Cunha diz que inclusão do seu nome na lista de investigados tem motivação política

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Câmara

Eduardo Cunha diz que o Ministério Público criminalizou as doações oficiais de campanha recebidas por ele

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou há pouco, em depoimento à CPI da Petrobras, que a inclusão de seu nome da lista de políticos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) tem motivação política.

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Segundo Cunha, o Ministério Público Federal (MPF) escolheu a quem investigar. “Os pedidos de abertura de investigação tem natureza política. O MP escolheu a quem investigar”, declarou Cunha, citando como exemplo o senador Delcídio do Amaral (PT), cujo pedido de investigação foi arquivado.

De acordo com o presidente da Câmara, a petição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que incluiu seu nome na lista de políticos investigados pelo STF está baseada apenas nas doações oficiais recebidas por ele de empresas e no depoimento do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, que disse em depoimento ter entregado quantias em dinheiro em uma casa em um condomínio no Rio de Janeiro. “O procurador não teve o mesmo trabalho de analisar as doações oficiais feitas por empresas a outros políticos, como, por exemplo, o senador Delcídio Amaral”, disse Cunha.

A contradição, segundo ele, consiste no fato de que, na descrição do núcleo político do suposto esquema de corrupção na Petrobras, a indicação para a diretoria de internacional teria sido feita pelo PMDB. “O próprio Paulo Roberto Costa detalha em seu depoimento que o senador Delcídio do Amaral (PT) foi quem teria indicado o senhor Cerveró para a diretoria internacional”, relatou Cunha, sugerindo a tese de “natureza política” nos pedidos de investigação.

Cunha ressaltou ainda que Fernando Soares, o Fernando Baiano, nunca foi operador do PMDB. “Eu o conheci, ele representava uma empresa espanhola que atuava no Porto Açu, do empresário Eike Batista”, disse, ao negar a participação de Baiano como operador pelo PMDB.

Cunha leu trechos da petição do MPF que sugerem que “os vultosos valores recebidos por Eduardo Cunha (em princípio como “doações oficiais”) de várias empresas já se demonstrou estarem diretamente envolvidas na corrupção de parlamentares”. Para Cunha, neste caso, a criminalização das doações oficiais de campanha é um exemplo de como o pedido de investigação do MPF foi direcionado.

“Alguém se deu ao trabalho de investigar quem mais recebeu recursos da Camargo Corrêa, que a petição aponta que doou a mim R$ 500 mil diretamente”, questionou Cunha, citando o nome de outros parlamentares que receberam recursos da empresa, como a ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, e os petistas Aloizio Mercadante, Marta Suplicy, José Genoíno, entre outros.

Eduardo Cunha também rebateu a tese de que teria recebido recursos do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o “Careca”, que atuaria como um dos funcionários do doleiro Alberto Youssef. Segundo o MPF, em um primeiro depoimento o policial afirmou ter entregado três vezes dinheiro em uma casa amarela, no condomínio que achava se chamar Nova Ipanema, no Rio de Janeiro.

“Eu mesmo retirei uma certidão de ônus do imóvel e peticionei o MP para saber quem seria o proprietário da casa. A certidão de ônus mostrou que a casa vem a ser de propriedade do advogado Francisco José Reis, aliado do deputado Jorge Picciani. Então peticinou o procurador-geral para mostrar que o imóvel não era meu”, disse Cunha.

Ele destacou ainda que, em novo depoimento à Justiça, o doleiro Alberto Youssef disse que nunca foi dito a ele que as entregas eram para Eduardo Cunha. E que Jayme de Oliveira nunca disse isso a ele. A informação foi confirmada pelo advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro , reforçou que se cliente não conhece nem mandou entregar dinheiro para o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nem para o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

20 Comentários

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    1. drigoeira

      Jamais vi uma rasgação de seda, como está se passando nas falas dos “oradores”, na CPI. Admirando a presença do EC , sua coragem por lá estar, se submetendo a tantos elogios e defesa por parte de seus “subordinados”. Ai! que nojo e falsidade. Esse é o nosso Poder Legislativo !

  1. Claro que é

    Concordo com o ¨nobre¨??? deputado Ed Al Cunha.Claro que é uma investigação de natureza política.

    De político envolvido com chantagem,falcatrua,extorção,sonegação,roubo do patrimônio público,ou seja,tudo o que não presta.

    É verdade ¨nobre¨ deputado Al Cunha…Um caso de polícia.

  2. Comição para Lamentar de inquerito

    Dudu Cunha vai sair com o saco arrastando no chão, de tanto que estão puxando. Que vergonha. O homem tem mais blindagem que o Robocop.

  3. Explicações desnecessárias

    Ainda não foi nada  apurado  no inquérito, que possibilite uma denúncia.

    Por que tanta pressa em explicar?

    Acho que hoje estamos dando muito importância  ao tal Lava Jato, enquanto ela, com o seu proceder, está levando o caos às grandes empresas brasileiras e sérias ameaças aos trabalhadores em todo o País.

    Vamos começar a pensar sobre os verdadeiros problemas de nossa Nação.

    A corrupção sempre existiu e existe e muito, muito mesmo,lá  no Tio Sam.

    Não podemos deixar o País em segundo plano.

    Que tal  uma campanha para diminuir significativamente o ICMs do etanol, como sabiamente começou a fazer o governador de Minas Gerais?

    Hoje o preço da gasolina importada pelo País está pagando  o ônus de um aumento no seu preço no EEUU. E o que mais me aborrece e ver que estamos importando etanol dos EEUU. Pasmem, estamos importando  etanol dos EEUU.

    Vamos  começar ou não por a mão na verdadeira ferida.

    Aqui em São Paulo, por que não abaixar o ICMs do Etanol?  Poderíamos melhorar o seu preço interno e evitar a importação do exterior, tanto do etanol, como da gasolina.

    Agora, o que diz o Cunha ou outro político qualquer não irá trazer solução alguma para o enfrentamento que temos  que fazer diante da crise mundial do petróleo e de todas as demais commodities, que nos está afetando e muito e ninguém nada diz a respeito.

    Os usineiros estão em apuro. E a culpa é da Geni, quer dizer, da Dilma. Ora, tanto o açucar como o etanol baixaram o preço diante da queda extraordinária do petróleo, que hoje está com alta no estoque, situação difícil, que projeta queda também no preço  do etanol. Se precisamos de gasolina, se precisamos do etanol,  a nossa saída neste caso qual é?

    É evidente que desonerar e muito o etanol é uma das grandes saídas. Vamos estudar como fazer para que o etanol seja barateado aqui no Brasil. Ele  trará, com certeza, melhoria na crise que se instalou nas Usinas brasileiras. E não depende tão somente da União. Depende de todos os entes federados,máxime os estados que podem baixar  o ICMs do etanol e produzi-lo  com preço atrativo para substituir o gasolina.

    Ora, Cunha…..

  4. Immanuel Kant não suportaria

    Immanuel Kant não suportaria ver a CPI da Petrobrás…

    Cunha foi incensado a qualidade daqueles que não devem, nada têm a temer…

    Dilma, no mesmo silogismo foi condenada, no quem cala, consente…

    Assim, o Pig vai escolhendo seus heróis e seus vilões…

    Onde parlamentares buscam ganhar “joinhas” em sua conta no facebook, falando que o governo envelheceu…

    Engraçado…

    Os governos modernos NUNCA INVESTIGARAM TANTO!

    As redes de TV Não têm compromisso com Verdade!

    Isso é ser moderno?

    Prefiro as verdades caducas, sempre eternas, do que mentiras modernas…

  5. Eu estava escutando na
    Eu estava escutando na CBN.
    Agora a pouco, quando um deputado falou sobre as doações de 2010 da Camargo Correa em termos percentuais a cada partido, assim que citou o PSDB, partido que recebeu MAIS dinheiro, foi cortado pelo apresentador.

  6. É demais pra qualquer um…

    A CPI da Petrobrás é ridicula! Estão fazendo apologia de Cunha, enaltecendo, beatificando o “nobre” deputado, congratulações pela coragem e disposição de se apresentar a CPI e apoio irrestrito.

    As perguntas ou colocações que estão fazendo a ele são exclusivamente para levantar a bola do presidente da câmara.

    Paulinho da Força elogia e destaca que Cunha sai gigante…

    Ilações de que o PGR foi seletivo, ilações de que, vejam o absurdo, que um grande proprietário de jornal teve os nomes na mão e junto com o PGR escolheram os indiciados!

    Um deputado quer convocar o Janot e Cardozo para esclarecer os assuntos que trataram porque a lista apresentada é um concluio com p Governo Federal.

    Olha vendo pela TV Câmara sinto o cheiro de merda que exala…

     

  7. 99% dos presidiários se dizem

    99% dos presidiários se dizem inocentes. O presidente da câmara logo estará entre seus iguais. Ha, ha. ha…

  8. Desisto do congresso

    Desisto do congresso !!!!

    Desisto do Povo que elege um congresso desses !!!!

    Desisto dos evangélicos que elegem um pulha como esse !!!!

    Desisto do BRASIL, que tem um povo do qual já desisti !!!

     

    Para mim o depoimento do Cunha é a prova que o país está falido moralmente, o povo está falido moralmente e não tem solução !!!

     

    Devemos pedir Desculpas aos Índios e devolver tudo para eles.

  9. essae cunha deve ser a parte

    essae cunha deve ser a parte nefasta da verdadeira corrupção política no país…

    basta ver quem o defende na camara

  10. já repararam uma coisa…

    toda vez que o Cunha é verdadeiro consigo mesmo, os que combinam com ele são falsos com os outros

    nessas horas é que a gente descobre quantas faces a falsidade precisou ter para se tornar uma só

    1. pior…

      ainda há quem acredite que nos representam como povo, mesmo estando bem claro que são falsos com seus eleitores…………………..

      é por isso que a corrupção não acaba, pois eles veem a ética no cargo, não em cada um deles como pessoa

      1. pior ainda…

        há aqueles que ainda acreditam que precisamos aceitar essa podridão toda para resguardar a governabilidade, o governo da vez e até mesmo, pasmem, a Democracia

    2. O homi foi tão elogiado, pela

      O homi foi tão elogiado, pela sua lealdade, pela coragem que teve ao dar voz ao congresso, ao ir à CPI, demonstrando que não tem culpa, etc. etc.

      Mas não demonstrou coragem nenhuma ao ser inquirido pelo deputado do PSOL, se não estaria disposto tb a abrir mão do seu sigilo bancário e telefônico. Aí mostrou sua verdadeira face de canalha, ao negar e dizer ser isto trabalho da CPI.

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