Cármen Lúcia decidirá se investiga Augusto Nardes e afiliada da Globo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, decidirá sobre o possível julgamento do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, e do deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), no envolvimento com a Operação Zelotes, sobre suspeitas de fraudes no Carf, conselho do Ministério da Fazenda que julga recursos de empresas multadas pela Receita Federal.
 
Cármen Lúcia é a relatora do processo e deve pedir ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma manifestação sobre a abertura ou não de um inquérito para investigar Nardes e o deputado, de acordo com o andamento da investigação pelo relatório da Justiça Federal de Brasília.
 
O caso chegou ao STF porque o Ministério Público Federal levantou indícios de que o ministro do TCU, Augusto Nardes, que foi relator da rejeição das contas da presidente Dilma na corte, teria se beneficiado com recursos de uma das principais empresas envolvidas na Operação Zelotes. 
 
Já o deputado Afonso Motta levantaria as suspeitas de também participar do esquema a RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul. O parlamentar do PDT foi vice-presidente jurídico institucional da TV. Mas a ligação de Affonso e Nardes é mais próxima. Ambos estão relacionados ao mesmo braço da investigação.
 
No mesmo período em que discutia uma multa aplicada pela Receita no Carf, a RBS contratou por R$ 11,9 milhões a firma SGR Consultoria, uma das principais miras do MPF e da PF na Zelotes, que pertence a um ex-conselheiro do Carf, José Ricardo da Silva. O ex-conselheiro pagou entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, R$ 2,55 milhões à empresa Planalto, que é de propriedade do sobrinho de Augusto Nardes, Carlos Juliano. A empresa teve, ainda, Nardes como sócio até 2005.
 
De acordo com o Ministério Público, a empresa do sobrinho de Nardes teria também remetido R$ 1,6 milhão do total que recebeu a uma pessoa identificada em e-mails como “tio”, que para os investigadores trata-se do próprio ministro do TCU.
 
A juíza Célia Regina Ody Bernardes, da 10a. Vara Federal de Brasília, decidiu encaminhar o processo ao STF, ao analisar um pedido dos procuradores de reformar a decisão do juiz federal Ricardo Leite, da mesma Vara. Ele negou a abertura do processo e o envio ao STF por considerar que não havia indícios suficientes. A juíza atendeu ao pedido do MPF e remeteu o processo à Suprema Corte. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. A literatura juridica a

    A literatura juridica a permitiria condenar sem provas?  Que horr…

    Opa!

    Toga errada.

    Eh que o cheiro de mijo me confunde.

  2. Justiça

    É a Justiça funcionando de forma republicana!

    Acrescentaria apenas que o Juiz Federal Sérgio Leite deve explicações ao CNJ.

    E que o CNJ cumpra o seu papel.

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