Terceira tomada de Lima começa nesta quarta (19) com estimados 30 mil manifestantes

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Os organizadores da marcha estimam que cerca de 30 mil pessoas participaram da tomada de Lima para exigir a renúncia da presidente Boluarte

Manifestantes pedem o fechamento do Congresso e novas eleições gerais. Foto: Congresso da República do Perú – via Wikipedia

Milhares de pessoas se mobilizam nesta quarta-feira (19) na capital peruana na chamada “terceira tomada de Lima” para expressar seu repúdio à nomeada presidente Dina Boluarte, que funciona como uma liderança biônica há pouco mais de seis meses após a prisão do ex-presidente Pedro Castillo.

A mobilização foi convocada pela Central Única Nacional de Rodadas Camponesas do Peru (Cunarc), a Confederação Geral dos Trabalhadores Peruanos (CGP), sindicatos de professores, movimentos indígenas e diversos grupos.

Os organizadores estimam que cerca de 30 mil pessoas na terceira tomada de Lima para exigir a renúncia da presidente Boluarte, o fechamento do Congresso, o avanço das eleições gerais e a convocação de uma Assembleia Constituinte. 

Chegada dos manifestantes

Mais de 13 mil pessoas viajaram para Lima de várias regiões do Peru para participar das mobilizações em Lima. A mobilização começam à tarde, no horário de Lima, no centro da capital peruana, para a qual a Polícia Nacional anunciou que enviaria cerca de 24 mil policiais em várias áreas de Lima.

Também ocorrem marchas e mobilizações nas cidades de Cajamarca, Apurímac, Lambayeque, Ica, Huancayo, Tumbes, Piura, Chiclayo, entre outras cidades.

O protesto desta quarta tem como pano de fundo outras duas convocações realizadas em janeiro e fevereiro deste ano e que não atingiram seu objetivo principal: conseguir a renúncia da chefe de Estado e a convocação de novas eleições gerais.

Boluarte reage

Às vésperas da terceira tomada de Lima, a presidente Dina Boluarte apontou que as mobilizações desta quarta-feira na capital peruana constituem “uma ameaça à democracia”.

Segundo Boluarte, a mobilização em Lima representa uma ameaça à democracia, ao estado de direito e à institucionalidade, acrescentando que como presidente ela não permitirá ou aceitará.

Apesar de criminalizar a marcha na cidade de Lima, a presidente nomeada afirmou que o Executivo respeitará o protesto pacífico, mas enfatizou que não permitirá atos de violência por parte dos manifestantes.

Boluarte convocou a Promotoria, a Defensoria e o Ministério Público para que “sejam acompanhados durante a marcha, para que possamos garantir que sejam pacíficos, que não violem os direitos alheios”.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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