Jornal GGN – O índice que apura o clima econômico da América Latina recuou de 5,2 para 4,4 pontos entre abril e julho, atingindo seu menor patamar desde julho do ano passado, segundo pesquisa elaborada entre o instituto Alemão Ifo e a FGV (Fundação Getúlio Vargas). A piora foi decorrente tanto da redução do índice de expectativas (IE) como dos dados referentes à situação atual (ISA), que ficaram abaixo da média histórica dos últimos dez anos, mostrando que a região entrou em uma fase do ciclo econômico considerada desfavorável.
Também houve redução na análise do ICE (Clima Econômico, na sigla em inglês) global, com o índice passando de 5,4 para 5,2 pontos. Os dados seguem na zona de avaliação favorável, mas o detalhamento da pesquisa mostra que houve muita diferença entre os dados mensurados nas principais regiões. Nos Estados Unidos e na União Europeia, foi registrado aumento no ICE (ambos em zona favorável), puxado principalmente pela melhora nas expectativas. Já a Ásia apresentou tendência similar à da América Latina, com queda expressiva do ICE, de 6,1 para 5,1 pontos. Embora tanto a avaliação da situação atual como a das expectativas tenham piorado na Ásia, a maior queda foi no Indicador Ifo de Expectativas que passou de 7,1 para 5,7 pontos.
O comportamento diferenciado das regiões é ilustrado pelos resultados de países selecionados. Enquanto os países europeus e os Estados Unidos estão melhorando o clima econômico, os países asiáticos pioraram. Além disso, todos os BRICS registraram queda no ICE e estão agora na zona desfavorável. Deste grupo, os piores resultados ficaram com Brasil e África do Sul.
“As previsões de desaceleração do crescimento chinês e seus efeitos nos preços de commodities possuem forte impacto em vários países latinos com forte dependência das exportações desses produtos, como é o caso do Chile e do Peru”, diz o levantamento. As previsões tendem a ser mais pessimistas para os preços dos metais que são os principais produtos de exportação desses países. Logo, não é surpresa que a piora do clima econômico na Ásia e, em especial na China, tenha sido acompanhado por comportamento similar na América Latina.
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