Gilberto Maringoni
Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.
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São Paulo: entre o conservadorismo e o antielitismo, por Maringoni

Enviado por MiriamL

da Carta Maior

São Paulo, o 5 e o 9 de julho: entre o conservadorismo e o antielitismo

As tensões entre as datas expressam duas vias colocadas até hoje nos embates políticos paulistas: a saída conservadora e a saída antielitista.

Gilberto Maringoni

 
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Os dias 5 e 9 de julho condensam caminhos pelos quais a história paulista poderia seguir. São dois tabus no estado. Um é esquecido, o outro é exaltado.

A primeira data marca uma violenta reação ao poder do atraso, tendo por base setores médios e populares. E a segunda representa a exaltação do atraso, capitaneada pela elite regional.

Dia 5 de julho, há 88 anos, uma intrincada teia de tensões históricas desaguou no episódio que ficaria conhecido como Revolução de 1924. Suas raízes estão no agravamento de problemas sociais, no autoritarismo dos governos da República Velha e em descontentamentos nos meios militares, que já haviam gerado o movimento tenentista, dois anos antes.

Naquele duro inverno, em meio a uma crise econômica, eclodiu uma nova sublevação. Tropas do Exército e da Força Pública tomaram quartéis, estações de trem e edifícios públicos e expulsaram da cidade o governador Carlos de Campos. No comando, em sua maioria, camadas da média oficialidade. Quatro dias depois, era instalado um governo provisório, que se manteria até 27 de julho. O país vivia sob o estado de sítio do governo Arthur Bernardes (1922-1926).


Entre as reivindicações dos revoltosos estavam: “1º Voto secreto; 2º Justiça gratuita e reforma radical no sistema de nomeação e recrutamento dos magistrados (…) e 3º Reforma não nos programas, mas nos métodos de instrução pública”. No plano político, destaca-se ainda “A proibição de reeleição do Presidente da República (…) e dos governadores dos estados”.

Várias guarnições de cidades próximas aderiram ao movimento. Apesar da falta de um programa claro, setores do operariado organizado apoiaram os revolucionários e exortaram a população a auxiliá-los no que fosse possível.

Bombas, tiros e mortes
As ruas da capital foram palco de intensos combates, com direito a fuzilaria, granadas e tiros de morteiros. Cerca de trezentas trincheiras e barricadas foram abertas em diversos bairros.

A partir do dia 11, o governador deposto, instalado nas colinas da Penha, seguindo determinações do presidente da República, decidiu lançar uma carga de canhões em direção ao centro. O objetivo era aterrorizar a população e forçá-la a se insurgir contra os rebelados.

De forma intermitente, os bairros operários da Mooca, Ipiranga, Belenzinho, Brás e Centro sofreram bombardeio por vários dias. Casas modestas e fábricas foram reduzidas a escombros e cadáveres multiplicavam-se pelas ruas.

Sem conseguir dobrar a resistência, o governo federal decidiu bombardear a cidade com aviões de combate.

O fim da rebelião
Três semanas depois de iniciada, a rebelião foi acuada. Dos 700 mil habitantes da cidade, cerca de 200 mil fugiram para o interior, acotovelando-se nos trens que saiam da estação da Luz. O saldo dos 23 dias de revolta foi 503 mortos e 4.846 feridos. O número de desabrigados passou de vinte mil. No final da noite do dia 28, cerca de 3,5 mil insurgentes retiraram-se da cidade com pesado armamento em três composições ferroviárias. O destino imediato era Bauru, no centro do estado.

Deixaram um manifesto, agradecendo o apoio da população: “No desejo de poupar São Paulo de uma destruição desoladora, grosseira e infame, vamos mudar a nossa frente de trabalho e a sede governamental. (…) Deus vos pague o conforto e o ânimo que nos transmitistes”.

As tensões não cessariam. No ano seguinte, parte dos revolucionários engrossaria a Coluna Prestes (1925-1927). Mais tarde, outros tantos protagonizariam – e venceriam – a Revolução de 30.

Promovida pelas camadas médias do meio militar, o levante ganhou apoio de parcelas pobres da população. Talvez por isso seja chamada de “a revolução esquecida”.

A revolução que não foi
A segunda data, 9 de julho, é marcada pelo estopim de uma revolução que não faz jus ao nome. É exaltada e cultuada como uma manifestação de defesa intransigente da democracia, ela faz parte da criação de certa mitologia gloriosa para São Paulo.

O evento, em realidade, representa a sublevação da oligarquia cafeeira contra a Revolução de 30, que a retirou do governo e se constituiu no marco definidor do Brasil moderno.

Aquele processo não pode ser visto apenas como uma tomada de poder por um punhado de descontentes. Suas causas envolvem as contrariedades nos meios militares e tensões do próprio desenvolvimento do país. A crise de 1929 acabara de chegar, colocando em xeque o liberalismo reinante.

A Revolução consolidou a expansão das relações capitalistas, que trouxe em seu bojo a integração ao mercado – via Estado – de largos contingentes da população. O mecanismo utilizado foi a formalização do trabalho.

As novas relações sociais e a intervenção do Estado na economia – decisiva para a superação da crise e para o avanço da industrialização – implicaram uma reconfiguração e uma modernização institucional do país. A conseqüência imediata foi a perda da hegemonia da economia cafeeira, centrada principalmente em São Paulo e parte de Minas Gerais. Percebendo as mudanças no horizonte, as classes dominantes locais foram à luta em 1932.

A locomotiva e os vagões
Explodiu então a rebelião armada das forças insepultas da República Velha e da elite paulista, querendo recuperar seu domínio sobre o país.

Tendo na linha de frente a Associação Comercial e a Federação das Indústrias (Fiesp), o levante tinha entre seus líderes sobrenomes importantes do Estado, como Simonsen, Mesquita, Silva Prado, Pacheco e Chaves, Alves de Lima e outros. O movimento contou com expressivo apoio popular, uma vez que os meios de comunicação (rádio, jornais e revistas) reverberaram as demandas das classes altas.

A campanha que precedeu a sublevação exacerbou uma espécie de nacionalismo paulista, incentivado por grupos separatistas. Entre esses, notabilizava-se o escritor Monteiro Lobato. A síntese da aversão local ao restante do país expressava-se na difundida frase, que classificava o estado como “a locomotiva que puxa 21 vagões vazios”, em referência às demais unidades da federação.

Contradição em termos
O objetivo do movimento, derrotado militarmente em 4 de outubro, era derrubar o governo provisório de Getulio Vargas e aprovar uma nova Constituição. Daí a criação do nome “revolução constitucionalista”, uma contradição em termos. Revolução é uma ação decidida a destruir uma ordem estabelecida. A expressão “constitucionalista” expressava uma tentativa recuperação do status quo, regido pela Carta de 1891. Se é “constitucionalista”, não poderia ser “revolução”.

Os sempre proclamados “ideais de 1932” são vagas referências à constitucionalidade e à democracia. Mas não existia, por parte da elite, nenhuma formulação que fosse muito além da recuperação da hegemonia paulista (leia-se, dos cafeicultores).

Exatos oitenta anos depois, o 9 de julho segue comemorado como a data magna do estado, uma espécie de 7 de setembro local. E os acontecimentos de 5 de julho de 1924 continuam como páginas obscuras de um passado distante.

A elite paulista voltaria ao poder em 1994, pelas mãos de Fernando Henrique Cardoso e do PSDB. Seu mote foi dado no discurso de despedida do senado, em 1994: “Um pedaço do nosso passado político ainda atravanca o presente e retarda o avanço da sociedade. Refiro-me ao legado da Era Vargas, ao seu modelo de desenvolvimento autárquico e ao seu Estado intervencionista”.

Os objetivos desse setor continuaram os mesmos, décadas depois: realizar a contra-Revolução de 30.

As tensões entre as datas – 5 e 9 de julho – expressam duas vias colocadas até hoje nos embates políticos paulistas: a saída conservadora e a saída antielitista. 
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Jornalista, cartunista e doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP), Gilberto Maringoni é candidato ao governo de São Paulo pela Frente de Esquerda (PCB, Psol, PSTU).

 

Texto originalmente publicado em 08 de julho de 2012.

 

Gilberto Maringoni

Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.

9 Comentários

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  1. Venceu o conservadorismo até aqui

    Para quem entra no Estadão hoje e lê o artigo em defesa da “revolução de 9 de Julho” (e do enaltecimento de Julio de Mesquita) tem a impressão de que todo o desenvolvimento paulista se deve a essa revolução, e não, justamente, à Era Vargas. Mas também o autor do artigo ampara seu texto no historiador Marco Antonio Villa… 

     

    1. O desenvolvimento de São

      O desenvolvimento de São Paulo começou muito antes, com os bandeirantes que chegaram aos Andes a pé no Seculo XVI e depois despontou por tres grandes fatores: a imigração europeia , a  energia eletrica abundante graças aos canadenses que construiram a primeira grande usina hidroeletrica depois de formar dois lagos artificiais em torno de São Paulo e a acumulação de capital por volta do fim do Seculo XIX graças à riqueza do café. A primeira grande companhia textil do Estado era dos Penteado e chegou a empregar em 1905 mais de 6.000 operarios, Matarazzo já tinha 300 fabricas em 1920.-, o Cotonificio Crespi era o maior do Brasil.

      Vargas impulsionou o desenvolvimento industrial PORQUE em São Paulo já existiam os alicerces para isso, mostrou inteligencia e visão nacional desse plano.

  2. São sempre bemvindas as

    São sempre bemvindas as analises sobre a nossa Historia, algo raro nos blogs. Concordo com o autor que a Revolução de 24 é esqueida pelas paulistas sendo no entanto um movimento importantissimo, o inicio concreto do TENENTISMO que foi o DNA da revolução que derrubou a Republica Velha.

    Da Revolução de 5 de julho de 1924 nasceu a Coluna Prestes e desta o movimento Tenentista que foi a armadura militar da Revolução de 1930. A casa de meus avós na Rua Florencio de Abreu foi atingida por artilharia e minha mãe

    ficou 3 meses na chacara em Santo Amaro. Mas a Historia é sempre mais complicada, contraditoria, confusa do que parece em modelos reducionistas. Esses mesmos tenentes de 1924, quer dizer esse grupo de jovens, foram os generais de 1964 alguns como pessoas fisicas outros como da mesma geração, como Geisel, Juarez Tavora, Cordeiro de Farias, o embrião da “Sorbonne” da Escola Superior de Guerra estava no tenentismo de 1922,

    enquanto outros foram opositores do regime de 64, como Luis Carlos Prestes.

    Discordo todavia da interpretação esteriotipada da Revolução de 1932. O movimento que levou Getulio ao poder em 1930 tinha seu epicentro no Partico Democratico de São Paulo que era CONTRA o regime da Republica Velha, tanto que a acolhida de Getulio em São Paulo, na sua marcha para o Rio, foi  a MAIOR DO BRASIL, Getulio foi aclamado em São Paulo por multidões, desde a Estação da Luz até a Praça da Sé, as fotos mostram as ruas totalmente tomadas.

    O povo paulista, especialmente as classes médias e o operariado estavam a FAVOR de Getulio. O que aconteceu entre outubro de 1930 e julho de 1932 foi um grave desvio do que Getulio fez, tambem pressionado por forças que ele não controlava e o que o povo paulista esperava. São Paulo foi OCUPADA por provisórios gauchos e governada por Interventores muito ruins, arbitrarios, prepotantes e boçais, que geraram imediata reação da população de São Paulo, INCLUSIVE DAS CLASSES POBRES E MEDIAS, não só da elite cafeeira. Esta se aproveitou do clima de insatisfação contra Getulio porque a Revolução de 32 teve amplo apoio popular, não foi só a “elite cafeeira”, que não teria sozinha condições de operar esse movimento. A elite intelectual praticamente TODA de São Paulo se engajou n Revolução.

    Sempre houve e já existia e continua existindo um SENTIMENTO PAULISTA muito forte e arraigado contra gente de fora que queira mandar no Estado, esse é um dado cultural, que existe em muitas regiões do planeta, Barcelona se considera muito melhor que o resto da Espanha, Milão se considera superior ao resto da Italia,  são regiões de mais trabalho, mais cultura, mais dinheiro e mais gente instruida que se acha “superior”, não estou dizendo que é, mas acham que são e rejeitam ser governados por gente que consideram inferior, tosca e ignorante.

    Em 1930 chegaram a São Paulo ocupantes, na maioria gauchos e nordestinos, como delegados da Revolução vitoriosa, com ares de “”CONQUISTADORES”, o proprio Getulio , muito inteligente, percebia isso mas não tinha NAQUELE MOMENTO poder para remover os Tenentes. O Interventor, Tenente João Alberto Lins de Barros pernambucano, era especialmente alvo de repulsa da população paulista. Era uma reação, depois a Historia sempre com ironia seguia seu curso, João Alberto casou a filha com um paulista e sua descendencia enraizou-se e é parte da mais excelsa elite paulista de hoje mas em 1931 João Alberto era visto como um General de ocupação.

    Então não é correta a interpretação de que a Revolução de 32 foi uma reação da “elite cafeeira” para recuperar o poder. A elite cafeeira era já muito debil, inclusive economicamente, para lidera revolução, a expressão Constitucionalista era sim correta, porque a Revolução VISAVA a obrigar Getulio a preparar uma Constituição porque entre 1930 e 1934 NÃO HAVIA um sistema onstitucional em vigor no Pais,  a Constituição de 1891 tinha sido derrogada, Getulio não era Presidente, era Chefe do Governo Provisorio e governava por Decretos-Leis, bastava sua assinatura, a demanda tinha logica, tanto que Getulio em 1934 promoveu a Constituinte que produziu uma vançada

    Constituição. A magnifica coleção do historiador Helio Silva ,  mais de 20 volumes sobre esse periodo da Republica, expõe com completa documentação essas fases cruciais de nossa Historia.

     

    1. Reacionária mesmo!

      Claro que Getúlio e seus revolucionários tiveram apoio da maioria do povo de São Paulo. Mas, o movimento de 32 era de reação, sim, da elite paulista defensora da  República Velha e pela manutenção do Status quo!…

    2. grande contribuição

      Prezado senhor Motta Araujo.

      Admiro sua contribuição a essa questão, que creio não pode ser simplificada como uma ação da Oligarquia Cafeeira, muito bem apontada no seu texto, falida (crise de 1929) como o epicentro do movimento, meus familiares lembram-se da intensa mobilização popular que ocorreu na época e que teve participação intensa dos trabalhadores imigrantes que ansiavam por melhores condições de vida, mas politicamente todos se colocavam por lutar por uma nova constituição que fora prometida pelo Governo Provisório. A questão que ficou por muito tempo para a nação brasileira é que S. Paulo, lutava para se separar do Brasil e nunca senti na população essa sensação ao contrário do sul que havia sim movimentos separatistas e felizmente nenhum vingou. A contribuição do historiador Hélio Silva concordo, muito bem apontada, é importantíssima, mas gostaria de associar também a confusão reinante nessa época no mundo inteiro provocada pela  questão da falência do liberalismo que só vai ter como opção ao capital com a eefetivação da proposta de estado intervencionista do New Deal (que resolveu o problema americano e levou o mundo à segunda guerra mundial). Diversos paises tentaram de alguma forma aplicar, mas o resultado na maioria das vezes acabou em ditaduras e supressão dos direitos civis ainda poucos na época (vide Brasil 1935).

      Atenciosamente.

      CGBrambilla09072014spa.

    3. Interessante que, por algum

      Interessante que, por algum motivo, o paulista aceita sem maiores problemas gente de fora em todos os setores – paraiba, banqueiro, industrial e até politicos como janio e fhc. Adota-os e so larga depois de morto.

    4. De fato, uma história dos

      De fato, uma história dos Bandeirantes e dos imigrantes que constroem esse Estado magnífico e moldaram sua própria identidade com uma disciplina de trabalho formidável.

      Mas o texto já começa enviesado logo no título, contrapondo um suposto conservadorismo (portanto “ruim”) versus um igualitarismo disfarçado de antielitismo (portanto “bom”), refletindo a priori a escolha ideológica.

      Bobagem. Elite é o que há de melhor e representa o segmento mais preparado e mais hábil para liderar a sociedade em todas as suas formas e expressões. A USP, formada da união das três principais faculdades paulistas (SanFran, Poli e Medicina) em resposta à derrota de 32 forma muitos quadros de elite, mas nem todas as suas unidades são de elite. Pelo visto não a unidade de formação do candidato.

      Outra malandragem é utilizar a palavrinha que todo esquerdista gosta, o “conservadorismo”. Como se precisássemos viver uma revolução permanente e não haja nada de bom a ser conservado ou mantido. Só as revoluções forçadas se fecham sobre si mesmas (portanto conservadoras!) e são avessas às caixas de pandoras que o ser humano cria para si quando deixado “livre”.

      Na verdade a grande tragédia paulista hoje chama-se Alckmin, sujeito de uma mediocridade e falta de brilho INACREDITÁVEIS. Deveria estar preparando São Paulo para um mundo cada vez mais dinâmico e complexo, modernizando a sua estrutura educacional e produtiva para o que vem à frente.

      Muitos daqueles que se educaram às custas dos paulistas ou vieram simplesmente em busca de um emprego fugindo da miséria nordestina, cometem o mau hábito de sujar o berço que os alimentou e os fez crescer. Inclua-se aí parte importante da receita fiscal da nossa frágil União. São esses mesmos sujeitos que fundaram os mais importantes partidos brasileiros da atualidade.

      Mas a resposta ao desafio paulista e brasileiro NÃO está no PSDB gafanhoto e medíocre, nem no PT dogmático, acrítico e “pragmático” (ou seu discenso idealista, o PSOL) ou, pior, num PMDB amorfo e interesseiro.

      Chega de patriotadas e historinhas mal contadas de ambos os lados do semáforo, pois haverão muitas Alemanhas nos esperando à frente nessa estrada.

      Temos que simplesmente estudar mais, trabalhar mais e falar menos.

  3. o ditador Getúlio

    A luta de 1932 tanto foi popular como se revelou certa nos propósitos a favor de uma constituição. Getúlio Vargas revelou-se um ditador cruel, “namorou” o nazismo a ponto de dificultar a vinda dos perseguidos judeus nas embaixadas e consulados da Europa, flertou com o governo de Mussolini. E embora tenha existido algumas conquistas sociais nos seus 15 anos de governo repressivo, ele passou para a História como um ditador. E ditadores, sejam eles de esquerda ou direita (Fidel, Franco, Garrastazu, Costa e Silva e outros) são execráveis. Getúlio voltou ao poder eleito pelo povo, mas deixou a corrupção e o nepotismo predominarem. Não entendo como o articulista costuma valorizar Getúlio ao mesmo tempo que se manifesta contra a ditadura militar que também teve acertos (a evolução da telefonia) na vida prática do povo. Todos os ditadores merecem a nossa repulsa. Inclusive Getúlio. 

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