Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
[email protected]

O BRD, Blog-Boteco Rui Daher à venda – Capítulo 2

O BRD, Blog-Boteco Rui Daher à venda – Capítulo 2

Para os interessados em seguir esta novela de 20 capítulos, a serem publicados no BRD, salvo venda antecipada, e na minha página FACEBOOK, sugiro começarem pelo Capítulo1, postado ontem. Não os excluem de comprar o “Dominó de Botequim”.

Antes de seguirmos para o restaurante onde se daria a reunião com o representante do Diário do Povo, de Pequim, para tratar da venda do Grupo (autoajuda para levantamento de bola) BRD/FD, Blog-Boteco Rui Daher e Fígado Diário, aos chineses, decidimos por uma reunião matinal na Redação.

Eu e Pestana chegamos às nove horas. Nestor, às onze, ar inquiridor.

– Discutir merda nenhuma. Sou contra a venda. Os babacas aí não perceberam? O cara-redonda de olhinhos puxados não vai pagar nada. Fica repetindo “quanto quelem, pôla … quanto quelem, pôla”, esperando respondermos 1,99. Melhor dar-lhe uma rola e um rolê de volta pro Jiping.

– Cacete, com você não dá mesmo, Nestor. A situação tá feia. Falamos com mais de 500 investidores e só ouvimos nãos seguidos de gargalhadas. Você quer que eu te lembre de alguns comentários sobre a nossa relevância no planeta digital?

– O Pestana tem razão. Vamos raciocinar e pensar num número para passar pro Liu.

– Já disse, um e noventa e nove.

– Pensei numa conta. Publicou-se que a negociação dos meninos do “Porta dos Fundos” com a VIACOM envolveu 11 milhões de dólares pela maioria das ações. Não se sabe a proporção. Dizem que nos bons tempos, o Porta chegou a ter 13 milhões de assinantes, do que duvido.

– Eu também, Rui, mas mesmo que fosse, era o auge deles. Hoje, já estão em declínio, como aconteceu com o “Planeta” e aqueles imbecis televisivos do Tás.

– E a dupla “sua satisfação ou seu dinheiro de volta” deve achar que estamos em ascensão.

– Um pouco, Nestor.

– Até o nosso landlord reluta em nos “subir”, tal o enxame de gente que lá escreve.

– Quem sabe uma injeção de recursos possa nos viabilizar?

– Daquele china nem injeção de Benzetacil virá.

– Rui, esquece o Nestor, vamos aos números. Onze milhões de dólares. Vamos dizer que hoje o Porta tenha público para, no máximo e arredondar, 5,5 milhões. Na ponta do lápis, dá dois dólares por seguidor.

– Taí, boa conta, Pestana. Valemos uns 20 dólares. Quer ver? Juncal, Odonir, Troncoso, Zé Sérgio, Brasiliensis, Maria Luiza, José Carlos, mais alguns, os parentes do Rui, por que nós dois nem isso temos.

– É com esforço uns 25 assíduos. Chegaríamos a 50 dólares mais, quem sabe, um modesto good will por estarmos no GGN.

– Sim, no GGN, estamos nós e as torcidas do Flamengo e do Corinthians.

– Rui, pensa em alguma coisa. Fluxo de caixa descontado a valor presente.

– Liga pro chinês branquelo e magrinho e transfere o almoço para amanhã, sábado. Diz que hoje é Sexta-Feira Santa II para nós. 

https://www.youtube.com/watch?v=mXui3RE_upY

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

11 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. o BRD….

    KKKKK Adorei. Mas 20 dólares é fortuna para periferia que paga ônibus a 4,90 que irá para 5,20. Era duro ser diretor de multinacional e ir para Cumbica em carro último modelo? Imagina morar lá e sair de ônibus modelo último? Não são floreios nem amenidades, pensei que internet fosse expandir horizontes das discussões nacionais. Os estão concentrando. Invejo aquelas grandes palestras abertas nos EUA, onde Senadores, Presidentes, Intelectuais debatem com alunos de diversas universidades. Quanta circulação de informação?! O que estão fazendo em nossas universidades? A maioria que vejo tem aula de sexta feira no boteco na calçada em frente. E não é BRD. O futuro do país? O Brasil virou um grande shopping center onde milhares de pobres vão desfilar sua impossibilidade em frente a vitrines. Lazer, educação, cidadania, alimentação, mas principalmente informação de qualidade estão se transformando em produto de shopping center. Péssimo para quem quer repassá-las. Imagina para quem quer acessá-las? abs.   

    1. Caro Zé Sérgio,

      brinco, pois não tenho mais argumentos diante dessa entrega e deriva do País. Estou consciente, como você, de nossas mazelas, mas com pouca esperança. Obrigado pela paciência. 

      Abraços

  2. Cadeia hereditária: o de cima sobe e o de baixo desce…

    Isso é muito relativo essa questão de valor:  o pré-sal que tem potencial de crescimento e valorização está sendo vendido por 1.99 reais – a plataforma de SUAPE sendo vendida pelo valor equivalente a 5 dias de sua produção, …..olá petroleiras estrangeiras, aproveitem a Black Friday do Parente – e isso não é de agora: a Vale tmbm tinha essa perspectiva de valorização foi doada – vivemos num pais em que  tudo invertido: o que deveria subir, desce. 

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=XFEU05audmc%5D

    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!

    Analisando
    Essa cadeia hereditária
    Quero me livrar
    Dessa situação precária…(2x)

    Onde o rico cada vez
    Fica mais rico
    E o pobre cada vez
    Fica mais pobre
    E o motivo todo mundo
    Já conhece
    É que o de cima sobe
    E o de baixo desce
    E o motivo todo mundo
    Já conhece
    É que o de cima sobe
    E o de baixo desce…

    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!

    Mas eu só quero
    Educar meus filhos
    Tornar um cidadão
    Com muita dignidade
    Eu quero viver bem
    Quero me alimentar
    Com a grana que eu ganho
    Não dá nem prá melar
    E o motivo todo mundo
    Já conhece
    É que o de cima sobe
    E o de baixo desce
    E o motivo todo mundo
    Já conhece
    É que o de cima sobe
    E o de baixo desce…

    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!
    Bom xibom, xibom, bombom!
    (final 2x)

    Bom bom, xibom bombom!
    Bom bom, xibom bombom!

  3. Discounted cash flow – modelo holandês adaptado

    Rui,

    Há alguns anos atrás eu prestava consultoria para uma empresa holandesa no setor de nutrição animal. Auxiliei os holandeses a consolidar a subsidiária do Brasil. O CEO no Brasil, à época, era um cara brilhante, ambicioso e com uma visão fantástica. Você, quase certo, o conhece. Eleitor ferrenho do FHC e neoliberal de carteirinha, mas, ninguém é perfeito. De qualquer forma esse negócio de andar com a mesma turma, ligado pela afinidade dos afins e ficar pregando a convertidos não tem muita graça. Além de tratarmos dos negócios, viajávamos pelo Brasil afora e passamos boa parte desse tempo debatendo política a partir de pontos de vista opostos. Mas, voltando ao assunto. Um dia, disse a ele – Por que não propomos aos holandeses fazer uma fábrica no Brasil? O FHC voltou para Paris, o Armírio Freio Puxado Fraga se mandou para NY e o país vai decolar na mão do Sapo Barbudo. Ele discordou sobre a decolagem pátria, mas gostou da ideia. Fez algumas alterações no básico, montou um mix de produtos, elaboramos um estudo de oportunidade e mandamos para os holandeses. Passados uns meses veio a decisão – Aprofundem os estudos. Fomos em frente, na base do vamos ver no que dá. Fizemos um anteprojeto de implantação e mandamos para lá. Mais quase um ano e veio outra orientação – Preparem-se para vir à Holanda e apresentar o plano de investimentos. Alguns meses depois estávamos lá. Sala de reuniões lotada, com o CEO dos CEOs, a diretoria em peso e um monte de caras estranhos que nos encheram de perguntas. Terminamos a apresentação e formos cortesmente dispensados. Assim – Good job, thank you. Bye. Have a nice trip. Meses depois ficamos sabendo que a empresa havia sido vendida a um grande grupo e que o “investimento no Brasil”, que nunca saiu do papel, entrou no discounted cash flow e aumentando o valor da venda em alguns milhões de euros. Eu e o CEO daqui ficamos um olhando para o outro com caras de “ah, é?” Essa história continuou anos depois e teve um desfecho interessante, mas isso não vem ao caso. O fato é, quando recebemos a notícia, nos demos conta do quão beócios nós havíamos sido. A imagem dos holandeses se torcendo de tanto rir não saiu mais da minha cabeça.  Você, nessa altura do campeonato, deve estar perguntando – E daí, e nós com isso? Calma, aqui vai a consultoria de grátis, contrariando o que uma vez uma certa moça me falou – Não dou de graça a única coisa pela qual eu cobro.

    Compre o GGN, ou melhor, monte um merge plan. Firme um gentlemen agreement com o Nassif, proforma, para poder mostrar ao Liu. Proceda ao valuation considerando BRD+GGN. Coloque o valor do investimento inicial e a geração de caixa futura do GGN dentro do fluxo do Boteco, sem esquecer de estimar um beta (alemão, bem baixinho) e uma taxa de crescimento ((g) chinesa, bem grande) para dar uma bombada no valor da perpetuidade. Claro, não esqueça de dizer ao Liu que o fechar negócio com o GGN passará a ser de responsabilidade dele e o risco é dele. Daí em diante, a bola fica com o Nassif. Se ele quiser ir em frente e entrar no baile vai rolar uma grana e vocês ganham um fee, gordacho feito gato de padre. Se ele não quiser ou se o Liu pular fora, azar do Liu e vocês já levaram uma baba por colocar o GOODwill do GGN dentro do goodWILL do BRD. Há, outra coisa, o Nassif vai querer um cut pela parte dele na engenharia financeira, então, cuida porque, como ele também é primo, se você bobear, ele leva a parte do leão. Já viu, né? Camarão dorme, a onda leva.

    Você, como todo pagão incrédulo, agora vai dizer que o plano tem um furo e que ser chinês não implica em ser burro. Vai dizer que o Liu não vai comer com farofa e aceitar como ativo real, gerador de caixa impactando o valor do investimento, um papel assinado entre dois brasileiros-sírio-libanases, sendo que um vem disfarçado de alemão. Calma novamente. Você calcula o valuation considerando BRD+GGN sabendo que o Liu vai dalunbelo e não topar. Mas, é aí que entra o pulo do gato. Você negocia com 2 valores, um com merge com GGN e outro sem. Mostra o primeiro e se ou quando vier o belo do China, mostra o segundo. Todavia meu caro amigo Rui Marin Daher, o simples interesse do Nassif pelo BRD já levou o valor inicial para, no mínimo o triplo. Então, em vez de conseguir USD 50, que mal dá para cada um comer um sanduba de mortadela e tomar uma cerveja na Merça da Vila Madalena, vai dar para ir almoçar no Fogo de Chão, já descontada a parte do Nassif. Entendeu?

    Outra coisa, já vou avisando, não vem com moralismo. Eu conheço bem, a gente quer ajudar os amigos, na melhor das intenções, mas, em vez de agradecimento ganha crítica. Nem pedi nada para mim, pode ficar com a minha parte, é colaboração espontânea. Também, nem dá uma de ministro Barroso prá cima de mim, vindo com blá-blá-blá sobre o jeitinho brasileiro. A ideia nem é minha, como comentei veio de outro ramo da família, os Boeotorum nederlandiensis, lá do primeiro mundo, do âmago da moral anglo-saxã. E nem vem com esse papo de que safadeza não se justifica, pois, sou o que sou por resultado da convivência. Falando nisso, se rolar uma boquinha na comemoração pós-venda, estamos aqui. Não estou cobrando nada, mas, se for de boa, não vou dizer não, para não magoar o amigo.

    Abraços.

    1. Cara, você é demais.

      Mas se a Lourdes já contou sobre esse nosso plano ao Nassif, ele já deve estar em algum lugar inacessível de Poços de Caldas. Além do mais, o Nestor não aceita sócios nessa empreitada. É teimoso. Abraços. Você faz do BRD um verdadeiro Blog. Vou falar pro Liu que o Diário do Povo está precisando de alguém como você. Não teria país que não aceitasse a economia da China como de mercado.

  4. Confúcio e vertigem provocada pela publicidade

    Confúcio e vertigem provocada pela publicidade. Será que ========

    O underground vs fenômenos: a imagem.,….

    Nem todo mundo tem saco para o mundo da fama

     

    “Uma imagem vale mais que mil palavras. Essa frase atribuída a Confúcio resume a natureza do mais potente aparato de transmissão: a imagem. Se Confúcio referia-se ao poder dos ideogramas , forma de comunicação simbólica onde duas ou mais imagens são fundidas em um conceito, no Ocidente a imagem viveu uma verdadeira saga a partir das origens rituais até ser convertida em feitiço ou fetiche – da religião à moderna Publicidade e Propaganda.”

    http://cinegnose.blogspot.com.br/2012/01/uma-semiotica-do-poder-das-imagens.html

    1. José Carlos,

      As coisas estão meio confusas aqui e como se os textos não “sobem”, ninguém vem direto ao Blog, passei a publicar apenas na minha página do FB. Lá, já está no capítulo 4, mas vou tentar reproduzir os faltantes aqui. O problema é tempo e uma gripe pós-vacina me ferrou. Abs

  5. Cuidado com o china, viu

    Turcos e libaneses  seriam experts na arte de negociar, mas parece que os chineses é que trazem no DNA a arte da negociação, não

    Trazidos de Macau para a agricultura do arroz, não deram muito certo…

    Trazidos para a plantação do chá, também não…

    Os chineses foram transferidos para a Fazenda Real de Santa Cruz onde fizeram outra tentativa, também falida.

    E se espalharam por ai na arte do comércio…

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Vista_Chinesa

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador