da midia, esconder os protestos? Por causa da ação irresponsável de grupos radicais radicaliza-se também um discurso em defesa do governo, fingindo assim que a população está não verdade satisfeita… É o fundo do poço!  

    1. Uma reeleitura do texto se

      Uma reeleitura do texto se faz necessária, Antonio Nunes. Aí, talvez, a nova réplica viesse despida desses mantras como “discurso de ódio contra os jornalistas”, “”os bons jornalistas que defendem o governo e recebem subvenções…..”, e por aí segue. 

      Podias, para ser mais exato, informar quem embolsou a quase totalidade desse 16 bilhões que alegas serem os gastos de propaganda do governo. Seria, talvez, para os chamados “blogs sujos”, a “mídia venal”? Pois é…

      Não se faça de desentendido. O excelente, porque irrefutável artigo, faz uma leitura honesta. portanto correta, desses últimos acontecimentos. A chamada grande mídia no seu afã de exercitar seu oposicionismo político se serve até de tragédias onde um de seus membros foi a vítima. Mas esta, ou este, nada significa para ela que ecoa uma fingida indignação e, como sempre, vitupera o discurso falso de “atentado á liberdade de imprensa”. 

      Nesse sentido, e resguardando a tragédia que tragou o infausto repórter-cinegrafista, ela teve o seu cadáver para tripudiar. 

  4. Protestos se devem à falta de oportunidades, diz diretora da OIT

    Protestos de rua são resposta à falta de oportunidades, afirma diretora da OIT

     

     

    Carlos Eduardo de Quadro

    Segundo pesquisa, desemprego entre jovens da América Latina diminuiu, mas ainda atinge 7,8 milhões. Mais da metade dos que trabalham estão na informalidade. E 22 milhões não trabalham nem estudam

    13/02/2014

    Vitor Nuzzi,

    da Rede Brasil Atual

    A taxa de desemprego entre jovens de 15 a 24 anos na América Latina recuou de 16,4%, em 2005, para 13,9% em 2011, mas ainda atinge 7,8 milhões, 43% dos desempregados da região. E mais da metade (55,6%) dos que trabalham só conseguem ocupações informais. Os dados constam de relatório divulgado hoje (13) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que os relaciona às manifestações públicas. “Não é casual que os jovens sejam defensores dos protestos de rua quando suas vidas estão marcadas pelo desalento e a frustração por causa da falta de oportunidades”, diz a diretora da OIT para América Latina e Caribe, Elizabeth Tinoco.

    Segundo ela, o crescimento econômico dos últimos anos foi insuficiente para melhorar o cenário, e os jovens seguem enfrentando desemprego e informalidade. “Estamos diante de um desafio político que demanda uma demonstração de vontade de aplicação de políticas inovadoras”, diz Elizabeth. “É evidente que o crescimento não basta.”

    Dos aproximadamente 108 milhões de jovens da região, 56 milhões fazem parte da força de trabalho. E 7,8 milhões procuram emprego sem encontrá-lo. A taxa de desemprego de 13,9% representa o dobro da média geral e o triplo da dos adultos. Entre os setores de menor renda, sobe para mais de 25%.

    A taxa de desemprego é maior entre jovens do sexo feminino: 17,7%, ante 11,4% entre os do sexo masculino.

    Outro fator de preocupação é o chamado universo dos “nem-nem”, isto é, aqueles jovens que não estudam nem trabalham. São 21,8 milhões de jovens nessa situação na América Latina. “Aproximadamente um quarto desses jovens buscam trabalho, mas não conseguem, e cerca de 12 milhões dedicam-se a afazeres domésticos, em sua grande maioria mulheres jovens”, diz a OIT. Há 4,6 milhões que a organização chama de “núcleo duro”: não estudam, não trabalham, não procuram emprego e não se dedicam a tarefas domésticas. Uma situação que aponta exclusão social.

    Os “nem-nem” chegam a 27,5% em Honduras, a 25,1% na Guatemala e a 24,2% em El Salvador. Na outra ponta, atingem 12,7% na Bolívia, 16,9% no Paraguai e 17% no Equador. No Brasil, somam 19%, pouco acima da Argentina (18,4%).

    Há um dado citado como positivo pela OIT: o percentual de jovens que apenas estudam aumentou de 32,9%, em 2005, para 34,5% em 2011. “Não há dúvida que temos a geração mais educada da história, e por isso mesmo é necessário tomar as medidas apropriadas para aproveitar melhor seu potencial e dar-lhes a oportunidade de iniciar com o pé direito sua vida profissional”, comenta Elizabeth Tinoco.

    O total de jovens que só estudam foi estimado em 37,2 milhões em 2011. Os que só trabalham somam 35,3 milhões, sendo 64% homens e 36% mulheres. E 13,3 milhões trabalham e estudam (58% homens e 42%, mulheres).

    Dos que trabalham, praticamente metade estavam no comércio (29%) e nos serviços (21%). Outros 19% ficavam na agricultura e/ou mineração e 14%, na indústria manufatureira. A OIT estima que quase 56% se encontravam na informalidade, o equivalente a 27 milhões.

    Entre as ações possíveis, a organização destaca educação, formação e qualificação, aplicação de programas de inserção no mercado e estratégias para promover a iniciativa empresarial entre os jovens e emprego por conta própria. Cita medidas nesse sentido aplicadas no Brasil e em países como Chile, Argentina, Peru, Equador Costa Rica, Honduras, El Salvador e Nicarágua.

    No relatório, a OIT destaca a importância não apenas de ampliar a educação secundária, mas também de reter os jovens que têm acesso a ela. “Se bem que em todos os países com informação disponível a taxa de deserção no ciclo secundário se reduziu desde a década de 1990, em 2011 se observam altos níveis desse indicador. Em sete países (Brasil, El Salvador, México, Nicarágua, Panamá e Uruguai), essa taxa supera 15%, “com as consequentes perdas sociais”.

    A OIT lembra ainda que as projeções demográficas indicam que, dos 599 milhões de habitantes em 2013, 69% têm menos de 40 anos. Em 1950, eram 162 milhões de habitantes, com 79% abaixo dos 40. “Até 2050 essas proporções terão mudado e, segundo as previsões, população total será de aproximadamente 734 milhões, mas apenas 49% será menor de 40 anos.” A expectativa de vida terá passado, de 52 anos, em 1950, para 81 em 2050. Mesmo com a redução relativa, o número de jovens triplicou de 1950 a 2010, de 31 milhões para 105 milhões – mas deve cair para 92 milhões em 2050.

    No caso brasileiro, a OIT observa que “a tendência de probabilidade de desemprego para os jovens é, em todos os anos, superior à tendência para o restante da população”. Não se observa mudança significativa dessa tendência. O país concentra 40% da população economicamente ativa da região. A taxa média de desemprego recuou de 19,4% (2005) para 15,3% (2011) – chega a 12% para os homens e 19,8% para as mulheres.

     

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