Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

21 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O Ministério Dilma já está em

    O Ministério Dilma já está em formação

    Dia 30 de agosto, um sábado, Lula procurou Marcos Coimbra, diretor do instituto Vox Populi, de Belo Horizonte, e pediu análise dos dados da pesquisa Datafolha que situava a candidata Marina Silva (PSB) dez pontos percentuais acima da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da disputa presidencial. No instante seguinte, o ex-presidente detonou um complexo conjunto de medidas destinadas a tirar o PT e seus candidatos da defensiva e fazê-los retomar o curso, senão da vitória, pelo menos do patamar de votos que o partido sempre teve em São Paulo.

    Falando aos que convocou para a tarefa, Lula foi delicado com Marina, ainda a chamou de companheira e demonstrou conhecer sua ligação com um grande grupo de petistas históricos que com ela formaram um núcleo identificado com teses mais moderadas na década passada – Eduardo Suplicy, Jorge Viana, Luiza Erundina, Luiz Gushiken (falecido), Fernando Pimentel, Eduardo Jorge. Ele próprio reconhecia não se sentir alijado do poder caso ela fosse eleita. Porém, a sua determinação era fazer o PT reagir no Estado. Percebeu que havia acomodação com a derrota iminente.

    Lula chamou Dilma às falas e fez sua parte. Determinou que ela desse sinal da troca de ministro da Fazenda. Fez mais: pessoalmente, procurou Henrique Meirelles, presidente do Banco Central no seu governo, para demovê-lo da decisão de declarar apoio a Marina Silva, o que o ex-presidente do BC estava prestes a fazer. Embora Dilma não tenha apreço por Meirelles e nunca tenha concordado em levá-lo ao governo, achou, e seu tutor político concordou, que era um pouco demais perdê-lo para a adversária figadal. Obtido o recuo de Meirelles, Lula passou a agitar a presença de Dilma em São Paulo. Promoveu encontro com sindicalistas, foi ao Anhembi com prefeitos, vereadores, deputados, convocou mulheres, perfilou o Diretório Nacional, atiçou a militância com o discurso do vencer ou vencer. Deu ordens aos candidatos: a Alexandre Padilha mandou a mensagem de fazer uma campanha de desconstrução de Geraldo Alckmin, como a que é feita por Paulo Skaf, de forma que, com as coordenadas de atuação e simpatia que já passara ao mal avaliado prefeito Fernando Haddad, fosse possível elevar a intenção de voto em Dilma, Padilha e Eduardo Suplicy. Dilma deveria, também, aumentar os ataques a Marina Silva. Terá sido o ex-presidente Lula quem recomendou-lhe o soco brutal desferido ontem – “não tenho banqueiro me sustentando” – contra a adversária?

    Do professor aos trainees: vencer ou vencer

    As pesquisas desta semana, segundo os controles do PT, mostram o acerto destas iniciativas. Não houve o empate esperado no segundo turno, pelo menos não na enquete do MDA divulgada ontem, em Brasília, mas Dilma respira, principalmente pela melhora de sua situação em São Paulo. Onde se decidem as eleições, como Lula repete, sem cansar.

    A candidata Dilma Rousseff ainda se mostra desajeitada para algumas ações mais delicadas, típicas da atribuição da presidente Dilma Rousseff. Por exemplo, o sinal de que em um segundo mandato trocará o ministro da Fazenda deixou o titular do cargo, Guido Mantega, em situação humilhante, defenestrado sem ter pedido para sair, ainda. Com toda a arrumação de versões a posteriori, o ministro passará três meses na condição de alma penada no cargo cujas decisões, se é que ainda as tomará, certamente terão validade vencida por antecipação. Nada de novo, fritura de ministro sempre foi uma trapalhada no governo Dilma.

    Próximos a Lula dizem, porém, que ele fará do seu jeito, inclusive no segundo governo. Está impondo restrições até mesmo ao alcance das decisões de João Santana, a quem provoca com elogios à campanha de Skaf, conduzida pelo seu rival Duda Mendonça. O ex-presidente avisou, ao retomar as rédeas, que no segundo mandato não perderá o controle. Resta saber como isto se dará, pois corre solta a escalação do Ministério Dilma e não se tem notícia de aval ou veto do ex-presidente, ainda.

    Aloizio Mercadante é o primeiro, não será surpresa se, finalmente, puder comandar a economia; Rui Falcão, o presidente do partido, é cogitado para um cargo de coordenação política ou o ministério das Comunicações, onde poderá conduzir o projeto de controle da mídia; Miguel Rossetto é curinga; Tarso Genro terá lugar se perder a disputa no Rio Grande do Sul.

    O atual Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que não concorreu este ano, deve permanecer para conduzir a Olimpíada. Gilberto Kassab, do PSD, Cid e Ciro Gomes, do Pros, ficarão sem mandato e terão seu prêmio pela fidelidade. Um grupo de técnicos, entre eles Alessandro Teixeira e Beto Vasconcelos, ocupará posição de relevo. Lula deverá ser ouvido em áreas com influência eleitoral mais sensíveis, como a economia, Saúde, Educação e Justiça, com o poderoso instrumento da Polícia Federal. Lula não quer um governo fraco para que possa disputar em 2018 sem risco ou ameaça.

    Ainda não houve mudança da estratégia de foco em São Paulo, sob o comando de Lula, depois do depoimento à polícia do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele delatou o esquema de pagamento de propina à base aliada dos governos Dilma e Lula, e demonstrou proximidade com o ex-presidente. Também ainda não saíram pesquisas de intenção de voto que considerem o impacto das revelações. Talvez aquelas que serão divulgadas hoje à noite já apresentem alguma contaminação do novo fato. A orientação é deixar tudo à destreza de Lula: ele é vacinado, nele nada pega, como já ficou demonstrado, mesmo que o próprio tesoureiro do PT permaneça citado na delação premiada. Mas há apreensão com o que pode estar dizendo o ex-diretor da Petrobras, teme-se o juiz Sérgio Moro, considerado um justiceiro discreto, e é grande a tensão com o conteúdo das extensas quatro horas diárias de depoimento, durante 15 dias. Inclusive o que pode vazar antes das eleições.

    Além da autoconfiança, porém, os dirigentes da campanha petista confiam na fraqueza dos adversários. Acredita a cúpula da campanha de Dilma que Marina Silva não se sustenta no patamar que tem hoje, embora sua resistência, apanhando com tanta violência há mais de uma semana, e ainda vencendo no segundo turno, seja amazônica.

    Rosângela Bittar é chefe da Redação, em Brasília. Escreve às quartas-feiras

    http://www.valor.com.br/politica/3689632/o-ministerio-dilma-ja-esta-em-formacao

  2. Por que o Correio apontou a

    Por que o Correio apontou a metralhadora para Dilma?

    :

    Foto na primeira página da edição de segunda-feira (8/9) do Correio Braziliense coloca deliberadamente o rosto da presidente da República, Dilma Rousseff, na mira de uma metralhadora do carro blindado do Exército Brasileiro, que desfila na parada de 7 de setembro, em Brasília; estando na capa, trata-se de uma escolha de responsabilidade dos editores do jornal

    Por Venício A. de Lima, do Observatório da Imprensa 

    A foto abaixo (11,8 x 19,6 cm, na edição original) está na primeira página da edição de segunda-feira (8/9) do Correio Braziliense. É de autoria do fotógrafo Daniel Ferreira, que trabalha para o Correio e para a D.A. Press, ambos do grupo dos Diários Associados.

    Estando na capa, por óbvio, trata-se de uma escolha e é de responsabilidade dos editores do jornal.

    Observe o leitor(a) que a foto coloca deliberadamente o rosto da presidente da República, Dilma Rousseff, na mira de uma metralhadora do carro blindado do Exército Brasileiro, que desfila na parada de 7 de setembro, em Brasília.

    Qual a mensagem implícita/explícita na foto?

    É normalmente aceito como sendo de Confúcio, filósofo chinês que viveu no século V antes de Cristo, a conhecida frase “uma imagem vale mais que mil palavras”. Os que vivemos no mundo contemporâneo sabemos que a afirmação de Confúcio permanece atualíssima, vinte e cinco séculos depois, nestes tempos marcados por imagens de todos os tipos, do cinema, da televisão, das fotos popularizadas digitalmente nas redes da internet.

    O que estaria o Correio Braziliense sugerindo a seus leitores(as) com a foto publicada na capa do jornal?

    Nela está a maior autoridade da República brasileira, no palanque oficial, rodeada de outras autoridades constituídas, assistindo ao desfile da data símbolo da pátria brasileira: o 7 de setembro, dia de nossa independência.

    A foto foi cuidadosamente selecionada, entre centenas de outras disponíveis. É, portanto, legítimo concluir que havia, sim, uma intenção orientando a escolha.

    O jornalista que fez a edição da foto para o Correio Braziliense (e respondeu a meu e-mail sobre as razões da escolha) a considerou excelente e a melhor ilustração para o noticiário político do dia.

    Credibilidade da democracia

    Para além da partidarização inequívoca da grande mídia brasileira e diante de exemplos sucessivos, parece que ela não está sendo capaz de fazer uma distinção fundamental, sobretudo agora, em tempos de campanha eleitoral: a distinção entre o ritual dos cargos públicos, os símbolos nacionais, a institucionalidade da política, dos políticos, dos ocupantes dos mais elevados cargos públicos da democracia representativa brasileira; e sua opinião/posição (dela, grande mídia) em relação a esses eventuais ocupantes.

    As consequências dessa “não-distinção” podem ser trágicas para a própria democracia. Ao se desrespeitar reiteradamente eventuais ocupantes de altos cargos públicos, inclusive em fotos com insinuações inconfessáveis, esse desrespeito é transferido para as instituições e a credibilidade da própria democracia. Como mostrou há décadas a professora Maria do Carmo Campello de Souza, “o teor exclusivamente denunciatório de grande parte das informações [dos meios de comunicação] acaba por estabelecer junto à sociedade (…) uma ligação direta e extremamente nefasta entre a desmoralização da atual conjuntura e a substância mesma dos regimes democráticos”.

    No atual nível de partidarização da grande mídia brasileira, não há solução de curto prazo para que se desfaça esta confusão nefasta. A cobertura adversa e a desqualificação da politica e dos políticos é sua pauta preferencial. Resta torcer para que a democracia representativa brasileira sobreviva a uma grande mídia que, apesar de se apresentar como sua principal defensora, corrói, cotidiana e reiteradamente, seus fundamentos mais caros.

    A ver.

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/152937/Por-que-o-Correio-apontou-a-metralhadora-para-Dilma.htm

  3. Banco Mundial adverte para

    Banco Mundial adverte para crise de emprego em escala global

    O Banco Mundial advertiu hoje que o mundo enfrenta uma crise de emprego generalizada que ameaça as perspetivas de uma retomada do crescimento econômico e nenhum truque de mágica pode resolver o problema.

    Em estudo divulgado antes de um encontro de ministros do Trabalho e do Emprego do G20, na Austrália, o Banco Mundial defende ser preciso criar 600 milhões de novos postos de trabalho em todo o mundo até 2030 apenas para lidar com o aumento da população.

