O garimpo de ouro ilegal em áreas de preservação não é o único fator que provoca o desmatamento na Amazônia. A pecuária também, em especial quando atende a grandes fornecedores, que deveriam ser responsáveis e responsabilizados pela origem dos produtos que comercializa. É o caso do Carrefour.
De acordo com um levantamento feito pela Repórter Brasil, as mais de mil lojas da hipervarejista podem levar à população carne produzidas em áreas de risco ambiental na Amazônia, entre elas apropriação de terras indígenas e fazendas que usam mão de obra análoga à escravidão.
As informações foram obtidas a partir do aplicativo Do Pasto ao Prato, criado para que o consumidor tenha acesso aos dados de origem da carne vendida no Brasil.
A equipe de reportagem constatou que, dos 498 produtos escaneados em lojas espalhadas em todo o território nacional, 148 vieram de frigoríficos associados a alguma irregularidade.
Em uma unidade do Carrefour no centro de São Paulo são vendidas carnes da JBS de Vilhena (RO), cidade conhecida pelas invasões na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau.
Já no nordeste, a carne é produzida em Nova Olinda (TO), por uma empresa já autuada por trabalho escravo.
Resposta
Em nota, a rede de hipermercados negou as irregularidades. “O diferencial do Grupo Carrefour está em analisar todas as fazendas diretas do frigorífico e bloquear as que não estão em aderência à política de compra de carne.”
A rede informou ainda que, desde 2016, exige que os fornecedores tenham um sistema de monitoramento via satélite e que realiza análises socioambientais e geoespacial de cada fazenda originária.
Desde a aquisição do Grupo Big, no ano passado, o Carrefour é a maior rede varejista de alimentos do Brasil e responde por 25% do mercado nacional.
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