Golpe não é para amadores!

Por R. D. Maestri

Vejo que alguns estão surpresos por fortes vozes das classes dominantes se levantarem contra o golpe que estava sendo tramado por uma série desarticulada de amadores. Por que de uma hora para outra FIESP, Fierj e agora diretores de bancos levantam suas vozes contra o golpe, simplesmente porque estas instituições têm analistas ou consultam pessoas com capacidade de prospecção de eventos futuros. E estas mentes pensantes deram seu veredito final, com estes amadores o golpe pode sofrer um contragolpe muito mais forte que o primeiro.

Vamos aos fatos, há bastante tempo se via a inviabilidade de com o cenário atual de articular forças diversas para desestabilizar o governo com um mínimo de coesão (vide Deem-me um estado de apoio que vos darei um golpe! de 03/03/2015), esta ausência de coesão mostravam uma tendência de rapidamente, antes do golpe se estabilizar e se institucionalizar, começar a luta interna entre fracções e estas lutas não contarem com o apoio decisivo e necessário das forças armadas para escolhendo uma delas, termos só um projeto de novo governo.

Este último e importante passo foi enterrado com a prisão do vice-almirante, vozes dispersas nas forças armadas que viam os últimos governos do PT como governos preocupados com o fortalecimento real dessas forças, ganharam força e numa contabilidade simples que é feita antes de qualquer enfrentamento quem estava contra o golpe sobrepujou os que estavam a favor, e este recado chegou até as coordenações das classes dominantes (vide Por que a direita descarta uma intervenção militar? de 24/03/2015).

Outro fator decisivo foi que junto à posição das forças armadas, começa a repercutir nos setores do capital uma sensação de perseguição do mesmo por considera-los naturalmente corruptos. Ou seja, a atividade econômica do grande capital, corrupto ou não, começou a ser considerado como intrinsicamente corrupta. Se estas acusações viessem de setores de esquerda que por convicção ideológica descreve a apropriação da mais valia como um roubo, não haveria surpresa nem ineditismo, mas esta luta ideológica secular já é conhecida e os mecanismos de domínio do capital conseguem até o momento contorna-la. Porém estão surgindo de setores que tradicionalmente apoiam o sistema, ações bem bruscas e intempestivas que começam a assustar.

A mistura de um messianismo evangélico com a demonização da atividade econômica com todos os seus méritos e falcatruas podem levar a uma combinação explosiva muito mais perigosa do que mera conservação ou mudança de mando no poder federal. O governo atual, limitado por sua falta de base legislativa, não tem condições de propor fortes rupturas institucionais, porém um novo lupem-evangelismo fragmentado, mas com tendências messiânicas, é algo extremamente perigoso para qualquer regime fracos ou mesmo forte. Isto é algo que começado o processo não se sabe para onde ele irá!

Um golpe neste momento não teria as mesmas características da deposição de Collor de Mello (veja Golpe não se adjetiva. de 18/11/2014), seria um golpe sem um programa pós-golpe estruturado e perfeitamente definido.

Se formos comparar a situação de 1964 com a atual ainda fica pior. Neste ano haviam conspiradores profissionais em todos os setores, o governador Magalhães Pinto que montara um ministério paralelo e foi até os USA falar pessoalmente com o Presidente Kennedy, o general Golbery do Couto e Silva que tanto organizou o ataque (1964) como a retirada (abertura política) tinha até o palhaço-tolo midiático, o Governador Carlos Lacerda, que de tão tolo pensou que um dia assumiria a presidência da república com o apoio dos militares.

Temos na oposição atual ao governo, figuras que variam do folclórico ao patético, Aécio Neves, Jair Bolsonaro, Eduardo Cunha e uma plêiade de ideólogos direitistas que alguns se situam próximo à demência (como ex-astrólogos que juram de pé junto que o Sol é que gira em torno da Terra e que Einstein é uma farsa).

Tendo como último reduto ao golpe uma revista em situação pré-falimentar, fica cada vez mais difícil imaginarmos que um golpe de qualquer tipo que seja possa vingar. Ou pior para os golpistas e seus anteriores admiradores, se vingar o contragolpe deverá ser muito mais forte e também imprevisível (vide O contragolpe será muito mais forte do que o golpe! de 06/08/2015), pois neste ponto as forças que promoverem este contragolpe estarão livres para radicalizar uma politica de esquerda no Brasil.

Redação

42 Comentários

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      1. Mostre nos quais esses “ricos

        Mostre nos quais esses “ricos de direita” sao ou pare de mentir.  Nos EUA o ultimo do qual eu ouvi falar foi o Turner da Jane Fonda.  Ele foi TOCADO de TODOS os negocios dele pelo governo daqui.  O ex-bilionario fundador da TBN nao tem um centavo hoje, ok?

      2. liberais de hoje não são capazes de pensar além de uma figurinha

        Acho que Marx conhecia bem a diferença entre condição de classe e consciência de classe. Tanto conhecia que em “O 18 de Brumário” afirma peremptoriamente que pessoas na condição da classe burguesa e pequeno burguesia poderiam agir de acordo com a consciência da classe trabalhadora, enquanto representantes dos trabalhadores poderiam fazer aquilo que é do interesse da burguesia, ou seja, agir de acordo com a consciência desta. As críticas de Marx a Lassale nas cartas para Engels e ao Programa de Gotha iam também nessa direção.

        O liberal não leu Marx – os liberais antigos liam Adam smith, depois Mill, depois Popper e agora lêem Olavo de Carvalho ou quando muito Von Mises – aquele que a The Economist, uma revista liberal, afirma ter um trabalho que seria reprovado por qualquer professor universitário em nivel de graduação e que tinha uma argumentação ‘no nível das discussões do central park’. Realmente o quilate da burguesia se mede pelos seus intelectuais, como dizia Marx.

        O quadrinho não passa de uma caricatura de um marxismo fajuto, mecanico e determinista do tipo dos manuais stalinsitas da falecida URSS(que repouse em um mau lugar). Um pouco de dialética é necessário para entender MArx, mas os ‘liberais’ não são capazes de pensar além do mecanicismo e determinismo que já foi banido de toda ciência, exceto da economia que é a religião dos liberais!

        1. Reli a pouco o 18 de Brumário, é péssimo.

          Desculpem-me, mas a pouco reli o 18 de Brumário, é mais um panfletão do que uma obra séria, Marx diviniza Napoleão e ridiculariza Napoleão III, é cheio de qualificativos e pouca análise, cuidado em utilizar o 18 de Brumário como referência.

      1. É porque eles se iludem que

        É porque eles se iludem que fazendo felação nos donos do poder econômico, serão aceitos para limpar a merda dos cachorros.

    1. condição de classe não é consciência de classe.

      Acho que Marx conhecia bem a diferença entre condição de classe e consciência de classe. Tanto conhecia que em “O 18 de Brumário” afirma peremptoriamente que pessoas na condição da classe burguesa e pequeno burguesia poderiam agir de acordo com a consciência da classe trabalhadora, enquanto representantes dos trabalhadores poderiam fazer aquilo que é do interesse da burguesia, ou seja, agir de acordo com a consciência desta. As críticas de Marx a Lassale nas cartas para Engels e ao Programa de Gotha iam também nessa direção.

      Acho que Ramalho no entanto, não leu Marx ou se leu não entendeu direito – interpretou-o como um marxismo fajuto, mecanico e determinista do tipo dos manuais stalinsitas da falecida URSS(que repouse em um mau lugar). Um pouco de dialética é necessário para entender MArx…

       

    2. Se for capaz argumente, mas não com ‘figurinhas’

      Parece que o ‘ultraliberalismo’ é a doença infantil da direita.

      Então falando como adultos e respeitando a capacidade que todo ser humano tem de pensar – como dizia o liberal Adam Smith – ai vai:

      1) Marx via a divisão social entre trabalhadores e capitalistas. A divisão entre as categorias vagas de ricos e pobres, baseadas somente no rendimento e não na condição na produção, é uma divisão dos liberais(acho que você errou a foto, bota o Adam Smith aí; ou então o Malthus que deve ser mais a seu gosto!);

      2) Marx nunca pensou em termos de ‘direita’ e ‘esquerda’ (você não encontrará esses termos em nenhuma obra dele, as quais você certamente nunca leu). Marx pensava em termos de comunismo e capitalismo, em termos de interesses da burguesia e dos trabalhadores.

      Grande parte do que se denomina vagamente de ‘esquerda’ hoje seria classificada por Marx com sendo do campo de interesse da burguesia. Aliás Marx já classificava assim na época dele: é só voce sentar e ler a crítica ao ‘socialismo’ em  ‘o manifesto comunista’ ou a critica a ‘protosocialdemocracia’ em “A Luta de classes na França’.

      Para de colecionar figurinha e vai estudar!!!

  1. Caros, a cambada de golpistas

    Caros, a cambada de golpistas está solta, hoje o Ayres Brito, o mequetrefe , está dando uma entrevista de duas páginas no quase falido Correio Braziliense pregando abertamente o golpe, ele diz, entre outras coisas, que a Dilma não preenche mais as qualidades de um presidente da república, agora se uma desgraça dessa que não tem poder nenhum mais no país aparece como fantasma do fim de mundo para falar essas coisas, imaginem o que não está sendo tramado nos bastidores.

  2. O golpe principal é no povo, e pode ser dado com ou sem ‘golpe’

    O golpe principal é no povo, e pode ser dado com ou sem ‘golpe’

    Quem acredita que golpistas deixaram de ser golpistas acredita em tudo. O golpe principal não é na Dilma nem no Lula, é no povo. Pelo menos três coisas à vista: a terceirização irrestrita, a entrega do pré-sal e o deixar os corruptos em paz e liberdade. Coisas práticas assim são o quê realmente interessa aos bandidos.

     

    1. redentora!

      sim, “redentora”.

      era assim que as vivendeiras do golpe chamavam a quartelada de abril de 64.

      quartelada … redentora.

      hoje, vai falar em golpe no comando da aeronáutica, marinha ou exército para ver o que acontece.

      é ir para as ruas de vermelho pronto para repelir com o rigor necessário qualquer ameaça ou agressão.

  3. Mesmo porque com a Dilma o

    Mesmo porque com a Dilma o mercado de capitais está ganhando a rodo. Num golpe as agencias de risco na hora colocam o Brasil lá no poço.

     Se com a oposição fora do governo já acontece o que vemos na justiça, na policia e na imprensa, imagine o que pode acontecer a qualquer empresa, empresário ou cidadão na mão desses patéticos reconhecidamente corruptos aliados a este submundo. Seria estado permanente de subjugação tal qual uma China. Se com o PT tem a caixinha, com um novo governo o que teriamos seria toda uma sociedade sob o voluntarismo de juizes, policiais, e politicos que se sentiriam conquistadores sem voto. 

    Mais, A própria imprensa estaria na mão dos golpistas. Só olhar Minas.

    A liberdade de imprensa é tão imensa neste momento que a própria esquerda sente-se enganada com o governo Dilma.

    Talvez falte também um posicionamento mais forte dos movimentos de esquerda deixando claro que num eventual golpe estarão dispostos a parar o país e mostrando as consequência disso. . Um recado a empresários e a sociedade colocando a democracia acima de aventureiros.

    A classe média não vai gostar, mas vai refletir. O rico vai preferir a Dilma quietinha no canto dela como saco de pancadas. 

    1. A Grécia demonstrou como são limitadas as opções de

      A Grécia demonstrou como são limitadas as opções de países que vivem dentro da lógica do sistema econômico atual, não espero deste governo mais de um projeto nacionalista-desenvolvimentista com o objetivo de promover a eduação do povo, já a educação política deve ficar a cabo dos partidos, e quanto mais eficientes forem estes mais rápido evoluiremos para uma situação em que o povo tenha mais nas suas mãos o seu destino.

  4. Quando o texto já começa com

    Quando o texto já começa com o termo “golpe” já sei é governista-petista chorando.

    Descobrimos que não estamos em uma democracia, tudo é decidido nos escritorios do governo e do grande capital.

    O povo não é agente politico , é passivo da relação de poder .

    E isso mesmo?

    Então é uma ditadura com “ar” de democracia.

     

     

    1. Caro Aliança Liberal.

      Primeiro um comentário geral. Apesar de não achar desonroso participar de um governo qualquer, apesar de achar importante para o progresso de qualquer país a militância política em nenhum momento nos meus 62 anos de vida participei de algum governo ou militei em algum partido. Agora podes através de meu nome e de meu currículo verificar a veracidade da informação, por outro lado como adotas um avatar aliança liberal, posso supor que és um CC de qualquer partido de oposição ao governo que ganhas exatamente para escreveres o que escreve, porém não farei isto pois acho que a manifestação de qualquer um deve ser livre, mesmo que este tenha claramente vínculos com qualquer partido.

      Logo esta tua tentativa NOJENTA, VIL, e TRAIÇOEIRA de desqualificar qualquer manifestação de outro, não procurando questioná-la através de argumentos reais mas sim com  Argumentum ad hominem mostram que estou sendo questionado por alguém que não merecia nem o meu tempo que estou perdendo, porém para outras pessoas honestas que transitarem por estas páginas ficará mais claro separar o Joio do Trigo.

      Além das críticas a tua interpelação acima, me parece que tens algum problema de compreensão de textos mais longos que quatro linhas, pois se olhares com cuidado verás claramente que a ação final sempre é e sempre será do povo quando os agentes políticos deixam claro o que está ocorrendo.

  5. Mas tudo muda. Tudo mudara

    Dentre os meus clientes o que se ventila é um certo deboche e a constatação de que o PT ja era. Brincam com a situação dizendo que verão a passeata do dia 16 das varandas das coberturas bebendo champanhe em taças de cristal. O que mais desejam é a extinção do PT e isto ja conseguiram, como consequencia, a disposição do confronto até a ruptura total foi trocado pelo deboche.

    As intituições no Brasil amudereceram. Uma geração de jovens academicos floreceu e ocuparam o espaço, antes desfrutados por quem acustumados as benesses do estado se locupletavam com a coisa publica. A classe média percebe esta mudança, que inevitavel, eclodiu sem mérito de ninguem nem de partido politico, houve uma mudança, aconteceu ao largo das instituições e dos partidos politicos tradicionais, surgiu uma esperança, uma luz no fim do nevoeiro, sem ninguem que personalize esta mudança.

    Seria comico se não fosse tragico… – “Temos na oposição atual ao governo, figuras que variam do folclórico ao patético, Aécio Neves, Jair Bolsonaro, Eduardo Cunha e uma plêiade de ideólogos direitistas que alguns se situam próximo à demência (como ex-astrólogos que juram de pé junto que o Sol é que gira em torno da Terra e que Einstein é uma farsa).”

    Pois é… O que se constatou desde o segundo turno da eleição passada foi a ameaça do obscurantismo substituir o governo passado, uma reação daqueles que anulam o voto pendeu a balança em favor da Dilma, e como sempre a eleição foi decidida pelo menos pior.

    Mas a esperança persiste e como muito bem delineado pelo maestro, a situação não é favoravel a golpe algum, o estabelishement não tem interesse algum que isto ocorra.

  6. O ponto de não retorno.

    Que a corrpução é intrínseca a atividade econômica capitalista qualquer um já devia saber…O adágio popular não refresca a memória: “Dinheiro não leva desaforo para casa”.

     

    A submissão do poder político pela agenda econômica também não é dado novo…Todos os regimes democráticos representativos de verniz ocidental parecem padecer do mesmo mal: 

     

    Desde os gregos, os italianos, portugueses, ingleses e os estadunidenses…Nenhum desses sistemas conseguiu sequer se aproximar de um modelo de gestão estatal (governo e parlamento)  que representasse proporcionalmente os interesses das classes distribuídas no estamento social…

     

    Enquanto pais e alunos sangram em dívidas milionárias no sistema de financiamento estudantil estadunidense, bancos cevaram com trilhões de dólares carreados pelo Tesouro dos EUA para tapar o rombo subprime desde 2008…

     

    Sobre o Brasil e este entrave vale conferir a entrevista de Dowbor à Maria Inês Nassif, aqui…

     

    Ontem, aqui em casa, meu irmão e eu conversávamos sobre os limites da ação do governo (Dilma) e dos desafios impostos pela agenda economicista e financista, os apetites internacionais sobre a última fonte de petróleo em região sem conflitos (Pré-Sal), a tecnologia detida pela Petrobrás, enfim, o amplo menu de razões que levam os EUA e a Europa a apostarem no enfraquecimento do Brasil, da região do Cone Sul e dos Brics…

     

    Lendo o blog do Nassif, deparei-me com este bom texto, que de certa forma completou o que falávamos ontem…

     

    Pela primeira vez, e de forma sistemática, o conglomerado conservador atacou seus pares, ou seja, desmontou e trucidou grandes corporações, como Odebrecht, Queiroz e Galvão, etc…A próxima fronteira seriam os bancos?

     

    Então, esse ataque autofágico, como descrito pelo autor acima, coloca em risco a própria lógica do capital, de se vender como um sistema virtuoso, onde os desvios (corrupção) devem ser considerados como exceções à regra, e não o contrário…

     

    Assim como os “excessos” do Judiciário acabam por desacredtiá-lo, embora quem conheça a estrutura judiciária já saiba de antemão que a regra é essa: Direito para os ricos e amigos, lei para os imigos e pobres, SEMPRE, porque esse estamento normativo dá elán a estrutura de desigualdade sobre a qual está construída o sistema (capitalista).

    Portanto, o sistema (jurídico e econômico) existe e se legimtima pelo que ele parece ser, e não pelo que é (apesar de muita gente boa, como o Nassif, acreditar que tudo é “ponto fora da curva”)…

     

    A isso chamaos ideologia…

     

    É claro que sabemos que a corrupção, a eliminação da concorrência, “a facilitação”,  os trustes, cartéis, oligopólios são a tônica dos negócios…

     

    Mas ideologicamente pega mal expor as entranhas, a ponto de suscitar a dúvida na população de que valha à pena manter-se sob o tacão capitalista, ou pior, de se entregar o capital ideológico popular a aventuras messiânicas…

     

    Parece que o assédio imoral promovido pela mídia e pelas forças obscuras do psdb e dos porões evangélicos começou a alimentar um inédito senso de auto-preservação e sobrevivência, criando algo inédito no Brasil: 

     

    Um sentimento nacionalista e corporativo dos representantes da elite, que percebem que estavam muito mais confortáveis no cenário de reformismo gradualista dilmo-lulista, que no cenário apocalipse cunha-neves…

     

    Talvez estejamos bem perto do nosso dilema civilizatório, como os EUA em sua Guerra de Secessão…

     Quem sabe? Tomara… 

  7. Um furo

    A teoria do contragolpe tem um furo. O contragolpe não vai contar com a riqueza do pré sal, pois Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Eletrobrás serão entregues quase que imediatamente. Retirar dos Americanos? Eles terão prazer em dizimar o Brasil. Depois substituir as bases militares nacionais. A luta democrática é agora, ou esqueçam um Brasil soberano.

    1. Jurgen2010
      A teoria do golpe

      Jurgen2010

      A teoria do golpe tambem tem furo, pois aos nossos irmãos do norte, hoje, não lhes interessam um golpe, estão achando otimos governos de centro esquerda e esquerdas por toda America Latina, pois com governos pouco eficientes nas questões economicas e de fraco gerenciamento esta muito bom assim para seus interesses..

      Vide governos Venezuelano, conseguiu colocar o pais em frangalhos economicamente, são duros e arduamente criticos aos norte americanos e para quem vendem a preços de “bananas” sua principal e praticamente unica riqueza ?

      Outro fato que leva a esse raciocinio, veja a aproximação americana a Cuba, esta mais que provado o interesse americano em manter governos socialistas na america latina.

      64 tivemos porque quiseram, assim como quiseram na Argentina, Bolivia, Chile, Peru, 2015 não teremos porque não querem, mas querem manter as esquerdas no poder pois entenderam que elas não conseguem gerenciar suas economias a ponto de fazer concorrencias aos poderes mundiais.

      abraços

    2. Delirou, meu caro. Golpes não

      Delirou, meu caro. Golpes não interessam a um Obama. E se até a Globo, Fiesp, etc, estão tirando o corpo fora, isso é sinal de que não vai rolar golpe nenhum. Aliás, esta sempre foi minha opinião.

      E se tentarem, fracassam.

    3. Caro Jurguem 2010, se não entendeste eu desenho.

      Quando se executa um golpe, que poderá ser através do judiciário, do legislativo ou qualquer outra forma, se produz vários movimentos contrários que convergem no fim. Do lado dos golpistas há a luta pelo butim, principalmente com as figuras políticas envolvidas na oposição ao governo atual, e no meio desta disputa fracções são eliminadas ou colocadas numa posição em que sentem injustiçados. Do lado da situação, que por mais acuada que ela esteja, os velhos ânimos encobertos pela letargia da burocracia em que estão envolvidos, são por muitos reavivados e o espírito de luta ressurge. Quem está atrás de um computador, comodamente levando a sua vida e escrevendo aqui e acolá algum ato de protesto, retoma pelas próprias contingencias de uma nova vida a posições mais combativas. Por fim, e talvez o mais importante de tudo, criam-se expectativas imediatas de francas melhoras que EM NUNHUM GOLPE DO MUNDO, os golpistas conseguiram satisfazer.

      Com todo este burburinho e com a resistência que sempre é crescente aos golpes, há uma tendência de com a vitimização dos antigos governantes depostos a inversão rápida de fatores subjetivos como o apoio popular. Esta inversão retira dos golpistas a margem de manobra para fazerem o que desejam.

      Conforme a correlação de forças formadas entre os golpistas e os golpeados reforçados por outras forças que estão à margem do processo, que dirão a rapidez com que atos antidemocráticos de repressão deverão ser tomados pelo governo ilegítimo, e quanto maior a quantidade de atos ilegítimos maior a quantidade de defecções do seu lado e mais legítima se torna qualquer ação política-militar contra o governo ilegítimo. Neste ponto que entram as forças armadas em qualquer golpe em qualquer país ou regime, se elas validam a repressão ainda fica incerto a capacidade dos golpistas em se manterem no poder, em função das defecções já ocorridas e do grau de coesão destas forças. Se por outro lado estas se mantêm neutras ou contra o governo ilegítimo, a queda pode variar de semanas ou meses.

      O problema que os golpistas amadores não avaliaram no início foi exatamente o contragolpe, pois ele pode ser simplesmente uma reação constitucional que os levará a falência política, ou uma reação política-militar que pode levar a revoluções reais e sangrentas.

      Não pensem que figuras que atualmente em cargos parlamentares, burocráticos ou simplesmente levando a sua vida como um mero observador político, não será motivado por verem uma tentativa de repetição da história. 1964 custou caro a esquerda, não só sobre o aspecto político como também sobre o aspecto humano, e todos sabem que com a reprodução do fato não adianta fechar os olhos e pensar – se eu ficar quieto nada acontecerá comigo. Poucos têm condição de asilar-se em outros países, e não restará mais nada do que a resistência.

      Chamo os atuais golpistas de amadores, porque os mesmos jamais passaram por tentativas de golpe malsucedidas, como os golpistas de 1964 tiveram. Lembro que em 1961, Leonel de Moura Brizola, com um microfone na mão, apoio da brigada militar do Rio Grande do Sul e posterior apoio do terceiro exército (isto mesmo limitado) conseguiu sem disparar um tiro reverter um golpe de estado, mas como eu morava a menos de 100m do palácio do governo, vi que Brizola nem seus apoiadores não estavam blefando. Estes golpistas amadores acham que fazer um golpe é fácil, esquecem que a volta pode vir dobrado ou triplicado.

  8. SOBERANO

    O patético Aécio Neves e sua assessoria do terror regida por Carlos Sampaio, não poderia, por não conhecer a partidura política brasileira atual, obter outro resultado senão o  vexame!  DESAFINOU! Houve momento em que, a cerrteza do impedimento de Dilma, criaram espetáculos próprio de visionários. Colunistas do ódio, órfãos da verdade e do bom jornalismo, vassalos envenenados alimentavam a vã esperança.  O Brasil é muito grande para gente com essa mente pequena e serviçal.  É SOBERANO!

  9. José Policarpo Jr.

    O mais importante é que os democratas não baixem a guarda.

    Os brasileiros democratas precisam ir maciçamente às ruas no dia 20, para que fique claro para os diversos segmentos golpistas que isso não será mais tolerado no Brasil.

    A essa altura dos acontecimentos, é completo sucídio político acreditar em notas plantadas pela Globo. Isso pode até ser verdade, mas os golpistas só se conterão quando virem povo nas ruas.

    Vamos ao dia 20 defender o mandato da presidente, não por ela mesma, mas pelas regras da Democracia. Não devemos jogar 27 anos de democracia na lata do lixo.

  10. O leão

    Dois leões fugiram de um zoo. Um deles foi capturado tres dias depois faminto e sem forças. O outro desapareceu.

    Três anos depois o segundo leão é capturado gordo e sadio.

    De volta ao zoo, o primeiro perguntou como o segundo havia condeguido sobreviver todo este tempo sem passar fome.

    O segundo disse que havia escondido em uma repartição pública onde comia de tudo e não despertava suspeita pois ninguem fiscalizava o estoque de suprimentos. De vez em quando  devorava ate algum funcionário e não tinha probema pois ninguem notava a falta.

    – Ora mas então como foi capturado? perguntou o colega .

    -Eu cometi um erro, devorei o cara que servia o cafezinho.

    **********************

     

    Pois bem, na sua voracidade, mais cedo ou mais tarde, Moro devoraria o cara do cafezinho…

  11. chama o kim katabosta

    sinto-me frustrado com essa guinada dos financiadores do golpe ao abandonarem o barco, quais aqueles conhecidos roedores quando o navio aderna.

    antecipei isso há meses nesse blog: o golpe vai levar a um contra golpe e, consequentemente, ao bem-vindo expurgo no judiciário, porcuradoria da república e promotorias públicas estaduais – é só o nassif conferir.

    como sempre se disse, quem tem cu tem medo.

    resta a diversão certa de se apreciar a festa dos jumentos e quejandos na paulista ou nas zonas endinheiradas de determinadas cidades, tão reacionárias quanto decadentes.

    vivo numa delas onde alguns foram homenageados neste domingo, em jornal local, num desses “top of mind” da vida, por suposta “excelência empresarial”. certamente, em qualquer país com judiciário mínimamente sério, a maioria deles, todavia, adornaria, não páginas laudatórias, mas carceragens, bandidos hereditários que são.

    de fato, isso é o brasil: um país cuja elite é formada, basicamente, por bandidos hereditários.

    por isso, para melhorar os “negócios” do assalto ao erário de que sempre viveram, mas anda ruim, tentam afastar com esse negócio de ‘impitim’ quem atrapalha.

    não contavam com essa: que o povo ficou um pouquinho mais experto para embarcar nessa barca furada.

    e sem as forças armadas, fica impossível.

    chama o kim katabosta para animar a festa!

  12. uma análise de classe.

    “NA politica, como na vida pessoal, é preciso distinguir o que uma pessoa diz ser e o que ela realmente é” (MArx, Dezoito de Brumário).

    O governo do PT representa as classes dominantes – banqueiros, agronegócio, empreiteras e a grande midia. Eduardo Cunha e outros, representam a ‘pequena burguesia’ (a ‘classe média’), como aliás Collor também representava. Uma ampliação do mercado de consumo e uma pequena melhora na distribuição de renda não é contrário aos interesses das classes dominantes em todas as circunstâncias – ao contrário em determinadas circunstâncias pode ser completamente favorável. Mas em outras pode se tornar contrário aos interesses das classes dominantes; e o que vemos agora é que definitivamente o governo do PT, com a politica de ajuste fiscal, se colocou ao lado das classes dominantes. Basta ler atentamente o editorial de “O Globo” em defesa do governo Dilma, que é também um editorial em defesa do ajuste fiscal – a politica favorável a classe dominante e contrária a classe trabalhadora.

    O problema politico, em termos de classe, me parece que é: 1) a classe média procura se alinhar com as classes dominantes contra os trabalhadores; 2) as classes dominantes não querem essa aliança por achar que ela pode ser contrária aos seus interesses; 3) a classe trabalhadora não está representada na grande politica.

    Quanto aos militares:

    1) grande parte das forças armadas hoje não é ‘golpista’; vinte anos de ditadura desgastaram completamente as força militares no campo politico e em vinte anos de democracia houve uma renovação nesse campo;

    2) a parte ‘linha dura’ dos militares nunca foi enfrentada pelos governos do PT; as recomendações da Comissão da Verdade – incluindo a revisão da lei da anistia – parecem letra morta no segundo governo Dilma.

    1. André, por favor, mais uma vez uma análise mais elaborada.

      Colocas no texto:

      “O governo do PT representa as classes dominantes – banqueiros, agronegócio, empreiteras e a grande midia.”

      Depois vem:

      Eduardo Cunha e outros, representam a ‘pequena burguesia’ (a ‘classe média’), como aliás Collor também representava.

      E ponto final na base de todo o teu texto, bota simplificação nisto, daí por diante não dá para levar a sério o que escreves.

      Nem estou dizendo que está errado, só estou dizendo que dá forma que está todo o texto é baseado em dois AXIOMAS quase que profissões de fé.

  13. a historia ensina

    a historia ensina que em havendo um golpe, o proximo governante, seja lá quem for, vai ter que fazer um limpa e livrar-se dos golpistas para ele mesmo nao ser vitima de outro golpe…. algumas pessoas e instituições estao pintando um enorme alvo em si mesmas….

    1. Não poderia dizer que o evento é absoluto, mas

      Clóvis, não estou dizendo que este evento é absoluto, pois teria que fazer uma análise de um grande número de golpes ou de revoluções para emitir esta opinião absoluta, mas puchando a memória eu sigo a tua concusão, precisaria alguém estudar a “Lógica dos Golpes e Revoluções”.

  14. Prezado Rogério
    O contra

    Prezado Rogério

    O contra golpe foram os escandalos do HSBC / CARF / FIFA, este ultimo com a ajuda do Obama, para pegar de vez a voz dos golpistas (a grande midia – principalmente a chefona).

    E o golpe morreu, quando Dilma abriu sua agenda para Washington.

    Abração

  15. Lembrai-vos de 2002

    Realmente a análise faz sentido, pois pode haver uma reação de preservação da Carta Magna por parte das forças armadas, contra o golpe, o que seria altamente positivo para sua imagem junto à população depois dos 25 anos de ditadura. Além disso o governo Dilma (não sei se vem já de Lula) está atendendo a uma das maiores (senão a maior) reivindicações das forças armadas que é sua recuperação na pesquisa tecnológica, na fabricação e exportação de novos e acessíveis armamentos. Há um grande investimento na indústria de defesa que está mobilizando grandes setores do exército, da marinha e da aeronáutica que acham que o Brasil precisa estar preparado para defender suas invejáveis riquezas naturais. Portanto, na minha humilde opinião, a principal reação contrária a um golpe poderia vir do grande contingente da nação beneficiado pelos últimos governos, com o apoio decisivo das forças armadas em defesa da legalidade constitucional. Em 2002 houve um golpe liderado pela mídia na Venezuela, contra Chávez, totalmente amadorístico, que foi frustrado graças a esta conjugação de forças: a reação popular e o apoio militar ao presidente constitucionalmente eleito.

  16. Só para acrescentar.

    No Maranhão na entrega de uma série de casas do Minha Casa Minha Vida olhe a manifestação dos que estavam na solenidade.

    http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/em-ato-com-dilma-no-ma-apoiadores-gritam-nao-vai-ter-golpe-04020C993870D8A95326

    O que isto mostra, que há descontentamento contra a presidente, porém quando “a água bater na bunda” começam a surgir apoios, e apoios vigorosos.

    Isto é a impresibilidade de atos golpistas, a origem do contragolpe.

    O que as forças que são contra o golpismo devem fazer não é grandes manifestações públicas, mas sim manifestações que mostrem pessoas dispostas a lutar (aí eles se borram).

    Se a cada estado se juntasse não mais do que quinhentos a mil militantes (não precisa mais do que isto) que se mostrem dispostos a encarar as forças golpistas…..

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