    “Não há dúvidas de que há uma crise de emprego generalizada”, disse Nigel Twose, chefe da delegação do Banco Mundial na reunião do G20, em comunicado. “Os países do G20 necessitam de mais e melhores empregos para um crescimento sustentável e para o bem-estar das suas populações”, assinala o documento, cuja divulgação antecede a reunião ministerial, nos dias 10 e 11, em Melbourne.

    Segundo Nigel Twose, “igualmente perturbador é o fato de estarmos vendo o aumento das desigualdades salariais e de rendimentos em muitos países do G20, apesar de terem sido alcançados progressos em algumas economias emergentes, como o Brasil e a África do Sul”.

    Em termos globais, defendeu, os mercados emergentes tiveram um melhor desempenho do que os países desenvolvidos do G20 no quadro da geração de emprego, com a China e o Brasil aparecendo como motores, mas ainda assim as perspetivas não são animadoras. “As projeções atuais são sombrias. Perfilam-se no horizonte importantes desafios”, frisou.

    O documento, compilado com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, diz que mais de 100 milhões de pessoas estão desempregadas nos países do G20, enquanto 447 milhões são categorizados como “trabalhadores pobres”, vivendo com menos de US$ 2 dólares por dia.

    O Banco Mundial sublinha, por outro lado, que não obstante a modesta recuperação econômica em 2013-2014, o crescimento global deve manter-se abaixo da tendência, com quedas previstas num futuro próximo, enquanto os fracos mercados laborais forem restringindo o consumo e o investimento.

    “Não há ‘um truque de mágica’ para resolver esta crise do emprego, quer nos mercados emergentes, quer as economias desenvolvidas”, disse Twose.

    Esta é uma das reuniões ministeriais preparatórias para o encontro do G20 que vai ocorrer em novembro, na cidade australiana de Brisbane.

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2014-09/banco-mundial-adverte-para-crise-de-emprego-em-escala-global

  4. Mais crescimento, mais

    Mais crescimento, mais democracia, mais cidadania

    O país melhorou nos últimos anos. Falta aprofundar o combate às raízes da desigualdade e aumentar os canais de participação social e de inclusão dos trabalhadores na vida política do Brasil

    O processo eleitoral que envolve 143 milhões de brasileiros largou com reviravoltas em uma das principais entre as 11 candidaturas à Presidência da República. A campanha efetivamente começou ainda sob o impacto da morte trágica de Eduardo Campos (PSB). Mas, além do mundo das pesquisas, que muitas vezes mais desnorteiam do que indicam, é preciso refletir sobre as ideias em jogo nesta eleição. Quem pode, de fato, fazer com que o país continue na rota do combate à injustiça social? A receita inclui três ingredientes: mais democracia, mais cidadania, mais crescimento. Mas passa pela ocupação dos espaços políticos. Dependendo de quem fizer isso, o Brasil poderá andar para a frente – ou dar ré.

    “O ponto central é preservar e ampliar as conquistas recentes”, diz a cientista política e historiadora Dulce Pandolfi, professora do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas) e diretora do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento. “Ainda temos níveis altíssimos de concentração de renda, de riqueza.” Ela identifica avanços, mas também aponta riscos de retrocesso. “São escolhas, são opções políticas. Não há garantia de que essa rota não seja desviada.”

    Para o diretor-geral do Instituto Brasileiros de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Cândido ­Grzybowski, também há motivo de preocupação. “O risco maior é o de retorno a um liberalismo solto, mais feroz do que foi no tempo de Fernando Henrique. E seria muito ruim voltar a um liberalismo ortodoxo”, afirma. Com críticas à atual gestão, ele observa que o governo “pelo menos tentou mitigar um pouco daquele legado neoliberal e retomar um papel mais ativo do Estado”. Mas as ruas precisam ser mais ouvidas – e o cientista político espera que o país “radicalize” a sua democracia, para buscar um novo modelo de desenvolvimento.

    A presença dos movimentos sociais nas ruas, para Grzybowski, deixou a desejar. Talvez por uma ilusão de que a proximidade com o governo permitisse uma evolução da agenda social. O presidente da CUT, entretanto, considera que a central e os movimentos populares nunca deixaram de pressionar. “O que faltou foi ousadia ao governo para dar mais vazão a demandas do campo democrático e popular. Isso vale para temas localizados do mundo do trabalho, como a redução da jornada e uma solução para o fator previdenciário. E também para enfrentamentos mais amplos, como a reforma política, a reforma tributária e a democratização dos meios de comunicação”, diz Vagner Freitas.

    O sindicalista ressalta, entretanto, que o único caminho para que esses avanços sejam empreendidos é a continuidade desse processo de mudanças que vem sendo posto em prática desde 2003. “Está em jogo esse processo de inclusão da classe trabalhadora na vida política e econômica do país. Aécio já deixou claro que a equipe econômica de sua campanha representa o retorno à era FHC. E Marina tem sua campanha dirigida por banqueiros e economistas ligados a eles. Virou instrumento da elite econômica do país que tem como prioridade derrotar o projeto que vem sendo executado nos últimos 12 anos. De avanços sociais tremendos, de crescimento movido a promoção de empregos e distribuição de renda.”

    Governabilidade

    “A principal questão é política, e não econômica. O entrave está no que o PT chama de governabilidade, o que prevê a não ruptura com setores como o financeiro, o agronegócio, as empreiteiras, que são forças que representam o atraso. Houve uma aliança capaz de dividir a classe dominante e ganhar as eleições, fazer coisas boas. Agora precisamos de uma onda que promova direitos universais e cidadania para camadas mais amplas da população. É que os novos movimentos estão querendo”, afirma Grzybowski.

    O economista Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador da rede Plataforma Política Social – Agenda para o Desenvolvimento, ressalta a importância da “construção coletiva” de um projeto de transformação. No período recente, observa, o Brasil conseguiu abrir brechas, em meio a uma visão neoliberal hegemônica, no sentido de conduzir um processo de política econômica com inclusão social.

    “Desde os anos 80, anos 90 no Brasil, a visão hegemônica no mundo era o neo­liberalismo: mercado, indivíduo, meritocracia, o esvaziamento da esfera pública, perda de poder dos Estados nacionais. O poder dos mercados financeiros globalizados continua sendo mundialmente forte”, afirma Fagnani, transportando a discussão para o cenário eleitoral. “Os setores que fazem oposição ao governo são defensores desses interesses. Simples assim. O PSDB propõe uma volta ao passado.”

    Segundo ele, falar, por exemplo, em diminuição da meta de inflação, traria como consequências aumento “alucinado” dos juros, desorganização do mercado de trabalho, redução do investimento social. “O que está em disputa hoje é isso”, diz o economista. “Ajuste com política econômica ortodoxa, você pode rasgar o capítulo ‘política social’.” Principal economista da equipe de Aécio Neves, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga já declarou publicamente considerar alto o atual centro da meta de inflação (4,5%).

    O passo seguinte, para Fagnani, é continuar insistindo na redução da desigualdade, via mobilidade social, com políticas de transferência de renda. “No campo progressista, é avançar na inclusão pela cidadania social. É impossível fazer isso com uma política de ajuste.”

    Confiança

    Segundo o professor João Saboia, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), há mais um clima de expectativa desfavorável do que uma situação efetivamente ruim – e, nisso, há certa contribuição da mídia: “Parece que o país está caindo aos pedaços. O que piorou realmente é o crescimento econômico. Houve uma grande desaceleração”, observa. “Acho que a gente tem de melhorar o clima de confiança. Tem mercado interno muito grande, tem espaço para exportação. Não é só o governo. A gente tem potencial muito grande para retomar o crescimento. Não adianta jogar para baixo.”

    É preciso pressionar, pede Grzybowski. “Com esse governo, temos mais chance de disputar as mudanças necessárias, mas temos de criar dificuldades para o governo. O agronegócio leva o Ministério da Agricultura e a agricultura familiar, o MDA. O Ministério do Desenvolvimento tem o BNDES, mas o Meio Ambiente não tem. A gente conseguiu ganhar governos, mas não conseguiu fazer valer a agenda democrática-popular”, afirma o diretor do Ibase. “Eu sou o primeiro a dizer que este governo alcançou mudanças históricas para o país. Mas o país precisa muito mais, e é possível conseguir. A necessidade de distribuição de riqueza ainda é incontornável. Talvez essa campanha eleitoral ocasione um “susto” que desperte para um novo dinamismo e recomposição das forças mais consequentes.”

    Segundo ele, crescimento da renda e de oportunidades para os “novos batalhadores” – citando uma expressão do sociólogo Jessé de Souza – ainda não representa cidadania. “É empreendedorismo, e individualismo. Não é universalização de direitos. Eu não queria mais gente tendo condições de ter acesso a um plano privado de saúde. Eu queria o SUS funcionando. É claro que o SUS melhorou, é evidente. Mas não é suficiente. Na busca da universalização, paramos no meio do caminho. Na educação, tem muito mais gente na escola, mas que escola temos? Tem mais gente comprando carros, mas resolve? Ou isso está parando as cidades?”

    Participação

    São questões relacionadas à qualidade do desenvolvimento, como propõe Luciane Udovic, da coordenação do Grito dos Excluídos Continental e do Programa Justiça Econômica. “É verdade que a redução da pobreza e da pobreza extrema é significativa, tanto pela transferência direta de renda (Bolsa Família e outros programas) como pelo aumento do salário mínimo e do crédito. Contudo, a situa­ção estrutural de distribuição de renda ainda apresenta poucas mudanças, pois os 10% mais ricos ainda detêm algo como 43% do total da renda, enquanto os 40% mais pobres ficam com 10%. Portanto, é preciso aprofundar não apenas a transferência de renda, mas sim a elevação da massa salarial.”

    Ela ressalta, ainda, outros dois itens: reforma tributária (“fundamental para a redução da pobreza e da desigualdade”) e redução de juros. “Como grande parte da ‘inclusão’ social dos últimos anos tem sido via crédito para consumo, os juros terminam comendo grande parte do salário das pessoas e assim temos uma financeirização da economia em que todo mundo está envolvido”, comenta.

    Ao citar relatório dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio que inclui os temas da superação da fome e da desnutrição, Luciane observa que há menções ao sucesso do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), mas falta discutir o modelo agrícola “baseado no consumo altíssimo de venenos”, em referência ao uso de agrotóxicos no país. “É algo que tem consequências para a saúde e o meio ambiente. E não podemos apenas fechar os olhos ou limitar a análise ao fato de a fome ter sido (quase) erradicada, algo sem dúvida bom, mas que não deve nos levar a esquecer que a qualidade do regime alimentar também é importante.”

    É o momento de crescer o investimento na infraestrutura, aponta Eduardo ­Fagnani. “Apesar dos avanços que tivemos, as desigualdades sociais são marcas profundas, têm raízes históricas. São desafios complexos, não são coisas para resolver em quatro anos”, afirma, pedindo uma agenda de desenvolvimento para discutir questões estruturais – e não apenas setoriais. “O campo progressista precisa voltar a pensar nessas questões. Hoje já há uma fragmentação muito grande.” As manifestações de 2013, diz, reforçaram a necessidade de avançar em termos da cidadania social. “E universalizar esses direitos que a Constituição já garante”, acrescenta.

    Para o economista Claudio Dedecca, também da Unicamp, ainda falta pensamento estratégico. “A sociedade brasileira não se perguntou qual era a estratégia, que país queremos para daqui a dez, 15 anos, e quais são as políticas chave. Estamos carentes de uma visão de médio e longo prazos. Você não pode pedir para as instâncias do governo que tocam o dia a dia para que elas pensem o futuro estratégico.”

    A cientista política Dulce Pandolfi observa que, além de se planejar pouco, existe a questão da descontinuidade. Para ela, falta também pensar em como ampliar a presença social na política. Nesse sentido, a professora da FGV e diretora do Centro Celso Furtado, além de ressaltar a importância dos conselhos já existentes, elogia a recém-criada política de participação social. “É um projeto altamente participativo. E esse mecanismo será aperfeiçoado.” Luciane, do Grito dos Excluídos, é mais reticente quanto aos espaços de participação existentes. E identifica “movimento fragmentados e agendas decididas po cima”.

    Um certo desalento captado nas intenções de voto pode ser visto também como um desafio, analisa o diretor do Ibase. “As novas gerações não sabem o que é uma ditadura. E deviam saber que a pior democracia é muito melhor. Nós, militantes por esse Brasil de mais mudanças, não podemos deixar prosperar isso. Falta convencimento para essa gente desalentada de que a participação pode desempatar o jogo”, diz Grzybowski.

    Dulce também capta certa descrença na sociedade com a política de participação. “Não é gratuita. O Congresso Nacional deixa muito a desejar. E a gente tem no Brasil uma tradição de regimes autoritários. A democracia no Brasil é muito recente. E democracia, como ela diz, é disputa de ideias e funciona sob pressão. “A cidadania é precedente da democracia.”

    ______________________
    Colaborou Paulo Donizetti de Souza

    Reforma política com participação social

    Na primeira semana de setembro, aquela em que é lembrada a independência brasileira, o país discutiu a importância da reforma do sistema político. Um plebiscito de valor simbólico – pois oficialmente só pode ser convocado pelo Congresso – coletaria o “sim” de milhões brasileiros à convocação de uma Constituinte exclusiva com objetivo de fazer essa reforma. O movimento toma corpo desde o ano passado, quando reunia 60 entidades de variados setores da sociedade. E iniciou setembro com 373 organizações unidas em torno da consulta. A movimentação prossegue nos próximos meses, até que sejam reunidas condições de apresentação de um projeto de lei de iniciativa popular.

    O advogado Ricardo Gebrim, um dos coordenadores da campanha, lembrou que a Constituinte exclusiva foi sugerida em junho do ano passado pela presidenta Dilma Rousseff ao Congresso, após as manifestações populares, e parou no Congresso. “Vamos retomar essa iniciativa.

    O presidente da CUT, Vagner Freitas, lembra que parte das mudanças para aprofundar a democracia brasileira passa pelo Parlamento. “O Congresso teria de ser um espelho do Brasil. E não é. Empresários, grandes proprietários rurais, bancos, planos de saúde têm o controle, menos de 20% dos parlamentares tem origem nos movimentos de trabalhadores”, diz. “Essa representatividade só vai melhorar se acabarem as doações de empresários a campanhas”, afirma.

    O secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Pereira, assinala que 95% das doações para campanhas saem de empresas da iniciativa privada. “Precisamos de um sistema mais transparente, que permita ao eleitor ser, de fato e de forma efetiva, o senhor da sua decisão”, defende.

    “Queremos que o povo ajude a tomar as principais decisões no nosso país”, afirma dom Joaquim Mol, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lembrando que as mulheres também são mal representadas, com menos de 10% de assentos nos parlamentos do país. Valdir Misnerovicz, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), reforça: “Sem reforma política não serão observados avanços em conquistas para os principais problemas da sociedade”.

    Freitas observa ainda que se os movimentos sociais imaginam um segundo mandato mais sensível às principais reformas reclamadas, terão de reaglutinar forças. “Empresário não quer reforma política porque quer dominar o Congresso, não quer democratizar a mídia porque quer controlar a circulação de informação, e não quer mais participação social nas decisões de governo. A disputa pelo poder seguirá acirrada, antes e depois da eleição”, acredita o presidente da CUT.

    http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/99/mais-crescimento-mais-democracia-mais-cidadania-5999.html

  5. Sabesp nega falta d’água em

    Sabesp nega falta d’água em favela incendiada e rejeita responsabilidade por hidrante

    Versão oficial contradiz declaração de bombeiros, que relataram falta de água na região durante incêndio, e visão da prefeitura, que declara que a responsabilidade é da empresa estadual

    A Sabesp emitiu nota negando que tenha sido registrada falta d’água durante o combate ao incêndio na Favela do Piolho, na zona sul de São Paulo, ocorrido no último domingo (7). A companhia também declarou que a responsabilidade dos hidrantes é do governo municipal. A afirmação vai de encontro à nota enviada pela comunicação da prefeitura, que ressalta que, “de acordo com as normas técnicas do Corpo de Bombeiros“, essa função é da Sabesp. A versão contraria também informações dos moradores e um vídeo em que bombeiros explicam a pessoas que passavam pelo local que não havia água para combater as chamas.

    A resposta cita, também, um trecho do veto da então prefeita Marta Suplicy (PT), em 2002, ao Projeto de Lei 61/00, que propunha a instalação de um hidrante por quarteirão: “Tem a Prefeitura de São Paulo plena consciência de que a rede de hidrantes constitui parte da infraestrutura urbana e, como tal, está contemplada entre as responsabilidades municipais abrangidas pela Lei Orgânica do Município”.

    A continuação do texto do projeto de lei, que a Sabesp não incluiu na nota oficial, é: “De outra parte, está a administração por igual ciente de que há necessidade de se estabelecer um processo definido de ações institucionais e comunitárias, visando à implantação e operacionalização planejada de uma rede de hidrantes urbanos, com características técnicas, funcionais e operacionais compatíveis com as necessidades da cidade. Em suma, não se resolvendo a questão com medidas singelas, que, mesmo impregnadas de nobres propósitos, terminariam por contrariar o interesse público que, a toda evidência, deve presidir a matéria, forçoso é concluir que, também sob esse aspecto, o texto há que ser vetado.”

    Em nota, a prefeitura relata que participou, no dia 13 de agosto de 2014, de uma audiência no Ministério Público Estadual junto com a Sabesp e com o Corpo de Bombeiros. Na ocasião, “ficou esclarecido que o município não tem atribuição legal para fazer a manutenção de hidrantes. Além disso, autoridades da Sabesp e do Corpo de Bombeiros assumiram o compromisso de trabalharem juntos em plano de trabalho para assumir a responsabilidade e realizar a manutenção dos hidrantes”.

    Sobre o caso do incêndio na Favela do Piolho, a prefeitura afirma que o secretário estadual de Recurso Hídricos declarou “erroneamente” que a manutenção dos hidrantes é responsabilidade da prefeitura, e não da Sabesp. “A empresa já responde à demanda do Ministério Público Estadual para cumprir essa atribuição.”

    O capitão do Corpo de Bombeiros, Mauro Antônio Brancalhão, relatou, em entrevista à Agência Brasil, a falta de água nos hidrantes. “Fizemos o contato com a Sabesp, que fez uma manobra da rede hídrica do local, aí começamos a abastecer nossas viaturas por esses hidrantes públicos.”

    Neia Arantes, moradora do morro, reforça a versão do capitão ao contar, em entrevista à Rádio Brasil Atual, que os caminhões chegaram com água, mas que não foi o suficiente, pois a situação era “monstruosa”. Segundo Neia, os hidrantes funcionaram e abasteceram as viaturas no dia seguinte ao incêndio, quando o fogo já tinha acabado.

    Leia a nota da Sabesp na íntegra:

    “A Sabesp informa que não houve falta de água no combate ao incêndio na Favela do Piolho. Conforme as imagens de TV e o relato do responsável pelo Corpo de Bombeiros, o abastecimento estava garantido no local.

    A Sabesp reitera que a municipalidade, no caso a Prefeitura de São Paulo, é responsável pela manutenção dos hidrantes, conforme define a Lei Estadual 684/1975, ratificada pelo convênio firmado entre Estado e Município de São Paulo em 30/04/2009 (Convênio GSSP/ATP-022/09 – anexo), atualmente em vigência. A cláusula 3ª, item II – Competências do Município menciona especificamente a questão da manutenção e da instalação de hidrantes como competências municipais (subitem F) e a manutenção geral (subitem B).

    Cabe ainda ressaltar que, em 2002, a então prefeita Marta Suplicy registrou a responsabilidade do município sobre a manutenção dos hidrantes. Ao vetar projeto de lei sobre o assunto, a então prefeita afirmou que “tem a Prefeitura de São Paulo plena consciência de que a rede de hidrantes constitui parte da infraestrutura urbana e, como tal, está contemplada entre as responsabilidades municipais abrangidas pela Lei Orgânica do Município.”

    http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/09/sabesp-nega-falta-dagua-no-piolho-e-afirma-que-nao-e-responsavel-pela-manutencao-de-hidrantes-1719.html

  6. As pesquisas eleitorais como

    As pesquisas eleitorais como elas são e a mídia como ela é

    A história não autoriza a descrer totalmente das pesquisas, mas ressalta a importância de se ter muito cuidado, principalmente, com a forma como a pesquisa é “tratada” pelo veículo que a encomenda

    Pesquisas de intenção de voto não mudam apenas os humores de candidatos e eleitores. Elas são cada vez mais importantes para o direcionamento das doações dirigidas às diferentes campanhas. O dinheiro corre com mais facilidade para os cofres dos que aparecem com mais chances de vitória. Prestam-se também para influenciar eleitores indecisos ou determinados a mudar o voto na última hora, deixando de lado a escolha inicial e optando por outra, não tanto de sua predileção, mas capaz de evitar o sucesso do maior adversário, criando o chamado “voto útil”. Sem falar na desmobilização de militantes antes do fim do pleito ao verem seu candidato desabando nas pesquisas.

    Em 1985, nas eleições municipais em São Paulo, o candidato Fernando Henrique Cardoso sentou na cadeira de prefeito antes da hora, confiando na pesquisa do Datafolha. Nas urnas, a vitória foi de Jânio Quadros, que não perdeu a oportunidade de usar seus dotes teatrais, desinfetando o trono antes de ocupá-lo.

    Danosa, no entanto, para o jogo democrático, foi o papel da pesquisa e o seu uso pela mídia nas eleições de 1998 para o governo de São Paulo. Dois dias antes da eleição do primeiro turno, o Datafolha divulgou pesquisa apontando Paulo Maluf, com 31% dos votos, seguido de Francisco Rossi com 18%; Mário Covas, candidato à reeleição, com 17%; Marta Suplicy, com 15%, e Orestes Quércia, com 6%. Na véspera da votação, a imprensa tratou a eleição como se a decisão se limitasse a saber quem entre Covas e Rossi enfrentaria Maluf. E o temor da ida ao segundo turno de dois candidatos conservadores, Maluf e Rossi, levou um grande contingente de eleitores de Marta a optar por Covas, realizando o “voto útil”. Abertas as urnas, sentiram-se enganados. Covas ficou a apenas 0,9% de votos à frente de Marta e ela superou Rossi em 5,39%. Sem a influência do Datafolha e, sobretudo, da forma como a pesquisa foi “trabalhada”, Marta e não Covas (tampouco Rossi) teria disputado o segundo turno com Maluf.

    São lembranças que não autorizam a descrer totalmente das pesquisas, mas ressaltam a importância de se ter com elas muito cuidado, principalmente sabendo-se de como são usadas pela mídia. Neste ano, por exemplo, a Rede Globo considerou os 3% das intenções de voto do Pastor Everaldo suficientes para levá-lo à bancada do Jornal Nacional para uma exposição de 15 minutos. O objetivo era claro: ainda com Eduardo Campos na disputa, a tendência seria a eleição se encerrar no primeiro turno com a vitória de Dilma Rousseff. Uma pequena ascensão do pastor evitaria isso, e o Jornal Nacional estava ali, à disposição, para dar o empurrão necessário.

    Tarefa oposicionista que o principal noticioso da Rede Globo realiza não apenas durante o período eleitoral, embora seu protagonismo cresça nessas épocas. Sempre se soube disso, mas agora os dados são mais concretos. Nas eleições de 2002 e 2006, um trabalho de fôlego da pesquisadora Flora Neves, da Universidade Federal de Londrina, analisou 199 edições do Jornal Nacional, constatando a manipulação do noticiário.

    Um exemplo: em 2006, entre início no horário eleitoral obrigatório e o primeiro turno das eleições o JN levou ao ar 68,57% de notícias positivas para o candidato Geraldo Alckmin, 61,76% para Heloísa Helena, 52,94% para Cristovam Buarque e 16,43% para Lula. A íntegra está no livro Telejornalismo e Poder nas Eleições Presidenciais, da Summus Editorial, 2008.

    Em 2014 a história se repete, e quem nos prova isso é o site Manchetômetro, importante realização do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Seus pesquisadores acompanham desde o início do ano as manchetes dos três jornalões brasileiros (Folha, Globo e Estado) e as do Jornal Nacional. O alinhamento dos quatro veículos em oposição ao governo fica evidente. O Manchetômetro constatou que entre 1º de janeiro e 22 de agosto o JN dedicou quase uma hora e meia do seu tempo para apresentar notícias negativas em relação a Dilma. Sobre Aécio foram quatro minutos.

    http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/99/as-pesquisas-como-elas-sao-e-a-midia-como-ela-e-2304.html

     

  7. A visão de mundo de Giannetti

    do DCM – 10/09/2014

     

    por Paulo Nogueira

     

    Almocei com um amigo jornalista um dia desses e ele colocou na conversa, por uma fração de minuto, Eduardo Giannetti, o principal economista de Marina.

    “Lembra que ele não declarava o voto e você ficava bravo com isso?”

    Meu amigo se referia aos dias em que nós dois dirigíamos a Exame, coisa de uns quinze anos atrás.

    Tinha esquecido.

    Mas logo lembrei: Giannetti, como se fosse jornalista da Folha, nos dissera, numa entrevista, que não podia declarar seu voto.

    Para mim, ali estava uma mistura de pretensão – como se o voto dele fosse influenciar multidões – e medo de se comprometer.

    Naqueles dias, Giannetti era um típico economista ortodoxo, mais um entre tantos filhos de Thatcher.

    Não havia nada de substancial nele que o distinguesse de outros da mesma linhagem, como André Lara Resende e Armínio Fraga.

    Por tudo isso, não fiquei surpreso quando, agora, encontrei no Twitter uma entrevista de 2003 à revista Época na qual ele apoiou a Guerra do Iraque.

    Sim, aquela guerra de Bush e Blair que, sob argumentos que o tempo comprovaria serem mentirosos, transformou o Iraque em escombros e custou a vida de milhares de iraquianos, incluídas tantas crianças.

    Não é uma guerra pelo petróleo, afirmou Giannetti.

    “Eu consigo entender o argumento moral de quem defende a guerra”, disse ele.

    O entrevistador trouxe ao debate a questão dos Estados Unidos como única superpotência.

    “Por mais restrições que tenhamos aos americanos, eles exercem a condição de superpotência militar com razoável autocontrole, sem excessos (…). É uma sorte para a humanidade.”

    “Uma sorte para a humanidade”?

    Talvez para Giannetti, mas para os iraquianos, os afegãos, os iranianos, os paquistaneses etc?

    Eles devem agradecer os drones, por exemplo, os aviões teleguiados que matam civis em quantidade copiosa?

    Ali, naquela entrevista, estava a alma de Giannetti, sua visão de mundo americanófila, sua fé nos bons propósitos dos Estados Unidos.

    No próprio Brasil, segundo essa linha de pensamento, talvez devêssemos ser gratos aos americanos por terem nos livrado, em 1964, da ameaça dos comunistas e nos haverem permitido desfrutar das belezas da ditadura militar.

    Terá Giannetti mudado nestes onze anos desde que concedeu aquela entrevista?

    O que ele diria agora da Guerra do Iraque?

    Não sei. Talvez devessem perguntar essas coisas a ele, ou a Marina.

    Também não me surpreendeu, pelo que lembrava dele de meus dias de Exame, o que ele disse numa entrevista nestes dias ao Valor.

    Giannetti condicionou os compromissos de Marina em áreas como saúde e educação ao “equilíbrio fiscal”.

    Quer dizer: se houver dinheiro, os compromissos serão honrados. Se não houver, serão engavetados. Os eleitores? Esqueçamos.

    Esse tipo de compromisso é o melhor que qualquer ser humano pode assumir. Você promete o que quiser. E só entrega se puder.

    Marina fala na “nova política”. Giannetti parece nos trazer o “novo orçamento”.

    Marina conhece mesmo Giannetti além das superficialidades?

    Se não, cometeu um erro extraordinário na escolha.

    Se sim, a mudança principal que ela representa é o lado que ela agora defende.

  8. Enquanto o irmão do matador

    Enquanto o irmão do matador do lider Chico Mendes faz campanha diuturnamente em favor de blablarina….

     

    Ângela Mendes, a filha mais velha de Chico Mendes, levou seu apoio para a presidenta Dilma no comício em Belém e aproveitou para dar um grande abraço em Lula #LulaeDilma13noPará!

     

  9. Dilma está no caminho certo e continuará com certeza

     

     

     

     

    ONU:   Foco na demanda interna é melhor

     

     

    caminho para superar estagnação

    Compartilhar:    Por Guilherme Serodio | Valor

    RIO  –   Em relatório divulgado nesta quarta-feira, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta que o foco no desenvolvimento da demanda interna é o melhor caminho para os países voltarem a crescer e superarem a estagnação que se prolonga desde a crise internacional.

    De acordo com  o professor do instituto de Economia da Unicamp e ex-pesquisador da Unctad, Antonio Carlos Macedo e Silva, que apresentou o relatório, no quadro atual de esfriamento do comércio global, a opção é a melhor para retomar o crescimento, principalmente em países em desenvolvimento.

    “O comércio internacional não tem se mostrado capaz de apoiar a retomada do crescimento global”, disse Macedo. “Nesse contexto é particularmente importante tentar crescer pela demanda interna, o que não significa uma defesa do protecionismo. Se os países voltarem a crescer, isso vai aumentar também a demanda por importados e é este o caminho para a recuperação do comercio global”.

    Embora elogie a estratégia dos países em desenvolvimento que se recuperaram da crise com políticas anticíclicas, a Unctad assume, em relatório divulgado nesta quarta, no Rio, que países em desenvolvimento também terão que enfrentar o desafio da persistente instabilidade do sistema financeiro internacional.

    A entidade recomenda o uso de políticas macroprudenciais para as nações em desenvolvimento manterem o dinamismo econômico. O relatório intitulado “Governança Global e Policy Space para o Desenvolvimento” insiste que essas medidas devem ser consideradas instrumentos normais “do kit de ferramentas dos formuladores de políticas”, e não só dispositivos excepcionais para momentos críticos.

    A Unctad assume que apenas políticas de incentivo para aumentar a demanda interna não são mais suficientes e que a ideia de que economias emergentes se dissociaram do impacto da crise sobre as economias avançadas não é mais sustentável. O relatório afirma que novas fontes de dinamismo econômico terão que ser encontradas.

    Acordos bilaterais

    A Unctad afirmou ver com preocupação a proliferação de acordos bilaterais ou multilaterais que reduzem a autonomia dos países em desenvolvimento e recomendou cautela aos países na adoção dos acordos.

    De acordo com o relatório “Governança Global e Políticas para o Desenvolvimento”, o comércio internacional não tem se mostrado capaz de apoiar a retomada do crescimento global. Este ano, a estimativa da Unctad é a de que a expansão do comércio global fique em torno de 2%, aquém do aumento da produção global.

    “Enquanto as exportações de países em desenvolvimento não crescem, as importações dos países desenvolvidos ainda estão longe do seu dinamismo pré-crise”, afirmou o professor Antonio Carlos Macedo e Silva.

    “As importações realizadas por países desenvolvidos estão basicamente estagnadas desde a crise”, disse, lembrando que, na visão da Unctad, a redução de barreiras por acordos bilaterais não puxaria o comércio. Ao contrário, o movimento tem tornado ainda mais precários os controles de governos de países em desenvolvimento sobre os fluxos financeiros que podem prejudicar suas economias.

    A Unctad sugere que o argumento da inevitabilidade da implantação dos acordos comerciais seja analisado com muito cuidado. “Essa integração não necessariamente é favorável ao desenvolvimento”, adverte o professor.

    “Não defendemos a ideia de dar atenção apenas a acordos multilaterais. Mas o problema foi aumentar o foco em acordos ‘Norte-Sul’, negociados entre países com poder de barganha muito distintos”, afirmou Macedo. “A ideia é que eles sejam vistos com muito cuidado, pois a assimetria entre esses países acaba levando à adoção de medidas que são prejudiciais aos países em desenvolvimento e que depois são difíceis de reverter”, frisou.

    O relatório apontou ainda que o ritmo de crescimento dos preços das commodities não retornará ao ritmo observado no período anterior à crise. O principal desafio para os países exportadores de commodities, afirma a Unctad, é transformar essa riqueza como base de um crescimento sustentável e mais distributivo da renda.

    O relatório fez ainda um alerta sobre os riscos da evasão fiscal, que pesa principalmente sobre as nações em desenvolvimento, enquanto os governos precisam mobilizar, no cenário atual, receitas fiscais domésticas para financiar o investimento e outras despesas públicas necessárias à retomada do crescimento.

    O documento aponta que países em desenvolvimento podem estar perdendo mais de US$ 160 bilhões anuais com evasões, capitaneadas pela remessa de divisas por empresas. Enquanto o tráfico de drogas e armas, e o terrorismo internacional, são responsáveis por cerca de um terço dos fluxos internacionais e a corrupção representa outros 3% dessas movimentações. Operações de evasão fiscal de empresas respondem por todo o restante desses fluxos financeiros, aponta o estudo.

    A entidade recomenda que a regulamentação de paraísos fiscais seja tratada com prioridade em fóruns multilaterais.

    (Guilherme Serodio | Valor)

     

    Leia mais em:

    http://www.valor.com.br/internacional/3690562/onu-foco-na-demanda-interna-e-melhor-caminho-para-superar-estagnacao#ixzz3D04GPzwi

  10. Contra Marina, PSDB expõe

    Contra Marina, PSDB expõe adesões

    A campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, deflagra nesta quinta-feira um movimento para dar visibilidade a pesquisadores, formuladores e gestores de várias áreas (econômica, jurídica, social, ambiental e outras) que apoiam o tucano. Outro objetivo é atrair adesões à candidatura, por meio de um site na internet.

    O pontapé inicial será a publicação, em jornais de hoje, de uma lista de cem especialistas, muitos deles ex-integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso, que se dizem “100% Aécio”. O perfil é técnico. Não há artistas ou atletas. No anúncio também constará o endereço na internet para adesões, que estará aberto a quaisquer pessoas (100porcento.aecioneves.com.br).

    O movimento foi inspirado na afirmação “sou 100% Aécio”, feita por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central cujo nome foi anunciado pelo candidato tucano como ministro da Fazenda, caso seja eleito. Após manifestação espontânea inicial de algumas pessoas, surgiu a ideia de procurar mais gente de expressão em diversas áreas e divulgar uma lista de apoios qualificados.

    O movimento foi articulado por integrantes da campanha: a economista Elena Landau e a educadora Maria Helena Castro, da equipe de formulação do programa de governo, e o jornalista André Lacerda, da coordenação de comunicação. Além dos cem nomes publicados, outros já foram colhidos e serão divulgados pelo site.

    O ex-ministro Pedro Malan, Edmar Bacha, ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, o economista Fábio Giambiagi, Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, Henri Philippe Reichstul, ex-presidente da Petrobras, Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES, e seu irmão José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário da Política Econômica do Ministério da Fazenda, assinaram.

    Outros integrantes da lista são as especialistas em educação Guiomar de Melo, Gilda Portugal e Iara Prado, sociólogo Bolívar Lamounier, pesquisador Ângelo Machado (entomologista), ex-ministro do Meio Ambiente José Carlos Carvalho, engenheiro Mário Neto Borges, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), embaixadores Sérgio Amaral e Rubens Barbosa (inovação tecnológica), antropólogo Roberto da Matta, economista Sérgio Besserman e, na área social, Ana Lobato e Carminha Brant.

    Com o título de “+100 brasileiros 100% Aécio”, o texto diz que o país precisa mudar com segurança e convida o leitor a entrar no “time de quem ama o Brasil e quer ajudar os brasileiros a reconquistar a confiança no nosso país”. Diz que “precisamos sonhar. Mas precisamos ser capazes de construir”. Não há relação entre a lista e composição de eventual governo Aécio. Trata-se de pessoas que colaboram com as propostas de governo ou estão dispostas a ajudar, se for eleito.

    Com o movimento, assessores querem mostrar que Aécio tem apoio de técnicos qualificados, que não estariam dispostos a compor outro governo. Ou seja, o da candidata do PSB, Marina Silva, que tem manifestado a intenção de governar com as melhores pessoas de vários partidos, hoje, segundo ela, no “banco de reservas”. A equipe quer mostrar que o tucano tem sua própria seleção, que não joga em time adversário.

    http://www.valor.com.br/eleicoes2014/3691278/contra-marina-psdb-expoe-adesoes

  11. Sai debaixo

    Eduardo Suplicy, Jorge Viana, Luiza Erundina, Eduardo Jorge, Delcídio Amaral, Cristóvão Buarque, Jarbas  Vasconcelos, Pedro Simon, Gabeira, Pedro Tacques, Cardozo da justiça, Paulo Bernardo, Marina Silva, Heloisa Helena, Roberto Freire, Roberto Amaral, Alvaro Dias. 

     Imaginem todos estes oportunistas e demagogos juntos num mesmo governo.

  12. Juízes Mineiros

    Eu faço a pergunta: Há o que se possa fazer para reverter o absurdo?

    Juízes de Minas receberão auxílio-moradia

     

    Magistrados de Minas vão ganhar R$ 4,7 mil por mês para custear gastos com moradia, mesmo que tenham casa própria na comarca

    Isabella Souto 

    Publicação: 11/09/2014 00:12 Atualização: 11/09/2014 07:54

     

     

    Em uma votação que durou poucos minutos, o Tribunal de Justiça (TJ) aprovou na tarde de ontem o pagamento de auxílio-moradia aos 1.063 juízes e desembargadores de Minas Gerais – independentemente de eles terem imóvel próprio na comarca onde prestam serviços. O valor da verba será de 18% do salário do desembargador, o que dá R$ 4.786,14 mensais – um total anual que pode chegar a R$ 46,27 milhões. Para receber o benefício, o magistrado terá que apresentar um requerimento no TJ e estará livre de descontos de Imposto de Renda ou contribuição previdenciária, já que terá caráter indenizatório. 

    De acordo com minuta de resolução publicada ontem mesmo no Diário do Judiciário Eletrônico (Dje), não terá direito à verba aquele magistrado que tiver à sua disposição uma residência oficial, disponibilizada pelo TJ – segundo a Assessoria de Imprensa do órgão, elas existem em cerca de 80 comarcas. O texto veda ainda o pagamento a quem tiver cônjuge que receba o benefício ou more com outra pessoa que já seja beneficiada. 

    A indenização para despesas de magistrados com moradia está prevista na Lei Orgânica da Magistratura (Loman), de 2001, mas o benefício nunca foi pago porque faltava ser regulamentado. Nos últimos meses, o assunto voltou a ser discutido e virou promessa de campanha na disputa pela Presidência do TJ. Em documento enviado à Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) em abril deste ano, o então candidato Pedro Bitencourt Marcondes prometeu pagar o benefício, que poderia chegar a 20% do subsídio do magistrado. 

    Em área restrita do site da Amagis, a aprovação de ontem foi motivo de comemoração. A “vitória” é creditada a uma “intensa” atuação e articulação da entidade junto aos três poderes e diz que se trata da “concretização dos direitos dos magistrados” a partir do mês que vem. O texto da Amagis destaca ainda que o auxílio tem base legal e será feito com recursos do Fundo Judiciário, sem comprometer o orçamento do TJ. A partir da publicação da minuta da resolução, há um prazo de cinco dias para a apresentação de emendas. Se o texto não sofrer modificações, é transformado em resolução judicial.  

    CNJ 

    Atualmente, 17 tribunais de Justiça no país pagam o benefício aos seus magistrados. Mas o número poderia ser maior. No último dia 21, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu uma liminar a representação do Ministério Público do Rio Grande do Norte contra o pagamento do auxílio-moradia aos seus magistrados. No estado, entre os 205 juízes e desembargadores, 162 haviam requerido a verba, que lá foi estipulada em R$ 2,7 mil mensais. 

    Na liminar, a conselheira Ana Maria Duarte Amarante Brito alegou que a medida busca impedir o “dispêndio de verbas que, ao final, podem ser consideradas indevidas”. Isso porque, a princípio, só poderia pleitear o recurso aquele magistrado que não tem residência própria na cidade onde trabalha. No último dia 2, ao discutir o mérito da representação no plenário, os conselheiros do CNJ discutiram a possibilidade de reunir todos os processos semelhantes em um único relator e editar um ato normativo sobre o tema.

    O assunto também está sendo discutido por um grupo de trabalho que discute uma proposta de alteração à Resolução 13/06 do CNJ, que trata da aplicação do teto salarial nacional aos membros da magistratura.

     

  13. Marco Antonio Villa é historiador sectário a serviço da Casa Gra

    Do Blog Palavra Livre

     

     

    Por Davis Sena Filho                                                                                                                                                                                                                                                  VILLA É UM HISTORIADOR QUE ESCREVE E REESCREVE A HISTÓRIA CONFORME OS INTERESSES DA CASA GRANDE. Todo mundo sabe, até os desajuizados e os alienados, que o historiador Marco Antonio Villa tem uma visão da história bastante peculiar para não dizer excêntrica. Digamos que o moço tem propensão a observar a história pela ótica dos grupos sociais e acadêmicos aos quais ele pertence, que se resume no mundo das classes sociais e econômicas bem nutridas e ricas. Por isto, tal historiador age como um dos historialistas (misto de historiador com editorialista) oficiais da direita brasileira. Realidade esta que lhe retira credibilidade junto à maioria dos acadêmicos das universidades brasileiras, porque, como todo mundo já percebeu, Villa tem lado, partido, cor ideológica e preconceitos de classe, que inviabilizam o trabalho de qualquer historiador, pois sua atividade requer equilíbrio, sensatez, pesquisa, estudos e, mais do que tudo, imparcialidade. Todos esses fatores são o que, definitivamente, Marco Antonio Villa não preza e nunca prezará. Por seu turno, a história observada e escrita, tal qual Marco Antonio Villa faz, transforma-se em uma colcha de retalhos, pois história fragmentada e, consequentemente, desacreditada. Villa aparenta ter o dom da mágica, porque a história filmada pelo seu olhar sofre uma inacreditável metamorfose e se transforma em fofoca, a historia da carochinha, a verdadeira conversa para boi dormir, mas que atende plenamente aos interesses da Casa Grande, que Villa tão bem representa nos fóruns apropriados à burguesia. E por quê? Porque as realidades e as verdades históricas são vilipendiadas por Villa, o mágico historialista da falácia, da fraude ou simplesmente da mentira. Inverdades em âmbitos históricos, que fique clara tal assertiva, pois o propósito de Villa é fazer política contra os governantes trabalhistas do PT, a fim de favorecer os setores acadêmicos, midiáticos e partidários conservadores — de direita, que lutam pela hegemonia, pois, para mantê-la, é necessário excluir, o que, seguramente, é o que não tem feito os governos do PT.
     A oposição de uma “elite” desesperada, sumariamente feroz, porque não aceita a inclusão social de milhões de brasileiros. O sistema a utilizar gente igual a Marco Antonio Villa, o historialista que confunde propositadamente os fatos e os acontecimentos, com sua conversa dúbia sobre as realidades e, por conseguinte, atrair principalmente a classe média por meio de um verniz de intelectualidade, que tem a finalidade de dar uma conotação histórica aos “graves” erros do Lula, do PT, da Dilma e dos governos trabalhistas, que realizaram uma revolução social silenciosa neste País. A direita colonizada e entreguista que se encontra histérica por estar somente há 12 anos sem controlar o Governo Federal, quando, no decorrer de séculos, esse segmento se locupletou nababescamente com as riquezas do País, explorou a mão de obra barata e aumentou suas fortunas mediante o poder do Estado, transformado pelas “elites” em patrimonialista e nepotista. E é exatamente essa nostalgia que mexe profundamente com o caráter hegemônico e de perfil excludente dos burgueses e dos pequenos burgueses. Marco Antonio Villa está careca de saber disso. Porém, historialista vinculado ao golpista e direitista Instituto Millenium, torna-se necessário a ele distorcer os fatos ou os acontecimentos para dar veracidade às suas crenças ideológicas, e, por sua vez, agradar às classes dominantes que Villa representa, porque delas recebe benefícios, como, por exemplo, ter acesso à Globo News, no papel de “especialista” de prateleira, ou participar do “Programa do Jô” e aproveitar para fazer publicidade de seu livro, além de contar a história recente do Brasil através de sua ótica essencialmente conservadora. Aliás, um aviso aos coxinhas desavisados ou ingênuos de plantão: as “entrevistas” do Jô não são consideradas entrevistas pela Globo, mas, sim, merchandising. Explico melhor: propaganda dentro do programa e não nos intervalos. Essas propagandas podem ter um formato jornalístico, de programa de auditório ou serem veiculadas em novelas. Ou seja, quem vai ao Jô Soares e a outros programas “globais” está a vender algum produto, mesmo se a pessoa não tiver conhecimento dessa engrenagem, o que muitas vezes acontece, porque já ouvi declarações de autores, atores e cantores reclamando desse processo mercantil das Organizações(?) Globo. Ponto! Recorrentemente, o negócio de venda de produtos, uma peça de teatro, por exemplo, ou um livro, poderá ser realizado entre empresas pertencentes às Organizações(?) Globo. De qualquer forma, o monopólio global não dá abertura ou qualquer opção para que os profissionais de diferentes segmentos ganhem dinheiro sem deixar a parte do leão para o oligopólio de todas as mídias cruzadas, que se chama Globo. Os Marinho monopolizaram o setor midiático, e estão em todos os negócios, inclusive naqueles em que não gastaram um tostão, a ter como exemplo chamar um diretor de teatro para falar de seu trabalho, sendo que a “entrevista” é considerada merchandising, independente ou não da vontade do “entrevistado”. Todavia, alguém poderia exclamar: “A pessoa vai se quiser!” Eu retruco com uma indagação: “E tem jeito?” Como sobreviver e deixar de ser refém dos tentáculos de tal polvo midiático, que pauta até a agenda política brasileira? Então, até aqui está tudo bem, mas voltemos ao Marco Antonio Villa. Não é que o historialista dos ricos não cansa de deitar falação sobre o ex-presidente trabalhista Lula, pois, acredito, que se ele falasse de FHC — o Neoliberal I — não conseguiria ser ouvido e muito menos vender seus livros comprados por uma classe média reacionária, cujo maior sonho é ir para a Disneylândia abraçar o Mickey para dar uma de Pateta. A classe média intolerante, aquela que não agüenta mais “tudo o que está aí”, ou seja, o Governo do PT e sua mania de distribuir renda e riqueza, bem como empregar os trabalhadores brasileiros, que passaram a freqüentar aeroportos, universidades, restaurantes, shoppings e a comprar carros, eletroeletrônicos e passagens aéreas, o que acarretou aos coxinhas um enorme desprazer de viver no Brasil. Realidades que geraram um inconformismo e rancores de conotações preconceituosas incontroláveis, que levaram a classe média, de forma ridícula, a participar das primeiras manifestações, até porque, quando o caldo engrossou, os coxinhas se recolheram à segurança e ao conforto de suas casas e voltaram a criticar com cólera e xingar, geralmente de forma anônima, por intermédio das redes sociais. A resumir: Voltaram a fazer o que sempre fizeram, pois ficou comprovado que os protestos nas ruas foram levados a cabo por grupos sociais organizados (sindicatos, partidos político e entidades variadas) e não por uma classe média devoradora de novelas, de programas de auditório, de revistas conservadoras, como a Época e a Veja e de jornais televisivos, que fazem a cabeça dessa gente de origem universitária, mas politicamente alienada e que se sente prejudicada e traída pelo Governo Trabalhista. Traída, sobretudo, por ela ter que conviver ou simplesmente esbarrar com os pobres, em lugares que tal classe reacionária sempre considerou, equivocadamente, como seus, o que lhe causou revolta e ódio ao PT, aos seus eleitores, à esquerda e ao Lula e à Dilma. A classe média quer ser VIP, mas não controla os meios de produção. A verdade é que nem classe organizada ela o é. Coitada, sonha em ser um dia convidada para os regabofes, as comezainas dos ricos e depois se refestelar. Todavia, a realidade é dura, e a classe média apenas serve à burguesia, que nunca abre as portas da Casa Grande para aqueles que ela trata apenas como consumidora de seus produtos e empregada de suas empresas. Ponto! A “elite” sabedora desse complexo processo, serve-se de seus meios de comunicação, inclusive os de concessão pública, a fim de trazer para seu lado a pequena burguesia desejosa de ascender socialmente. É a partir desse ponto que gente, a exemplo do historialista Marco Antonio Villa, deita e rola, sem, contudo, ter alguém para fazer contraponto às suas opiniões, geralmente contrárias à esquerda, aos trabalhistas e, sobretudo, favorável ao establishment controlado por aqueles que eternizam o status quo, ou seja, a plutocracia nacional e internacional. Afinal, a moderada ascensão social dos pobres no Brasil resultou em um indomável sentimento de ódio e desprezo saído do coração da classe média, que se sentiu preterida e por isso abomina o PT e todas suas políticas públicas, que visam dar um equilíbrio econômico e social à Nação brasileira. O PT não é um partido revolucionário, mas, sim, reformista e legalista, condição que faz a imprensa de mercado apelar para a fofoca, a maledicência e a manipulação — a arquitetura do jornalismo de esgoto. Os petistas no poder da República são sociais democratas, realidade esta que os tucanos nunca abraçaram. Afinal, convenhamos, o nome do PSDB significa Partido da Social Democracia Brasileira, mas seu espaço foi ocupado pelo PT, que se dedicou às questões sociais e investiu pesadamente em programas de combate à pobreza, bem como em infraestrutura, o que permitiu, sem sombra de dúvida, que o Brasil crescesse tanto ao ponto de ser a sétima maior economia do mundo. Como o PSDB se tornou um partido conservador e que, indubitavelmente, representa os interesses do empresariado, dos banqueiros e dos governos de países considerados desenvolvidos, mas de passado colonialista, evidentemente que o espaço popular já ocupado há décadas pelo PT permaneceu com o partido estrelado e de cor vermelha. O PT e o Governo Trabalhista efetivam políticas públicas de caráter social, reconhecidas no exterior e pelo povo brasileiro. Não resta dúvida. Por isso venceu três eleições seguidas, além de não ter vendido as estatais. Ao contrário, criaram outras e fortaleceram as já existentes. Villa, o historialista da high society sabe disso ou finge não saber. Porque não é possível que um cara que se diz historiador não enxergue a história a um palmo de seu nariz. Inacreditável sua desfaçatez e cegueira ideológica. Villa chama Lula de ditador, quando a verdade é que o político trabalhista ampliou as ferramentas e os instrumentos democráticos ao abrir as portas do Palácio do Planalto a segmentos sociais fragilizados e sem visibilidade social, organizou centenas de conferências e chamou a sociedade para participar, nunca reprimiu movimentos sociais e reivindicatórios, implementou o Portal da Transparência, aceitou as listas tríplices para escolhas de ministros do STF e procurador-geral da PGR, além de governar de forma republicana, porque até os governadores adversários receberam recursos para exercerem seus mandatos com dignidade. Além disso, o PT tem tradição de organizar reuniões políticas, partidárias, laborais e é uma agremiação política democrática, porque talvez o PT seja o único partido brasileiro que seus militantes têm direito a voto. Lula é um político paciente, pois foi forjado pelas negociações sindicais com o patronato, além de estar aberto a discussões partidárias. Sempre ouviu mais do que falou, para ter ciência do que seu interlocutor quer e deseja. Todo mundo sabe disso, menos o Marco Antonio Villa, que, como historiador, é o fim da picada. A verdade é que sua intenção é desconstruir o PT e seus líderes simbolizados em Lula e Dilma. Villa apenas repete o mantra antigo e cheio de poeira que historialistas e jornalistas antigos repercutiam no passado, a ter como alvo o PTB do estadista Getúlio. Villa é desprovido de criatividade e por causa disso tenta repetir a história. Só que a história retrata a vida humana e não se repete, pois, quando há esta intenção forjada pelo homem, a história se torna uma fraude, a farsa em toda sua essência e plenitude. Ponto! Os propósitos dessa gente são tão inacreditáveis que chego a pensar que esse pessoal passou por um processo de lobotomia. Acredito que não é necessário mentir para distorcer a história, como o historialista da Casa Grande faz e está cansado de fazê-lo. Marco Antonio Villa aparenta ser tão imprudente como historiador, que me leva a concluir que no futuro ele vai ser relegado ao plano de “especialista” de prateleira da Globo News. Só isso e nada mais. É isso aí.  Postado por

    às 11:50

     

     

    http://davissenafilho.blogspot.com.br/2014/09/marco-antonio-villa-e-historiador.html

     

     

     

  14. PSDB divulga lista de “100

    PSDB divulga lista de “100 intelectuais” que apoiam Aécio, uma campanha chamada “Aécio 100%”. Comecei a ler os nomes do tais 100 intelectuais. Parei na letra “C”, depois de ter passado por Armínio Fraga (uai, ele está assinando em causa própria!), Barjas Negri e outros.

    http://100porcento.aecioneves.com.br

  15. Marinismo se ajoelha nos Jardins para ter apoio da elite paulist

    Do Tijolaço     10 de setembro de 2014 | 19:5                                                                                                                                                                                   Autor: Fernando Brito                                                                                                                                                                                                             

     

     

     

     

                                                                                                                                                                                           

    buana

    Parabéns às repórteres Marina Dias e Lígia Mesquita pela excelente reportagem que fizeram hoje, na Folha, sobre o encontro, ontem, entre a cúpula do marinismo e os “lojistas dos Jardins”.

    Saborosíssima, ao melhor estilio da antológica cobertura de Joel Silveira sobre o casamento da filha no Conde Matarazzo, há 60 anos.

    Vale a pena ler toda – não ligue para o título da Folha, que “assassina” a matéria, que não é de política, é de costumes.

    “Marina tinha algumas ideias mas a gente acredita que, com o passar dos anos, ela pode ter mudado”. Foi assim que Rosangela Lyra, 49 anos, presidente da Associação de Lojistas dos Jardins, bairro nobre da capital paulista, justificou o encontro que organizou nesta terça-feira (9), em São Paulo, entre integrantes da elite paulistana e parte da equipe de Marina Silva (PSB), candidata à Presidência da República.”

    Vestindo camiseta com a bandeira do Brasil bordada com miçangas, blazer verde bandeira, calça preta e scarpins verde limão –”tudo marca brasileira”–, a ex-diretora da Dior no Brasil e sogra do jogador Kaká pediu para que todos os presentes cantassem o Hino Nacional antes que o debate fosse iniciado. “Honrar a bandeira não é só na época da Copa, né Walter?”.

    O Walter é o ex-tucano, ex-comunista e atual coordenador da campanha de Marina Silva.

    Ao lado de Bazileu Margarido, coordenador financeiro da campanha, e de Lucas Brandão, representante jovem da candidatura de Marina, Feldman tentava tranquilizar as pessoas que se diziam inquietas com o conceito de “democracia de alta intensidade”, que aparece no programa de governo do PSB. Segundo ele, os “conselhos populares” propostos pela presidente Dilma Rousseff (PT) não são defendidos por Marina.

    “Os conselhos populares não representam o que a gente pensa. Queremos o acompanhamento dos meios de controle para evitar desvios, e isso já existe hoje, na prática. Vamos dar vida aos conselhos municipais, estaduais e nacionais de educação e saúde, por exemplo, e não permitir que eles sejam aparelhados”.

    As pessoas cochichavam em negativa e Feldman pediu novamente a palavra. “Vejo que vocês estão nervosos com isso. Temos que tomar cuidado para não remeter aos sovietes ou a organizações de esquerda. Estamos falando do que já existe”.

    A explicação não convenceu. Bazileu tentou mais uma vez: “Não existe no nosso programa a expressão ‘conselhos populares’, denominamos de ‘conselhos de participação da sociedade’. É uma questão semântica”. Também não agradou e provocou risos na plateia.

    “Esse cara é muito chato, prolixo, não responde nada objetivamente”, dizia uma convidada no fundo do auditório.

    A advogada Adriana Hellering, 27, sentenciou: “O que me assusta em ter uma participação popular ativa é que a maioria às vezes é burra. E também acho que tem uma forma de manipular já que o próprio governante é quem vai escolher esses representantes”.

    Em mais uma deferência ao perfil dos ouvintes, predominantemente simpatizantes ao PSDB, Bazileu destacou a “boa relação” de Marina com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, entre as críticas que fez à gestão econômica do governo Dilma, disse que a candidata do PSB “defende mais o tripé macroeconômico” do que José Serra, nome dos tucanos ao Senado em São Paulo.

    Entre as perguntas que a equipe precisou responder, agronegócio, aborto, casamento gay, Mercosul, Mais Médicos e o estatuto do PSB, datado de 1947, que limita a propriedade privada. “Isso é comunismo”, assustou-se Rosangela.

    Feldman afirmou que o PSB apenas “abriga” Marina, que deve fundar a Rede Sustentabilidade em 2015, e que essa é uma “questão histórica do partido”.

    Sobre Mais Médicos, programa que a candidata diz que manterá caso seja eleita, o deputado licenciado afirmou: “É uma falácia eleitoral, um absurdo. O Brasil precisa de mais médicos, mas não é do jeito que o PT fez. Precisamos de mais médicos mas não pode ser através dos cubanos”.

    Não sei o que faltou. Talvez só um “sim, sahib”, um “obrigado, buana”.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=21070

     

  16. Movimento pelo retorno do voto censitário.

    Mais uma da classe média reacionária e assanhada: 

     

    ACIPG propõe fim do voto para quem recebe Bolsa Família

     

    Agência Estado

    Publicação: 11/09/2014 12:07

     

    A ideia já tinha aparecido em redes sociais e até em cartazes nas manifestações de rua de 2013. Agora, porém, foi assumida formalmente pela Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa, município paranaense de 334 mil habitantes, a quase cem quilômetros de Curitiba. Em documento que está apresentando aos candidatos a cargos do Legislativo, a entidade propõe o fim do voto para quem é beneficiário do Bolsa Família.

     

    O texto não cita o programa, que beneficia 13,8 milhões de famílias no País. Mas é explícito, ao propor ao candidato a defesa do seguinte ponto: “Suspensão do direito ao voto para beneficiados de qualquer programa de transferência direta de renda, nas esferas municipal, estadual ou federal.”

    O documento provocou reações. Foi criticado por ferir direitos previstos na Constituição. Também é visto como uma forma de atingir o Partido dos Trabalhadores (PT). Nesta eleição, de acordo com pesquisas de intenção de voto, o apoio à presidente Dilma Rousseff entre beneficiários do Bolsa Família é de 54%, enquanto no conjunto dos eleitores do País está situado em 37%.

    O presidente da entidade, Nilton Fior, disse à reportagem que não se trata de uma solicitação de comprometimento dos candidatos. “Simplesmente apresentamos a eles”, afirmou. “Nos colocamos à disposição para discutir, com maior profundidade, cada uma das propostas”.

    Outros grupos

    Em debates anteriores, pelas redes sociais, já foi observado que uma proposta dessas poderia levar à cassação do voto de outros grupos beneficiados pela transferência direta e temporária de recursos públicos. Os pesquisadores científicos que recebem bolsas de estudo estariam entre eles.

    O título do documento é Proposta da ACIPG – Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa para os Candidatos Locais à Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Paraná. Segundo Fior, numa etapa seguinte o texto será apresentado também aos candidatos a cargos no Executivo, inclusive os que disputam a Presidência da República.

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

    Aqui o link da reportagem exibida hoje no jornal estadual da Globo no Paraná;:

    http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/ponta-grossa/v/empresario-pede-fim-do-voto-de-atendidos-do-bolsa-familia/3623189/

  17. “Essa família é muito unida…”

    11/09/2014 07p8 – Atualizado em 11/09/2014 07p2

    Na despedida de ‘A Grande Família’, lembre momentos marcantes da série

    Último episódio do programa será exibido nesta quinta-feira (11).
    Morte de Rogério Cardoso e gravidez de Bebel marcam o seriado.

     

    Do G1, em São Paulo

     

    “A Grande Família”, seriado exibido pela TV Globo desde 2001, acaba nesta quinta-feira (11). Intitulado “Episódio um”, o programa que vai ao ar hoje depois da novela “Império” terá participação especial de atores como Tony Ramos, Glória Pires, Lázaro Ramos, Alexandre Borges, entre outros. A trama começa quando o diretor Daniel Filho liga para a casa de Lineu (Marco Nanini) e Nenê (Marieta Severo) com o interesse de gravar um seriado de humor inspirado na vida da família Silva.

    saiba maisFOTOS: Relembre 14 anos de ‘A Grande Família’

    Lúcio Mauro Filho, Pedro Cardoso, Evandro Mesquita e Vinícius Moreno também participam do episódio de despedida. A atriz Guta Stresser, que vive a Bebel, conta ao G1 que a temporada em que gravou a gravidez do Florianinho foi muito especial. “Também tenho carinho pelo episódio ‘O velhinho pocotó’, em que a relação com o Floriano, vivido por Rogério Cardoso, é muito bonita com a Bebel. Ela está junto do avô e o compreende. Toda vez que revejo o episódio dá muita saudade”, diz.

    Abaixo, lembre alguns dos principais momentos de “A Grande Família”:

    Rogério Cardoso (Foto: Cedoc/TV Globo)

    Morte do Seu Flor

    Rogério Cardoso, que morreu em julho de 2003, interpretou o avô Floriano, pai de Nenê e carinhosamente conhecido como Seu Flor, nos primeiros anos do seriado. Ele era torcedor do Fluminense, adorava implicar com os parentes, jogar cartas e bisbilhotar a vida dos vizinhos. Ele chegou a namorar a Dona Juva, vivida pela atriz Suely Franco.

    Clique aqui para ler mais

     

    A grande família (Foto: Cedoc/TV Globo)

    Bebel e Agostinho

    Em 2002, no episódio “Genro não é parente”, Bebel convence o pai Lineu a vender seu carro para Agostinho em suaves prestações. Assim, após ser mandado embora de seu trabalho como vigia no motel, Agostinho se torna motorista de táxi. Essa foi somente uma das primeiras brigas que envolveu o casal e Lineu. Ele e Agostinho ainda trocaram muitas farpas durante os 14 anos de programa.

    Clique aqui para ler mais

     

    Andrea Beltrão (Foto: Cedoc/TV Globo)

    Marilda e seus amores

    Dona do salão de beleza do bairro, Marilda (Andréa Beltrão) é uma solteirona e melhor amiga de Nenê. Sua fama no seriado era a de fazer de tudo para conseguir um namorado. A cabeleireira chegou a se relacionar com Tuco (Lúcio Mauro Filho), Mendonça (Tonico Pereira) e Paulão (Evandro Mesquita). Na temporada de 2003, Nenê chegou a sentir ciúmes de Marilda e Lineu.

    Clique aqui para ler mais

     

    Lineu, de 'A grande família' (Foto: TV Globo)

    Lineu acorda do coma

    Prestes a viajar com Romero (Juca de Oliveira), Nenê bate o pé e diz ao médico que, antes de ir para o aeroporto, precisa passar no hospital para se despedir de Lineu, em coma há quatro anos. Ela faz uma linda declaração de amor para o marido e, quando está de saída do quarto, ele acorda.

    Clique aqui para ler mais

     

     

    A grande família (Foto: Cedoc/TV Globo)

    Gravidez de Bebel

    Em 2007, Bebel fica grávida. No episódio “Nada do que foi será”, ela dá a notícia a Agostinho dentro do avião e ele tem uma crise de pânico. Florianinho, em homenagem ao seu bisavô Floriano, nasce na noite de Natal. O ator Vinícius Moreno, que interpreta o filho do casal, entrou no seriado em 2012.

    Clique aqui para ler mais

     

     

    A grande família (Foto: João Miguel Júnior/ TV Globo)

    Nenê realiza sonhos

    Em 2009, Nenê passa no vestibular de veterinária, mas desiste para que seu filho Tuco conquiste a vaga. Ela começa a vender biscoitos para ajudar sua família, que passa por uma crise financeira. No fim da temporada, ela realiza o sonho de conhecer Roberto Carlos. No ano seguinte, Marilda casa com um milionário e deixa o salão de beleza para Nenê administrar.

    Clique aqui para ler mais

    tópicos:Glória Pires,Guta Stresser,Lázaro Ramos,Marco Nanini,Marieta Severo

    Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/09/na-despedida-de-grande-familia-veja-momentos-marcantes-da-serie.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1

  18. Invesalius, o software brasileiro de impressão 3D que revolucion

    Invesalius, o software brasileiro de impressão 3D que revoluciona a Medicina

     

    RFI

    http://www.portugues.rfi.fr/geral/20140910-invesalium-o-software-brasileiro-de-impressao-3d-que-revoluciona-cirurgias

    Taíssa Stivanin

    O uso da impressão 3D está revolucionando os procedimentos cirúrgicos e o Brasil é um dos pioneiros na área. O software Invesalius, desenvolvido pelo CTI (Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer), centro de pesquisas ligado ao Ministério de Ciências e Tecnologia, foi o primeiro a fornecer gratuitamente o serviço para hospitais e instituições em todo o mundo.

    Impressora 3D para prótese dentária. Um bloco de cerâmica é colocado                                                                                           dentro da máquina que vai cortar e produzir a prótese como esta foi                                                                                       programada no computador.chirurgiens-dentistes.fr

     

    Criado em 2001, o Invesalius é um software open-source e já está em sua terceira versão. Traduzindo, seu código de programação é aberto e autoriza modificações feitas pelos usuários. Distribuído em 98 países, o programa já foi baixado 4312 vezes, 186 só na França. O nome é uma homenagem ao célebre cientista belga Andrea Vesalius, nascido no século 16 e considerado o pai da anatomia moderna.

    Graças a essa tecnologia, que reproduz com precisão os órgãos humanos, os cirurgiões podem realizar intervenções complexas e arriscadas em diferentes especialidades, antecipando possíveis complicações. O engenheiro químico Jorge Vicente Lopes da Silva coordena o CTI e as pesquisas sobre o Invesalius, feitas por uma equipe de 20 profissionais, além de estudantes de pós-graduação.

    Silva explica que o programa é usado principalmente em hospitais, mas também é útil para a medicina legal e as investigações policiais. “Basicamente, o Invesalium pega as imagens de uma tomografia computadorizada ou de uma ressonância magnética e as transforma em um modelo tridimensional limpo”, explica o engenheiro. Esse modelo, que ‘clona’ a imagem em questão, pode ser em plástico, metal, resina, cerâmica, madeira, cera, areia, vidro e concreto.

    A ferramenta possibilita reproduzir com precisão uma estrutura atingida por uma lesão, por exemplo, auxiliando o cirurgião. “É possível separar essas estruturas ósseas e gerar um modelo 3D, um formato de arquivo específico para prototipagem rápida”, diz. “Em seguida o cirurgião, com essa informação na mão, é capaz de realizar uma cirurgia mais rápida, precisa e com menos risco para o paciente.”

    O CTI também trabalha em parceria com o Ministério da Saúde e os hospitais públicos e realiza cerca de 500 planejamentos cirúrgicos utilizando a tecnologia. “Todo o trabalho é feito a partir da demanda do cirurgião. São principalmente casos de tumores na região lombar ou mandíbula, anomalias genéticas ou acidentes. Essa ferramenta é fantástica porque você simula tudo antes. São três cirurgias: uma por computação, outra em um modelo e a terceira no paciente.”

    Tecnologia ajudou a bebê a ser curado de epilepsia

    Um exemplo recente, que ganhou destaque na imprensa, é o do bebê americano Gabriel, 5 meses, que foi curado de epilepsia depois de uma cirurgia que utilizou a impressão 3D. Ele foi submetido a uma operação que consistiu em isolar a parte do doente do cérebro para neutralizar o mecanismo que gerava as crises.

    Diante da complexidade da intervenção, os médicos decidiram  gerar um protótipo detalhado do cérebro de Gabriel, utilizando uma impressora 3D e só então operaram o bebê, que hoje está livre das crises. A experiência foi publicada na revista científica The Verge, na semana passada e é um exemplo de como a impressão está mudando a vida dos pacientes.

    Cientistas agora estudam bioimpressão de órgãos

    Depois da impressão 3D, o próximo passo agora, explica o coordenador do CTI, é a chamada bioimpressão de órgãos. “É um futuro ainda distante, mas em vez de imprimir uma peça metálica ou um pedaço de plástico, você imprime um órgão, um tecido, um osso, para uma pessoa que precisa de um transplante. Isso ainda está distante, mas é um futuro promissor. O mundo está acordando para isso e equipes em vários países da Europa e dos Estados Unidos estão trabalhando em projetos do tipo. É a parte de engenharia tecidual utilizando impressão 3D.”

     

    ********************************************************************************************

    Tecnologias Tridimensionais desenvolvidas no CTI Renato Archer completam apoio a 3000 cirurgias complexas

    Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer

    http://www.cti.gov.br/ultimas-noticias/96-tecnologias-tridimensionais-desenvolvidas-no-cti-renato-archer-completam-apoio-a-3000-cirurgias-complexas

     

    Publicado: Sexta, 01 de Novembro de 2013, 15p6Última atualização em Sexta, 01 de Novembro de 2013, 15p6

    O Programa de Tecnologias 3D na Medicina (ProMED) completou, neste mês de outubro, 3000 casos de apoio a cirurgias complexas de reconstrução crânio-maxilo-facial. Somente nos anos de 2012 e 2013, foram apoiados 180 hospitais diferentes em todos os estados brasileiros, com uma distribuição que reflete a densidade populacional do país. Alguns hospitais de países latino-americanos – Uruguai, Paraguai, Chile, Equador e México – também vêm recebendo apoio do CTI. Em média, nos últimos três anos, têm sido atendidos de 400 a 500 casos por ano em 120 hospitais.

    O programa ProMED foi concebido em 1997 com a chegada ao CTI da primeira impressora 3D, uma das primeiras do Brasil, e iniciado no ano 2000. Com essa impressora, foram gerados os primeiros biomodelos – réplicas exatas de partes do corpo humano. Os biomodelos permitem a mensuração de estruturas, a simulação de procedimentos cirúrgicos e técnicas de ressecção, além da produção de moldes para construção de próteses personalizadas de alto desempenho anatômico. Os casos médicos que demandam cirurgias complexas (de alto risco) incluem acidentes que levam a graves perdas ósseas, principalmente na cabeça, graves anomalias congênitas e câncer. 

    “As tecnologias 3D constituem um recurso inovador e permitem que as cirurgias sejam mais rápidas e menos custosas, propiciando melhor qualidade de vida ao paciente e diminuição de custos para o sistema público de saúde e previdência”, afirma Jorge Vicente Lopes da Silva, pesquisador-chefe do Laboratório de Tecnologias Tridimensionais do CTI Renato Archer. Segundo o ortopedista José Carlos Barbi, parceiro de pesquisa do CTI de longo prazo na área ortopédica, “o biomodelo possibilita um completo planejamento dos mais diversos procedimentos cirúrgicos, o que tende a reduzir o tempo transoperatório, bem como os riscos de infecções, gerando melhores resultados e redução dos custos para o SUS (Sistema Único de Saúde) e evitando aposentadorias precoces. A qualidade dos resultados implica também um alto grau de reintegração social dos pacientes”, afirma o cirurgião.

    Uma ação decisiva no sucesso do ProMED foi o desenvolvimento, pelo CTI, do software público InVesalius, que tem sido utilizado para a geração dos biomodelos virtuais que servem como arquivo de impressão 3D dos biomodelos físicos. Antes do InVesalius, o alto custo de software de visualização e tratamento de imagens médicas inviabilizava a construção dos biomodelos e a difusão da tecnologia. O InVesalius trata e converte as imagens de exames como tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas em modelos tridimensionais virtuais, que facilitam a visualização das imagens em computador. O software é livre e possui 7000 usuários em 80 países, tendo sido traduzido para 8 idiomas. Além de possibilitar a visualização de imagens 3D no computador, o InVesalius faz a interface entre os exames médicos e as impressoras 3D, tornando possíveis o planejamento cirúrgico e a construção de próteses e réplicas precisas do corpo do paciente.

    Tela do InVesalius com imagens de tomografia. No canto inferior direito, visualização das imagens em 3D.

    Além do InVesalius, o CTI conta com recursos para a simulação do desempenho mecânico de dispositivos médicos por meio do uso de software de engenharia aplicado à medicina (BioCAD) e de software de simulação por elementos finitos. Esse trabalho tem apoiado várias universidades brasileiras nas suas teses de mestrado e doutorado, gerando uma forte interação científica.

     

    A tecnologia de construção dos biomodelos está hoje sendo transferida para outros centros no Brasil, via projeto piloto, por meio de convênio com o Ministério da Saúde. Alguns países têm demonstrado interesse nessa transferência, com apoio do CTI a essas iniciativas.

    O Laboratório de Tecnologias Tridimensionais do CTI Renato Archer possui projetos em andamento com diversas agências de fomento brasileiras e internacionais. “Foi aprovado um projeto ‘Ciência sem fronteiras’ do CNPq para três anos; tivemos também aprovados três projetos com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP – na área: um para pós-doutorado; um segundo para pesquisador estrangeiro visitante, trazendo ao CTI o Prof. Vladimir Mironov, um dos maiores especialistas do mundo em bioimpressão, durante todo o ano de 2012; e um terceiro, iniciado em 2012, com a vinda do professor Marcos Sabino, da Universidade Simón Bolívar da Venezuela”, relata Jorge Vicente Lopes da Silva. 

    Outro projeto importante de pesquisa de fronteira do qual o grupo participa é o FAPESP-CEPID denominado “Centro de Pesquisa sobre Neurociência e Neurotecnologia – BRAINN”, coordenado pelo Prof. Fernando Cendes, da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além disso, o Laboratório de Tecnologias Tridimensionais do CTI Renato Archer é parte da rede IREBID, financiada pela União Europeia e, também, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação – INCT Biofabris.

    Novos desenvolvimentos

    Desde 2010, a equipe do Laboratório de Tecnologias Tridimensionais do CTI Renato Archer tem tido o apoio do Ministério da Saúde. “O projeto piloto no qual são apoiados os casos provenientes dos hospitais tem como escopo melhorar a integração de informações pelo uso de tecnologias tridimensionais. Elas envolvem sistemas para tratamento de imagens médicas, impressão tridimensional e sistemas computacionais para simulações virtuais. O intuito é melhorar as técnicas cirúrgicas com o uso de protótipos virtuais e físicos, tanto para suporte ao planejamento, quanto para confecção de próteses personalizadas e de alto desempenho”, conta Jorge Silva.

     

     

    Exemplo de prótese planejada e construída com o InVesalius e impressoras 3D. Processo torna possível o planejamento cirúrgico de forma detalhada e antecipada.

    O software livre e multiplataforma InVesalius, para tratamento de imagens médicas, é disponibilizado pelo portal do Software Público Brasileiro (PSPB) em parceria com o Ministério do Planejamento. O programa recebeu várias melhorias na versão 3.0 beta 3, como em estabilidade e otimização do uso de memória. Foram desenvolvidos, também, uma versão do InVesalius para visualização 2D na plataforma Android, um neuronavegador em parceria com a USP de Ribeirão Preto e ferramentas para controle gestual do InVesalius, testado em centros cirúrgicos.

     

    O CTI aguarda a chegada, por meio de um projeto FINEP, de uma impressora 3D especialmente configurada para confecção direta de próteses metálicas à base de ligas de titânio, atendendo a expectativa de cirurgiões brasileiros de contar com uma tecnologia inovadora em cirurgias complexas. O CTI vem, com o apoio da FAPESP e do CNPq, introduzindo no país a linha de pesquisa em bioimpressão de órgãos, com a colaboração do Dr. Vladimir Mironov, pioneiro e renomado pesquisador nessa área de fronteira científica e tecnológica.  

    O ProMED tem trazido para o CTI demandas nas áreas de reabilitação e acessibilidade. Vários projetos acadêmicos vêm sendo viabilizados nessas áreas com a cooperação do CTI no desenvolvimento e difusão das tecnologias 3D virtuais e da impressão 3D.  “Uma grande revolução está a caminho com o advento da impressão 3D em praticamente todos os setores de atividades, e a saúde, como demonstrado pelo ProMED, é um desses setores. É fundamental para o desenvolvimento do Brasil que participe dessa revolução que já está ocorrendo”, afirma Jorge Silva.

     

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador