Estudando apometria com um preto-velho: Parte 1, por Marcos Villas-Bôas

Estudando apometria com um preto-velho: Parte 1

por Marcos Villas-Bôas

Tratamos rapidamente em textos anteriores da apometria e prometemos estudá-la. Deparamo-nos, então, com alguns trabalhos interessantes acerca do tema e, sobretudo, com um diálogo realizado em 2013, via médium Camila Weinmann, com um dos Espíritos que se manifestam no arquétipo Pai Joaquim de Aruanda, conforme segue:

https://www.youtube.com/watch?v=fCPrrmRB7Is]

No vídeo, são analisadas as 13 leis da apometria, mas com oferecimento de diversos detalhes práticos que permitem uma melhor compreensão de como funciona esse tipo de trabalho.

Vamos às leis, uma a uma, seguindo a obra precursora da matéria no Brasil intitulada “Espírito / Matéria: novos horizontes para a Medicina”, de José Lacerda de Azevedo, mas com comentários do Pai Joaquim de Aruanda e apontamentos obtidos de outras obras e vídeos. Como não será possível analisar todas as leis e outros aspectos importantes da apometria neste texto, continuaremos nos seguintes.

1a lei da apometria: Desdobramento Espiritual – “Toda vez que, em situação experimental ou normal, dermos uma ordem de comando a qualquer criatura humana, visando à separação do seu corpo espiritual – corpo astral – de seu corpo físico, e, ao mesmo tempo, projetarmos sobre ela pulsos energéticos através de uma contagem lenta, dar-se-á o desdobramento completo dessa criatura, conservando ela sua consciência” (Espírito / Matéria, p. 80).

Observe-se os riscos dessa prática. Se for dado um comando visando à separação dos corpos de alguém em relação ao seu corpo físico com a projeção de pulsos energéticos materializados com o auxílio, por exemplo, de uma contagem de números (normalmente de 1 a 7) e de estalos de dedos acompanhando a contagem, haverá desdobramento, mesmo que feito de brincadeira, como bem lembra o Pai Joaquim. Uma vez desdobrado, é preciso que se conheça as técnicas e se tenha o cuidado de ajudar o indivíduo a retornar ao corpo depois.

Pai Joaquim lembra, no que toca a todas as leis da apometria, que o resultado dependerá de quem está operando. Os comandos precisam ser bem mentalizados e é necessário que a energia seja realmente impulsionada para que os efeitos concretos sejam verificados.

Fala-se na existência de 7 corpos nos seres humanos encarnados na Terra: o corpo físico, grosseiro, propriamente dito, que está na nossa terceira dimensão, este que estudamos mais comumente e que é visível aos olhos comuns; o corpo etérico, o duplo etérico, fluido que faz o intercâmbio entre o corpo astral e o físico; o corpo astral, que está na quarta dimensão, o corpo mais grosseiro utilizado pelos desencarnados, que também se fere e tem massa, apesar de ser constituído de uma matéria muito mais sutil do que essa com a qual estamos acostumados, não sendo possível medir sua massa por meio dos instrumentos descobertos pelos humanos na Terra até então; o corpo mental, mais sutil do que o astral, que é subdividido em inferior e superior; o corpo buddhi, o último corpo e mais sutil de todos; e o corpo átmico, não mais propriamente um corpo, porém definido como tal porque seria a última “parte” dos corpos, a essência divina, a “chama” conforme O Livro dos Espíritos, sendo que apenas os Espíritos puros, muitíssimo elevados, já se destituíram de todos os demais corpos e podem se apresentar assim, conseguindo ver Deus.

Essa explanação é importante para entender diversos temas, inclusive a lei do desdobramento. Falemos, porém, rapidamente do progresso do Espírito. Na medida em que se progride, o ser começa a vibrar nas dimensões mais altas. O ego, aquele “eu” criado pelo ser, que lhe afasta da sua essência divina, vai até o corpo mental inferior. A partir daí, o ser começa a se conectar melhor com o que há de mais puro, divino e verdadeiro.

