Hugo Pratt, um dos maiores romancistas gráficos

do Blog de Jota A. Botelho no GGN

1 – CORTO MALTESE NA SIBÉRIA – Animação da HQ com o mesmo título. Quando nos apercebemos de que o sonho é demasiado grande para se concretizar, restam duas alternativas: deixar de sonhar, ou continuar até ao fim, até à lenda. Nos confins da China e da Sibéria, Corto e Rasputin perseguem o comboio blindado que transporta o ouro dos czares. Atravessam, assim, uma região que se encontra a ferro e fogo, esquartelada entre sociedades secretas e senhores da guerra, entre Russos vermelhos e brancos, entre tropas regulares e exércitos privados. O campo de ação ideal para estes aventureiros românticos.

2- CORTO MALTESE – OS CANGACEIROS: Hugo viveu muitos anos no Brasil  e contam as lendas que teve até um filho com uma índia Xavante. O Brasil e o Cangaço também foi tema de outra obra de Pratt, L’Uomo del Sertao, em que ele detalha o ciclo de Lampião.

Na Guiana Holandesa, onde descansava de uma de suas aventuras, Corto Maltese aceita a missão de encontrar na Bahia Morgana, a meia irmã de Tristan Bantan, e assim tem inicio a mais nova aventura do Marinheiro Errante cheia de mistério e misticismo.

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Na Bahia, O Velho Lobo do Mar conhece a feiticeira Boca Dourada que o contrata para levar armas e dinheiro a um grupo de cangaceiros. Ele acaba sendo envolvido na luta dos rebeldes do sertão.

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O Amigo dos Cangaceiros tem um breve encontro com Corisco, aquele que se tornaria um dos maiores cangaceiros do bando de Lampião.

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3 – CORTO MALTESE – TANGO : Hugo Pratt autor da HQ Tango, numa animação de Gabrielle Zuchelli, acrescidas das músicas de Astor Piazzolla, como “Libertango”, “Corto em Buenos Aires”, com o Trio Esquina, do CD que acompanha a HQ Tango, e dos desenhos de Corto Maltese.

AS AVENTURAS DE CORTO MALTESE EM DVD

A Lusomundo lançou um pack de DVDs com as aventuras de Corto Maltese.  Esta edição é composta por 5 discos, cada um deles dedicado a um livro diferente e separado em vários “episódios” representando capítulos desse livro ou pequenas histórias. A lista é a seguinte ( site dvdpt):

DISCO 1 – A Balda do Mar Salgado:
# O Grande Pacífico
# Escondida
# Ao Teo Roa
# A Honra de Slutter

DISCO 2 – Sob o Signo do Capricórnio:
# O Segredo de Tristan Bantan
# Samba com Tiro Certeiro
# Encontro na Baía
# Voltamos a Falar dos Cavaleiros da Fortuna

DISCO 3 – As Célticas:
# O Anjo da Janela do Oriente
# Sob a Bandeira do Ouro
# Sonho de uma Manhã de Meados de Inverno
# Côte de Nuits e Rosas da Picardia

DISCO 4 – Outras Histórias:
# Cabeças e Cogumelos
# A Conga das Bananas
# Concerto em o Menor para Harpa e Nitroglicerina
# O Golpe de Misericórdia
# De Ourtros Romeus e Outras Julietas
# Os Homens Leopardo

DISCO 5 – A Casa Dourada de Samarcanda:
# Cassandra
# Mariana
# Venexiana

# Sevan 

Baseados nos Blogs: Corto Maltese & Dinâmico News & Poet’ Anarquista & Blog da Utopia

SOBRE HUGO PRATT  


Hugo Pratt (1927-1995) é considerado um dos maiores romancistas gráficos do mundo. Suas tiras, obras gráficas e aquarelas, foram expostas em grandes museus, como o Grand Palais e Pinacothèque em Paris, o Vittoriano, em Roma, o Ca ‘Pesaro, em Veneza, Santa Maria della Scala em Siena. O termo “literatura tirada” (graphic novel) foi cunhado para definir seu gênero. Ele foi citado por autores e artistas como Tim Burton, Frank Miller, Woody Allen, Umberto Eco e Paolo Conte. Ele viveu na Itália, Argentina, Inglaterra, França, Suíça, e viajou por todo o mundo. 
Hugo Pratt nasceu em 15 de junho 1927, em Rimini, mas passou toda a sua infância em Veneza, em um ambiente familiar muito cosmopolita. Seu avô paterno, José era de origem Inglêsa, enquanto seu avô materno era judeu e sua avó de origem turca. A partir de 1983, Hugo Pratt viveu na Suíça, em sua casa, em Grandvaux no lago de Lausanne, onde morreu em 20 de agosto de 1995. A vida do criador de “Corto Maltese” não é menos atribulada e espetacular que a de sua cria. Pratt depois de ter vivido em Veneza, logo foi parar na Etiópia junto com seus pais. Lá, passou a viver a cultura e tradição locais. Lutou no início dos anos 40 pela independência do país e por isso foi preso e enviado de volta à Itália. Durante a Segunda Guerra Mundial foi preso pelas tropas de Hitler. Ao fugir dos Nazistas se alistou nas tropas aliadas e atuou como tradutor e produtor de shows para soldados. Com o fim da guerra deu início à sua carreira de quadrinhista em parceria com Mario Faustinelli, Dino Batagglia, Paolo Campani, Alberto Ongaro, os chamados Grupo de Veneza. Em 1949 mudou-se para a Argentina e ajudou a criar personagens como “Sargento Kirk”, “Fort Wheeling”, “Ernie Pike” entre outros. Em suas viagens pelo mundo, Pratt também viveu em São Paulo e lecionou na Escola Panamericana de Arte. Ficou amigo do brasileiro Aldemir Martins em 1957, quando os dois se conheceram em Buenos Aires. Em 1965 retornou à Itália e logo deu vida a “Corto Maltese” (1967), um marinheiro sem nau cujas aventuras se passam no começo do século XX, quando o herói viaja pelo mundo. 

ILHAS E OCEANOS 

Estas imagens retratam algumas das aventuras exóticas de Corto Maltese, um andarilho incansável dos mares. Para Pratt, um verdadeiro veneziano, o mar é uma parte essencial da narrativa. O entusiasmo de Pratt é óbvia, assim como outros escritores que escreveram sobre viagens – incluindo Robert Louis Stevenson, Joseph Conrad, Herman Melville, Jack London e Ernest Hemingway. Pratt gostava de citar as palavras de Montaigne: “Sempre tem suas botas perto e estar pronto para ir”, e ele muitas vezes incluem ilustrações de “Treasure Island”, obra-prima de Stevenson. Mas Pratt encontrou seu próprio traço com o lançamento de “A Balada do Mar Salgado”, retratando com grande imaginação as ilhas e oceanos dos mares do sul.

 
AS MULHERES E O EROTISMO

Ao longo de sua vida, Hugo Pratt era fascinado com mulheres liberadas fortes. Suas muitas imagens magníficas em aquarelas dessas mulheres são intimamente ligada às suas viagens. Ao longo de sua vida artística, Hugo Pratt fez uma homenagem a todas as mulheres, seja real ou imaginárias, de mulheres em uma ilha distante, ou os mitos lendários da literatura e do cinema, como Pandora, com Louise Brooks, Ipazia, Bocca Dorata e Shanghai Lil, entre outras.

 

 

 

 
 
 
 

O Deserto

“Meu estilo é o resultado da pesquisa de uma vida inteira. Eu trabalhei 50 anos para encontrar a abordagem que tem agora. Idealmente, um dia eu vou encontrar uma maneira de contar uma história com uma simples linha”, disse Pratt. Em sua paixão para descobrir que a linha narrativa simples que reduz ao essencial – o deserto tornou-se para ele o local ideal para contar uma história. O que é mais difícil para um romancista gráfico de trazer à vida a linha reta do horizonte? Aqui, entre as páginas de Os Escorpiões do Deserto, ou O Homem da Etíopia, você pode ver alguns dos melhores exemplos de visão mágica de Pratt.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As Cidades

Hugo Pratt viveu em muitas cidades, incluindo Veneza, Buenos Aires, Córdoba e muito mais. Com um pai  de origem inglesa, uma mãe de Veneza, e avós judeus que emigraram da Turquia para Murano – a fusão de culturas do mundo atraiu Pratt para as cidades e portos em todo o mundo. Com a sua experiência, não é surpreendente que Hugo Pratt fez Corto Maltese filho de um marinheiro britânico e um cigano que cresceu em um bairro judeu de Córdoba. Corto surgiu a partir da imaginação de um gênio criativo e hoje o personagem faz parte de nossa história.

 

 

Os Índios
 

As primeiras ilustrações Pratt criadas eram de índios nativos americanos. Esta paixão para os índios, em especial os do Nordeste dos Estados Unidos (Iroquois, Mohawk) ficou com ele toda a sua vida. Pratt pintado magníficas aquarelas que foram inspirados pela Guerra da Índia e na Guerra da Independência na América do Norte.  Alguns dos melhores aguarelas que pintou eram de Wheeling, dedicado a uma cidade de Ohio preso nas garras de violentos confrontos entre brancos e nativos americanos.

 



Luis Nassif

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