Um Brasil Dutertiano é mais possível do que nunca, por Francy Lisboa

por Francy Lisboa

A quantidade de ignorância que destila da boca dos salvadores e entendedores da ameaça comunista vem rompendo barragens, deixando escapar e sumir na perplexidade até mesmo anos de compadrio.  A pergunta que surge da reflexão sobre a fila de absurdos que escutamos, por exemplo, contra estudantes lutando pelo direito de ter educação, é: como se daria a materialização dos desejos e devaneios da retórica prevalecente?  

Na competição por recursos vemos que as ervas que se alimentam da retórica rasteira das redes sociais para solidificar posicionamentos políticos estão vencendo, porém, seus desejos sombrios são contrabalançados pelo medo, ainda que menor atualmente, de um inferno cristão.  

Atualmente, o laboratório mundial para as falhas humanas como seres dotados de empatia chama-se Filipinas. Sob a tutela de Rodrigo Duterte, a pequena ilha vem implementando a política de olho por olho dente por dente tão defendida pela massa ignara brasileira. Esquadrões da morte formalmente reconhecidos pelo governo, assim como uma política de delação de traficantes e usuários ao estilo “mate um traficante e/ou usuário e receba por isso”, ganharam ressonância. Contudo, de nada parece adiantar as moções de repúdios das Nações Unidas. Duterte está determinado a “limpar” a imoralidade daquele país.

No Brasil, a atribuição da defesa contra procedimentos “dutertianos”  à esquerda mostra que não é exagero dizer que estamos doentes, e que há de se aumentar o estoque de enxofre caso a construção metafórica do inferno seja realidade. De certo, a retorica do presidente Filipino arrebanharia as pessoas de bem do Brasil. Podem imaginar o Brasil como um novo laboratório dutertiano?

Não há prova maior de subdesenvolvimento de uma nação quando os patrícios em sua maioria se regozijam com a punição na mesma altura, com o desejo de sangue, e a indiferença. Nas mesas das famílias brasileiras, das mais humildades e menos instruídas até aquelas onde sentam os vencedores, o bandido bom bandido morto é a guarnição que parece estar sendo servida em alguma tratoria medieval.

Não há dúvidas que o Brasil quer se tornar Filipinas, quer ver e dançar ao redor de corpos pecadores. A esquerda tem uma batalha hercúlea pela frente. Os efeitos do tamponamento feito por Lula, baseados na droga efêmera do consumo, esvaíram-se. O lobo, ou melhor, o Duterte de cada brasileiro pode enfim expor seu quadro de sintomas: Vai pra Cuba! Dória, Crivela, Chora petralha! Estudantes vagabundos! E lá vai marola.

Um Brasil aos moldes das Filipinas de Duterte é mais próximo do que nunca, basta para isso encontrar justificativa cristã robusta para abonar o sorriso com o sofrimento do semelhante. Estamos quase lá!

Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Se em países com democracias

    Se em países com democracias mais robustas vemos que figuras como Le Pen ,filha, e Trump têm chances boas de chegar ao poder, imagine em democracias raquíticas como a brasileira. O cenário está cada vez mais se assemelhando a década de 30 do século passado, quando a economia mundial entrou em colapso e criou uma multidão de pessoas desesperadas que se tornaram presas fáceis pra discursos populistas e demagógicos – como o caso de uma Alemanha devastada, com 40 por cento de desemprego, presa fácil de Hitler. E esse momento só terminou 15 anos depois, ao custo de um dos capítulos mais terríveis da história, a segunda guerra mundial. 

  2. Primeiramente fóra temer e

    Primeiramente fóra temer e seus patrocinadores. E bom dia a todos, menos para os filhos das putas dos bastardos golpistas. Bem, impressão é que não saímos totalmente deste molde. Espetacularmente Lula e Dilma conseguiram combate-lo por incríveis 14 anos sendo atacados diáriamente, pelo que parabenizo-os veementemente, principalmente porque só foram afastados por um golpe covarde, executado por práticamente todas as nossas instituições de sustentação, podendo ser considerado um golpe hediondo, embora tenha safado por aí dizendo que trata-se de um golpe brando, seguindo palavras dos picaretas daquela bosta de jornal de araque.

  3. um…

    Primeiro, o Brasil da Redemocratização da Constituição Cidadã redigida por pseudo-socialistas não é exemplo para ninguém. Produz 100.000 assassinatos por ano, que são subnotificados para parecer “apenas” 65.000. Ah! Bão!!! Assim é um número mais civilizado. Depois esta estória de BANDIDO BOM… é coisa de “esquerda toma pe na bunda e não se emenda”. Não existe BANDIDO BOM. Por falar em “bandido bom”, censuraram o meu comentário em outra matéria. Censura é atitude  medíocre. O Brasil evoluiu? É esta a evolução? Entender as Filipinas, seria como entender a atual situação da Venezuela. Dois países que foram espezinhados pelos interesses polítcos dos EUA durante décadas. Toda esta violenta reação devido à frustração represada não pode ser explicada apenas pelo momento atual.  Pena de Morte existe na maioria das nações desenvolvidas, abandonada na Europa depois de se chegar a níveis razoáveis de criminalidade, e mantida de EUA a Japão. 

  4. Dentre outras drogas

    Dentre outras drogas igualmente perniciosas durante o dia, uma programação televisiva vespertina que transmite somente violência e desgraça ajuda um bocado, não?

    “Ah, mas o povo quer assitir isso – basta ver os índices de audiência…”

    Se lhe é oferecido somente isso, que alternativa ele tem?

    Depois de tantos anos de atiçamento, como colocar na jaula novamente o monstro que habita em nós?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador