Os talibãs defenderam hoje (25) um diálogo de paz com os Estados Unidos para acabar com o conflito afegão, uma semana antes da reunião com o governo para retomar as negociações suspensas há sete meses.
“Se os norte-americanos querem efetivamente pôr fim à invasão e ao conflito, então é necessário manter um diálogo com eles”, disse o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid.
Para Mujahid, os Estados Unidos e os talibãs são as principais partes rivais no conflito afegão e, portanto, iniciar conversações com terceiros [o governo afegão] não será mais eficaz que um diálogo com “os invasores”.
Os Estados Unidos, que derrotaram os talibãs na invasão do país em 2001, integram o denominado Grupo dos Quatro (G4), juntamente com a China, Paquistão e Afeganistão, cuja missão é estabelecer um roteiro para o processo de paz no Afeganistão.
Na terça-feira passada, o G4 anunciou um encontro entre o governo afegão e os rebeldes na primeira semana de março. Mujahid, no entanto, garantiu que o movimento não foi “oficialmente convidado” para o encontro, que deverá ocorrer em Islamabad, e acrescentou que só teve conhecimento dos pormenores do plano elaborado pelo G4 através da imprensa.
“Neste momento, não podemos recusar nem aceitar manter um diálogo com Cabul, porque a nossa comissão política ainda não decidiu se fala, ou não, com Cabul”, disse o porta-voz.
Qualquer grupo que queira pôr fim ao conflito deve levar em conta “as condições” dos talibãs, entre as quais o fim da invasão norte-americana e o estabelecimento de um mandato islâmico no Afeganistão.
Os talibãs estão divididos em relação ao processo de paz com o governo afegão. Em algumas ocasiões, recusaram qualquer plano e, em outras, condicionaram uma aceitação a medidas como o levantamento das sanções da ONU, renovadas em dezembro do ano passado.
O G4 manifestou apoio a um processo de diálogo com os talibãs, que pediram para participar das negociações de paz. O grupo adverdiu, no entanto, que não vai aceitar a imposição de pré-condições para começar a negociar.
O governo afegão e os talibãs mantiveram a primeira reunião oficial em julho passado, no Paquistão, mas as negociações foram suspensas dias depois, após o anúncio da morte do fundador do grupo rebelde mullah Omar, em abril de 2013.
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Para não ter que se retirar via Rússia…
…os campeões da liberdade e da democracia vão aceitar um país no qual as mulheres serão equiparadas aos semoventes. Não é de se estranhar, afinal ninguém fez mais pelo fortalecimento do radicalismo islâmico que os americanos.
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O artigo também oferece pérolas interessantes. Por exemplo, o Taleban foi “derrotado” em 2001, mas os EUA vão negociar um acordo.
Talibãs aos EUA.
“Como está, papai?”