É por isso que se aconselha utilizar técnicas como a meditação, que permitem um aprofundamento da consciência e a elevação da vibração até dimensões superiores, desvelando o ego e chegando mais perto da essência divina. Os seres que já encarnaram muito e conseguiram evoluir vão se destituindo dos corpos mais grosseiros, inclusive do astral, que é usado pelos Espíritos em geral na Terra. Sobre esse tema, os diálogos com o interplanetário João de Vênus são muito enriquecedores:

[video:https://www.youtube.com/watch?v=gucXZFKFlgo&pbjreload=10

Voltando à 1a lei da apometria, dados os comandos, todos os corpos mais densos, a partir do astral e indo até o mental inferior, se desdobram para “fora” do corpo físico, ficando, no desdobramento “bem realizado”, o duplo etérico “preso” ao corpo, pois ele é um fluido mais denso que o corpo astral, que fica mais amoldado ao corpo físico. Em determinados desdobramentos, não é incomum que o duplo etérico saia junto com o corpo astral, impedindo que se faça grandes movimentações. Por isso, diz-se que é possível aos clarividentes verem o corpo etérico em alguns desdobramentos.   

A 1a lei da apometria, a lei básica, afirma, portanto, que, dados os comandos e enviados pulsos de energia, há o desdobramento, que permite ao ser realizar inúmeros trabalhos no plano astral. Segundo Pai Joaquim, os mentores das pessoas ajudam nesses trabalhos, de modo que a consciência dela, assim como em trabalhos mediúnicos na Umbanda, poderá ser maior ou menor, a depender da utilidade do nível de consciência para o trabalho. Alguns terminam “dormindo” no desdobramento.

Com o desdobramento dos corpos mais densos do assistido, é possível visualizar melhor o que existe ali. Segundo Pai Joaquim, é interessante ter um bom clarividente na equipe, para que ele possa ver com nitidez as necessidades dos corpos do assistido, dentre outras coisas relativas ao trabalho, como artefatos que podem ter sido deixados na casa, no veículo de transporte ou no trabalho dele.

É importante, aliás, que o dirigente de trabalhos de apometria e de desobsessão em geral lembrem de comandar / pedir aos Espíritos colaboradores que limpem a casa, o veículo de transporte e o ambiente profissional do assistido, trazendo tudo e todos para o centro de trabalho, evitando que algum Espírito obsessor ou que algum artefato permaneça prejudicando o irmão ajudado.

O desdobramento é amplamente registrado em toda a história humana, mas o desdobramento da apometria é diferente daquele da viagem astral durante o sono, pois o sujeito fica, em regra, bastante acordado, pode manter um grau de consciência muito elevado, enquanto que, durante o sono, o mesmo sujeito pode nunca ter conseguido sequer se lembrar dos seus desdobramentos. Como lembra José Lacerda de Azevedo:

“O desdobramento é relativamente fácil, sendo normal que ocorra uma ou outra vez, e de modo espontâneo (sem volição consciente), no decurso de uma existência. De hábito, acontece durante o sono, ou no sono hipnótico (induzido por passes magnéticos ou por sugestão) ou no êxtase místico: também pode ocorrer nos grandes choques emocionais, choques circulatórios, desmaios, comas…” (Espírito / Matéria, p. 54).

Tenha-se claro que a apometria, em sua essência, é uma atividade anímica, que, em princípio, todos podem realizar, e não propriamente mediúnica, mas as faculdades mediúnicas podem ajudar bastante os operadores e podem ser agregadas à apometria para resultados ainda mais eficientes nos trabalhos de desobsessão espiritual e em outras terapias psíquicas.

Assim como os trabalhos mediúnicos, esse tipo de atividade depende muito dos mentores desencarnados, sem os quais os encarnados ficam sujeitos a muito mais riscos. Não se deve, contudo, chegar ao ponto de uma humildade mal compreendida e mal exercitada que leva muitos a afirmarem que quem faz todo o trabalho é a Espiritualidade. É claro que não é, nem na apometria, nem nos trabalhos mediúnicos.

Para ser humilde, não precisamos distorcer a realidade. A humildade, assim como a caridade, estudada em textos anteriores, é algo que se emana, que não se expressa por meras palavras vazias. A ideia de que a Espiritualidade faz todo o trabalho tem levado muitos espiritualistas a não estudarem e não conhecerem, por exemplo, a própria apometria, atividade que requer profunda análise e aprendizado prático antes de ser iniciada.  

Ser humilde nesse caso é saber que os Espíritos têm papel essencial, porém, sem encarnados bem preparados física, espiritual e mentalmente, que tenham um bom conhecimento, o trabalho sai prejudicado ou não acontece. Daí porque é tão importante a disciplina para o estudo e para a preparação do indivíduo enquanto uma “ferramenta de trabalho” afiada, um “instrumento” de ponta.

Com uma boa equipe de apometria, é possível também desdobrar assistidos e tratar seus Espíritos no plano astral, podendo ser eles “incorporados” em médiuns, levados a hospitais do astral etc. Os guias espirituais orientam os encarnados nesses trabalhos.

Segundo Pai Joaquim, é muito comum levar assistidos em trabalhos de apometria com ajuda de pretos-velhos a hospitais do astral cuidados por Espíritos mais conhecidos entre os Espíritas, como Bezerra de Menezes e André Luiz, reforçando a ideia que viemos defendendo em outros textos deste blog de que, para os Espíritos mais elevados, não há separatismo religioso. Todos trabalham conjuntamente e servem onde são mais úteis.

2a lei da apometria: Lei do Acoplamento Físico – “Toda vez que se der um comando para que se reintegre no corpo físico o espírito de uma pessoa desdobrada, (o comando se acompanhado de contagem progressiva), dar-se-á imediato e completo acoplamento físico” (Espírito / Matéria, p. 80).

Esse é o comando de retorno, que implica num processo reverso ao da 1a lei, mas de mesma lógica: uma vez desdobrados os corpos do físico, dado comando e enviados os pulsos energéticos, os corpos retornam e se acoplam ao corpo físico.

É interessante que, na linha da 3a lei, vista logo em seguida, seja dado um comando para que a consciência do indivíduo volte juntamente com os demais corpos para perto do corpo físico, facilitando, assim, o acoplamento com o comando da 2a lei.

Caso haja demora no acoplamento, a pessoa poderá sentir tonturas, enjoo e outros efeitos por algum tempo; contudo, o corpo físico exerce uma atração sobre os demais por meio do cordão de prata, de modo que a tendência é o acoplamento dentro de alguns minutos, mesmo que não haja o comando.

Isso não quer dizer que não é preciso ter cuidado para garantir o acoplamento e num tempo razoável. Notando-se que não foi realizado mesmo após o comando, deve-se repetir este.

Essa lei pode ser aplicada tranquilamente em reuniões de desobsessão sem uso contínuo da apometria, mas em que há desdobramento voluntário ou não. Havendo dificuldade de retorno do Espírito ao corpo físico, o comando com contagem, acompanhado da mentalização, pode ajudar bastante no acoplamento.

3a lei da apometria: Lei da Ação à Distância, pelo Espírito Desdobrado – “Toda vez que se ordenar ao espírito desdobrado do médium uma visita a lugar distante, fazendo com que esse comando se acompanhe de pulsos energéticos através de contagem pausada, o espírito desdobrado obedecerá à ordem, conservando sua consciência e tendo percepção clara e completa do ambiente (espiritual ou não) para onde foi enviado” (Espírito / Matéria, p. 81).

O desdobramento na apometria, na maioria das vezes, intenciona que o indivíduo mantenha sua consciência firme ao longo do processo e, assim, possa realizar diversos trabalhos, como ir à casa de um assistido procurar obsessores, artefatos magnéticos no astral ou mesmo verificar o corpo do assistido para encontrar aparelhos parasitas, injetores de energia negativa etc.

As trevas evoluíram muito nos últimos séculos em termos de obsessão espiritual. Brilhantes cientistas desencarnados mal intencionados, magos negros e outros irmãos ainda presos a pensamentos negativos têm desenvolvido tecnologias avançadas no astral para conseguirem controlar encarnados e exercer outros tipos de influências conforme os seus objetivos.

O dirigente do trabalho de apometria pode dar comandos direcionados ao corpo físico do indivíduo trabalhando desdobrado, emitindo os mesmos pulsos magnéticos juntamente com contagem, assim como nos casos das duas primeiras leis, que o Espírito desdobrado, com os seus corpos astral e mental inferior, poderá ir a locais distantes e até realizar tarefas complexas neles.

Sobretudo nesse momento de distanciamento e possível embate com Espíritos que não desejem ver o problema do assistido resolvido, o papel dos Espíritos mentores desencarnados é muito importante para dar proteção e colaborar com o resultado do trabalho.

Muitas vezes, os indivíduos desdobrados trabalham como assistentes dos Espíritos desencarnados, oferecendo ectoplasma para a geração de campos de força e outros trabalhos energéticos para, por exemplo, aprisionar Espíritos e levá-los a “incorporar” num médium de psicofonia que faz parte da equipe de apometria, permitindo o trabalho mais comum de desobsessão, com choque anímico, diálogo etc.

No texto seguinte, continuaremos o presente estudo e analisaremos as demais leis da apometria.   

 
Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador