A 3G, de Jorge Paulo Lemann, tenta explicar o golpe

Colocam-se no mesmo nível de informação dos demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia.

Como era previsto, o trio controlador das Americanas – Jorge Paulo Lehman, Marcel Telles e Beto Sicupira – definiram uma linha de defesa jogando toda a responsabilidade sobre os executivos.

Em uma nota de 8 parágrafos, afirma jamais ter tomado conhecimento das fraudes, apesar do ex-presidente, Manuel Gutierrez, responder diretamente a Beto Sicupira, o membro do trio encarregado das Americanas.

Afirma que nem a PcW nem os bancos credores emitiram qualquer sinal de alerta. Ou seja, 3 dos mais ladinos bilionários do planeta foram enganados por uma empresa de auditoria, que é parceira deles na precificação e na privatização da Eletrobras, com uma manobra comum para lojas de varejo, apesar de estarem no controle da empresa desde os anos 80. 

Colocam-se no mesmo nível de informação dos demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia. E dizem que, como acionistas, também foram alcançados pelo prejuízo.

No “Xadrez das evidências de golpe das Americanas”, detalhamos como o golpe foi planejado.

Não explicaram o seguinte:

  1. O golpe, em questão, consistia em esconder financiamentos bancários nas contas a pagar de fornecedores. Era uma bola de neve que começou a ser construída há dez anos. A cada ano a bola aumentava até se tornar insustentável. 
  2. Em 2021, dois anos antes do estouro, deixaram o Conselho Deliberativo da empresa desfazendo-se de parte das ações ordinárias (com direito a voto), sem exigir pagamento adicional.
  3. Com a empresa perto da hora da morte, nos três últimos anos – em cima de balanços fraudados – as Americanas fizeram as maiores distribuições de dividendos dos últimos 10 anos. – R$ 333,205 milhões até setembro de 2022; R$ 296 milhões em 2020 e R$ 238 milhões em 2021 até setembro do respectivo ano.
  1. Os executivos recebiam, na soma de ganhos, o equivalente a 34% do que foi distribuído aos acionistas. Só no ano passado, os executivos venderam R $241,5 milhões em ações, aproveitando a melhoria do papel com a indicação de Sérgio Rial para assumir a presidência em janeiro. Ou seja, a 3G e os executivos foram amplamente beneficiados pela fraude na contabilidade.
  2. Entre a indicação e o início da gestão de Rial passaram quase 5 meses. E só na primeira semana dele empossado, anunciou a identificação do rombo.

Só a extrema cumplicidade da Justiça para aceitar essas explicações.

Luis Nassif

23 Comentários

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  1. 1- essa corja tem que ir pra cadeia, porque sabiam perfeitamente que uma hora a bolha iria estourar,
    2- esse é o momento para o novo governo tirar das mãos desses abutres a Eletrobrás, que é um patrimônio dos brasileiros, o Presidente Lula, e Fernando Haddad, não podem deixar passar essa oportunidade, sobe pena de serem coniventes com as falcatruas!!

  2. Tem outra privatização que envolve diretamente os três (leia-se empresa 3G): Privatização da BR DISTRIBUIDORA!
    Só seguir o fio – e o dinheiro.

  3. “Tunguei o dinheiro de vocês, mas também sou vítima.” Creio que isso satisfará o jornalismo econômico da Folha, jornalão sempre alinhado às trends criadas pelos vagabundos de colarinho branco.

  4. Pergunta simples: os bilhões estam no bolso de quem?

    Nesta escola o se dar bem esta acima de tudo.

    E como ferram com os steakholders e com a sociedade, vão morar na Suíça.

  5. Concordo com o colunista LUIS NASSIF, não há como alegar desconhecimento do modelo contábil-financeira implementado pelos Executivos da empresa.Tanto isto é verdade que a CVM, em Janeiro de 2021 emitiu um ALERTA, condenando esta prática no Setor Varejista. Está lá, para quem quiser ler e ver.

  6. A elite nunca teve limites. Temos uma das piores elite do mundo ocidental é predatoria escravagista entreguista golpista, corrupta e muito hipócrita. E uma grande mídia que vive sob sua senha

  7. Voce vinha avisando. E o Lemman queja havia quebrado 3 instituições de envolveu com a Eletrobrás e pasme com educação brasileira, pariu entre outros Tábatha Amaral, seu papagaio de pirata. Meritocracias.

  8. E o Banco do Brasil também é credor que micou com empréstimos na casa dos R$ 1,3 bilhões de reais. Dinheiro do povo brasileiro. Prejuízo socializado pelos ditos neoliberais. Sempre foi assim: lucros privatizados, prejuízos socializados.

  9. Na vida real às vezes acontece da vítima terminar como culpada na história. Na vida financeira, é a regra. E longa vida aos Lemmans, Sicupiras e Telles, já que é inútil desejar o contrário.

  10. O cara põe bilhões numa emprresa, sabe até a hora que os gestores vão no banheiro.
    Não tem como isto não passar pela alta gestão da empresa, banco, auditoria etc.
    Mas vamos aguardar as investigações , feitas, por sorte, por quem ajudou a criar a encrenca…

  11. Quando na periferia um Zezinho faz a milésima parte disso, logo chega Receita Federal, Fiscal da prefeitura, comboio policial, repórter desde o Inferno.

  12. Impossível que o trio de maiores milionários brasileiros não soubesse das tramóias que estavam ocorrendo na administração das americana. Eles com certeza tem os melhores contadores do país.
    Isso foi feito em conluio com os cegos anteriores em benefício proprio e agora vai estourar nas mãos dos outros acionismtas minoritarios.Abram os olhos Srs juízes e façam sua parte. Condenem o trio a cobrir o rombo imediatamente e não deixem prejudicar essa tradicional loja brasileira, seus clientes, parceiros e fornecedores. Dinheiro para isso eles teem.
    Vide Mappim, Mesbla e outras grandes redes do passado

  13. A desinformação é a arma hoje em dia de como induzir a população a pensar do jeito que se quer…
    Não vamos ser inocentes, mas vamos ser realistas e verdadeiros….
    Quantos comentários ignorantes… Como assim os bilhões estão no bolso de quem? Quem escreveu isso é um leitor de título de notícia ou completamente ignorante no assunto… Vá estudar antes de postar asneiras…

  14. Podemos acrescentar ao seu Xadrez, que as empresas do 3G (Ambev por exemplo) se orgulham dos ganhos que tem com o elevado prazo de pagamento dos fornecedores. É público e notório a anos que é um procedimento obg nas empresas deles. Não mostrar isto no balanço que é novidade. Será que mostram nas outras empresas?
    6 anos atrás, eu era executivo de uma empresa do varejo (na área de “compras”, chamada de Comercial). 60% da empresa pertencia a um Fundo, sofríamos uma pressão gigante, para aumentar o prazo de pagamento dos fornecedores. Pq? Pq as empresas dos 3, propagandeavam lucros milionários com isto. E os “garotos” do Fundo Americano viam isto como uma oportunidade perdida por nós.

  15. Esse trio,amantes de um capitalismo deléterio,agora são “investidores iniciantes” que tambem tiveram prejuizos…acredite quem quiser.
    E digo mais:é só dar uma lida na historia ,que vereremos o quão inocentes são

  16. PARABÉNS! PELO ARTIGO. AS VERDADEIRAS INFORMAÇÕES (…DE FATO! NA VIDA!E NESTE MUNDO BUSINESS…) TORNA ESTE ECOSSISTEMA CORPORATIVO, MAIS JUSTO. Ass: EllSebasttian

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